Becos Escuros

Depois da viajem decidimos que o melhor a fazer era nos acomodarmos em algum lugar e continuarmos nossa tarefa quando estivéssemos melhor porem viemos com ordens de não demorar, então começamos a procurar pela casa de Abelard...

[ Desculpe pela minha demora ]

Assim que os cavalos avistaram Takaras seu comportamento mudou completamente. Ficaram mais ariscos e olhavam direto para frente, à procura da casa de Abelard, o objetivo final do grupo.

A atmosfera sofreu mudanças: apenas corvos voavam pelo céu negro esverdeado; o chão era de terra e pedregulhos; poucos ou quase nenhum animal era visto, apenas criaturas desumanas e até fantasmagóricas; e ao contrário de Hilydrus e todo o resto de Lodoss, o chão era limpo com exceção dos becos onde tinham latas de lixos e criaturas que vasculhavam seus alimentos nelas.

O silêncio era constante. Uma pequena névoa dificultava a visão do chão para Eragon e Gina, e uma sensação ruim aprimorou-se assim que passaram pela fronteira do campo e este "segundo mundo". Eragon mantinha seguro em seus braços a caixinha que Iorg havia lhe dado. O alimento já estava escasso pelo tempo que tinham passado na estrada e, agora neste lugar totalmente escuro, não sabiam se era de tarde, ou já noite.

Os becos era formado por uma rua reta que se perdia de vista cheia de ramificações. Nestas ramificações tinham outras ruas pequenas, que podia passar apenas uma carruagem ou até menos. A maioria delas era sem saída, claro como todo beco, mas outras tinham que eram usadas para fins de fuga.

Os cavalos estavam usando a rua principal. Seguiam com pressa, trotando muito rápido como sempre, fazendo o vento zunir nos ouvidos do grupo. Estava frio, mas com aquele vento forte, ele se intensificava. Os cavalos seguiram sem olhar para os lados, pois nos becos por onde passavam, em ambos lados da rua, via-se todos os tipos de criaturas e até humanos que usavam ali também como mercado negro.

Resolvemos permanecer na rua principal até que avistamos uma casa ao longe um pouco mais afastada das outras e com difícil acesso, então com um pouco de animo tomamos a rota direto para casa que poderia der ou não a casa de Abelard.

Olhávamos para os lados e vimos diversas criaturas diferentes e coisas estranhas que preferimos fingir que não tínhamos visto nada.

A casa ainda estava um pouco distante e o caminho ia ficando cada vez mas apertado para que a carroça passasse e decidimos terminar o trajeto a pé.

[ Obrigada por esperar, Eragon. ^^ ]

E assim, chegaram. A casa vista de longe era, de certo, sombria. Poderia dizer que era abandonada se não fosse uma luz amarelada acesa que vinha de uma das janelas. Os cavalos diminuíram o passo até pararem suavemente na porta da casa e abaixaram suas cabeças. O silêncio incômodo se fez até que o primeiro movimento na carroça fosse feito.

Mas o movimento não foi da carroça.

De dentro da janela, uma sombra larga e pequena se moveu pelas cortinas na direção da porta. Em menos de um minuto, o som da fechadura e de cadeados se abrindo foi ouvido e a porta se entreabriu. De lá, uma figura negra, que ainda não podia ser vista totalmente por Eragon, se manifestou.

— O que você quer? — Sua voz era grossa e suave, dando a entender que era um homem vivido e sedutor.

[ Foto da casa. ]

Olhei-o com curiosidade e então respondi sua pergunta:

— Estou procurando Abelard, estou aqui a mando de Iorg para lhe dar uma encomenda!

Agora parecia que as estruturas de todo meu corpo iriam desabar pois com um movimento esguio e sombrio o vulto negro se afastará da porta e permanecerá imóvel após isso.

Eu obedeci ao que Abelard me pedira, sentei-me e comecei meu relato:

— Bom, meu nome e Eragon e vim para o mundo de Lodoss não tem muito tempo e precisava de um emprego para poder começar uma vida aqui, foi assim que conheci Iorg e Rafael, mas um dia todos haviam saido, Iorg fora em um tipo de expedição e Rafael foi até a cidade para compra coisas que o rancho precisava, nesse meio tempo um rapaz apareceu e enquanto conversávamos Rafael deu sinal de que estava chegando quando algo estranho aconteceu, ele em um simples piscar de olhos sumira de cima da carroça. Eu e o rapaz que ali estava fomos até onde Rafael estava e então vimos um rastro de sangue e ração indo em direção a floresta. Foi quando decidimos seguir o rastro, mas em meio a floresta tivemos confirmações de que Rafael já estava morto. Nesse momento fomos atacados por um dragão que aparentemente fugira do Rancho FireBall então corremos em direção ao rancho e encontramos um senhor que nos ajudou. Depois disso eu voltei para o Rancho Eldest e contem essa mesma história a Iorg e ele me mandou com essa caixa com ordens de entrega-la a alguém que morava aqui e que atendesse pelo nome de Abelard.

Então desembrulhei a caixa e a coloquei sobre o braço da poltrona onde ele se encontrava e dei um gole no rum que fora me servido esperando a reação de Abelard quanto a minha história.

Olhei meio assustado para Abelard e então com total confiança disse:

— Certo aceito sua missão — Olhei-o com determinação nos olhos como se tivesse perto de uma batalha na qual tinha certeza de que não seria fácil.

— Eu só tenho uma pergunta. Quem poderia ter soltado esse dragão?

Eu olhei tudo a minha volta e me decidi ir rápido a floresta pois percebi a pressa em que Abelard tinha de que isso acabasse o mais cedo possível. Então resolvi correr em direção aos cavalos que tremiam em meio aos ruidos e gritos que ecoavam de toda parte.

Selei um dos cavalos e o outro amarrei uma corda onde o puxaria ate Hirt e o deixaria na fazenda para seguir para floresta.

Olhei para tudo com total certeza do que iria fazer e sai a galope com os cavalos para fora de takaras.

Ao ver que algo me seguia resolvi aumentar a velocidade para me afastar o máximo possível do mesmo, mas o vulto se aproximava cada vez mais e eu não sabia mais o que fazer, porem continuava a caminho da porta de saída. Continuei mais rápido que nunca na esperança de conseguir escapar.

Eu desesperadamente resolvi uma ultima coisa que poderia me ajudar. alcancei minha bolsa que continha uma espada de coloração azul que emitia o pouco foco de luz que ainda avia no local. Foi quando resolvi usar algo que poderia me salvar desse monstro, levantei minha espada e gritei bem alto:

– Brisinger!

Então minha espada começou a emitir uma luz forte e brilhante como o fogo. Estendi meu braço para o alto e desferi um ataque letal na criatura.

Olhei a criatura que agora tinha uma foice nas mãos pronta para me atacar e em meio a confusão defendi seu golpe com minha espada e meio tonto com tal força despejada sobre meu corpo com o golpe ainda assim fui ao ataque e desferi outro ataque só que agora mirei em suas mãos na tentativa de desarmar aquele monstro horrendo.
Meu coração batia a mil quando levei a espada ao encontro da criatura novamente e parecia que não seria tão fácil assim mais eu tinha de tentar algo ou morreria com certeza.

Olhei com uma expressão assustada para Abelard devido a surpresa e ao alivio de ter finalmente se livrado daquela criatura. Fiquei ali estatelado no chão por alguns minutos até entender o que havia acontecido e meio intrigado com tudo mas fui tirado de meus pensamentos assim que me perguntara algo então respondi:

— Estou bem só sofri alguns arranhões, nada grave. — Respondi me levantando da onde estava e perguntei: — Como você chegou aqui tão rápido? — fixei seu olho na espera de uma resposta.

Caminhava silenciosamente pelos becos. Estava acostumada com o escuro, era como seu habitat. Os unicos sons, vinham de Clock Bunny, com suas unhas compridas raspando pelo chão ou parede, enquanto saltava.

Hum, primeiro preciso de livros. Não dá para começar sem uma base... Tsc, mas sem chances de comprar. Takaras possui mais caloteiros do que outra coisa. Preciso de magos reais...

Ree olhou para Clock Bunny, e deu um meio sorriso.

... Mortos, sim. Eles não reclamam de empréstimos não pagos... fufu

Estávamos andando em direção a taverna, mais Akkin virou e começou a ir para o beco, sabia que estava a fim de colher informações sobre o velho, mais estava sendo um pouco ansioso demais.

Já havia passado por Takaras, mais não tempo o suficiente para saber tudo sobre o local, conheci algumas pessoas que eram isoladas como eu, mais provavelmente não iria lembrar-se de mim. Ficava me lembrando disso a cada momento em nos adentrávamos nos becos, que pareciam cada vez mais assustadores. Fiquei a pensar que no local em que chegamos não íamos sair dali sem lutar, até mesmo pra conseguir a informação teríamos que lutar, aquilo só me deixava mais focado em preparar meu corpo para qualquer luta que viesse.