Academia de Magia

@ Kieran e Lily

Depois de ter discutido sobre o “desconhecido” chantilly, os dois – Lily e Kieran – partiram para o terraço, onde iriam dar continuidade aos seus respectivos treinos. Subiam calmamente e cheios de energia. A subida não demorou muito e em poucos minutos, já estavam no ambiente escolhido.

Cobernick estava apoiado em uma parede que iam até suas costas, mas que não passavam de sua cabeça. Esperava com um sorriso os dois alunos que possuía. Quando os mesmo chegaram, o mago se direcionou até o centro do terraço e começou a falar.

- Kieran, você continuará com o treino básico proposto inicialmente.

O garoto então sentiu novamente aquele peso em cima de todo seu corpo, fazendo o mesmo cair de joelhos ao chão novamente. Porém, agora estava diferente. Estava intenso, esmagador, completamente bruto. O garoto estava lutando para se manter ali.

- Esse é o primeiro estágio... Acostume-se, e mova-se normalmente. Quando conseguir, estará apto a passar para o próximo nível.

Ao término da explicação, deixou Kieran de lado e se direcionou a Lily. O sorriso já tinha sumido a muito tempo do rosto de Cobernick. A expressão era de um real professor, que procurava obter o máximo de seus alunos.

- Lily... Você sabe o que realmente é magia? Magia é um conjunto de ligações espirituais internas e ações corpóreas, que agindo de forma simultânea, permitem ao usuário, conjurá-las da forma que desejar. Não adianta eu lhe ensinar magia branca, se você não entende os termos que irei falar.

Cobernick então estalou os dedos e disse para Lily estender as mãos. Em questão de segundos, um livro de capa grossa, com algumas folhas bem antigas e amareladas, ia aparecendo de forma surreal na mão de Lily. Na capa lia-se: Princípios Mágicos.

- E além disse, coloque isso nos olhos. São óculos especiais, que possibilitam você ler esse livro em apenas algumas horas. Não se preocupe, tenho certeza que irá conseguir absorver tudo de bom que esse livro irá lhe proporcionar.

Quando terminou com Lily, voltou para a parede onde estava se encostando antes dos garotos aparecerem. Ficou olhando seus pupilos dar duro nos treinos, eles realmente eram esforçados, pelo menos Cobernick gostava dessa forma. Enquanto aos outros que saíram de forma precoce, só lhes diziam o famoso “Boa Sorte” jogado ao vento.

[ Kieran, novamente você percebe que não se trata de força, mas sim de concentração. Quando fecha os olhos e se concentra, percebe que a "pressão" diminui um pouco. Você consegue sentir bem de leve, o sangue correndo, o coração batendo, os músculos relaxando. E em certos momentos, você pode ver, o seu corpo nesse estado. Porém, vá com calma na interpretação. Afinal, é um treino mais pesado e intenso]

[ Lily, o livro mágicamente joga as letras pra fora e permite a você ler bem mais rápido com a ajuda dos óculos. Incrivelmente você compreende o significado da mais complexa palavra que está escrita, contudo, não sabe como isso acontece ~]

[Malz pelas dorgas e.e]

A pequena se preocupava com o estado de Kieran. Não sabia porque, mas o rapaz parecia estar se esforçando muito para algo que ela não entendia. Assistia receosa, até que Cobernick veio falar com ela.

Seus grandes olhos verdes e curiosos encaravam fixamente Cobernick. Lily entendia apenas uma parte do conceito de magia, a parte um pouco mais prática, pois foi o que seu avô havia focado, temeroso de seu curto tempo de vida.

Mas em suas mãos, agora tinha um livro, diga-se de passagem, bem peculiar, e interessante a menina, desde o momento em que ele surgiu. Havia apenas um empecilho... Ela ainda não sabia ler primorosamente... Era apenas uma criança de 8 anos!

Mas Cobernick parecia pensar em tudo, e logo óculos também surgiram em suas mãos. Estes, ela colocou curiosa, esperando ver um mundo totalmente diferente. Mas para sua decepção, o mundo do outro lado da lente parecia completamente normal...

Aaaaw...

Sentou-se no chão, as pernas cruzadas, e abriu devagar a capa grossa. O livro tinha cheiro de mofo e coisa antiga, mas também parecia carregar de algum frescor. Virou as primeiras páginas normalmente, até soltar uma exclamação de surpresa.

As letras iam se descolando das páginas, tomando forma e crescendo, rodeando em volta de Lily. Em poucos minutos, a garota estava submersa naquele mundo, tendo uma espiral de vogais, consoantes, palavras, substantivos, frases e períodos inteiros a envolvendo.

Lá dentro, Lily quase podia ouvir as palavras lhe susurrando seus significados sórdidos e misteriosos. As palavras eram suas amigas, que lhe contavam os segredos da magia.

Tudo começava com o ser, e sua constituição. Suas móleculas, suas vibrações, suas células, seus movimentos. Cada pedacinho de cada canto do mundo produzia uma energia, muito fina e fraca, mas que surgia em todas as constituições vivas e algumas não vivas do planeta.

Aquela energia possuia uma consciência. Era uma consciência onipresente, que permeava as camadas de energia. A energia era consciência. A consciência era energia. Chamava-se este ente como Vita.

E aqueles sensíveis o bastante poderiam senti-la, um susurro, um afago em sua própria consciência. Mas a energia era quase lânguida, esquiva. Difícil mantê-la concentrada.

Para tanto, era necessário algumas etapas. A primeira dela, era a necessidade de sua ajuda. Sim, pois a necessidade do ser humano é carregada de emoções. Fortes e intensas, elas são capazes de atrair Vita. Mas não era o bastante, pois a Vita é subjetivo, abstrato, uma matéria não-matéria que existe no campo das idéias.

Transforma-la em algo real precisava de um canalizador. Um ponto central, de onde Vita poderia se acumular o suficiente para romper a barreira da idéia. Para isso, era necessária a concentração do conjurador, mas também um certo afastamento da realidade, crua e densa. Era necessário criar um campo, um meio termo entre os dois paralelos.

Esta parte, Lily sabia fazer de modo rudimentar. Usava seu próprio corpo como canalizador. Quando sua mente voltava-se a si mesma, ela se afastava da realidade o bastante para criar um campo mais subjetivo, e ainda assim não se perder no campo das idéias totalmente. Lá, uma semente de Vita podia surgir.

O próximo passo era o meio. A Vita germinava em seu corpo, em suas células, se misturando ao seu sangue e carne. Lily assim se tornava meio real, meio subjetiva. Mas este estado é impossível de se manter em equilíbrio por muito tempo, uma vez que se tenta fundir o real com o ideal. Assim, a nova energia, nem Vita, nem qualquer energia física (esta inerente a cada ser vivo, e portanto, diferente para cada) deveria ser materializada, para então manipular.

A garota entendia essa parte. Era quando ficava em seu estado letárgico, sem poder sentir ou ouvir direito, sendo guiada por sua necessidade e portanto, com apenas um único objetivo, tendo como ferramenta, sua magia.

Assim, na materialização e manipulação, a psique de cada um ditava as regras. Lily como menina nova, insegura e ainda inexperiente, não conseguia materializar por completo sua magia, e assim, ela tomava a forma de faíscas, como minúsculos projéteis, que partiam em direção ao alvo, programadas para sanar o problema, de acordo com a necessidade, e cumprir o objetivo.

O de Lily era sempre claro, pois foi o ponto em que mais seu avô insistiu: Restaurar uma determinada estrutura, no caso de Lily, corporal, física.

E assim, ainda embora sendo em faíscas, estas, tão minusculas, carregavam uma forte carga de necessidade, o bastante para torná-las, quando juntas, estruturas celulares densas o suficiente para habitarem o mundo real, interagirem, e restaurarem aquilo que foi danificado.

E assim, quando o objetivo é cumprido,Vita se esvai, para longe, para outro local, onde outra necessidade lhe chama a atenção.

E com estes últimos raciocínios, Lily sentia o próprio corpo se tornando mais denso e pesado, como se ela mesmo tivesse, durante aquela leitura, ido longe, para aquele estado subjetivo. Sua necessidade de aprender havia sido cumprida. Seu canalizador foi o livro. Seu meio, os olhos. A materialização, os óculos.

O redemoinho de letras ia se apagando, as vogais e consoantes lentamente voltando ao livro, até que o último ponto final se colasse na folha amarelada e meio mofada, e Lily pode enfim fechar a contracapa do livro.

@ Lily

Os olhos de Cobernick se mantinham bastante sérios enquanto Lily entrava em um mundo literário mágico cheio de informações para se absorver. De certo, pensou que demoraria dias, mas não foi o que ocorreu. Em apenas duas horas a garota havia conseguido ler todo o livro e estava totalmente informada sobre o modo de como a Vita precisava ser materializada para dar lugar à verdadeira energia chamada magia.

Um sorriso de satisfação se abriu no rosto de Cobernick que já caminhava para onde a garota estava. Novamente estalou os dedos e dessa vez o livro se decompôs, soltando uma fragrância com um perfume de rosas agradável. Quando se deu por conta, o óculos que Lily tinha no rosto havia desaparecido também. Agora o real treino começaria.

- Finalmente você está pronta.

Cobernick então estendeu a mão e um forte vento apareceu no local. Era mesmo uma ventania muito forte e que aos poucos levava Lily junto. Contudo, Kieran não era afetado. Parecia que ele não estava vendo ou sentido aquela forte ventania. Lily sentiu então um frio na barriga que chegou até a sua garganta. Ela sentia que aquilo não era nada bom.

Enquanto isso, Cobernick ainda matinha os braços esticados e do seu corpo uma aura roxa começou a brotar tomando uma forma humana. Aos poucos iam se constituindo braços, pernas e tronco humano. A forma final se constituía em um garoto de aproximadamente 18 anos, com uma armadura totalmente negra e de cabelos roxos. Estava parado atrás de Cobernick, totalmente imóvel e de olhos fechados. Parecia que não estava vivo ou que estava em um profundo sono. E então uma coisa monstruosa ocorreu.

Ao término do aparecimento do misterioso rapaz o vento aumentou de uma forma descomunal e Lily começou a ser arrastada facilmente na direção da mão de Cobernick, no mesmo momento em que um pequeno buraco negro surgiu. De dento do buraco, saíram ramificações negras. Existiam cinco de cada lado e ao se completarem, tomaram formas de imensas asas horripilantes.

Depois disso o buraco negro se abriu ao meio, como se fosse uma boca... Aliás, realmente era uma. Os dentes superiores eram totalmente grandes e afiados enquanto que pelo meio dela, uma escada em espiral era formada. Ao fundo, dentro daquele imenso portal, o céu acinzentado fazia com que Lily sentisse medo. E as coisas não paravam de ocorrer.

Lily então tentou olhar o seu mestre para pedir ajuda, porém, percebeu que ao seu redor não existia nada além de fumaça e um forte vento. Cobernick e Kieran haviam desaparecido e parecia que ela estava dentro de um furacão vendo aquela cena bizarra. No momento que ela olhou novamente para aquele portal, já havia uma porta dupla nas laterais. Quando elas apareceram? Ela não sabia, não sabia mais de nada.

Foi então que subitamente cartas de baralho começaram a surgir. Eram cartas roxas, sendo que o Rei, Valete e Rainha eram pessoas obscuras e tenebrosas. Lily foi envolvida por diversas cartas e o desespero tomou conta. Sua respiração diminuiu e a pequena ficou ofegante, o ar não chegava aos pulmões e a última cena que presenciou foi ser absorvida junto com o garoto criado por Cobernick para dentro daquela imensa boca. Então tudo escureceu.

Sólido. Foi a primeira sensação que teve. Estava sobre algo sólido. Abriu os olhos devagar e se levantou. Estava no térreo da academia novamente, porém, Lily via tudo ao seu redor em preto e branco, com exceção dela mesmo e do garoto, que por sinal se encontrava sentado, de pernas cruzadas na sua frente. Seus cabelos roxos caiam por sobre seu rosto e não possibilitavam ver seu os olhos. Não existia ninguem além do dois ali, estava tudo deserto. Então uma voz fria e cauculista é ouvida.

- Sente-se, vamos começar o treinamento

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Brinde \o\ - Foto do Portal

Spoiler:

@ Kieran

Sim, o mesmo treinamento novamente. Contudo, deveria concluí-lo agora, não importava como, deveria terminá-lo. O peso da pressão exercida era algo extremamente mais forte do que o anterior. Uma punição por ter falhado no último treinamento? Quem sabe.

Primeiramente, fechou os olhos e se concentrou. Concentração era um dos mais importantes fatores para completar o treinamento. Ao fazer isso, conseguiu perceber que conseguia mexer ligeiramente os dedos e que o resto do corpo relaxava, aliviando um pouco a pressão daquele poder mágico. Naquele momento, não possuía nada em sua mente. Estava limpa de qualquer obstáculo.

Respirava de forma controlada e tentava se levantar aos poucos. Realmente não era fácil, mas Kieran não desistia rápido das coisas. A paz que sentia naquele momento era incrível, não ouvia nada, não sentia nenhuma força ao seu redor... É quando de repente o garoto vai ao chão novamente. Seu passado ainda era um tabu e suas lembranças o fizeram perder o progresso ele havia conseguido até o presentem momento. Teria de recomeçar novamente.

Cobernick olhava seriamente para o rapaz e não o ajudava de forma alguma. Exigia dele bastante, pois queria que ele desse o seu melhor. “Irei apenas te direcionar, porém, o caminho é seu. Você decidirá de que forma deve segui-lo” Pensava Cobernick enquanto o garoto testava seus dedos, um por um, para prosseguir depois de ter a cara colada no chão. Gradativamente ele começava a evoluir. Usando a força de seus dedos e mãos, aos poucos foi retornando a posição em que estava anteriormente. Seu tronco foi subindo calmamente e um por um, foi tirando os dedos do chão.

Estava quase na reta final, Kieran podia sentir. Os dedos já haviam sido retirados, agora só faltava ajeitar o tronco, mantendo a postura ereta. Mantendo o máximo de equilíbrio, o garoto ia colocando-se na posição que desejava - de joelhos - ... Até que ele finalmente conseguiu. Contudo, não terminou por ai. Não relaxou nenhum só músculo e manteve a mente limpa.

Cobernick então começou a se aproximar. Kieran podia ouvir perfeitamente seus passos. Quando chegou bem perto de Kieran, Cobernick disse:

- Abra os olhos...

Meio relutante, Kieran obedeceu e teve uma surpresa. Por um milésimo de segundo, viu as cores... Viu os tons, vira fora do seu mundo de auras. A verdadeira visão. Mesmo que fosse por míseros segundos, ele poderia dizer que viu o mundo, como ele realmente é.

- Esse é o resultado do treino. Porém, ainda falta muito. – Completou o mestre.

O que Kieran percebeu também foi que certamente teria ido ao chão por causa do susto que levou com sua “nova visão”, mas não ocorreu. Estava começando a se acostumar com aquela pressão e isso era bom. Ao seu lado, estava Lily. Ela tinha a mesma posição que os rapazes, quando foram “convidados” a entrar em seu interior. Todavia, sua aura estava perturbada. Caótica. Kieran achou aquilo muito estranho.

- Não se distraia com ela... – Disse Cobernick, tirando a atenção de Kieran da garota. – O próximo nível é você levantar e se locomover com essa força mágica sobre você. Está livre para tentar.

Ao terminar de dar as instruções, voltou para o centro e ficou a observar ambos os alunos. O que ele tinha em mente para eles?

[ Pois é, gatos e gatas, adorei ambos os posts. Sério, babei então nada melhor que uma recompensa. 100 de Exp pra ambos pelas suas bélissimas narrações. Continuem assim.]

@ Lily

O clima ali era de tensão total. Obviamente a pequena estava com medo. Era um mundo novo totalmente bizarro. O que a deixava mais incomodada, era o ser a sua frente. Frio, assustador. Mais parecia uma marionete, um homem controlado. Sua voz soava mecânica.

Sem demoras, o rapaz juntou as palmas da mão, como se fosse fazer alguma oração e colocou a mão no chão. Nesse momento, um círculo mágico surgiu ao redor de Lily, com sua luz sendo projetada para cima. Arcos, triângulos, inscrições que ela não identificada. Havia de tudo. Então a voz veio novamente.

- Admito que você é impressionante. No inicio, quando se aprende magias brancas, principalmente relacionadas à cura, você necessita desses círculos mágicos. Mas você não... Você é especial. – A ultima frase saiu quase em um sussurro.

Foi então que finalmente ele se levantou e mostrou os olhos. Cinzas, de uma forma que pareciam sem vida. Aquilo tudo estava mexendo com a menina. Era um jogo psicológico assustador. Porque Cobernick havia feito tudo aquilo? Aquele realmente era o propósito de aprender algo bom? Não podia responder naquele exato momento. O jovem então juntou as mãos novamente e as colocou no chão, do mesmo jeito que fez anteriormente e ele começou a tremer.

O terraço da Academia começou a se expandir, ficando mais largo*. Grossas paredes de madeira começaram a surgir pelas quatro laterais. Em seguida, um teto ia sendo formado, até deixar tudo no escuro novamente. A única coisa iluminada ali dentro, era o círculo mágico ao redor de Lily, contudo, não demorou muito e um misterioso fogo, mais brilhante que o normal, tomou conta de uma parte bem fina e pequena das quatro paredes, mesmo assim, iluminava pouco o local.

Outro tremor. Na frente da menina, grandes pilares que chegavam até o teto, brilhavam como neon, em uma coloração verde. Era algo fixo e com ajuda dos mesmos, podia-se ver o chão de uma forma melhor. Foi então que algo estranho ocorreu. Lily sentiu-se fraca, como se sua Vita estivesse sendo sugada, porém, logo foi retomada por uma forte “recarga” do mesmo material. E a voz metálica ecoou:

- Primeiramente, iremos fazer o treino principal. Sua Vita ainda não se manifesta na sua forma completa. Ela se reproduz em míseras faíscas, que não tem poder total. Esse círculo mágico ao seu redor lhe cede constante Vita, enquanto os pilares lhe roubam Vita. Seu objetivo é chegar até o final, mantendo sua Vita ao máximo em sua forma original. Você tem 4 chances, duas idas e duas voltas. Depois disso o circulo mágico some. Ao final, veremos se você consegue.

O desafio estava lançado.

[* = Largura na vertical. Como se fosse um longo corredor.]

[Obs¹ : Lily, como eu quero adiantar você e postar essas coisas bizarras me dá medo, façamos o seguinte. No seu post, descreva uma ida e uma volta e somente depois do meu post, você irá fazer outro, novamente postando a ida e a volta. Isso poupa posts desnecessários de poucas linhas. =* ]

@ Kieran

Acatando as ordens de seu mestre Kieran aceitou o novo desafio e se volto para segunda parte do treinamento. Seu objetivo agora era se levantar e caminhar pelo terraço, para se acostumar ainda mais com aquela pressa de aura sobre ele. Começando por partes, tentou primeiro se levantar e ficar somente de joelhos ganhando equilíbrio.

Seu corpo sofria leves balanços e Kieran voltou algumas vezes a fica sentado, mas não deixaria aquilo atrapalhar. Continuou tentando até obter êxito. O treinamento se mostrava demorado e dificultoso, mas Kieran, muito sabia que a recompensa ao final de tudo, seria enorme. Só aquilo lhe dava forças para seguir em frente.

Já de joelhos, passou mais um tempo para se acostumar naquele estado. A cada conquista, sempre parava e trabalhava a mente, de forma que não perdesse a concentração. Quando se sentiu confiante e acima de tudo pronto, tentou conquistar mais uma vitória. Sabendo que os músculos se cansariam rapidamente se mantivesse uma posição fixa e desagradável, optou por colocar uma perna como apoio na frente.

Não foi fácil. Desequilibrou na primeira vez e caiu sobre os calcanhares novamente. Respirou fundo e com jeito, costume e força, ficou novamente sobre os seus joelhos. Na segunda tentativa, quase cai novamente. Para evitar isso. Voltou à posição inicial – De joelhos – novamente. Provavelmente estaria xingando algo em uma hora daquelas, mas sua mente estava limpa. Clara. Límpida.

O suor escorreu por sua testa. Tentaria mais uma vez. Levantou devagar a perna e tentou se equilibrar. O corpo tremeu, mas ele não se deixou vencer. Jogou a força para o abdômen contraindo-o, fortalecendo seu centro de gravidade. Dali em diante, não tinha mais o que errar. Desceu o pé com força sobre o chão e conseguiu o equilíbrio que queria. Se pudesse ver seu mestre naquela hora, contemplaria um sorriso de satisfação.

[Se tiver algum erro, me desculpem. Estou ocupado no momento e digitei com pressa. Espero que o Word não tenha me trollado. ]

Lily olhava para o ciículo, com seus olhos iluminados. Ela encontrava ali algum tipo de beleza que apenas os inocentes conseguem. Suas mãos tocaram o círculo, curiosa. O rapaz, (marionete?) voltou a falar, e a menina olhou para a frente, no momento um pouco menos assustada.....mas só um pouquinho!

Os olhos cinzentos e opacos deixaram a elfa inquieta e desconfortável. Era sempre desagradavel encarar um ser que parecia mais morto do que vivo. Lily era sensível, e absorvia tudo a sua volta. Aos poucos, ela começava a se sentir triste e assustada. Lágrimas quase voltaram a brotar de seus olhos, como se ela estivesse chorando por ele. Mas ela secou o rosto antes que elas começassem a escorrer novamente.

A academia foi se tornando novamente horripilante e assustadora. Tanto era, que agora ela mais se assemelhav a um clássico pesadelo que quase todas as crianças compartilham universalmente. O famoso corredor sem fim.

Lily sentiu uma tontura, e percebeu que estava enfraquecendo. E como se tomasse um choque, suas energias voltaram abruptamente. Seu coração disparou com essa sensação, mas logo ele ia normalizando.

Ouviu a explicação receosa, e olhava ainda mais para o caminho que tinha a seguir. Ela teria que ir sozinha?! e com aquela sensação desconfortável de cansaço? Ela não queria ir....

-...Ok.

.... Mas suas reservas de coragem para desafiar aquele homem estavam vazias. Assim, Lily sópode engolir em seco, e dar os primeiros passos, pequenos e tímidos, a caminho de sua tarefa.

Ela não entendia direito o que tinha que fazer. Algo sugava sua Vita. Algo lhe dava Vita. Porque não sugar o que lhe dava Vita, e deixar sua própria em paz?!?

Enquanto avançava pelo corredor, ela voltava a se sentir fraca. Fechou os punhos e os olhos, caminhando no total escuro (o que já era bem aproximado do que acontecia com os olhos abertos).

Por favor...não...não...

Lily tentava prender a Vita que recebia. Fazia com que ela tentasse serpentear o máximo que pudesse em seu corpo, antes que as forças (Off: elas tem cookies! OK parei XD...) a sugassem tudo.... E assim Lily ia caminhando até o final, se exaustando, e recarregando a períodos frequentes. Ela não entendia o que tinha que fazer.

Mal notou quando chegou até o final, mas suspirou um pouco aliviada. E preocupada..

Tocou a parede do fundo, e deu meia volta, pensando no que fazer. Lily estava se cansando de brigar com o seu redor, de impedir que lhe tirassem sua Vita. Voltava quase correndo, ansiando por voltar ao local mais iluminado de antes. Seu medo infantil do escuro não estava ajudando ela a se concentrar... Estava cansada, e aquela alternancia de energias não ajudava por completo. E também começava a se irritar...

Enquanto voltava, tentou uma outra tática. Em vez de segurar Vita, tentou forçar um maior fluxo da mesma vinda do círculo. Quem sabe, se ela conseguisse fazer ele dar Vita constante, não só naqueles momentos de extremo cansaço... Ela poderia fazer os pilares absorverem essa Vita, e deixar a sua própria, em paz!

[srry, capricho mais no outro \o~. FUI *pega agulhas e vai socorrer um hospital veterinario em crise*]

[Pularei o Kieran. Quando ele postar, darei continuidade na sua parte.]

@ Lily

Insegurança, medo, hesitação. Essas e diversas outras sensações passavam pela mente e corpo da garota que caminha através da escuridão com total incerteza. Suas pernas tremiam e imploravam para fazer o caminho de volta. Na verdade Lily queria ficar quieta e encolhida no seu canto. Fechar os olhos e acordar na real Academia de Magia e fazer de tudo aquilo um mero pesadelo. Mas não era assim que iria ocorrer.

Aos poucos a pequena ia percorrendo grande parte do trajeto que se mostrava bastante largo. A única coisa que ela ouvia era sua respiração ofegante devido a contínua alternância de sua Vita que era levada embora e recomposta segundos depois. Seu corpo ainda não tinha se acostumado com tal carga, muito menos com a velocidade de recuperação de Vita, já que de modo comum, sua recuperação se dava lentamente. Mesmo assim, ele prosseguia.

Então ela chegou, contudo, segundo as ordens do garoto, ela teria de refazer o processo, ou seja, voltar todo o caminho. Deixou os ombros caírem. Só a ida havia lhe deixado exausta. Novamente, não queria voltar, mas infelizmente teria. Respirou fundo e seguiu em frente. Contudo, dessa vez a pequena tinha um ás na manga.

No exato momento que sentia a primeira descarga de Vita ser sugada, forçou uma maior recomposição da sua Vita, colocando o máximo de energia para fora de seu corpo. Uma poderosa aura verde surgiu ao redor de Lily naquele momento. Sentiu-se forte e realmente revigorada naquele momento. E o que sentiu a seguir, foi diferente. Realmente sentiu sua Vita ser sugada, contudo, sua aura permaneceu mesmo em uma fina camada.

Com a nova descoberta, a menina seguiu até o final sem muitos problemas. Já podia até correr, mas então, uma queda brusca de energia e o coração palpitou. Sentiu o corpo gelar, mesmo que por segundos escassos, e caio no chão sem forças. Aos poucos, a energia começou a voltar e ela pôde então se levantar. Seu corpo novamente aqueceu e ela sentiu sua vida voltar para “casa”. Aquilo mostrava que a técnica ainda não estava perfeitamente dominada. Não poderia se descuidar um só momento, senão tal ato poderia custar sua vida.

Aquilo estava sendo um sucesso. O treinamento seguia muito bem e diretamente a sua conclusão, se tudo continuasse assim. Seu pé estava no chão. Com aquilo, se levantar e colocar seu outro pé não seria tão difícil quanto era antes. Era apenas um pequeno movimento de esticar a perna para que seus dois pés estivessem no chão. Se conseguisse isso, estaria um grande passo mais próximo de conseguir o que queria. Mesmo um pequeno movimento não poderia ser subestimado e exigia uma boa concentração. Como fez até agora, realizaria os movimentos lentamente, testando vez ou outra o limite de até onde estava acostumado, para no final realizar tal movimento e tentar ficar de pé.

Caso conseguisse estaria com as pernas uma longe da outra já que a primeira serviu de apoio mais a frente de seu corpo e a de trás foi esticada na direção oposta. Provavelmente estaria parecendo com um cara muito cansado que foi espancado e insistia em ficar de pé...Bom, para continuar teria que juntar suas pernas o máximo possível já que em sua posição atual não podia se dizer que havia completado 100% o objetivo de ficar de pé. Ali seria mais complicado já que qualquer desequilíbrio seria um "começar de novo" total, a não ser que suas reações e sua concentração bastassem para cair de joelhos outra vez. Lentamente, como fez até agora e nem sequer cogitando a possibilidade de fazer diferente, vai arrastando seus pés, recuando o que está mais a frente e avançando o que está mais atrás. Não tinha a intenção de ficar em uma boa postura já de inicio, mas pretendia diminuir a distância de seus pés e facilitar o trabalho mais a frente.

OFF: Finalmente postando |D

[OFF: desculpa desculpa desculpa ><, provas!]

Lily desabou no chão, como um baque, quase no final do trajeto. Ofegava e não conseguiu se mexer por vários segundos. Aos poucos seus membros voltavam a se mexer, mas muito trêmulos. Ela apoiou as mãos no chao e tentou se recompor.

[Huuum.... Não deu certo.....

Ela esperou mais alguns minutos antes de se levantar, meio cambaleante, e voltar até o ponto de partida. Se encostou na parede, e respirou fundo, tentando se acalmar e entender o que acontecia.

Eu consegui bastante energia, mas também perdi muita. A parede absorve o que eu tenho. Pouco ou muito...

E assim Lily foi juntando as peças, tentando entender. Se era proporcional, não fazia sentido ela deixar tanta Vita ser jogada fora. Ela teria que trabalhar com um mínimo, mas em fluxo constante.

Mas o círculo não é assim...

Lily demorou a notar que ainda possuia uma levíssima aura esverdeada a sua volta. Quando reparou, levantou a mão, e ficou a imaginar porque estava assim... O círculo não estava ativado, mas a Vita estava vindo.

... Ela....está vindo... AH...AAH!!!!

E então com um estalo, Lily entendeu. Ela precisava de Vita para se levantar a poucos minutos atrás. Uma necessidade. Um chamado.

Eu....preciso dela.

E assim, ela suspirou e fechou os olhos. Não pensou exatamente na Vita. Mas pensou no trajeto que tinha a fazer. Pensou na distância. Na escuridão, no cansaço, naquelas imensas paredes lhe sugando toda a sua energia.

E deu o primeiro passo. E depois o segundo, e o terceiro, e assim foi indo.

Se concentrou em seu objetivo. Cruzar o corredor. Não, cruzar o corredor e BEM. Sim, este era sua missão ali.

Ficou com este pensamento estampado na mente, enquanto dava suas passadas leves. Abriu os olhos.

Eles estavam opacos, como ficavam quando Lily entrava em transe. Seus pés formigavam, e ela sentia a mesma subindo por seu corpo. Era a Vita.

Mas dessa vez, com sua mente leve, e com seu único objetivo em cruzar o corredor, Lily não se preocupou em exteriorizar a energia. Pelo contrário, ela tentava usar o menos possível. Quanto menos emitesse, menos sugaria.

Se as paredes sugassem demais, Lily não sabia se seu objetivo e necessidade seriam fortes o suficiente para atrais Vita tempo o bastante antes que ela sumisse, como era de sua natureza.

E assim, com o olhar meio opaco, os movimentos lentos e fluídos, Lily apenas percebeu que acabou, quando parou em frente a parede que até uns minutos atrás tinha usado para se apoiar. ELa tinha feito a segunda caminhada.

Pé ante pé o jovem coberto em robes azulados adentrava o salão daquela fortaleza mágica. O cheiro de magia e poder penetravam por entre os vãos de sua máscara e lhe atiçavam os sentidos, seu corpo arrepiava-se e formigava.

Olhava a seu redor e vasculhava todos os cantos, procurando alguma figura de poder elevado para quem pudesse se dirigir - todos os outros seriam perda de tempo. Afinal, onde se encontraria um responsável para ensiná-lo novas magias?

Mal chegara e já fora recepcionado por nada mais nada menos que um lobo. Um lobo. Ficara positivamente surpreso, afinal possuía certa afinidade com as criaturinhas, mesmo que o contato com um seja difícil. Seguia o rastro da criatura até uma sala onde se encontravam dois outros aprendizes, onde fora adequadamente comprimentado.

-Sim, este sou eu - respondeu, empolgado pela capacidade do outro de saber seu nome, mesmo que não o tenha pronunciado - E humilde não seria exatamente minha descrição. Prazer, me chame de Gambantein. Vim para cá perseguindo o rastro cintilante, tortuoso e ilusivo da magia, meu caro. Talvez o senhor pudesse ser o instrutor que me levará a finalmente poder tocá-la?

Enquanto pronunciava seu título, abaixava seu tronco em uma ligeira reverência, puxando levemente as 'abas' de seu robe, sua face inerte e inexpressiva escondida pela máscara que simbolizava seu legado.

Uma neve tranquila cai lentamente sobre Seun que para se proteger do frio se envolveu com suas asas. Parecia estar vestindo um manto de escamas, que brilham na fraca luz solar, somente sua cabeça e seus pés estão sob efeito do tempo. Por isso uma pequena nuvem de fumaça segue Seun a cada respiração e seus pés estão ficando dormentes.

“Nunca gostei realmente de frio!”

Esse pensamento sempre volta em quanto ele caminha, fazendo o frio parecer mais intenso e seu corpo ficar mais cansado. Pouco a pouco sua cabeça pende para baixo e seus olhos ficam observando as imperfeições do caminho, teria sido melhor Seun continuar olhando em frente, pois mais alguns metros já esta visível a Academia de Magia.

Com os olhos fechados o Meio-dragão tenta com todas as forças afastar aquele pensamento irritante, quando então ele não pode mais conter. Abrindo os olhos e as asas, esticando os braços e berrando bem alto “Nunca gostei realmente de frio!”. Nesse momento ele percebe que não sente tanto frio assim e que está bem de frente com uma grande construção. A Academia de Magia.

“Finalmente!” – Pensou Seun gargalhando por dentro e com um leve sorriso por fora.

Andou com calma até a entrada da academia esperando alguém que possa ajudá-lo. Queria começar de imediato a pesquisa de seu passado, talvez na renomada biblioteca a sua frente tenha algo.

Acompanhou o jovem mestre sentando-se também ao chão, com sua postura bem relaxada apesar da aparente formalidade de todo seu discurso. Uma pergunta era lhe lançada, e as infinitas possibilidades de resposta o deixaram confuso por alguns segudos. Logicamente, selecionou a forma mais simples de dizê-la.

-Ora, pode-se dizer que desta dama conheço apenas o nome e a cor dos olhos cintilantes a sempre me provocar. Nasci de uma família bem comum, não possuí boa instrução para o caminho que viria um dia a procurar. - resolvou omitir a história do livro que possuíra, agora destruído mas firmemente preso à sua cintura. Apesar de ter-lhe definido toda a vida e sua empreitada futura, não lhe trouxera muitos benefícios no aprendizado da magia, e nenhuma de suas conquistas com ele não mereciam destaque.

Percebia no rapaz com quem conversava uma possibilidade de recuperar as escritas perdidas, mas estava disposto a testar sua confiabilidade antes de mencionar qualquer coisa.


OFF: Pra compensar o atraso do post, tome este faraó.