Academia de Magia

Knock acabou por não se manifestar. Fosse por medo ou algo semelhante o Golem desistiu de lutar. Cobernick não disse nada em relação a isso e Kieran se via sozinho novamente, como sempre. Realmente, não dava para confiar nas pessoas. Tinha que fazer tudo sozinho. Ergueu-se e rapidamente ficou sobre o gelo. Fora rápido. Exerceu uma pressão básica e uma aura negra surgiu bem tênue ao redor de seus pés. Tinha aprendido bem... Todo o sofrimento não tinha sido para nada. Já firme, encarou Cobernick e pôde ver apenas uma aura. As outras duas não estavam presentes, ou seja, o combate até certo ponto estava sendo justo.

- Perfeito. Vejo que os treinamentos serviram para alguma coisa. Agora, vamos ao que interessa.

Cobernick preparou-se e saiu correndo em direção ao seu pupilo. No rosto do mago um sorriso e em seus olhos, um brilho azulado que emanava energia para fora do corpo. Cobernick não estava brincando e assim como Kieran, pretendia partir pra cima com tudo. Ao redor, Juliet e Sabrina podiam sentir o clima esquentar, literalmente. A sensação ali em cima não era mais gélida, mas um calor sobrenatural começava a fazê-las suar de forma descomunal.

@ Sassa, Juliet e Lily

Incrivelmente, para todos ali, aquele combate terminou de uma forma já esperada. Kieran parecia levar certa desvantagem e isso não se prolongou por muito tempo. O efeito do treino deu certo. Kieran conseguiu se fixar perfeitamente sobre o gelo, todavia, não contava com a participação de uma pequena pessoa em especial: Lily. Em acesso de “fúria” a garota se aproximou e lançou a sua pequena bola de luz entre Kieran e Cobernick. Por princípios óbvios, aquela bola de luz deveria se dissipar, mas não foi isso que aconteceu.

Assim que o pequeno poder de Lily chegou ao centro, Cobernick ergueu o dedo indicador e “prendeu” a bola ali no centro. Para Kieran, a última coisa que lembrava ter visto, era um brilho forte e então um impacto estrondoso. Aquela pequena bola de luz se movimentou e se chocou contra o peito do aprendiz, emitindo o forte brilho. Apesar do ínfimo tamanho, Kieran foi arremessado o suficiente para bater com força na parede do terraço, caindo no chão logo em seguida. Para os que estavam de fora da batalha, era visível uma espécie de queimadura no peito de Kieran, ao menos, cinco vezes maior do que a esfera original.

Lily ficara abismada ao ver seu próprio poder ser usado para outros fins. Isso demonstrava que o poder de seu mestre era algo que ainda não poderia ser medido pelos simples cálculos da pequena. Devido o impacto e a fragilidade corporal de Kieran, o mesmo acabou desmaiando. O mestre então se virou para os outros presentes.

- E então? Juliet, Sabrina e Alice. O que querem de mim? Ah, esperem... Temos uma companhia.

@ Balderk.

O rapaz chegava à localidade já estranhando o ambiente. Em um momento a neve começava a desaparecer e isso era realmente peculiar. O ambiente era um tanto reconfortante, apesar de rígido. Em frente às portas de gelo do castelo, Balderk podia sentir um grande poder mágico emanar ali de dentro. Poder suficiente para distraí-lo por um segundo. Segundo este que rapidamente se transformou em uma pitada de desespero.

De forma súbita, as raízes do chão envolveram Balderk. Começaram pelos seus pés e foram se agarrando ao seu corpo, como tronco e braços. Pareciam que tinham vida própria e mesmo Balderk tentando com todas as suas forças de desvencilhar daquelas raízes, não conseguia. A situação ficou mais crítica ao perceber que a terra começava a lhe engolir. Era como se estivesse em uma arei movediça que ia fazendo-lhe afundar cada vez mais e mais.

Sem conseguir resistir, tomado por desespero e confusão, Balderk afundou. E tudo enegreceu por um curto período de tempo.

E então a luz voltou.

No terraço da academia, do seu chão, propriamente falando, começaram a brotar folhas e raízes. Enrolado entre elas, um novo ser surgia perante os magos aprendizes que ali estavam. Com cuidado, Balderk era deixado ao chão e enchia o pulmão de ar, coisa que lhe faltou de baixo da terra. Os novos rostos, principalmente o de um jovem com roupas exóticas e um estranho chapéu, que não aparentava ter mais de vinte anos de idade, eram ignorados pelo homem que procurava entender o significado de tudo aquilo. Foi então que Cobernick lhe dirigiu a palavra.

- Olá! Chamo-me Cobernick. Bem Vindo a Academia de Magia!