Academia de Magia

O impacto com o gelo mágico fez outra maldição ativar, uma maldição não bem explicada que Shake carrega desde sempre, uma maldição que não permite nenhuma magia se completar ao redor de seu corpo.

O espirito que protegia Cobernick sumirá, logo após o lobisomem levantar-se e começar a corrida em sua direção, o jovem mago que antes batia punhos de gelo um contra o outro, agora se via desprotegido.

Alguma coisa estava seriamente errado, e não era as dores terríveis que eu sentia ou a total perde do meu corpo, sentia que alguma coisa errada estava preste a acontecer, tinha que tentar tomar o controle de alguma maneira.

Correndo de quatro, o lobisomem pretendia chocar-se contra Cobernick o segurando com ambos os braços enquanto ainda corria, lhe dando uma série de mordidas.

Benção/Maldição - Por algum motivo nenhuma magia funciona ao redor de Shake, fogo magico pare de queimar, espiritos desaparecem, barreiras magicas se vão e demais efeitos magicos são anulados. É possível a utilização da magia mas apenas em levels superiores dessa habilidade, tal como Shake pode utilizar magias em lvl superiores ele também sofre efeito delas. Basicamente dominar essa habilidade possibilita a anulação de qualquer magica que Shake não deseje.

LVL 1 - 0% de controle (Nenhuma magia funciona num raio de 2m² em torno de Shake). Custo 60% PM duração 2 turnos.

Obs: Os níveis seguintes deverão ser criados conforme avança seu lvl e o nível de sua habilidade, baseando então nos atributos mudados.

<Hayate, tenho 2 turnos pra almadiçoar seu bonequinho ^^>

Era o que o mago esperava. Havia sentido em Shake uma resistência à magia acima do normal, e agora essa resistência aumentara de forma intensa o suficiente para negativar sua armadura de gelo. Agora estava indefeso, ou ao menos parecia. Aparentemente a habilidade do lobisomem só funcionava num raio de dois metros em torno dele, iria usar isto ao seu favor.

De longe, Cobernick formou uma parede de gelo no ar e esta foi lançada em frente ao lobisomem, cravando-se no chão. Shake chocou-se contra o gelo, mas conseguiu quebrá-lo e atingir Cobernick, que colocou o braço em frente ao rosto para defender-se. Shake desferiu um golpe com as garras, rasgando a pele do braço agora sem defesas do mago. Este formou várias pilastras de gelo, metros no ar, e lançou-as em torno do lobisomem, prendendo-o em uma cela com barras de gelo que cravaram-se no chão.

— Heh, que lobisomem mais problemático... — Cobernick levou a mão à ferida, esta se envolvendo de água, o sangue que escorria voltou para os cortes, que começaram então a cicatrizar. Não sabia por quanto tempo o gelo seguraria Shake, mas seu objetivo era levá-lo à exaustão.

Quanto mais cansado o lobo estivesse, mais facilmente seria possível atingir a consciência de Shake, e com muita sorte conseguiria controlar a transformação.

— Shake, acorde! Ouça minha voz, sei que sua consciência consegue me ouvir, então venha! Se você entregar-se à maldição, morrerá por dentro!

<O gelo não perdia a forma quando próximo a Shake, pois ele apenas fora formado e arremessado por magia, não é mantido por ela. Já a armadura de gelo era criada e mantida magicamente, e por isso desapareceu>

Agora estava preso no gelo, sentindo a mesma necessidade de faze-lô com o lobisomem dentro de mim. O monstro jogava seu corpo contra os pilastres afim de quebra-lôs. Tentava me controlar, lutar contra aquela dor intença, até que ouvir Cobernick disser:

— Shake, acorde! Ouça minha voz, sei que sua consciência consegue me ouvir, então venha! Se você entregar-se à maldição, morrerá por dentro!

Me ergui daquele primeiro soco que levei ao entrar naquela sala, posso assim dizer, pelo menos como me senti, mesmo sem corpo algum. Tomando coragem para finalmente abrir os olhos, a imagem era confusa e agitada, mesmo assim continuei com eles abertos, estava me sentindo mais vivo a cada momento.

O lobisomem sentindo se ameassado lutou contra, uivando e rasgando o peito com as garras, deixando um ferimento sério a ser tratado. Mas não me conteve, aos poucos eu ia o entrangulando por dentro, até que ele desistisse. Dava para ouvir os gunidos do lobisomem, agora ele também sentia dor.


<MP= 40%, habilidade acabou>

O lobisomem rasgava a pele do corpo morto com ferocidade, arrancando pedaços de carne e comendo praticamente sem mastigar, enquanto eu sentia o sangue de Cobernick passar em sua boca, como se fosse o pior dos ácidos. Mas o lobisomem apreciava, e continuava a se alimentar, o que durou alguns minutos, acabando com uma das pernas de Cobernick.

O lobisomem finalmente deu as costas ao grande mago que ali morrerá. Ficando sobre duas pernas e com o corpo o mais alto possível para soltar outro uivo satisfeito.

A culpa de ter matado um humano era imensa, sentia ainda mais porque Cobernick morrerá tentando o ajudar. Não acreditava o que uma mordida podia trazer tanta tristeza.

Não sei quanto tempo passou, mas era como se eu tivesse ficado muito tempo inconciênte, a ância de vômito já passará, e agora estava mais apto a lutar contra o lobisomem, que já tinha se saciado e parecia mais calmo. Lutei com todas minhas forças. Aquele corpo era meu - pensei -, não importava quanta dor sofresse eu não deixaria outras pessoas se ferissem, não carregaria mais esse fardo comigo. Nunca mais deixaria essa maldição voltar a tona - prometi a mim mesmo.

Tenho que matar o garoto Hope - pensava levado pelo meu instindo assasino que precisava saciar-se outra vez. - Está dormindo, não vai ser mais difícil do que matar o mago. - Estava salivando como se saboreasse minha próxima vítima. Me deixando levar pela dor, raiva e tristeza da morte dos meus familiares. Não havia mais o porque eu continuar vivendo, a vida talvez não fizesse mais sentindo. Levado por esses pensamentos eu me esqueci do verdadeiro motivo que me levará até ali, domar a maldição que jazia sobre mim.

Mas uma voz gritou dentro de mim, era o verdadeiro eu, que não queria machucar mais ninguém, que se sentia infimo por matar Cobernick, que sentia nojento, que sentia cançasso, e acima de tudo que sentia culpa. Essa voz gritava para me acalmar, gritava que isso era culpa no lobisomem que me atacará, gritava que a dor só sumiria se eu a descontasse no culpado de tudo aquilo e não em outras pessoas. Não precisava ser assim, talvez juntos fosse mais fácil atingir o objetivo de ambas as partes. - Me deixe voltar, será mais fácil.

— Sente-se melhor?

- Estranhamente, - comecei a responder a Cobernick, pegando a túnica que vinha em minha direção no ar e a vestindo enquanto pensava em tudo aquilo - Estranhamente bem. Você me deu um susto e tanto sabia? Quero dizer, sem mais ilusões, ok? - Estava aliviado em ver Cobernick vivo, dando um longo suspiro, reparando como me sentia nojento por dentro - Tenho que pegar alguma coisa para comer, você sabe algum lugar? - E notando a falta de seu arco disse: - E onde será que está meu arco?

Era incrivél, tinha "domado" a fera dentro de mim, não sabia o que fazer, era simplesmente fantastico, conseguirá, agora estava mais próximo ainda de meus objetivos.

[Shake, parabéns, 400 pontos de EXP]

@Shake

Cobernick sorriu.

— Só fiz o que foi necessário. — Respondeu tranquilo, descruzando os braços. — Quando notei que você não iria parar até ter conseguido o que queria, não tive outra opção senão formar uma ilusão bastante convincente. Me desculpe por isso, mas foi preciso.

A arraia fez um som característico, como se risse.

— Assim como Altaïr é meu espírito elemental do gelo, e possui a habilidade de se fundir comigo, a minha amiga Karien pode criar ilusões facilmente. Não só isso, ela praticamente cria o que você quer ver e sentir, e dependendo do caso até distorce o espaço à sua volta. — Ele se aproximou de Shake. — Quando você avançou para o último ataque, troquei de lugar com ela segundos antes. Foi imperceptível. E tenha calma, tudo ao seu momento.

Acabou respondendo as perguntas de Shake de uma vez, e de uma forma não tão satisfatória. O mago indicou as escadas com um meneio d acabeça. Sem muita escolha, Shake seguiu o mago um lance de escadas abaixo. Então adentraram em um salão com uma comprida mesa em seu centro. Não parecia ter nada de especial, mas um cheiro agradável de comida preenchia o ar, curiosamente acertando o paladar de Shake.

— Sente-se, deve querer matar sua fome. — Cobernick ofereceu para que o rapaz ocupasse qualquer cadeira, e o próprio mago escolheu uma qualquer. Os espíritos elementais haviam desaparecido. — Pode pedir o que quiser, nossos chefs são os melhoes de toda ilha. — riu.

Haviam pratos, talheres e taças vazios em frente a todas as cadeiras. O mago, para demonstrar o que tinha dito, pediu suas carnes assadas prediletas, e após alguns segundos, o prato estava cheio delas. Bastou ele falar o que queria, e a comida surgiu. Logo pediu vinho, e sua taça encheu-se da mesma forma.


@Hope

O urso pareceu surpreso. Certamente não esperava uma reação tão rápida por parte de Hope, e de fato parecia sentir que a aceitação era verdadeira. O animal bufou, contrariado. Parecia querer judiar mais de Hope.

Certo. trato é trato. O urso ficou menor, até chegar ao tamanho de um urso comum, mas ainda com seu corpo feito de madeira. Estendeu a mão a Hope, apertando a do rapaz. Este sentiu como se tivesse levado um choque, e acordou.

Não parecia ter se passado muito tempo desde que se deitara, mas estava descansado. De certa forma, ficava feliz com isso.

<Hope, caso tente andar pela academia, será atraído pelo cheiro de comida que vinha do terceiro andar. Encontraria Cobernick e Shake ao entrar na sala, este último vestindo apenas uma túnica>

Sentei me em uma cadeira próximo à Cobernick, meio confuso, pois não havia ninguém para nos servir ou algum lugar para cozinhar. Até que Cobernick pediu seu prato. Até que percebi, era magia, o que regia isso e o resto daquele local todo. Entusiasmado propûs um desafio.

- Podem ser os melhores da ilha mas dúvido que conheçam isso. Flaming Zombie. - disse, e uma bebida exótica em fogo dentro de um pequeno copo apareceu. - Uau, vocês realmente sabem como passar bem. - disse, depois de beber a bebida em chamas de uma só vez, tinha um gosto maravilhoso de Gold Rum, suco de manga e limão, e muitas outras coisas não indentificaveis.

Foi quando Hope chegou ao aposento, talvez atraido pelo barulho ou pelo cheiro da comida, não sabia. Comprimentei-o com a cabeça assim que esse chegou mais perto.

- O que aconteceu em quanto eu estava dormindo?

- Estavamos treinando. - disse, tentando omitir o máximo que podia do que havia acontecido lá em cima. Sem disser mais nada, pedindo quantos coquiteis fossem necessários para não responder o que acontecerá.

- Obrigado, então acho que vou me retirar. - disse, me levantando e colocando minha cadeira no seu devido local. Me dirigo então até o andar em que se situavam os dormitórios, entro aletoriamente em um deles. Salto sobre a cama e fechei os olhos, estava exausto.

Eu não tinha respostas, não podia falar que aquilo tudo era desumano, que nada daquilo fazia sentido, pois agora eu não sentia a dor que minha forma lupina sentia, agora nada daquilo fazia sentido. Mas na pele dele fazia sentido, Cobernick ou até mesmo Hope eram apenas mais um que eu mataria para me anestesiar. Eu não podia responder a aquela pergunta de uma maneira simples.

- Não sei. - disse sinceramente muito envergonhado. - Entendo sua dor, mas essas pessoas não merecem morrer! Não me perdoaria se matasse qualquer uma que fosse. - Então esperei o ataque.

- Não me entende porque você não é igual a mim. - disse, aliviado por não sofrer o ataque, e ao mesmo tempo sentir que podia lutar contra aquilo dentro de mim, pela primeira vez, a fera mostrará algum sinal de fraqueza - Você não é igual a mim, você é minha parte amaldiçoada, minha parte perdida. Me custa disser que já me deixei ser controlado por você. Depois da morte deles - me referia aos meus familiares, que não eram necessarios serem citados, - a única familia que eu tenho está aqui nessa torre, uma familia que me aceitou e me ajudou, por isso não posso deixa-los morrer.