Estrada

Poucos segundos foram o suficiente para que eu percebesse um vulto correndo na nossa direção. Foi então que dei conta do perigo que sofria já que estávamos prestes a ter uma luta, coisa que eu esperava a muito tempo. Olhei para Gina que agora estava ciente do que estava acontecendo e voltei meu olhar para onde estava o vulto, quando tive uma surpresa a criatura não estava mais lá. Procurei - a e não a encontrei, porem ela estava ali em algum lugar eu ainda escutava seus pensamentos confusos que diziam muitas coisas e no entanto não diziam nada, pois eram somente frases deslocadas que não faziam o menor sentido para mim. Olhei para Gina e então revelei algo que escondia a algum tempo em meus pertence, meus companheiros e uma lamina azul - safira que ao ser tocada pela luz do sol emitia um leve brilho em forma de chamas.

O perigo havia acabado, por hora e os cavalos queriam descansar devido ao que acabaram de passar. Foi então que chegamos a um riacho e paramos para descansar e comermos algo. Eu rapidamente saltei de cima da carroça e novamente guardei minha espada no mesmo lugar, peguei meus amigos e coloquei - os dentro de um saco de couro e os guardei novamente e me pus ao lado de uma arvore que ali tinha.

Ficamos ali alguns minutos, o suficiente para descansarmos e voltamos para a estrada.

Eu continuara intrigado com o fato do ataque mas procurei não dizer nada sobre o acontecido já que desconhecia tal criatura e não podia explicar o motivo do ataque. Minha mente fervilhava de pensamentos e ainda assim não obtinha nenhuma resposta concreta somente suposições que não ajudavam em nada só me deixavam mais confuso e menos concentrado no trajeto. Por fim fiquei mais intragado ainda e resolvi esquecer aquele assunto por enquanto.

Era irônico sair de Takaras e ir para uma terra inimiga, Hylidrus. Tinha recebido ordens diretamente do general do exército de Takaras, que se não fosse a pessoa mais influente de toda Takaras, fazia parte desse restrito grupo. Suas ordens eram: ir até Hylidrus e resgatar o maior número de informações possíveis, por isso carregava além de seus trages uma pequena bolsa de couro, que continha folhas, um tinteiro, diversas penas e um esqueiro, que usaria para queimar seu trabalho caso fosse pega.

Mas a vontade do general não era o que fizerá ir nessa viagem, era por seu amigo Krior. Talvez sem ele o general nem fosse nota-lá mas Krior o convenceu de que era importante recolher mais informações e que eu era apta para isso, mas Krior também tinha suas intenções, me pedindo que achasse seu amigo Dio, e que juntos trouxessem para Takaras uma chave inigmatica.

Agora andava sozinha, ainda usando minhas vestes negras mas com meu cabelo cor sangue a vista, mesmo parecendo uma figura assustadora para se encontrar numa estrada, não seria confundida com um anjo da morte.

A viagem fora longa, porém já enchergava Hilydrus sem ter tido problemas na viagem. Observei que o ar era mais pesado, e não havia aquele cheiro de podridão no ar, era tediante.

Precisaria parecer o mais comum possível, parei um pouco antes de chegar a cidade, agarrei um galho e prendi meu cabelo como uma mulher comum. Tirei a poeira de minha roupa, fazendo alguns ajustes para que minha capa parecesse um vestido, claro sem rasga-lá apenas dobrando-a. Estava pronta para entrar em Hylidrus.

Próximo post Taberna do Macaco Caolho

Depois de uma viajem rápida porem cansativa finalmente estávamos saindo da estrada e entrando em Takaras. Por algum motivo aquele lugar me parecia interessante, mas o motivo de pensar isso eu não sabia.

Poucos minutos se passaram até que alcancei o portão de saida de Takaras e emergi novamente na estrada que levava a Hirt.

O cavalo de Kite ia a todo galope, levantando poeira da estrada quando seus fortes cascos batiam ao chão. A situação de Kite não era crítica, mas preocupante. Tinha certa dificuldade de respirar, fraquejava, e por pouco não caía do cavalo. Precisava manter-se firme até chegar ao castelo, e assim o faria. Em poucas horas chegou em Hilydrus.

Teria de aceitar o presente enfim, mesmo desgostosa. Isso tem uma boa explicação, afinal, Shaorin nunca tinha ganhado nada de ninguém, nunca soube o que era ganhar um presente, era ela que sempre presenteava as pessoas e agora, do nada, surge uma que lhe presenteia com um cavalo. Sendo assim, aceitou, e ficou aliviada por não tê-la escutado.

Na estrada tudo estava silencioso e tranquilo, Shaorin conseguia sentir o vento suave roçar sua pele e esvoaçar pouco seus cabelos. Seu cavalo andava devagar, e Kite, logo ao lado, andava no mesmo compasso. Ele estava calado e sério, como tinha visto da primeira vez, então resolveu fazer uma brincadeirinha para animá-lo.

— Hm, então quer dizer que tens um cavalo maravilhoso como este e, ainda assim, anda tão devagar? — Provocou-o, olhando-o de soslaio. — Aposto que não corre mais que o meu. — Atiçou-o, olhando-o e dando um sorriso de canto e uma piscadela. — Vamos fazer uma aposta:Quem chegar primeiro paga uma bebida para o outro. Que tal, Alteza...? Heh...

Não esperou uma resposta. Atiçou o cavalo com as rédeas e deu uma leve batida em sua barriga; o cavalo não precisou de mais nada para entender na hora o que pretendia, e sem esperar, relinchou e empinou brevemente, cavalgando rápido, passando a frente de Kite em dois tempos.

Estava quieto por não saber, simplesmente, algo decente para dizer. Com quantas garotas havia conversado de forma tão íntima? Apenas uma talvez. Queria não lembrar-se disso, então concentrando-se num assunto que fosse interessante. Pensou em conversar sobre livros mas lembrou-se da briga que tiveram na biblioteca, nada agradável. Também não parecia muito interessante conversar sobre quanto tempo iriam levar pra chegar em Ruff.

Voltou à realidade no instante que Shaorin começou a falar, e Kite a fitou enquanto ela falava daquela forma... provocante? Quando se deu por si ela havia atiçado seu cavalo branco a correr!

— Ôo! — O corcel de Kite bufou e ameaçou empinar quando Shaorin disparou no outro cavalo, mas bateu as patas no chão nervosamente. O príncipe levou um tempo para entender que havia sido desafiado, no que estava pensando mesmo? Aliás, qual a última vez em que havia apostado uma corrida? Só se lembrava que era a melhor coisa que sabia fazer.

Atiçou seu corcel, batendo os calcanhares na barriga do animal que já bufava ansioso pelo duelo. O galope mais que veloz havia se iniciado. Kite inclinava-se sobre o pescoço do corcel, evitando ao máximo que o vento encontrasse resistência. Levou as mãos à frente, deixando as rédeas frouxas para que o animal soubesse que deveria correr o seu máximo. Não demorou muito para, neste ritmo, o corcel de sangue puro ultrapassar o cavalo de Shaorin, deixando uma nuvem de poeira para trás. Decididamente não sabia ser cavalheiro, mas também não sabia perder.

Enfim conseguira animar Kite e seu cavalo, isso era bom, pois sabia que a aposta era perda de tempo, mas sim o que teria a partir dela. Seu cavalo não era feito para corridas como o de Kite, assim, logo fê-lo trotar e deixar que o garoto fosse à frente como quisesse, assim pensaria que ganhara alguma coisa. Shaorin não ligava para apostas.

— Ora mas chega Kite! — Gritou, dando risada por sua força de vontade excessiva. Assim que diminuiu a velocidade do cavalo, andou novamente ao seu lado — Ok ok, perdi. Pago a bebida. — anunciou olhando-o de canto, prendendo o riso.

Havia a ultrapassado sem dificuldades, mas... pra quê havia feito isso? Quando notou a garota bastante atrás e diminuindo a velocidade, a imitou. Não entendeu bem, ela o provocou e logo pareceu ter desistido. Bom, não havia como copetir com um corcel de sangue puro real.

— Ham. — Não soube bem o que dizer quando ficaram novamente lado a lado. — Você não precisa pagar a bebida... Eu nunca preciso pagar nada por onde vou na ilha, muito menos você.

De fato, não era necessário. Afinal era o príncipe, trabalhava pelo reino, e o mínimo que podiam fazer é servi-lo gratuitamente. E, claro, muitos ainda temiam seu gênio. O rapaz tentava mudar, mas não era simples. Nem ao menos sabia puxar assunto com Shaorin. A boa notícia era que estavam chegando à estalagem... Convidara a garota para jantar, mas o que diria? Sua experiência em relacionamento com as pessoas era de fazer inveja.

Estava olhando-o de canto enquanto falava, mas durante sua frase, baixou o olhar e suspirou. Até aquele momento tinha se esquecido de quem ele era, era seu real motivo por causar tudo aquilo, mas de fato não conseguiu esquecer por muito tempo, e calou-se novamente.

Deu apenas um sorriso de canto, sem mais olhá-lo, e observou a estalagem surgindo aos poucos e olhou para o mar; Seria difícil falar alguma coisa com Kite, trocar experiências, afinal, é como diz a todo tempo a si mesma: mundos diferentes, amizade apenas.

Ótimo, havia falado alguma besteira que deixara Shaorin chateada. Seu talento para lidar com as pessoas atacava novamente.

Parou o cavalo quando avistou a estalagem. Ainda estavam longe, mas podia notar-se o estrago. Praticamente toda a frente da construção havia sido destruída, e levaria um bom tempo para que arrumassem o estrago. Kite suspirou. Não havia sido informado sobre algo assim acontecendo em Ruff, mas também lembrou-se de não ler qualquer relatório desde que havia voltado de Takaras. Malditos sejam os papéis reais.

— Bom, acho que não vamos jantar hoje, a não ser que queira fazer isso no castelo. — Era fácil notar, pelo tom de sua voz, que preferia ser devorado por grifos do que acatar a esta opção. — Tem algum lugar... que gostaria de visitar?

Aquilo pegou Shaorin de surpresa. Era verdade o que Kite dizia, ao olhar mais de perto notou que a estalagem estava toda destruída e olhou-o de canto, pensando no motivo por ele não ter sabido disso mas ignorou ao ouvir a pergunta.

— Não conheço Lodoss, logo não tem nenhum lugar onde eu queira conhecer, se não sei o que tem por aqui. Só conheço Calm e a praia. — De fato Shaorin desconhecia praticamente toda Lodoss. Sabia que tinha sua parte boa e ruim, mas não se tinha alguma floresta, lago, ou cerrado que poderia conhecer. Além do mais, estava com a pessoa que mais conhecia tudo por ali, esperava que soubesse um lugar ótimo para se conhecer, e, neste caso, não deixaria de aproveitar.

— E também, quem me convidou para um passeio foi você. Então desafio-te, Kite: Mostre-me o lugar mais bonito de Lodoss. — E sorriu triunfante, parando o cavalo totalmente e virando para encará-lo, seus olhos brilhando.

Bom, a garota tinha razão, acabara de chegar na ilha e não conhecia tudo por ali. Seria estranho se o fizesse. No entanto ela havia percebido o modo exato de Kite fazer exatamente o que ela queria. Não era bem o fato de estar sendo desafiado, algo mais, mas de qualquer forma havia ficado irritado por querer acatar ao que a garota queria. De fato conhecia toda Lodoss, mas considerar um lugar o mais bonito varia muito de pessoa para pessoa. Bom, no momento só queria algo em especial.

— Você venceu. Só não garanto que vá gostar do lugar. — Assim que falou puxou as rédeas para seu cavalo dirigir-se por uma trilha próxima, esperando Shaorin o seguir. Seguia direto para a floresta Allgreen.

Talvez tenha feito ou não uma boa escolha. Bem, o olhar que Kite lhe lançou não foi muito amistoso, talvez ele não tenha tido vontade de pensar num bom lugar ou estava achando tudo aquilo uma brincadeira de mal gosto. Mas era completamente o contrário, queria testar o bom gosto de Kite, queria saber, ao menos sem ele contar, alguma coisa sobre si mesmo que ele não soubesse explicar com palavras.

Assim, bateu os pés na lateral do cavalo e o fez seguir o de Kite até o lugar onde ele a levaria, estava ansiosa e esperava tudo de Kite; Dando uma olhada rápida envolta, achou por um momento que o lugar seria mais bonito do que imaginava ou teria pedido.

Após algumas horas de viajem Cloud chega as estradas de Hirt,
andando calmamente com seus braços cruzados e a cabaça nas costas.
Olhando atentamente a todas as árvores, Cloud vai seguindo em direção a Calm

Após sair da estalagem da península de Ruff ,naquela manhã ensolarada Niimai caminhava em uma estrada de chão à caminho da catedral da cidade de Hilydrus.

<off próximo post em Hilydrus ,praça central fui>

Thiago prosseguia em sua caminhada, rumo a península de Ruff, tinha um estranho desejo de arrancar a cabeça do sujeito de Ruff, caso ousa-se perguntar para ele se havia sido uma longa viagem. Havia descansado um pouco enquanto viajava, mas mesmo assim sentia alguma dor nas pernas pela longa caminhada, e parava um pouco, para descansar e falar consigo mesmo.

- Cara... preciso arranjar um dragão... ou um grifo, até mesmo um cavalo! Seria mais fácil se eles não saissem pulando feito loucos quanto tento montar... bem, vamos voltar a andar!

E saía a andar, ainda reclamando de não terem colocado as cidades mais próximas umas das outras, ou terem criado um meio de transporte barato e mais pacífico que os disponíveis.