Academia de Magia

No momento que entrou abrindo suas assas, que deixaram um pouco de neve cair, e começou a balançá-las. Seun Levanta alguns centímetros do chão e afasta a leve dormência que sentia na sua parte alada e após o leve aquecimento esticou os seus membros, que por estarem rígidos estalaram. Olhou ao redor, com calma a procura de alguém para ajudá-lo.

Caminhou alguns passos em direção ao centro do salão, o silêncio era tanto que além das passadas ecoarem nas paredes do recinto, Seun podia claramente ouvir seu próprio coração batendo acelerado. Entendeu que estava nervoso e procurou se acalmar, "nada vem do nervosismo" como diria seu pai. Pouco a pouco conseguiu parar de escutar seu órgão pulsando em seu peito e percebeu vozes.

Vinham da grande escadas a sua frente, "Provavelmente um garoto" pensou dando mais um passo em direção dela e continuou "Não vou conseguir nada ficando parado aqui... " Com isso saltou em direção da escada, percorrendo a distancia que faltava voando. Chegando no primeiro degrau percebeu que era dali que realmente vinha a voz. Não pensou duas vezes, segurando na mão o cordão de sua mãe subiu com calma em direção de seu destino.

Lily ficou encarando a criatura com a face perdida. A menina não entendeu exatamente o que lhe era dito.

Ela era Lily, e não era? Coçou a cabeça, tentando entender. Mas sorriu quando a massa comentou sobre ir visitá-la, acenando com a cabeça e se levantando.

- Jura?!?

E então se empenhou em tentar descobrir o nome. No começo, foi puro achismo, listando todos os nomes que conhecia. Mas então, aos poucos, foi se acalmando novamente, e sentou-se. Começava a demorar mais para pensar em um nome, e na sua cabeça, o que lhe vinha era um nome feminino.

E no fundo da sua mente, algo susurrou bem baixo. Fechou os olhos por alguns instantes, e ouviu novamente o susurro. Era muito baixo, muito longe, e estranhamente, ela sentia que fora a muito tempo. Também ouviu o seu nome, susurrado por uma voz bem doce, e que fez a menina sorrir. E novamente o susurro com aquele nome, e então tudo ficou silencioso novamente.

Abriu os olhos, e encarou a massa, olhando de modo questionador.

- Agatha...?


Lily não sabia, mas era o nome de sua falecida mãe. Seu avô jamais chegou a mencionar os nomes de seus pais, ou muitas coisas destes. Lily desde cedo aprendera que família era seu avô, e ele apenas, e ainda não atingira a idade para se confrontar com o mundo a sua volta.

[ *_____* ]

A cada degrau seu coração bate mais acelerado e Seun percebe que está apertando o amuleto de sua mãe, então decide amarrá-lo em seu pulso direito e continuar a viajem. Em sua mente parecia uma longa subida, porém na realidade não se passaram cinco minutos e já estava no terraço da academia, aparentemente é donde vinha as vozes.

A luz do sol fustigou sua visão por um momento e colocando a mão sobre os olhos conseguiu olhar ao redor com calma. Espalhado pelo terraço há quatro pessoas, três homens e uma moça, estavam todos sentados e Seun ficou se perguntando quem dali seria o responsável pela academia.

Em suas mentes as palavras eram ditas, "Quem é o mestre aqui?", nesse momento um rapaz, que na concepção de Seun é provavelmente o menos provável a ser o mestre dali, levantou-se e veio em sua direção. Assim que ele chegou próximo falou:

- Olá Seun, meu nome é Cobernick. Como vai? Espero que bem, vejo que terei alguns problemas com você por aqui.

Seus olhos iam do chapéu estranho que Cobernick usava, para seus olhos em seguida para sua mão, agia assim pois sua mente ainda estava processando, "Eu sou um problema ?", Então depois de cinco segundos ergueu a mão e começou a falar:

-Eu estou bem, meu corpo é forte e o frio foi suportável, fiz a maior parte da viajem voando e não tive grandes problemas. Vim aqui com o propósito de achar respostas do meu passado... - A voz de Seun é firme e não se assuta ouvir que Cobernick sabe seu nome, mas no final para de falar, pois percebeu a presença de uma garotinha na sombra dele

-Olá !? - Falou Seun meio incerto para a garota.

'Como ele sabe?' de fato esta dúvida ressoou incessantemente na mente do jovem aprendiz que, tentava manter a compostura mesmo tendo sua origem tão impiedosamente desvendada. A excitação se misturava com uma pitada de medo e receio, estes últimos sendo escondidos a sangue frio o máximo que sua natureza humana permitia. Mas talvez fosse inútil, talvez até isto ele pudesse ver. Sua mente embananava-se com essa preocupação em avalanche, por mais que tentava se conter. 'Pense em nada', cogitou, 'pense em nada e nada haverá para ser lido'.

Por mais que se sentisse desconfortável, conforme Cobernick falava-lhe sobre a magia que poderia ensinar, mesmo que não fosse a perdida que buscava, sentia-se cada vez mais inspirado. Se tiver que oferecer seu coração a um estranho para aprender mais, era um preço até justo. Uma ótima barganha na verdade.

Um largo sorriso se formou abaixo da máscara sombreada pelo chapéu pontudo e de abas longas, conforme uma longa lufada de ar lhe abandonava os pulmões com calor e satisfação.

-Sempre pronto, senhor. Pronto e apto para assumir os riscos do meu treinamento.

@ Lily

A descoberta de Lily fora mágica, mesmo ela não se dando tanta conta de que aquilo fora um avanço e tanto para seu treinamento. Rapidamente chamou a atenção do padrinho para si e o mesmo o recebeu com um largo sorriso. Agachou perto da pequena ouviu cada coisa que ela dizia com atenção, deixando escapar uma gargalhada.

- Que bom, percebi como ela era grande! Fico feliz que tenha conseguido minha pequena, mas acho que por ho-

Não terminou a frase por que Lily se escondeu atrás de Cobernick com vergonha das pessoas que estavam no terraço. Ah, era verdade, ela tinha passado muito tempo em um “outro mundo” em nem se deu conta de que os dois rapazes haviam chego. Com calma o mago pegou a pequena no colo e disse, continuando.

- Como eu dizia, acho que por hoje é só, você deve estar cansada. Terá de dormir e repor as energias, quando estiver pronta, terá mais dever de casa. Se quiser comer algo, também pode passar no Salão de Jantar, já sabe como funciona.

Em seguida largou a garota, e acenando, deixou que descobrisse por si só, a enorme a Academia.

@ Gambatein e Seun

Logo após a partida de Lily, Cobernick virou e encarou os dois rapazes. Olhou os dois por um tempo e logo começou.

- Bem, vejo que vocês terão de aprender do zero... Principalmente você Seun. Gambatein meu jovem, creio que Ezio cuidará bem de você.

No instante que disse isso, para Gambatein, tudo ficou negro. Não exista fim, nem começo, apenas uma imensidão negra, e na sua frente, um vulto. Na verdade não era um vulto e sim uma pessoa, que por sinal parecia muito com Cobernick. A diferença estava em sua vestimenta e algumas partes do corpo, como seu cabelo e olhos, que eram muito mais escuros.

- Ótimo, vejo que ele não perde tempo. Rapaz, você alguma vez já sentiu REALMENTE seu coração bater? Sente o sangue correr pelo corpo? Sente sua veia salta, indicando pulsação? Se não, você não passa de um mero mago de quinta categoria. Para começar, terá de adquirir essa concentração suprema.

A voz do garoto era pesada e chegava até a ferir o orgulho de Gambatein com certas palavras.

- Sente-se, feche os olhos e sinta a essência mágica correr em seu corpo.

< Gambatein, quando você fecha os olhos e começar a se concentrar, realmente, irá perceber aos poucos que você parece estar dentro de seu próprio corpo. Seus olhos poderão ver em flash, seus músculos, veias, ossos, etc. Mas isso não será fácil manter, além de muito cansativo. Quanto melhor interpretar, mais chances de exp elevada>

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Em questão de minutos, Gambatein sentou-se involuntariamente de olhos fechados. Cobernick apenas o observou e sorriu. Em seguida, o céu que iluminava a Academia escureceu e grossos pingos de chuva começaram a cair em todos os que estavam no terraço. O mago era realmente impressionante.

- Se bem sei, veio aqui, pois deseja aprender magia não é verdade? Contudo, o que você não sabe, é que você tem certo dom para magia e uma afinidade especial. Para isso, precisamos descobrir para qual elemento você possui afinidade.

Cobernick então levou as mãos próximas à boca e assoprou. Rapidamente, a mesma recebeu uma lufada de ar cristalizado, que envolveu sua mão: Era gelo. Com um movimento horizontal, feito com as mãos em pleno ar, uma bancada toda feita de gelo surgia e nela, alguns pequenos globos mágicos, onde dentro se encontravam os diversos tipos de elementos.

O mago o olhou, sorriu e pequeno o primeiro globo, o globo elementar do fogo. Quando prestou mais atenção, Seun pôde perceber que não se tratava de um globo propriamente dito, mais de uma “força” transparente, que mantinha o fogo naquele formato.

- Corre... Acertar você parado não tem graça. – Disse jogando o pequeno globo de fogo para cima, deixando-o cair em sua mão para repetir ação.

Franziu o cenho por detrás da máscara que protegia sua enobrecida face, oriunda de algo além de simples genética já que não tinha sangue real ou nobre de nenhuma espécie. Mesmo assim, nunca era prazeroso ser chamado de 'mago de quinta categoria'. Claro, era praticamente incapaz de executar magias e disso tinha plena ciência; afinal, buscara aquela academia para saciar sua sede, apascentar seu espírito.

Não deteu-se em muito neste pensamento porém, não era daqueles de remoer quaisquer comentários lhe dirigidos. Não senhor, meros comentários ou desgostos não seriam capazes de detê-lo em sua busca. Estranhava, contudo, as instruções de tentar perceber e sentir a existência de seu corpo. Julgara por toda sua vida que magia era algo que transcendia o domínio material e mortal e que para obter seu favorecimento teria de elevar seu espírito além da medida humana. Quanto ao corpo, nunca dera segundas considerações, já que este não era seu forte, e tentava evitá-las.

'Para que perder seu tempo em divagações inúteis quando sua tarefa é nada além de se concentrar?', indagou-se em silêncio o jovem. Já estava falhando em sua primeira lição como aprendiz daquela instituição, e não toleraria a falha ou a vergonha vinda desta a enrubescer-lhe a face e entorpecer-lhe os sentidos.

Tentou à priori esvaziar sua mente dos pensamentos mundanos que a atormentavam e, para facilitar sua concentração, focou-se na parte mais viva de todo seu ser, seu farol de anima que inundava suas veias com o calor de existir, seu pulsante coração.

Por muitos segundos, minutos até, sua mente permanecia perturbada pela estranheza de seu ato, ou melhor, não-ato, e o jovem era incapaz de perceber nada além das batidas suaves de seu peito a estender-se até os braços repousados em seu colo, vez ou outra latejando em sua orelha e têmporas. Imaginava-se se era isto que o Dark Cobernick queria lhe dizer com sentir realmente seu corpo e se esta não era uma atividade trivial que pessoas comuns apenas eram ignorantes em demasia para ousar tentar.

Estava ciente porém que essa espécie de pensamento impuro atrapalhava a limpidez de sua percepção e tentava com veemência removê-las de seu cérebro como uma vaca espanta mosquitos parasitas, e agora sua percepção focava-se em seus dutos nasais.

Ar fluindo adentro, ar fluindo afora. Após ter que novamente repelir um ou outro pensamento que lhe surgia, fora capaz de manter-se alguns segundos de pura concentração. Notava o caminho que o ar percorria em seu interior, como expandia sua caixa toráxica e contraía seu abdome, quando novamente caiu em tentação feita por si mesmo em pensar 'Como nosso veículo carnal funciona com precisão!'.

Lamentou-se novamente por sua incapacidade. Levaria sua mão ao maior pedaço de pele exposta em seu próprio corpo que pudesse encontrar se simplesmente não se sentisse natural na posição em que se encontrava. Mal percebera quanto tempo ficara daquele jeito, e pelo pouco que ousava duvidar deste mundo insano poderiam ser de segundos até dias. Seu corpo parecia ter acomodado-se à imobilidade do momento e parecia recusar largar aquela posição. Em outras circunstâncias, teria ido contra a vontade deste e levantado-se sem sinal de dúvida.

Contudo, naquele momento especial, decidira ouví-lo. Respeitar suas vontades. E assim manteve-se fisicamente imóvel como já estava e retornara a notar a passagem do ar por seu peito. Desta vez tudo soava-lhe mais natural e fluido, não sentia a necessidade de tentar concentrar-se, apenas o fazia. Cada tragada de ar lhe era como um novo sopro de vida, arrepiando-lhe da tez à espinha, enraizando-se em sua carne como se lhe desse pequenos choques, sinais de que era algo vivente, pulsante, animado.

E então com uma súbita inalada, sentia que toda sua forma consciente era sugada por suas narinas, percorrendo imaterialmente o caminho do esôfago e instalando-se em seu peito. Daquele momento, toda sua capacidade de percepção parecia surgir de seu plexo solar, e que todo seu ser, sua racionalidade, habitavam agora aquela casa. Sentiu um certo medo do que ocorreria a partir deste ponto, mas o pulsar em suas veias não lhe permitiu retroceder.

Antes que pudesse notar, ouvia nitidamente as batidas de seu coração, como se pusesse suas orelhas coladas em seu próprio peito. Lentamente, com pequenos e súbitos flash de sensações via sua existência limitando-se a sua pele, seu meio de contato com o exterior. Sentia-se sujo, impuro, maculado pelas camadas de poeira que impediam-no de sentir o dançante Zéfiro em sua extensão. Uma vontade irracional berrava-lhe que precisava de um banho conforme sua proteção externa começava a coçar.

E então, sem menor aviso, o aprendiz de Gambantein era nada além da carne de seu corpo que, apesar de enfraquecida pelo desuso, apresentava fibrosa e irredutível, estriada e pulsante, vermelha como a paixão que brilha nos olhos dos infantes, o desejo de viver. Naquele instante tudo o que queria era correr, sentir o vento castigando-lhe o peito, oferecendo sua resistência conforme suas pernas queimavam deliciosamente do esforço incondicional. Queria sentir-se bem, fazer amigos, beber um pouco e talvez até demais. Um pequeno desespero formava-se e ia se aprofundando com os segundos, ou as frações deste, pois tinha em sua vida perdido mais tempo do que poderia se dar ao luxo de perder.

E então, não mais que de repente, tudo era branco e rígido como seus ossos, e a sensação lhe era a menor proveitosa possível. Sentia-se duro, imóvel, incapaz. Sujeito apenas à passagem irrefreável do tempo. Mas assim como sentia-se morto, sentia em algum lugar lá no fundo um infinito potencial para a vida, que brota mesmo da pedra calcária que este agora parecia ser, fluindo-se em rios intermináveis que o levavam para a lendária morada da alma.

Naquele momento, Caliari era seu coração. Pulsante, imútavel, onipotente, eternamente em movimento. Cada batida era uma explosão violenta dos mais variados sentimentos e se alguém visse o corpo do jovem naquele momento, puro e sem seus adornos, veria um rapaz ao mesmo tempo ridente e choroso, abrindo o sorriso compulsivo de uma criança e adornando-o com as cascatas de seus olhos como um velho arrependido. Cada único pulsar tingia mais e mais sua alma de vermelho e o rapaz nada era além de suas emoções e instintos primais, o animal em sua selva.

Mas subitamente, tudo era a paz. Seu corpo, após força-lo a expulsar tudo aquilo que por vários anos mantivera-se contido, parecia agora trabalhar em conjunto, acalmando a agora perturbada consciência do jovem que, logo após algumas das iniciais tragadas de ar perdera totalmente o controle de quem era e para onde iria, deixando-se apenas ser levado pelos acontecimentos, liberando a pressão.

Sentia - não, sabia que algo dentro de si havia encontrado conciliação, tinha afinal trabalhado um pouco do que seu corpo guardara convulsivamente lhe revelara. Agora calmo, seria capaz de notar sua estrutura física até mesmo em detalhes, ao menos se não estivesse exausto demais para tentá-lo. Não, não se atreveria a ir mais longe por enquanto, apenas manteria-se naquele estado de pura paz e descanso, como uma criança sendo balançada em seu berço.

Eis então que via-se novamente na 'dimensão' enegrecida que Cobernick lhe enviara, e pouco tivera para pensar quando isto ocorreu, pois seu físico apresentava desgaste tremendo. Seus braços e pernas tremiam como se tivesse passado uma semana em um campo militar treinando sem descanso. Abriu a boca para tentar pronunciar algo, mas a voz saia fina, trêmula e inconstante, fraca como o diafragma que tentava expulsá-la. Seu colo estava encharcado assim como o interior e exterior de sua máscara, e suas bochechas doíam como se estivesse a rir por 13 horas ininterruptas.

Sem ter a mínima idéia do que fazer, e sem a vontade para de fato fazer qualquer outra coisa, estirou-se no chão onde estava, e tudo o que queria era sentir sua consciência lentamente ausentando-se e dando lugar a um lindo e calmo descanso.



Off: Perdão pelo post gigante, tentei mesmo fazer uma viagem ao corpo da forma que eu melhor consegui interpretar. A personagem pode, talvez, ter falhado em obter uma concentração suprema, mas creio que ao menos tenha sido capaz de se livrar de alguns bloqueios neste caminho, deixo isto a seu julgamento.

E perdão se errei ou fui inconsistente/incoerente em algum pedaço.

Perplexidade, foi o que caiu sobre Seun, que olhou da esfera fogo na mão de Cobernick, para seu sorriso, depois novamente para a esfera. Seu instinto lhe fez dar um passo para traz, sua mente estava confusa e não queria ser atingido, seu corpo entrou num estado de adrenalina, o tempo parecia passar mais devagar. Corrigindo, coisa como tempo não parecia existir na mente de Seun, só sabia que ele ainda existia pois seus olhos perceberam em câmera lenta o movimento para de recuo para o lançamento.

Certa frieza então emergiu do caos em sua mente e aproveitando os sentidos que aguçaram, começou a calcular o tempo, o tempo que precisaria para dobrar as pernas e ao mesmo tempo em que se abaixa abrir as asas para voar. Tudo isso deveria ainda se cronometrado com precisão cirúrgica para que Cobernick já tenha feito movimento suficiente e não possa mudar a direção do arremesso.

Uma eternidade para o meiodragão se passaram 3 milésimos de segundo, quando Seun percebeu o momento correto, não tinha mais duvidas em sua mente, colocou seu plano em ação, esperaria o próximo ataque de cobernick para agir novamente, no ar, em seu elemento, talvez tivesse mais chances.

Lily se contraiu quando Seun se dirigiu a ela. Tímida como era, ainda não estava acostumada a lidar com estranhos. Soltou um olá baixinho, antes de escutar Cobernick.

A menina apenas concordou com tudo o que ele disse, e quando foi solta, tomou seu rumo para o salão.

O rapaz não havia mencionado onde eram os dormitórios, mas Lily acharia sozinha. Numa mistura de sono e curiosidade, descia as escadas, com a cabeça ainda cheia de pensamentos. Ao chegar no pé das escadas, fico encarando o enorme salão, agora sem ninguem a mesa. Sentou no primeiro degrau, e espremeu os olhos, tentando achar seus queridos amigos duendes, esperando vê-los correndo de um lado para outro, atarefados como sempre deveriam ser.

No fundo de sua mente, ela podia ouvir uma risada doce, de uma certa raposa.

Após alguns minutos, Lily se levantou, agora sem rumo. Para onde iria? Haviam grandes portas de madeira no salão. Escolheu uma aleatoriamente, e com toda a força que uma menina de 8 anos possa ter, tenta abri-la.

Off: Foi mal Akira, estou fora do Estado, meio correria, e o forum é bloqueado aqui >.<... Se quiser falar alguma coisa comigo, fala com a Sabes que ela me passa o recado \o.

Aconteceu muito mais rápido que seus olhos desprevenidos puderam acompanhar, num instante, em sua mente estava sorrindo pelo sucesso na esquiva, no outro se via ainda de frente com Cobernick e seu corpo coberto em chamas. Atrapalhado e assustado acaba perdendo o controle de seus movimentos e cai se chorando com o terraço, não se feriu de forma alguma, pois cair é a primeira coisa que se aprende quando tenta voar, mas estava abalado e começou a procurar pelo fogo e feridas.

Olhou ao redor a procura do mago e o encontrou rindo zombeteiro segurando uma nova esfera, estava pronto para arremessá-la e falou algo pra Seun que ele não entendeu, na verdade não importava o que fosse não entenderia de qualquer forma, pois sua mente está dividida e ele não sabia o que fazer. Ajoelhado, serrou o punho e socou o chão, nesse momento ele ouve com clareza alguem falando em seu ouvido esquerdo:

"Deixa de ficar ai parado e LEVANTE-SE!!!"

A ultima palavra berrada fez seu corpo tremer, seu ouvido zunir, todos seus pensamentos se foram e algo estava acontecendo com Seun. A tremedeira vinha aumentando, mas só o meio-dragão entendia que estava se concentrando em um aperto na boca do estomago, algo queria sair de seu corpo e não poderia segurar, abriu suas assas mostrando toda a envergadura, abriu os braços com força e erguendo a cabeça para o céu liberou o mais primitivo rugido draconico, algo que poucos ouviram e sobreviveram para contar.

"Agora lute" -disse a voz em seu ouvido com um tom satisfeito

Os olhos de Seun mudaram, a pupila antes redonda e humana, agora é uma fina linha como dos répteis, Cobernick poderia reparar claramente isso, e ver também que Seun não iria fugir. Recolhendo as assas junto ao corpo o jovem começa a correr, esperava agora algo de Cobernick, sendo assim não tirou os olhos de seu rosto, mantendo a esfera em sua visão periférica.

A investida só acelera e o plano é simples, atacar e entender o que está acontecendo

Seun fechou os olhos durante o impacto, serrou os punhos após o baque e juntando as pernas junto ao corpo fez um movimento pendular para se levantar em um salto. Com os olhos faiscando o meiodragão encara Cobernick, que ao observar o jovem vê escamas crescendo pelo pescoço e rosto, poderia até ver uma leve aura sobre o ombro esquerdo dele. Seun deu então um passo em direção do desafio, lentamente seu sangue fervendo está transformando e mergulhando em fúria seu corpo, mas então um leve toque em seu ombro direito o paralisa.

"Calma" fala uma voz feminina e doce no seu ouvido direito e Seun tenta virar o rosto, mas não consegue e ela continua "O seu desafio não está na pessoa e sim na ferramenta, pegue ela, você é capaz" O timbre lhe era familiar e acalmou o coração em um instante, no seu ouvido esquerdo é audível um leve ronronar, do outro uma leve risada, mas juntos as vozes disseram "Pega ele!"

Cobernick pode ver o rosto do garoto a sua frente olhos faiscantes e calculistas de que irá atacar. Seun senti o ar leve e os músculos relaxado, sendo esses acionados em um instante, para correr em direção de cobernick da mesma forma que antes, mas mesmo que seus olhos estejam no peito do mago, sua concentração está na arma, pois no ultimo instante iria mover seu corpo, tampando a visão de Cobernick com suas asas e ombro, agarrar a corrente da estranha arma com uma mão e o braço dele com a outra.

O movimento continua e com sua força Seun pensa arremessar Cobernick e retirar a arma dele.

@ Lily

O velho comprimentou Lily com um aceno de cabeça quando esta falou o seu nome. Deixou também que continuasse e mostrasse o que estava lhe afligindo. Novamente concordou com a garota e deu-lhe um aviso sobre o quarto em que estava.

- Esse quarto é mágico. Ele mostra algumas visões futuras. Isso geralmente ocorre quando a pessoa em questão em muita aptidão mágica, como no seu caso. Mas não se preocupe, isso só acontece uma vez e nem sempre o que acontece é o que sonhamos.

Lily ficara mais calma com a explicação, retornado para o banco de onde caira. Sua curiosidade agora voltara e se mostrava um tanto instigada quanto a minuciosa e singela magia que o Watari fez.

- Oh... Então você quer aprender não é? É bem simples. Junte sua energia mágica nas mãos e no final da segunda batida com as mãos, faça-a se dissipar pelo ambiente. Mas para que o ambiente mude, você precisa estar pensando nele. Quer tentar?

@ Lily

Não foi muito difícil. Lily fez assim como Watari ordenara e logo o céu estava de um azul magnífico. As nuvens alaranjadas do pôr-do-sol foram sumido e aos poucos o azul começou a prevalecer. As nuvens brancas apareciam em grandes quantidades e as formas que faziam eram diversas, divertindo Lily ao extremo. Podia até jurar que viu a forma de uma raposa, mas se desfez tão rápido que não deu para ter certeza.

- Hoho... Parabéns pequena. Você conseguiu, mas agora, é hora de ir dormir.

Watari bateu palmas novamente e céu escureceu e ficou muito, mas muito estrelado. A lua brilhava refletindo a luz do sol de uma forma magnífica. Era noite, simplesmente isso.

- Já é noite lá fora, espero que tenha bons sonhos e não se preocupe. Não terá mais pesadelos. Posso lhe assegurar.

Dito isso, levantou-se e saiu pela porta dando um último adeus. Novamente Lily estava sozinha no quarto. Sentia uma tranqüilidade, mas ainda tinha o receio de fechar os olhos e cair naquele pesadelo novamente. Bem, deveria dar conta disso agora, afinal, não poderia ficar a noite toda acordada, não é?


< Pode postar algo relacionado a esse momento e logo em seguida, o amanhecer e seu acordar. Depois, pode fazer qualquer ação livre. Ir comer, procurar Cobernick, etc. >