Re: Centro de Takaras

por Alkaid Qua 18 Jul 2012, 3:35 pm

Retribuiu o sorriso e concordou feliz, satisfeita pela mulher ter gostado. Quando falou em comer, sentiu seu estômago roncar e ficou agradecida por comerem primeiro, aqueles homens pareciam mortos de fome a qualquer hora.

— Mas agora! — Sorriu e sentou na mesa para comer junto da mulher. Ela não era má pessoa, e por um momento ficou chateada por ela estar naquela situação, parecia que ela tinha sido tirada de alguém para estar ali, ou simplesmente tinha parentesco com alguém dali, mas não podia perguntar ou poderia colocar o plano em risco.

Comeu aquele prato enorme sem reclamar, tudo que tinham de fazer agora era separar a comida e os pratos para dar aos mortos de fome. Mas antes, como ela mesmo não podia negar, procurou uma garrafa quase vazia de rum e serviu uma dose para as duas. Tomou devagar saboreando a bebida que tanto amava e colocou vários pratos em cima da mesa. — Que os mortos de fome venham! — E soriru sarcástica, queria dar alguma alegria à mulher antes de ir embora.

por **Shaorin** Qui 19 Jul 2012, 5:11 pm

@ Hakanno/ Andrew

Jason esboçou um sorriso sacana com o que Hakanno disse, e o meio-dragão pôde perceber um certo interesse dele na jovem. Andrew sorriu também e passou a mão na nuca, dando continuidade na conversa.

— Não vai demorar muito para escurecer e poderá falar com ela, mesmo assim, como mandará o recado para ela?

— Há mais uma pessoa de minha confiança que está mais perto dela do que pode imaginar: A cozinheira. Passarei a ela o recado na hora da janta, não se preocupe. — Olhou pela janela e observou o mar por alguns instantes, e então continuou: — O jantar será entregue logo. Um sino soará e entraremos na cozinha para pegar a comida e sair; sempre sou o último, fácil passar a diante o que precisamos.

Andrew aquiesceu e não fez mais pergunta alguma. O plano seria aquele, Alkaid tentaria alguma coisa com o capitão, para então conseguirem a joia. Certo, o plano era fácil, só esperava que desse certo.

@ Alkaid

A cozinheira gostou do jeito que Alkaid falava e do seu jeito de ser, se ela ficasse ali para sempre na cozinha junto dela seria muito bom. Deu um suspiro antes de brindar com a garota o rum e dar um bom gole na bebida, entornando direto.

Quando Alkaid a chamou para entregar a janta, a cozinheira apenas sorriu ao comentário e pegou a concha e colocou dentro da panela e pegou-a no colo assim que tampou, levando para a ponta da mesa.

— Eles vão entrando de um em um; Você fica na porta entregando prato e colher e eu vou colocando a sopa. — Esperou que Alkaid tomasse sua posição e se aproximou do sino, tocando-o.

@ Todos

O sino começou a tocar e o comandante começou a chamar todos os piratas que estavam no convés; os mais próximos já saíam de seus postos e iam em direção à cozinha. Pegavam o prato e colher que Alkaid lhes entregava e depois a comida com a cozinheira, saindo pela porta para comer em seus lugares de preferencia.

— Vamos seus vagabundos, o sino toca e o tempo é curto para comer! — Era a vez do comandante chamar quem estava lá embaixo perto dos canhões, onde os três estavam. Jason deu uma empurrada em Hakanno e Andrew para tomarem seus rumos e se misturarem, enquanto ele iria por último. Quando Hakanno e Andrew subiram puderam sentir o cheiro do ensopado. O cheiro se misturava a carne e legumes.

Assim que Jason saiu, caminhou direto para dentro da cozinha e deu uma boa encarada em Alkaid. Arqueou as sobrancelhas e lançou uma olhada para a cozinheira. Aproximou-se dela e enquanto ela lhe servia, sussurrou algo para ela rapidamente e saiu, deixando as duas sozinhas novamente.

O cheiro do sopão que as duas fizeram estava se juntando às paredes do navio que todos podiam sentir o cheiro. O comandante era o último que pegava a comida, e mesmo assim, pediu bastante. Logo, não sobrou nada que pudessem aproveitar mais.

— Venha aqui um instante. — Disse a cozinheira, chamando Alkaid com o dedo. Estava pedindo ajuda para carregar a panela para dentro da pia. Esperou a garota se aproximar para ajudar e então deu o recado.

— Quando todos dormirem, encontre Jason com as vassouras. Sim, o homem de olhos verdes que a encarou. — E não disse mais nada. Todo o tempo que a mulher falou ela olhava para baixo, e quando a encarou, seus olhos estavam mais brilhantes que o de costume, como se estivesse prestes a chorar.

por Hakanno Sex 10 Ago 2012, 4:58 pm

Logo o sinal do almoço tocou, e só então o meio-dragão notou o quanto estava faminto. Tinha que lembrar de ir diretamente a uma taberna encher o bucho assim que terminasse essa missão. Mas no momento, talvez um ensopado desse para enganar o estômago por algumas horas.

Hakanno seguiu o grupo até a cozinha, onde na porta estava a ruiva entregando prato e colher. O meio-dragão a fitou com os olhos estreitos quando pegou as duas peças que Alkaid ofereceu. Não a encarou e continuou até seu lugar. Estava totalmente diferente do que era, de fato havia entrado no personagem. Ou aquele era realmente sua face. Difícil saber.

Uma vez que sentou-se para comer, naturalmente atraiu atenção e comentários dos outros marujos. Afinal, não era todo dia que pescavam do mar um meio-dragão, ainda mais quando suas mãos eram cobertas por escamas cor-de-sangue. Ele notou essa atenção, e logo se enturmou, mas ainda mantendo sua seriedade.

— Feh, esta cicatriz, vocês dizem? — Tocou a marca em seu rosto com sua garra enquanto fitava os marujos curiosos. — Vou dizer a vocês, seus lobos-do-mar. Nem o fogo de vulcões conseguem queimar um meio-dragão. Posso deitar em meio às chamas e sequer suarei. Mas o desgraçado que queimou minha cara, ah, esse era como o próprio inferno.

Ele pegou uma faca e a cravou em pé na madeira da mesa.

— Dragões de verdade vivem séculos, tempo suficiente para tornar-se tão poderosos que se quisessem, destruiriam o mundo. E lá estava eu, encarando o desgraçado nos olhos. Eram como se ao olhar para ele eu visse o portal do inferno. Parecia que eu conseguia ouvir as almas atormentadas de todos que ele matou. Estes desgraçados conseguem ter forma humana quando quiserem! Mas este deixou que seus chifres, garras e asas originais ainda se mostrassem. Era como encarar um demônio. Foi quando ele revelou sua verdadeira forma: um dragão com as escamas tão negras e sem brilho que parecia sugar sua alma para suas profundezas. — Ele falava devagar, seus olhos sérios encarando cada um dali que ouvia sua história. — Não fiquei para trás. Posso ser apenas um meio-dragão, mas minhas escamas só têm essa cor pelo tanto de sangue que derramei do desgraçado. Mas vou falar, ele só estava brincando comigo. Em um único golpe ele quase me corta ao meio. Suas chamas lamberam o chão ao meu lado. Eu não temo o fogo, mas aquele... eu tive que desviar. Uma única faísca tocou meu rosto e queimou como o pior dos ácidos!

Deu uma pausa, virando um belo gole de rum. Limpou a boca com as costas da mão.

— E ele simplesmente virou as costas e voou. O Desgraçado me humilhou, e sequer me matou para que eu carregasse isso nas costas. Já faz 5 anos que isso aconteceu, estou mais forte, vou encontrar essa lagartixa preta e fazer ele pagar pelo que fez.

Ele sempre manteve seu olhar sério e suas palavras pesadas, fazendo-as ganharem verdade e moral. Durante a história bebeu duas garrafas de rum. A bebida não fazia qualquer efeito sobre ele, apenas tomou para chamar atenção dos que ouviam.

por Alkaid Sáb 18 Ago 2012, 4:29 pm

Aos poucos aqueles homens fedorentos e estranhos estavam chegando. Já tinha visto homens feios, mas aqueles ali...Eram demais. Dentes podres, olhos arregalados e até sem um deles, cicatrizes por todo o corpo, sem falar no cheiro que era péssimo, mas Alkaid aguentou firme, entregando os talheres olhar pouco para cada um. Notou alguns olhares mas tentou ignorar. Quando Hakanno chegou, olhou-o pouco nos olhos como se fosse um marujo qualquer.

Eram muitos homens, mas finalmente estavam acabando. Eles entravam e saíam com seus pratos nas mãos para comer em outra parte do navio; outros, os primeiros que já tinha entrego antes, entravam para devolver os pratos vazios ou pedir mais. Foi quando faltava um único homem para entregar e ele foi diferente. Olhou-a tão profundamente nos olhos que Alkaid não conseguiu desviar. Era um homem mais velho, porém seus olhos mostravam algo que chamou a atenção dela de tal forma que, por um instante, ficou sem graça. Engoliu em seco e entregou o talher já pegando a caixa que eles estavam e indo guardar, a presença dele estava incomodando de tal forma que ela teve vontade de sair dali.

Mas ele logo saiu e ela suspirou, respirando forte. Deu um jeito de ficar perto da cozinheira, queria saber quem era ele. Mas antes que ela pudesse dizer algo, ela mesma veio e falou sobre ele. Queria encontrar-se com ela.

— Pretendia te perguntar sobre ele, mas farei pessoalmente.

Começou então a secar a louça que ela ja lavava e deixava em cima da mesa, pela forma que ela tinha falado, ficou curiosa e não parava de pensar no que poderia ser. Quando tudo terminasse, Alkaid se encontraria com o marujo misterioso.

por **Shaorin** Qua 29 Ago 2012, 4:46 pm

@ Hakanno

Jason escutava as histórias de Hakanno sentado num canto isolado do navio. Tinha o olhar no dragão por algum tempo, vez ou outra desviando para o mar. Tinha em mente tudo que pretendia dizer para Alkaid, mas de alguma forma estava receoso; tinha medo de colocar tudo a perder, mas tinha que confiar nas pessoas que foram enviadas. Tudo acabaria em breve.

Já era tarde quando os marujos desceram e a escuridão cobria o céu, todos tinham ido dormir ou conversar lá embaixo, apenas o vigia mantinha-se em seu posto. Jason abriu um dos olhos e observou cada um dos homens. Devagar, levantou e foi direto para onde marcou seu encontro com Alkaid, pretendia colocar o resto do plano em prática. Andrew e Hakanno foram os únicos que perceberam a sua saída, talvez esse fosse um ato comum do marujo.

@ Alkaid

O trabalho pela cozinha havia terminado e a cozinheira mostrou para Alkaid onde eram seus aposentos. Era um cômodo logo ao lado da cozinha, para o caso de não se misturarem. Alkaid deitou cedo e ficou conversando com a mulher até altas horas, até ela dizer que estava na hora do encontro.

Assim que Alkaid chegasse lá, Jason já estava esperando. Ele estava de frente para a porta a espera de qualquer pessoa que pudesse passar por ali que não fosse a garota. Quando a avistou, continuou sério até que ela se aproximasse o suficiente.Ao brilho da luz da lua que entrava pelas frestas do navio, Alkaid pôde ver seus olhos azuis brilharem enquanto a observava; um olhar fixo que poderia fazer seus joelhos tremerem. Ao entrar na sala das vassouras, o homem fechou a porta e ambos ficaram na escuridão. Ela não sabia há quantos centímetros ele estava, se era perto ou longe o suficiente. Depois de um grande silêncio, ele falou:

— Precisamos agir rápido para conseguirmos o colar do Capitão. Alkaid, certo? Ele é um homem que gosta de ser bajulado, de ter mulheres bonitas ao lado, e como percebe-se que és uma, não será tão difícil. É o seguinte: Amanhã daremos início ao plano. Você levará o café da manhã para ele como todo dia e dará algumas indiretas, fará isso durante o dia inteiro. Quando chegar a noite, tentará algo mais além com ele, enquanto nós três ficaremos esperando seu sinal por fora da cabine. — Suas palavras eram rápidas, em tom baixo, quase imperceptíveis para que ninguém do lado de fora pudesse escutar. — Não se preocupe, um barco estará nos esperando e poderemos voltar. Espero que tenha entendido.

Esperou para ver se ela tinha alguma pergunta a fazer ou concordar com o plano para poder sair. E quando o fez, passou por ela numa rapidez que fez os cabelos da ruiva balançarem, abriu a porta e saiu, deixando ela sozinha.

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