Re: Centro de Takaras

por Hakanno Seg 05 Set 2011, 6:03 pm

– Durma bem – Falou e agradeceu quando ela se despediu, mas o meio-dragão não conseguia parar de pensar coisas. Entrou em seu quarto e deitou na rede, mãos atrás da cabeça e encarando o teto. Que corpo! Se não estivesse na forma humana e não estranhasse esse corpo humano, certamente se divirtiria um pouco antes de cair no sono, mas se conteve. Guardaria para depois, para "brincar" com ela. Ah, dia, chegue logo, precisavam acabar aquela missão o mais breve possível. Não demorou muito para Hakanno cair no sono e ter belos sonhos eróticos.

por **Shaorin** Ter 06 Set 2011, 9:47 am

[ Bom, Flora está demorando então...Darei continuidade. Quando ela chegar, leia todos os posts e responda. ]

A noite seguiu tranquila e sem muitas perturbações. O mar estava calmo e o balanço suave proporcionou uma bela noite de sono. Precisariam daquele sono para reparar o cansaço e guardar bastante animo e força para o que viesse a seguir.

Então, o dia chegou. O Sol, esverdeado nas terras de Takaras, entrou pela janela de todos os quartos e iluminou seus rostos, acordando-os. Em pouco tempo o barulho de marujos gritando uns com os outros e seu comandante dando ordens. Um cheiro suave de café entrou pelos quartos terminando de acordar e despertar fome. Agora que eram humanos Alkaid e Hakanno, sentiam uma fome mais forte, assim como Flora quando acorda. Coisa de humanos, precisavam se alimentar para ter energia o resto do dia.

Aonde era a comida? Simples. Havia uma porta na frente dos três quartos. Ali, como era de se notar, era a cozinha. Pra quem entrasse ali poderia ver um lugar pequeno. Mesa redonda, banquinhos e várias comidas em cima dela. Um armário onde a comida que seria ingerida no dia era guardada. No teto pendurado havia algumas garrafas vazias.

Um sino foi tocado terminando de assustar o trio. O comandante berrava ordens sem parar e passos largos e rápidos eram ouvidos no corredor.

por Alkaid Ter 06 Set 2011, 1:49 pm

Depois de uma boa noite de sono, nada melhor que um belo dia, certo? Errado. Estava em Takaras, então o dia não poderia ser bom. Aquele Sol esverdeado tomou conta de seus olhos e Alkaid despertou. Não se lembrava que hora havia dormido e estava bem descansada. Levantou e esticou o corpo. Há quanto tempo não precisava fazer isso! Um mês? Dois? Não importava, nada melhor que ser Humano.

Enquanto se alongava e sentia aquele cheiro de café, lembrou-se de Hakanno e da noite que tiveram ontem. Não foi como esperava ou queria, mas tinha sido melhor que a encomenda. Como seria hoje? Ele lembraria ou não? Deu de ombros, se lembrasse ou não, também não importava. Ele estava humano, então provavelmente não o faria. Saiu do quarto.

Assim que abriu a porta deu de cara com uma espécie de cozinha. Entrou, não aguentando o cheiro e a fome, e sentou num banquinho. Pegou um copo e colocou café preto e pegou um pedaço de pão. Acomodada, deu uma bela mordida e bebeu o café, sentindo o calor da bebida entrar por sua garganta e aquecê-la.

por Hakanno Qui 08 Set 2011, 12:52 pm

Normalmente adoraria ficar no sol por horas, principalmente pela manhã, mas com aquela forma humana e pele fraca... esquentou-se rápido demais e logo resolveu se levantar. Espreguiçou-se demoradamente, ainda desconfortável pelo seu corpo de pernas retas. Começou a admirar humanos por conseguirem ficar em pé naquilo, era um equilíbrio impressionante.

Sentiu a fome bater. Mas já? Geralmente podia ficar uma semana sem comer! Logo um delicioso cheiro de café o fez seguir até a cozinha logo à frente, e ao chegar Hakanno deparou-se com a bela Alkaid.

– Ora, bom dia – Sorriu do seu jeito, logo puxando um banco para perto dela. Pelo jeito lembrava-se perfeitamente do dia anterior. – Dormiu bem...?

Não esperou a resposta dela, beijando-a atras da orelha e passeando a mao pelas suas costas. Logo terminou o cumprimento e buscou comida. Nem acreditou quando viu queijo. A ùltima vez que comeu um foi a alguns anos quando tinha afanado de uma barraca na rua. Colocou vários pedaços cortados toscamente dentro de um pão, logo comendo e se sentindo revigorado.

por Alkaid Qui 08 Set 2011, 5:20 pm

Surpreendeu-se com a investida de Hakanno. A única coisa que pôde fazer foi observá-lo, incrédula, por alguns instantes antes de esboçar seu sorriso esperto costumeiro. Arrepiou-se e estreitou os olhos, queria dar o troco.

— Poderia ter dormido melhor, claro. — Respondeu e se aproximou de Hakanno e puxou sua mão que tinha o pão e deu uma boa mordida, soltando e tomando um pouco de café. Sorriu, mastigando devagar a comida antes de engolir.

Quando o meio-dragão entrou, Alkaid já estava no fim de seu café da manhã. Levantou, ainda comendo o último pedaço do seu pão e saiu, indo para o convés. — Vou passear, até qualquer hora, dragão. — Disse e despediu, saindo de vez.

Sentiu o vento forte bater em seu rosto e balançar seus cabelos. O cheiro do mar e a brisa salgada deixavam a garota em devaneio. O que encontraria no outro navio? O que teria para fazer até lá? Marujos entravam e saíam, passando por ela quase ignorando-a. Achou então uma escada que ia direto para a segunda parte mais alta do navio, que perdia apenas para onde ficava o capitão. Subiu e ficou na ponta, onde poderia ficar bem perto da água. Debruçou ali, olhando para baixo, e suspirou.

— É...— Assoviou. — Quanto tempo vai demorar ainda, Antares? — Perguntou por alto, esperando algum tipo de resposta. Aquele dia do pacto foi tão intenso e intrigante, que não sabia nem ao certo qual era sua missão. Pretendia ficar ali e tentar descobrir, mas não ficaria por muito tempo, ia querer visitar a parte mais escura do navio.

por Hakanno Seg 12 Set 2011, 5:04 pm

Ficou hipnotizado com a mordida que ela deu em seu lanche. Parecia ver aquilo em câmera lenta, de forma sexy e sedutora. Queria ver o que aquela boca poderia fazer em um outro lugar, e sorriu torto com a idéia.

Ela se despediu o chamando de dragão. Foi a primeira pessoa que o chamou assim, o que deixou-o surpreso e, no fundo, feliz. Muito feliz. Geralmente quando não lhe chamavam pelo nome usavam algo como "lagarto" ou "escória" ou filhote de alguma coisa desagradável. Acostumou-se com todos.

Levantou-se pouco depois de Alkaid sair, apoiando-se nas paredes para seguir até a cabine do capitão. Esperava que a ruiva viesse logo pra cabine, vai que ela o elogiava denovo.

por **Shaorin** Ter 13 Set 2011, 10:02 am

@ Hakanno

Quando Hakanno se dirigia para a cabine do capitão, Andrew saiu dela e não deixou de mostrar sua surpresa ao vê-lo ali e sem Alkaid por perto. Dali era possível ver a frente do navio e o meio-dragão pôde ver os olhos de Andrew olhar através dele e cair direto em Alkaid sozinha.

Fez apenas um cumprimento com a cabeça e passou andando um pouco mais rápido não dando chance para Hakanno dizer alguma coisa. Se virasse, conseguiria vê-lo subir as escadas de duas em duas e pousar ao lado da garota e começar a conversar com ela.

— Olá meu rapaz, o que faz perto da minha cabine? — O capitão o interrompe. Trajava roupas normais, brancas misturadas ao marrom, largas e suaves. Sua espada era mantida na bainha e seu chapéu preto de pena vermelha em seu lugar. Dando uma breve tossida, cumprimentou Hakanno.

— Venha, entre, vamos conversar algumas coisas sobre o navio que esta para entrar. — Disse, chamando-o para dentro.

Uma vez lá, ele mostrou uma cadeira para que o meio-dragão sentasse e serviu-se de rum. Bebendo um gole, olhou para fora e suspirou, voltando-se para Hakanno.

— Tem ideia de quem é Barba Negra, meu jovem? — Perguntou de repente para inciar a conversa. Ele parecia sério por ser um assunto delicado que precisava de dobrada atenção.

@ Alkaid

O vento soprava mais forte ali de cima e Alkaid conseguia ver toda a extensão do mar até o céu enfim tocá-lo nas bordas. Era uma visão privilegiada vinda dos Deuses que incrivelmente poderia ser visto em Takaras. Mas a garota não conseguia mais ver a terra que deixara, o que comprovava que não estavam mais nos domínios daquele lugar maldoso.

Alkaid ficou ali por mais de dez minutos olhando para a parte debaixo do navio e o horizonte a frente, a única coisa que via era alguns golfinhos e sereias que ficavam perto do navio.

Entretanto, ao longe, começou a ver que o céu mudava de cor. Ficava mais num tom avermelhado misturado ao negro, e momentos depois pôde ver raios caírem do céu naquela parte.

— É o navio de Barba Negra. — Uma voz rouca avisou ao lado de Alkaid, assustando-a. Era Andrew. Ele se debruçou e coçou a nuca, olhando fixamente para o navio.

— Em poucas horas estaremos lá, melhor se preparar. — Avisou, fitando os raios caírem para então olhar o rosto de Alkaid.

— Ham, acho que não fomos apresentados devidamente. Sou Andrew. — Sorriu de canto, voltando a olhar para frente. O vento batia forte e fazia seus cabelos balançarem junto com sua roupa, dando um ar maduro e intrigante. Era interessante saber que uma criatura como aquelas que viviam ali poderia se transformar em alguém tão...diferente. Ele não fazia nada. Enquanto todos trabalhavam, ficava apenas dentro da cabine do capitão para relatar detalhes da pequena expedição.

por Alkaid Ter 13 Set 2011, 10:55 am

— Alkaid, prazer. — Retribuiu o sorriso e olhou pra frente. Uma coisa era certeza para ela, se não tivesse indo lá "obrigada" não passaria nem perto e já daria meia volta.

— Me diga — olhou-o, virando o rosto para ele. — Isso vai demorar muito? Tenho certa pressa em terminar isso. — Tinha olhado para ele justo quando o vento bateu forte e desarrumou seu cabelo. Observou aquela imagem e engoliu em seco, tirando seu próprio do rosto e voltando-se para frente, sem graça.

— As coisas por aqui são diferentes, estranhas...E buscar algo em outro navio me perturba ainda mais. Principalmente quando não sei direito o que posso enfrentar. Sabe de alguma coisa? — Já que ele estava ali, resolveu perguntar. Ele poderia dizer algumas coisas antes do Capitão, e gostaria de saber antes para não ser pêga de surpresa.

por Hakanno Ter 13 Set 2011, 11:40 am

Cerrou os olhos ao avistar Andrew. O encarou até ele sumir de vista, e Hakanno sequer se importou com o objetivo do marujo. Não tinha com o que se preocupar.

– Feh, almofadinha. – Falou para si mesmo, em seguida o Capitão apareceu. – Oras sou pontual, vim saber detalhes da missão. Quando mais eu saber, melhor.

Aceitou o convite para entrar, conseguindo chegar à sua cadeira sem muitos problemas. Ficou pensativo com a pergunta do rapaz.

– Bom, apenas ouvi rumores, é um pirata conhecido mas... Não conheço nada de seus feitos. – Riu. Tudo que estava no mar não era de interesse de meio-dragões, principalmente os que não têm asas e muito menos a capacidade de nadar. Água não é exatamente a paixão de dragões e seus semelhantes.

por **Shaorin** Seg 19 Set 2011, 11:18 am

@ Alkaid

Andrew olhou para frente ao invés de responder. Não retribuiu seu olhar, escolheu olhar para frente e pensar numa forma de responder adequadamente. O capitão tinha dito que em poucos minutos pretendia conversar com os quatro sobre tudo isso e coçou a nuca.

— Bom, Alkaid, não posso dizer muita coisa, só o capitão pode dizer tudo. Ele me informou que falaria conosco agora de manhã, ainda mais agora que vemos o navio tão perto. Esperávamos para hoje de tarde, mas ele se aproximou cedo demais. Algo pode estar errado. — Desencostou da madeira e tocou o ombro da garota, dando uma suave puxada.

— Vamos encontrar o capitão.

@ Hakanno

Apenas sorriu. Não queria dizer muitas coisas sem que todos estivessem ali, mas Hakanno parecia bem entusiasmado ou apressado. Faltaria pouco tempo para que chegassem, e fez com que Andrew se encarregasse de juntá-los.

— Queria esperar que todos chegassem para que eu pudesse dar continuidade e explicar tudo. — Foi neste instante que Andrew entrou com Alkaid; Flora entrou momentos depois mas não disse nada, preferiu sentar-se longe. Haviam quatro cadeiras; duas já estavam ocupadas, então o casal que sentou-se ao lado de Hakanno na mesa. O capitão pareceu satisfeito, cumprimentando os três com um aceno de cabeça.

— Capitão, o navio está muito perto. Alguma coisa de errada aconteceu durante a noite, em menos de duas horas estaremos lá. — Disse Andrew, com a expressão preocupada. — Ele, aos meus cálculos, está se movendo para Noroeste.

— Entendi. Então precisamos agilizar as coisas. — Gritou, chamando um marujo qualquer que passava por ali, e deu ordens para que pegasse algumas armas. A criatura saiu rapidamente da cabine e já começou a dar ordens.

— Barba Negra é um dos Piratas mais procurados de todo o mundo. Não há uma criatura no mundo, pirata ou não, que o desconheça. Como Deus, nunca liguei para ele, até que ele começou a tornar-se um problema para muita gente. Meses atrás, uma patrulha minha anual perdeu um item nestas águas; Barba Negra resolveu brincar com a pessoa errada. O jeito, então, era eu vir para cá.

Enquanto falava, andava pela mesa, mapas, até voltar a mesa de novo e sentar-se. Parece que a notícia de Andrew deixou-o preocupado demais para explicar.

— Eu mesmo poderia cuidar do caso, mas como foi pedido para mim...Não pude recusar nada de um amigo. — Referiu-se àquele outro demônio, o primeiro Deus. Mesmo assim, continuou. — É um amuleto. Vou mostrar como ele é.

Fechou as mãos em concha e um brilho azulado foi surgindo aos poucos. O brilho foi tomando uma forma arredondada, até tornar-se um círculo com um fio preto preso. Era um colar. O Capitão prendeu-o no pescoço, a pedra brilhando.

Centro de Takaras - Página 9 Sahaja+do+Poder

— Terão de achar um amuleto igual a este, porém azul. Mas cuidado, há perigos dentro daquele navio, que talvez nem eu mesmo sei como ultrapassá-los. Partirão daqui a pouco em um barco direto para lá, no meio do caminho o barco será furado e pularão na água. A ideia que tenho é a seguinte: Alkaid e Andrew continuarão como humanos, exceto Hakanno. Uma vez lá, fingirão lealdade à ele e serão meus espiões.

— Terão três dias para conseguirem o amuleto de volta. Assim que conseguirem, entreguem-no nas mãos de Andrew e ele saberá o que fazer em seguida. Alguma pergunta antes que eu os dispense? — Resolveu perguntar antes de dispensá-los.

por Alkaid Qua 21 Set 2011, 1:06 pm

A resposta que esperava não veio, mas veio uma bem diferente. O capitão esperava-os em sua cabine e Andrew queria dizer logo o que via. Ficou preocupada e arqueou as sobrancelhas quando seu braço foi puxado e aquiesceu, seguindo-o.

Quando entrou, sentou entre Hakanno e Andrew, olhando para o capitão. Ouviu-o, a soltou o ar quando viu o que deveriam pegar. Esperava que ele estivesse em alguma caixa e não no pescoço de alguém.

— Três dias? O que acontece caso não conseguirmos nessa data? — Perguntou primeiro sem rodeios. Vai que algo acontecesse em seu plano e não conseguissem pegar a jóia no tempo estipulado? Tudo poderia acontecer e ficou nervosa com isso. Sentimentos antigos humanos aflorando? Talvez, mas não queria nem saber. A única coisa ruim foi a notícia de que permaneceria humana. Aquilo era chato, uma vez que estaria em um navio cheio de criaturas armadas. Ser uma criatura sem sangue e forte era uma boa, mas tudo tinha seu lado bom. Ele deve ter pensado que ela teria problemas sérios caso se opusesse a sair durante o dia. Ele estava certo.

por Hakanno Ter 27 Set 2011, 8:46 pm

Ouviu com atenção, apesar de ainda não estar convencido do porquê os três terem que encarar a missão ao invés do "Deus" simplesmente ir lá e o fazer. Bom, ao menos era algo interessante, uma experiência nova por assim dizer. Por dentro Hakanno estava ansioso para que isso começasse.

– Deixe-me ver se entendi. Cairemos na água quando chegarmos perto do navio deste Barba-Negra, simulando que fugimos de algum lugar, ou de algo. Na teoria seremos salvos pela tripulação e juraremos lealdade por terem salvo nossas vidas. Enquanto trabalhamos para o barbudo vamos ter que procurar um pingente azul. Correto? Se sim, quando partimos?

por **Shaorin** Ter 04 Out 2011, 8:38 am

— Não conseguirão o que vocês querem. — Percebeu o olhar fixo de Andrew e encarou-o por um tempo, pareciam comunicar-se entre si. A pergunta de Hakanno já estava respondida, mas preferia dar mais ênfase.

— Barba Negra pode ser tudo, menos cruel a este ponto. Não mataria três indivíduos limpos de sangue sem usá-los por um tempo. Isso podem ter certeza. Quando partirão? Daqui há uma hora. Melhor arrumarem suas coisas antes de partirem.

Andrew foi o primeiro a se levantar e sair, estava preocupado e já conseguiam ouvir lá fora seus gritos chamando alguém e dando ordens. O capitão andou até os três e olhou-os demoradamente e abriu a boca para dizer algo mas não disse, simplesmente saiu e foi para sentido contrário.

Tinham pouco tempo. Uma hora para chegarem até o barco de Barba Negra e fazer tudo. Quando os três foram direto para seus quartos viram em cima da bancada uma espada. Era simples, antiga mas afiada, coisa simples que um marujo deveria carregar. Antiga o suficiente para mostrar o que eram. Na cama de Flora tinha uma roupa tradicional pirata, não poderiam vê-la naqueles trajes senão teriam grandes problemas. Alkaid e Hakanno não precisavam, apenas ganharam os cintos para as espadas.

Uma hora passou bem rápido. Conseguiram sentir que o navio perdeu velocidade e que uma massa esverdeada encobriu o céu conforme iam se aproximando. Um arrepio percorre as costas dos três e também a sensação de vazio e de que algo dará de errado.

Um sino começa a tocar sem parar lá no convés chamando os quatro para lá. O capitão esperava-os ansioso e nada o fazia melhorar. Todos os interessados reuniram-se enquanto outros tantos arrumavam o bote. Andrew estava ajudando e já estava lá embaixo a espera dos três. Ao verem se aproximar, o capitão sorriu sacana e coçou o queixo onde deveria ter uma barba. Seu rosto jovem passava vitalidade enquanto que seus olhos mostravam inteligência de alguém que vivia há séculos.

— Já sabem o que fazer. Ali está o navio. Terão de ir até lá e o resto é com vocês. — Ele apontou para trás e puderam ver um navio negro de velas pretas atracado entre rochas. Algumas luzes estavam acesas nas partes debaixo do navio e de lá podiam ouvir uma gritaria.

Levando-os para a ponta do navio mostrou a corda e Andrew lá embaixo. Já era hora de descer e fazer o que tinha que ser feito. Assim que Hakanno tocou o bote voltou à sua forma draconica; porém Alkaid não, manteve sua forma humana assim como Flora. Por que ela não teria mudado também? E por que o capitão não parava de olhar para ela e para Flora?

Agora estavam os quatro a sós. O caminho era um pouco mais longo e ninguém parecia bom para papo. Andrew olhava só para o caminho, estava determinado em seu plano e esperava não falhar. Levaria mais ou menos meia hora para chegarem até lá pela distância segura que o navio deveria ter. Mas antes que pudessem ter uma boa distância do navio do Deus, este some e ficam sozinhos no mar em direção ao Navio de Barba Negra.

— Aconteça o que acontecer, não digam nada sobre o Capitão. Barba Negra o detesta e poderá colocar tudo a perder. Outra coisa, Barba Negra adora mulheres, então, se puderem serem femininas o suficiente para ele não querer nos matar, está bom.

por Minx Sex 07 Out 2011, 1:31 pm

A noite fora... bom, como sempre: Tortuosa. Poupando minha mente de reflexões sobre o mesmo sonho, acordei de vez e me exercitei normalmente no quarto ignorando o movimento de meus outros companheiros de viagem. Quando saí, já não estavam mais na cozinha, então aproveitei a refeição sozinha. Na minha versão dos fatos, desde o momento em que pisamos no navio eu sentia que aquilo seria um problema muito mais sério do que pegar algo para um demônio que se intitulava Deus. Temor? Não, apreensão, não queria perder a chance de realizar minha verdadeira tarefa.

Enfim, viajei em minha própria imaginação e pensamentos a respeito do que fazer, tendo gasto o tempo necessário para chegar na cabine do capitão e ouvir a conversa. Não sabia se era só eu quem pensava daquele jeito, mas cada vez mais ficava desconfiada. Fazia parte de minha natureza, nem confiava naqueles dois para início de conversa. Sentia falta de Salim. Fiquei quieta e centrada em minha própria pessoa. O plano era arriscado e até tolo. Se fosse ao meu comando, invadiria com toda minha tripulação e tomaria o objeto à força. Ainda mais sendo um "Deus", nada ficaria no meu caminho. Desconfiança aumentava.

Vestida como camponesa não faria bem ao disfarce, então troquei minhas roupas pelas de pirada que estavam em meu quarto. Calça preta justa, botas marrons, uma camisa branca de mangas cumpridas com um colete marrom, sem falar de uma bandana preta. Sorri de leve com aquilo, ainda preferiria o traje de freira, mas já estava bom. Quando saí e entramos no bote, rumávamos para o plano louco daquele demônio-capitão. Só em Alkaid não ter voltado à sua forma original eu entendi tudo, ou basicamente tudo, tendo a confirmação pelo ultimo comentário.

(Flora)- Se for depender da minha feminilidade, estará ferrado. Eu sou uma guerreira, não uma cortesã. E se o intuito é nos deixar vulneráveis, como Alkaid humana, e sexualmente abertas para qualquer... coisa, você está perdido.

por Alkaid Ter 11 Out 2011, 1:02 pm

Preferiu gastar aquela uma hora em seu quarto. Gostou de ver em cima da mesa um cinto e uma espada velha. Segurou-a e ergueu a altura dos olhos. Era bem afiada e fina. Olhou para seu próprio cinto e viu sua própria espada. Suspirou. Botou a outra no mesmo lado para camuflar a mais importante junto com o sobretudo.

A hora passou rápido e logo estava no convés a espera dos acontecimentos. Aquela mancha no céu os cobria e dava um ar mais sinistro a situação. Apertou a nuca um pouco nervosa, mas logo sentiu uma suave adrenalina percorrer seu corpo e gostou. Sentiu sua espada pulsar. Sorriu e saiu do quarto.

Pela primeira vez depois do dia anterior ouviu a voz de Flora. Não era uma das mais agradáveis de se ouvir mas não pôde deixar de concordar com a garota. Apenas Hakanno tinha mudado de forma e ela permaneceu a mesma. Imaginou que era porque ela teria de fazer alguma coisa que envolvesse a parte humana dela ou que eles detestavam vampiros. Mas então Andrew avisa que o motivo era bem simples e Alkaid apenas sorriu, olhando para o navio.

— Já esperava algo assim. Comigo, sem problemas. Vou adorar seduzi-lo e depois acabar com ele. Essa parte pode deixar comigo.

Essa era a parte mais fácil. Estava acostumada a fazer isso no bar de seu pai e para conseguir alguma coisa quando saiu de casa. Com este não seria diferente, um pirata velho bebado que se embriaga fácil era a coisa que Alkaid precisava, afinal por mais que Alkaid beba, não se embriaga.

—

por Hakanno Seg 17 Out 2011, 11:31 pm

Hakanno estava empolgado. Não se importava muito bem com o objetivo final, sequer entendeu ainda o porquê de ter chegado ali acompanhando as duas beldades, mas estava feliz pela aventura. Oras, eram piratas, deveriam ter muita grana sobrando, não se importariam de perder alguns sacos de moedas.

Quando menos esperou, já estavam no bote indo em direção ao "temido" navio do famoso Barba Negra. Tinha ganho uma espada, e o melhor de tudo: voltou à sua forma original! Checou suas calças na primeira oportunidade.

– Agora sim tá ótimo – Falo para si mesmo, sorrindo como de costume. Seu equilíbrio voltara ao normal, tinha suas pernas dracônicas devolta, assim como suas garras e escamas. – Bastan fingirmos que somos náufragos, certo? Pode deixar comigo, fingir é minha especialidade.

Riu, colocando as mãos atrás da cabeça e apoiando as costas na lateral do bote. Fitou Alkaid e ergueu uma sobrancelha duas vezes, mantendo um olhar e sorriso sarcásticos.

por **Shaorin** Qua 19 Out 2011, 12:53 pm

Andrew abriu um sorriso e olhou Hakanno de canto ao citar que fingir era sua especialidade; deixou escapar uma risada curta. Uma vez o navio longe, começaram a sentir o balanço e o vento do mar. Aos poucos, começaram a surgir pedras no caminho e viram ao longe um navio. >> Imagem do navio <<

O navio era grande, de vários andares, e suas luzes estavam acesas. O quarteto conseguia ver pontos mais negros perambulando pelo navio vez ou outra, inclusive quem estava de vigia. Foi quando, sem aviso, o mar ficou agitado. Água bateu forte nas laterais do navio balançando seus tripulantes. Então perceberam que o vigia conseguiu vê-los no mar agitado e começou a berrar, apontando para o barco; uma multidão se aproximou da parte de trás do navio para vê-los, e neste instante, o mar se encarregou de fazer seu papel.

Em movimentos fortes e brutais, o mar começou a balançá-los sem parar. Água entrava e saía do barco molhando todos. Em um determinado momento, algo bate no casco do barco, na parte debaixo, quase impulsionando-os para cima. Então, sem mais nem menos, todos são jogados para fora do barco. Já estavam perto do navio, perto o suficiente para conseguir enxergar os humanos que estavam observando-os, inclusive um deles que usava um chapéu, obviamente sendo Barba Negra.

Mal tinham caído quando alguma coisa simplesmente destrói o barco de vocês, uma espécie de Kraken ou tubarão forte. Podiam ouvir os marujos suspirando surpresos com aquilo, outros gritando "Eles vão morrer!!".

Então, uma corda é jogada de cima do navio direto para o mar. Obviamente, um sinal do capitão para que pudessem subir. Visto de perto o navio era ainda maior, inclusive o homem que estava esperando-os lá em cima, com uma barba toda preta bem-feita e um chapéu.

Assim que subiram todos, foram pegados por trás e segurado pelos braços. Não poderia revidar nem se exaltar, senão colocariam tudo a perder. A água do mar tinha tido o cheiro do navio do Deus, o que aliviava Andrew.

Todos deram espaço fazendo uma roda entre os quatro novos tripulantes e Barba Negra. Ele saiu de trás de um dos tripulantes e caminhou devagar até os quatro. Já de primeira olhou para Flora e Alkaid igual todos os outros marujos. Qual tinha sido a última vez que viram - ou tocaram - um mulher? Há muito tempo. Então seus sentidos estavam bem aflorados. Deu uma boa olhada para os dois homens e arqueou a sobrancelha quando viu Hakanno.

>>> Barba Negra<<<

— Ora ora...O que vejo navegando pelo meu mar... — Caminhou até Flora e cheirou-a bem de perto, fitando-a. Passou por Alkaid, olhando seu corpo de cima a baixo e esboçando um sorriso. — Duas beldades e... Dois machos. — Classificou, parando na frente de Hakanno.

— Nosso navio foi atacado senhor, por aquela criatura que acabou de atacar nosso barco! — Falou Andrew fingido, olhando para Barba Negra como súplica. Ele olhou para ele distanciando e mandou que pegassem suas armas. Um dos dois marujos, ao pegar a arma das duas mulheres, não resistiram em tocar em suas peles macias. Riram, olhando uns aos outros, excitados.

— Entendo mas...Como chegaram justamente perto do meu navio? E porque não vi nenhum resquício de briga? Madeira...Explosão e barris boiando? — Perguntou, olhando para ele fixamente. Seria difícil enganar aquele lobo do mar, mas Andrew tinha a resposta certa que lhe foi mandado dizer.

— Fomos atacados há milhas daqui e pulamos naquele barco para nos salvar. Procurávamos algum lugar para ficar, mas passaram-se dois dias até conseguirmos avistar o seu navio. Achamos que a criatura não tinha nos seguido, mas...Bem, ao chegar aqui o senhor pôde ver o que aconteceu.

— E o que fizeram para o Kraken? — Inquiriu, ficando bem perto de Andrew.

— Um dos novos tripulantes avistou a criatura bem longe e tacou-lhe um arpão, pobre coitado nem sabia o que fazia. Todos pagaram por isso, até Sr. Jones e -...

— Vocês são tripulantes de Sr. Jones? — Interrompeu o homem.

— Sim senhor, por que a pergunta?

— Hah, até que enfim este homem morreu! Soube que sua tripulação é valiosa. E vejo que é verdade...Mas bem, agora que estão aqui, o que acham que pretendem fazer? que iremos até terra firme e poderão ir embora como se estivessem em um navio à passeio?

Andrew quis dizer sim, mas apenas abriu um sorriso satisfeito, fazendo uma mesura para o capitão, olhando-o fixamente.

— Não, é muito melhor que isso. Preferimos ficar num navio de verdade, com um capitão de verdade. O senhor, Barba Negra.

Aquelas palavras melosas bastaram para alegrar o capitão sério. Ele deu uma boa risada abafada e olhou para Hakanno.

— E você, meio-dragão. Criatura estranha, mas parece ser forte para aguentar o trabalho pesado. Também quer fazer parte do navio, ou prefere a morte?

Assim que a resposta de Hakanno surgiu, pulou para Flora. Olhou suas roupas, porte físico, e como todos os outros esperavam, ela estaria bem séria.

— É, há lugares onde os marujos não conseguem limpar. E então, você também vai ficar ou prefere morrer? Apesar de que faria muita falta neste mundo. — Riu, já esperando uma boa resposta.

Ao chegar em Alkaid, olhando seu porte físico, seu grande decote, abriu um largo sorriso. — Precisamos de uma boa cozinheira. Não aguento mais comer coisas estranhas...Prefiro algo diferente que uma boa mulher saiba fazer. O que me diz?

O capitão sorria, satisfeito exibindo dentes perfeitamente...Podres. Todos estavam assim. Ele, apesar de tudo, era um dos que mais tinha dentes e que estavam brancos.

por Hakanno Qua 19 Out 2011, 6:55 pm

Ninguém tinha dito que uma criatura derrubaria o barco. Que raios foi aquilo? Não se importou muito pois a cena fez tudo ficar ainda mais convincente. Hakanno passou a ter uma expressão séria e um tanto perdida, mantendo os dentes cerrados enquanto Andrew falava. Ele também era muito convicente, e logo o meio-dragão entrou na dele. Barba-negra enfim dirigiu-se a ele.

– Ainda preciso rasgar muitas gargantas antes da morte me vencer, senhor – Manteve-se sério, estreitando seus olhos vermelhos. – Vai ficar surpreso com esta "criatura estranha" que já deu muito trabalho aos inimigos de Sr. Jones, e que agora trará a morte aos seus... Posso ser um desgraçado louco por rum, mas sei reconhecer um superior e vou retribuir por ter salvo minha vida.

Apoiou um joelho no chão, deixando sua espada à sua frente. Particularmente a água do mar irritava e quando secava suas escamas ficavam pinicando. Ok, tentava não pensar nisso naquele momento.

por Alkaid Qui 20 Out 2011, 11:33 am

Não esperava pelo que aconteceu. Uma criatura enorme que mal conseguiu ver simplesmente destruiu o barco! Imagina se eles estivessem lá ainda? Suspirou aliviada ao saber que era apenas para encenação, não iria querer de jeito algum enfrentar aquela criatura. O plano tinha dado certo e logo estavam no navio. Foram presos, suas armas tiradas, e aqueles marujos tocando em sua pele e seus olhares a irritavam. Por sorte não viram sua outra espada e ficou satisfeita.

— Se gostar de comidas regadas ao rum, creio que vai adorar comer minha comida. — Respondeu à Barba-Negra na sua vez. Ela piscou quando terminou de falar, percebendo que ele a olhava bem fixo da mesma forma que fazia com Flora. Em sua cabeça, estava maquinando como seriam seus passos para chegar mais perto dele e sair da cozinha.

por Minx Sáb 22 Out 2011, 12:55 pm

E naquele tempo de aproximação, acalmava meus nervos e concentrava-me na missão. Nosso barco foi atacado e fomos jogados para fora dele, logo depois o vi sendo destruído. Mas o que diabos era aquilo? Não, eu não gostava daquela situação. Principalmente depois de sermos salvos. Respirava um pouco ofegante, cuspindo a água salgada da boca e olhando envolta. Aqueles olhares me causaram arrepios por um segundo, mas logo depois os encarei de volta. Como? Do tipo "toque nisso e será a ultima coisa que sua mão fará".

A encostadinha em mim não foi tratada com violência, só olhei de uma forma nada amigável ao sujeito. Estava desarmada e cercada por tarados, por sorte eu não só precisava da espada para lhes arrancar sangue. Enfim, preferi não pensar nisso para não dar tudo a perder. Quando o capitão do navio se dirigiu a mim, o olhei atentamente. Mas, o olhei com respeito ao invés daquela forma ameaçadora. Sorri de leve.

(Flora)- Sim, apesar de achar que farei mais proveito com uma espada na mão.

por **Shaorin** Qua 26 Out 2011, 10:45 am

Todas as respostas foram agradáveis aos ouvidos de Barba-Negra. Ele sorriu com cada resposta e mandou que devolvessem as armas de Alkaid e Flora. Pediu que Hakanno se levantasse e então despachou todos os outros marujos, berrando para voltarem aos seus serviços. Era claro que alguns não gostaram do quarteto, observavam-nos com uma pitada de dúvida; outros, olhavam apenas para as duas mulheres e relutavam em voltar totalmente ao seu trabalho. Manejavam as cordas com má vontade e desatentos, olhando para o que os quatro fariam.

— Jack! — Berrou, chamando um dos marujos olhando para os lados. Em pouco tempo surgiu de uma escada que dava para o andar debaixo um homem forte e robusto de pele morena e rosto intenso. Ele tinha tatuagens no corpo exposto e usava uma calça surrada escura e uma espada na bainha.

— Levem estes dois novos marujos para baixo e mostre seu novo serviço. — Andrew entreolhou Jack e fez um cumprimento com a cabeça que foi devolvido. Agora tudo estava acertado e era só colocar parte do plano em prática. Mas por hora, Andrew resolveu deixar tudo como estava. Olhou para Alkaid e Flora e seguiu Jack para as escadas junto com Hakanno, logo sumindo de vista deixando as duas moças com o capitão.

— Pois então, sigam-me. Não vieram a passeio, vamos botar a mão na massa. Limpará o convés por enquanto, garota, depois, quando tiver mais confiança em seus serviços, poderá mudar de cargo. — Disse à Flora, caminhando para um corredor escuro que tinha logo atrás. As paredes de madeira estavam todas cobertas de musgos, como se o navio vivesse embaixo d'água. Portas estavam fixas do lado direito quase todas fechadas ou entreabertas; apenas a primeira estava bem fechada e parecia trancada, por ser a cabine do capitão.

No fim do corredor tem uma porta maior que as outras e estava aberta. Dali saía um cheiro de carne que era possível ser sentida desde o corredor. Alguém cozinhava. Barba-Negra ficou na porta e pediu que Alkaid se aproximasse.

— Megan, esta é a sua nova companheira. — Disse o capitão, dando uma certa empurrada em Alkaid para que entrasse. Nem esperou reação das duas, voltou a andar levando Flora para outro lugar, avançando mais o corredor.

Mais alguns passos e portas e chegaram à uma no fim do corredor. Esta porta marcava o final e estava aberta. Dali, vinha um cheiro forte de sabão feito de banha de animais. Chegou na porta, acendeu uma luz fraca e mostrou o conteúdo. Vários esfregões, escovões e baldes estavam esparramados pelo chão. Sabão tinha em cima de uma bancada suja.

— Aqui está seu material, hehe. Água nem preciso dizer onde fica, não é mesmo? Se é maruja sabe onde fica e está acostumada ao trabalho pesado. Passar bem. — Sem esperar deixou a garota sozinha dentro do cômodo mal iluminado. Flora teria um difícil e sujo trabalho pela frente, mas sem dúvida, o mais importante de todos. Flora era da limpeza, teria que limpar todos os lugares.

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@ Alkaid

Dentro da cozinha uma mulher virou. Ela era gorda, alta e de meia idade. Usava um avental sujo e tinha um olhar profundo e cheirava à gordura. Ela ao virar-se para Alkaid, abriu um sorriso de dentes podres e falhos e falou meio arrastado enquanto mexia um caldeirão.

— Hoje teremos carne de tubarão cozida com arroz e algas. — Disse a mulher, chamando Alkaid para perto. O cheiro ate que estava bom, mas as algas estava amareladas e o cheiro do arroz estava péssimo. Como eles conseguiam comer aquela comida sem reclamar? Havia uma grande mesa comprida que tinha todo tipo de comida, pendurado em cordas algumas garrafas de rum e vinho e alguns armários e sacos pelo chão onde tinham ervas.

— Venha, me ajude.

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@ Hakanno e Andrew

Jack desceu as escadas e tudo continuou mal iluminado. O cheiro forte de rum era mais forte ali e misturava ao cheiro de suor. Vários marujos estavam aglomerados afiando suas armas e travando pequenas lutas. Gritavam, cumprimentavam-se e até jogavam um jogo estranho. Assim que chegaram, todos se silenciaram e encararam os dois.

— Pessoal, este são os dois novos marujos. Não parecem nada fortes mas devem dar pro gasto... Haha! — Todos riram. Um grande com tatuagem no braço e cara amarrada se levantou de um banco e encarou os dois.

— Quais seus nomes?

— Andrew e Hakanno. — Respondeu Andrew, apontando para cada um. O homem deu um sorriso exibindo dois dentes de ouro.

— Sabem lutar? Bom, não precisa responder...Prefiro que mostrem. — Disse, e um outro homem mais magro, mas não menos forte levantou de outro banco. Ele tinha cabelos loiros e olhos azuis e sorriso sacana. Passou a mão na cintura e ambos pegaram suas espadas, e os demais se afastaram.

Ao mesmo tempo, disseram:

— Mostrem o que sabem. — E ambos avançaram. O loiro ficou com Andrew, e o parrudo de quase dois metros de altura foi para Hakanno. Andrew logo puxou sua espada e bloqueou o ataque do marujo, empurrando ele para o fundo para dar espaço para a luta, esperava que Hakanno não fosse fraco suficiente para perder para o grandão. Preferia ter pegado ele.

por Hakanno Seg 07 Nov 2011, 11:48 pm

Estava satisfeito. Geralmente líderes autoconfiantes demais e com o ego gigante costumam ser bastante burros quando se trata de elogios. Bastou puxar o saco e pronto: 4 estranhos estavam dentro da tripulação. Ah como adorava esse tipo de coisa, nunca se sabe o que virá a seguir. Para quê temer a morte? É apenas uma consequência entre as várias possíveis.

Enfim desceram para onde ficavam os marujos. Tudo sujo, mal iluminado, nada com que Hakanno não estivesse acostumado. Porém ficou bastante irritado quando Andrew o apresentou. O meio-dragão nunca usava seu nome real, caso o enrustido não tenha percebido.

– Hah, bateu a cabeça no barco, grande idiota? Erre meu nome mais uma vez e vai preferir ter ido dormir com os peixes – Ignorou o resto, continuando com sua expressão séria e um tanto irritada. Fitou então o homem que o desafiou. Alto, forte e grande chance de ser um débil mental. Muitos marujos eram.

Tinha suas pernas dracônicas devolta, seu equilíbrio estava perfeito, por mais que o mar insistisse em mover aquela frágil embarcação de madeira. Não era idiota de tentar barrar um golpe de espada decima pra baixo do grandão – ele tinha como vantagem a altura e força. Hakanno não era um exemplo de meio-dragão alto, mas compensava em outros pontos.

Deixaria o grandão atacar primeiro, apenas esquivando-se ou desviando sua espada com golpes laterais. Sempre andando em círculos de forma a não arriscar bater em algo ou alguém – e mesmo assim atento a tudo ao redor. Assim que tivesse a chance, desarmaria o homem, o golpeando com o cabo da espada na barriga de forma que ele se curva-se para frente e então Hakanno acertaria um murro debaixo pra cima, algo bastante acentuado pelas suas mãos de ossos dracônicos e escamas um tanto afiadas em alguns pontos – principalmente nas juntas dos dedos.

por Alkaid Ter 17 Jan 2012, 9:32 am

— Posso, posso te ajudar a fazer coisa melhor. Vamos, jogue tudo isso fora e ponha água para esquentar, muita água! — Como sempre fazia, chegou botando banca que provavelmente não tinha. Esperava que a mulher percebesse que alkaid queria apenas ajudar e que não desse problemas, apenas fizesse o que ela pediu.

Pegou os mais diversos legumes e deu para a mulher cortá-los em pedaços médios; procurou camarões e lulas e cozinhou-as, cortando-as em pedaços do mesmo tamanho. Quando a água começou a ferver com os pescados, jogou os legumes e temperos. Deu uma boa misturada e tampou com uma enorme tampa.

— Pronto, tudo vai cozinhar e a água vai diminuir, o molho vai ficar pronto. Encha mais água e coloque o macarrão, devia conhecer bons pratos para servir cozinheira!

Quando a água ficou borbulhante, jogou bastante macarrão e deixou cozinhar. Deu uma boa mexida no molho e a água baixava aos poucos e ficava densa, cheirosa. Pegou uma colher e pescou um pouco do molho e experimentou. Delicia! Pegou um pouco mais e mostrou para a cozinheira tomar.

— Experimente. — Apontou, sorrindo de canto.

por **Shaorin** Sex 20 Jan 2012, 12:06 pm

@ Hakanno

Seria uma briga acirrada. Os que pretendiam lutar tinham dado um passo à frente, enquanto que os que apenas assistiriam deram um passo para trás. Tudo que tinham a fazer era começar uma demonstração do quão cada um poderia ser forte e fazer os outros marujos temê-los. Mas a única coisa que iriam conseguir era levar uma bronca.

— Sem brigas aqui embaixo. — Falou um homem mais velho, provavelmente o mais velho do navio. Ele foi se aproximando do grupo e os outros deram passagem para que passasse. Alguns olhavam para baixo para não topar com seus olhos intensos apesar da velhice. Ele tinha o corpo marcado por tatuagens de diversos tipos e cicatrizes, inclusive pelo rosto. Seus olhos, verdes como o mar e sua boca coberta por um mísero bigode bem feito. Vestia os mesmos trapos que os marujos ali exceto pela camisa que era apenas um casaco no qual deixava o corpo musculoso à mostra.

Ele deu uma boa olhada para Hakanno, confrontando-o com o olhar e lançou um significativo para Andrew, que pareceu engolir em seco. Porém um ponto que o meio-dragão poderia perceber era o olhar que os dois trocaram: um olhar de aliança.

— Desculpe, nós...não queremos dar problemas. — Disse Andrew desviando o olhar para os outros que também tinham recuado suas armas. Parecia que o homem era o chefe depois do capitão, ou ao menos o mais respeitado ali embaixo. Alguma coisa ele devia ter feito para merecer tal respeito.

— Sou Jason, garotos. — Cumprimentou com um aceno, olhando-os firme. — As regras aqui vocês aprenderão rápido se forem espertos, então sugiro que fiquem na de vocês por enquanto. Apesar de não demonstrar, todos aqui gostam de respeito. — Ao dizer isso, virou as costas e saiu da roda levando a garrafa de rum da mão à boca.

Andrew olhou para todos e eles se dispersaram, cutucou então Hakanno e foi direto para onde o velho Jason estava, queria respostas e esperava que ele as desse. Todos lá embaixo então olharam-nos ir direto para o velho e nada disseram, pois pelo visto, todos ali que chegavam iam tomar alguma aula do navio com ele.

Jason estava sentado nos degraus de uma escada isolada no canto do navio, ninguém estava perto dele. Ele treinava em uma gaita algumas notas. Andrew parou ao seu lado e suspirou, passando a mão no cabelo.

— Achei que nunca ia aparecer, que teria que te procurar. — Desabafou, olhando para seu rosto que ainda estava tomado pela canção da gaita que parecia nem ouvi-lo. — Este já deve conhecer, inclusive, as outras duas que estão no navio. — Pensou em continuar mas foi interrompido pelo silencio que ele fez ao cessar as notas. Levantou seu olhar e abriu um leve e curto sorriso de canto.

— Há anos que estou aqui para saber onde está o paradeiro, e ainda mais tempo ainda para contactar ao capitão de que achei e chamar alguém para me resgatar. Enfim vocês chegaram, não aguentava mais. Agora...Será um tanto arriscado. — Avisou, bufando e colocando a mão em um cordão invisível no pescoço. — Está no pescoço do Barba Negra. Está invisível o pingente, mas o cordão está a vista. Precisamos de alguém para pegar.

— Ele é bastante mulherengo então...Foi bom trazer duas mulheres.

— Sinto muito, uma delas é ...bem...não gosta de homens. Claramente se vê isso senhor. — Replicou Andrew.

— Melhor ainda, ela não tem intensão na outra garota não é? Pena, terá de ser a outra mesmo. Diga a ela para se encontrar comigo esta noite, teremos uma boa conversa.

— Certo. Aliás, este é Hakanno, ajudante. — Apontou para o meio-dragão.

— Oh sim, fiquei sabendo que viria muita gente. Entretanto vamos ao plano, fiquem focados pois há muitos lacaios entre nós.

@ Alkaid

A banca que Alkaid colocou logo ao chegar na cozinha fez a cozinheira ficar irritada. Olhou-a com um olhar superior, irritado, como que a confrontando e querendo dizer "como está dando ordens na minha cozinha se mal chegou aqui?". Porém, enquanto Alkaid fazia o prato o cheiro foi tornando-se mais gostoso do que o próprio que tinha feito e resolveu ajudar como tinha pedido.

Vez ou outra até passava um pirata e falava do cheiro delicioso da cozinha, que faziam-nos ficar ainda mais com fome. Estava perto da hora do almoço e dar comida para todos aqueles homens não era tarefa fácil e de uma mulher só.

Quando pediu que experimentasse a comida, a mulher fez com prazer. Deu uma boa sugada no ensopado que estava na colher e logo depois de sentir um delicioso aroma. Chegou a lamber os beiços e falou algo em sua língua antiga que alkaid não conseguiu decifrar, mas pelo seu rosto ameno e feliz, notava que ela estava satisfeita.

— Está ótimo. Mas antes, comemos nós duas primeiro senão não sobrará hehe!! — Assim, pegou dois pratos fundos grandes e encheu do ensopado e colocou em cima da mesa com dois pedaços de pão duro. Puxou Alkaid para a mesa e fechou a porta da cozinha.

— Comemos em paz e servimos o almoço em seguida.

por Hakanno Qui 01 Mar 2012, 10:46 am

O velho impunha respeito, isso não poderia negar. Mas assim que percebeu a forma com que ele encarou Andrew, já era fácil perceber a situação. Hakanno encarava o homem, apesar de muitos ali fazerem o contrário, não demonstrando medo. Foi quando ele se retirou e Andrew o seguiu, e o meio-dragão foi logo depois. Quando viu as palavras do rapaz para Jason, o olhou de canto de olho.

– "Frouxo..." – pensou, tomando certas atitudes do rapaz como, basicamente, não sendo muito masculinas. Novamente encarou Jason quando foi apresentado, apenas fazendo um leve movimento com a cabeça em resposta. – Então nossa ruivinha vai seduzir o capitão pra roubar o pingente? Ótimo, vai nos poupar trabalho e lutas desnecessárias.

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