[Takaras] Perigo em Potencial

Mais uma fria e barulhenta noite passava por Takaras. Em um dos becos daquele lugar, uma taberna de porte médio parecia mais agitada do que de costume. Algumas criaturas voavam pela janela, outras saiam de lá seriamente machucadas e a minoria curiosa fazia fila a porta do lugar, para ver o que realmente acontecia. Ali dentro, um grande e musculoso Ogro rugia seu gigantesco contra qualquer um que chegasse perto do mesmo. O dono do lugar tentava desesperadamente fazê-lo parar, enquanto os mais corajosos partiam para a violência tentando imobilizá-lo ou até mesmo matá-lo. – EU NÃO VOU DESCANSAR ATÉ DESCOBRIR QUEM É ESSE MALDITO! QUANDO EU ENCONTRAR COM ELE, FAREI ELE SE ARREPENDER DE TER ESSAS IDEIAS ABSURDAS! – E após atingir mais dois demônios que frequentavam o lugar, saiu bufante pela porta rumo aos becos regados pela escuridão. Após o lugar se acalmar e recolocarem as mesas no lugar, os clientes ainda bem assustados voltavam a se sentar. Em poucos minutos as coisas pareciam ter voltado ao normal, apesar do clima tenso ainda continuar. Muitos queriam saber o por que de tanto escândalo e arrogância daquele Ogro, visto que ninguém ali parecia ter insultado ou perturbado ele. Em uma mesa mais ao centro, um pequeno grupo de quatro demônios se reuniu, logo começando a discutir o porque de toda aquela confusão. – Por que tanto escândalo? O que aconteceu para deixar aquele Ogro tão raivoso? – Comentou o menor dos quatro, que parecia inclusive o mais amedrontado pelo ocorrido. Foi nesse momento que o maior tossiu, como se fosse para chamar a atenção deles. – O quê?! Vocês ainda não sabem dos últimos boatos? – Disse em um tom alto, como estivesse surpreendido. Quando percebeu que havia falado alto demais, escolheu-se na pequena mesa, pois tinha medo que alguém igual ao Ogro aparecesse e reiniciasse a confusão. Após ver que não tinha mais problemas, voltou a falar.

– Eu soube desses boatos por um amigo de um amigo meu. Além disso, parece que eles já chegaram em grande parte do reino de Takaras, outros já dizem que talvez tenha chegado em cada canto deste lugar maldito. – Fez uma leve pausa, como se fosse para dar suspense ou curiosidade nos outros três. Ele de certa forma se sentia privilegiado em saber daquilo, passando-se por uma pessoa informada. – Estes boatos dizem que há alguém em Takaras que está reunindo apenas os mais fortes demônios para se juntarem a ele. Seu objetivo é desconhecido, mas tudo aponta que é para algo gigantesco! – Falava com entonação e fazia inclusive alguns gestos. Esquecera totalmente de ser sigiloso, portanto qualquer um próximo a eles poderia ouvir, e muito bom, toda a conversa que acontecia ali. Os outros três pequenos demônios, admirados e ao mesmo tempo assustados com aqueles boatos, mantinham seus grandes e dilatados olhos vermelhos na figura do maior, como se fossem pequenas crianças, esperando o final do seu conto favorito. – Alguns dizem que é somente um único ser que ainda está sozinho, portanto não é de grande ameaça. Outros, no entanto, dizem que é um poderosíssimo mago que já possui uma horda terrivelmente assustadora de demônios! Se isso for verdade, podemos estar diante de algo que abalará para sempre a história desse reino! Não obstante, também há algumas especulações sobre o objetivo dessa criatura! Alguns dizem que ele somente quer ser reconhecido, o que não mudará muito as coisas. Outros, no entanto, dizem que ele pretende controlar as terras da fronteira do reino e, quem sabe... Fazer uma RE-VO-LU-ÇÃO! –

Disse as últimas palavras em um tom bem alto, chamando a atenção de todos no bar. Para um simples e fraco demônio, ele estava falando até demais, talvez tenha sido um idiota como ele que tenha provocado toda aquela confusão de alguns minutos atrás. – Por fim, os mais severos defensores "daquela pessoa" temem que as últimas opções sejam reais. Portanto, dizem que estão fazendo de tudo para encontrar a pessoa dos boatos! Talvez aquele ogro seja um deles, quem sabe. –

Apenas um lembrete. Meu personagem não está na Taberna, e sim usei um NPC para começar a espalhar o boato. Sem mais, obrigado por lerem. n_n

A poucos metros da taberna, assistiu o ogro sair enfurecido do local. Era engraçado como aquele tipo de evento era visto como algo comum por ali, pois apesar da aparente desordem causada pela criatura, logo todos estavam devolta à taberna conversando. Haseo estava um pouco cansado da viagem, e não custava mais do que algumas moedas tomar uma caneca de hidromel.

Entrou na taberna, encarando quem o encarasse. Não tinha medo daquela cidade de monstros, já vira coisas piores. Sentou-se à uma mesa próxima a um grupo de demônios, não havia muita opção de lugares disponíveis de qualquer forma. Pediu a caneca de hidromel, e enquanto bebia, ouvi a conversa dos seus vizinhos. Quando prestou atenção de verdade no que diziam, ficou estático. A primeira coisa que lhe veio à cabeça foi o rosto do desgraçado que o amaldiçoou.

Mal havia terminado sua bebida, bateu a caneca na mesa e se levantou, indo até os quatro demônios. Logo puxou o falador pelo ombro para que ficasse de frente para si.

— O que disse, seu desgraçado?! Parece saber muita coisa, então sabe dizer o nome desse tal ser? E espero sinceramente que tenha muita certeza do que fala... — Cerrava os olhos e os punhos, não estava para brincadeiras. O rapaz poderia ser ameaçador quando queria, e naquele momento estava ainda mais irritado pela possibilidade de conhecer o alvo daquele rumor.

Ao ser ppuxado por aquele garoto, o pequeno demônio começou a tremer, extremamente assustado. Como se não bastasse o Ogro, agora mais um ser agressivo e irritante havia começado outra confusão depois de ouvir sobre aqueles malditos boatos. Pelo visto, era melhor pararem de fazer comentários sobre ele ou mais cedo ou mais tarde alguém acabaria mais do que simplesmente se machucando. – E-Eu não sei de nada! Quem me contou foi só um amigo distante, que eu mal vejo! hehe..... – Ria inconscientemente, devido ao fortíssimo pavor que sentia. Fora disso, pela sua reação ele não parecia estar mentido. Deveras fosse, pois ele não queria arriscar mentir e acabar perdendo o pescoço. Ele olhava para os lados como para ver que algum de seus amigos ou até mesmo alguém próximo poderia lhe ajudar. Com certeza eles sequer se mexeriam para ajudar. Ao longe, alguns bêbados e outros riram da nova confusão que estava acontecendo na taberna, enquanto os amigos daquele pequeno demônio tremiam quase tanto quanto o falador, pois o medo daquele garoto ir contra eles era evidente. – E-Eu só sei que ele me disse ter ouvido sobre os boatos a partir de uma mulher, mas eu não faço ideia de quem seja! –