Floresta Endless

<Desculpem a demora, só tive tempo livre nesta noite de domingo. Vamos que vamos!>

@Uchio

<Bom, geralmente eu deixo essa parte com o próprio criador do personagem. Afinal youkais e meio-youkais são bastante variados, então cabe da criatividade de cada um. Neste caso acho natural que seu personagem possa sentir o que as corujas próximas sentem. A comunicação não seria tão fluente, mas Uchio pode entender os acontecimentos de forma primitiva. Também é natural que as corujas não se incomodem com sua presença, mas também não se aproximem muito por serem animais solitários.>

O garoto-lobo pareceu um pouco distraído enquanto Uchio falava. Era difícil saber se ele estava perdido em pensamentos ou apenas atento com o ambiente ao redor. Mas ele mesmo havia dito que Zhao não voltaria, então por que ele ficaria preocupado? Mas bastou lembrar que estavam na Floresta Endless, onde histórias nasciam o tempo todo. O youkai coruja certamente não queria fazer parte de uma história perigosa.

— Não tenho irmãos, então não sei bem como funciona. Mas sei que elas se importam uma com a outra. Só penso que... — Ficou em silêncio por um momento, mas logo balançou a cabeça. — Deixa pra lá.

Como Uchio desconfiou, Lobo ouviu seu comentário sobre as duas garotas. Mas manteve seus comentários sobre isso. Achava um tanto indelicado comentar algo que o rapaz provavelmente tinha dito para si mesmo. E logo ele começou a soltar várias dúvidas. Ao contrário do que Uchio pensava, suas perguntas tiveram um efeito diferenciado. Rio Ligeiro pareceu se animar com elas. Afinal parecia que não era comum perguntarem sobre isso.

— Claro que controlo! Sou um verdadeiro Filho da Floresta. — Respondeu, pegando mais algumas folhas e descendo da árvore. A essa altura já tinham dois montes de meio metro de folhas largas e longas. Mais do que suficiente. E o garoto não parou de falar enquanto isso. — Quem vive fora da floresta tem mania de achar que somos iguais. Digo, vocês dizem Lycan como se todos fossem do mesmo jeito. Mas não é assim. Podemos falar que existem os puros e impuros. Sou um puro, controlo meus instintos e como pode notar, tenho mais pêlos do que um humano comum. Fora meus olhos, dentes e tudo mais.

Uchio podia confirmar isso. Afinal, Rio Ligeiro tinha uma pelagem branca extra em seus antebraços, além dos seus caninos serem maiores e seus olhos possuírem uma profundidade impressionante.

— Já esses lycans mais conhecidos são Filhos da Lua, ou impuros se preferir. São selvagens, se transformam contra a vontade e viram verdadeiras máquinas de matar. Não são como nós. Podemos ficar em qualquer forma o tempo que quisermos. Existem até Filhos da Floresta que ficam a vida inteira na forma de lobo.

Notou que havia falado muito, e que poderia estar incomodando Uchio. Sem graça ele coçou a nuca.

— Ham desculpe, não é sempre que me perguntam sobre isso. Geralmente as pessoas ficam com medo... vamos indo? — Decidiu voltar, já colocando uma das pilhas de folhas sobre o ombro. Eram leves apesar da quantidade.

<Uchio, você e Rio Ligeiro já caminham em direção ao acampamento. Qualquer conversa será enquanto andam>


@Camille / Silmeria

As irmãs discutiam, mas não era uma discussão saudável. Na verdade o clima estava tenso, e as árvores pareciam conter sua respiração para não atrapalhar. Apesar de terem o mesmo sangue, as duas garotas tinham o gênio totalmente diferente. Camille passou a duvidar de suas ações graças às afirmações duras de Silmeria. A meio-elfa mostrava-se decidida e não escorregava nas palavras. Mas era fato que as duas importavam-se uma com a outra.

<Considerem que em pouco tempo ouviram Uchio e Rio Ligeiro conversando enquanto se aproximavam. Cada um carregava no ombro um amontoado do que pareciam folhas de bananeira: longas e espessas.>


@Bluesday

<Devido à enorme gama de ações "impossíveis", como por exemplo erguer um worg de 150kg com uma mão e 3 de for, seguirei os acontecimentos da forma mais aceitável possível>

O worg que se aproximou em direção à perna do elfo decidiu alterar a direção de sua mordida. Tenkai, num ato de desespero, havia tentado erguer o enorme animal pelo colarinho, e isso lhe custou uma bela mordida no antebraço esquerdo. As presas do worg cravaram-se na carne do elfo, mas devido à adrenalina a dor não o cegou. Ao invés disso tentou golpear o animal com sua espada, mas naturalmente o worg não ficou parado, e tudo que conseguiu foi cortar fora a orelha esquerda do animal.

O efeito foi no mínimo desejado e o worg soltou o braço, grunhindo de dor e sacudindo a cabeça. De reflexo, assim que Tenkai atacou o primeiro inimigo, sua mente já vagava para o outro, então seu braço voltou em um novo ataque contra o worg da direita que saltava em sua direção. A água vez com que o salto fosse mais lento e baixo, o que resultou num corte direto na boca do animal, cortando as laterais e sua língua. O worg caiu na água à frente de Tenkai, mas não estava fora de batalha. Nem o outro atrás do elfo.

O sangue escorria pela água enquanto os três worgs tomaram alguma distância de Tenkai, circulando-o. O worg que teve as laterais de sua boca cortadas parecia sorrir de forma macabra ao elfo. Um sorriso sangrento. Ele ignorava totalmente a dor. Desta vez, esperariam um movimento do elfo, cujo antebraço esquerdo sangrava com cortes profundos.

<Tenkai perde 5% de HP e tem sangramento. Perderá mais 5% de HP no próximo turno se não estancar o sangue.>

<Estou muito atarefado ultimamente, só tendo tempo para respirar no fim de semana (ou não). Como levo um bom tempo para formular um post de qualidade, prefiro fazer isso quando estou mais livre. Peço desculpas por esta demora. Vou adiantar um pouco visto que já atrasei demais>

@Lutchica / Phyress / Uchio

Apesar da situação parecer tensa, o resto da noite foi mais tranquilo. Rio Ligeiro e Uchio se dedicaram a limpar os peixes usando a faca que conseguiram anteriormente, o que pode ser considerado sorte. Do contrário teriam que assar os peixes inteiros e comer com mais cuidado. Mas o garoto lobo fazia um corte único na barriga dos peixes, livrando-os de órgãos, jogando alguns ao fogo e outros comendo cru mesmo. Até que ele ofereceu estes pedaços para Uchio, mas não tinha certeza de que o youkai-coruja iria gostar.

Camille não teve problemas ao banhar-se. A água do rio, como Rio Ligeiro havia dito, não era gelada à noite, proporcionando certo conforto. Tanto as grandes pedras quanto as árvores ao redor garantiam privacidade, com apenas a luz da lua crescente iluminando aquele espaço. Era como se o rio fosse de prata, refletindo a lua em seus inúmeros movimentos suaves. Era difícil imaginar algo tão belo quanto.

Logo os quatro estavam novamente reunidos, e os peixes estavam assados. Seria estranho comer carne sem sal, mas Rio Ligeiro triturou algumas ervas que deram aos peixes um sabor especial. Cada peixe estava cravado em um espeto, todos bem assados, e logo o grupo se deliciou com carne e frutas. Alguns dali puderam estranhar o sabor. Afinal as frutas foram colhidas à apenas algumas horas, e os peixes foram recém-pescados. Na cidade as carnes eram salgadas para serem conservadas e as frutas ficavam dias em caixas até serem vendidas. Era estranho mas reconfortante sentir o sabor verdadeiro de tudo aquilo. Por algum motivo sentiram-se mais puros.

Enfim poderiam descansar, tranquilos e de estômago cheio. Silméria insistiu em fazer o primeiro turno da vigia, mas Rio Ligeiro decidiu que o turno dele seria o próximo, e que duraria até o amanhecer. Desta forma a meio-elfa deveria acordá-lo quando se sentisse cansada. Desta forma os três foram dormir.

Os colchões de folhas não eram tão confortáveis, mas macios o suficiente. Certamente era muito melhor do que dormir no chão frio, e por algum motivo aquelas folhas rapidamente absorviam o calor do corpo e tornavam-se agradáveis ao toque. A noite seguiu-se tranquila, Silméria vigiava de forma atenta, eventualmente distraindo-se com pequenos barulhos característicos da noite. Não conhecia aquela floresta, mas sabia que era normal pequenos animais ou aves noturnas rondarem por aí, resultando estes sons misteriosos. Bastava não incomodá-los. Algumas horas depois sentiu-se cansada demais, e trocou de turno com Rio Ligeiro.

<Dia 1 OK>

@ Silméria

O dia mal havia começado e ali estava a meio-elfa em uma situação que nunca havia imaginado para ela: em meio à Floresta Endless, com seu arco, caçando junto de um lobisomem branco. Rio Ligeiro estava em sua forma lycan, mas sobre as quatro patas, desta forma parecendo menor, seu dorso chegando à altura dos cotovelos da meio-elfa. Se ela não soubesse, podia facilmente achar que era um lobo de fato. Ele mantinha a forma lupina para farejar pela presa que procuravam.

— Podemos encontrar de tudo, dependendo de nossa sorte. — falou o lobo, sua voz nem de longe parecendo a do garoto — Esteja atenta. Se encontrarmos um auroque com filhote, teremos que correr.

Silméria não sabia se ele falou sério esta última parte. Mas se falou, era preocupante pensar que a tal criatura poderia obrigar um lycan a dar meia-volta. Ficou curiosa para saber do que se tratava. Rio Ligeiro parou de andar e a fitou com seus olhos cor-de-âmbar.

— Está mesmo preparada? Devo acreditar que ontem não houve uma boa conversa entre irmãs. — Algo era estranho. O garoto em si normalmente não diria algo assim, nem desta forma. Talvez ele se sentisse mais confiante em sua forma lupina.


@ Camille / Uchio

Já havia algum tempo que Silmeria e Rio Ligeiro haviam saído para caçar. Uchio e Camille deveriam cuidar do acampamento, mas ao mesmo tempo deveriam adiantar algumas coisas. Uma delas é juntar lenha, e a outra é unir madeira e folhas para montar as cabanas. Passar uma noite ao relento já não era confortável, um mês seria insuportável. As cabanas seriam montadas de forma rápida, e quando fossem embora poderiam servir de abrigo a outras criaturas.

<Vocês dois são livres em ações. A fogueira já se apagou e não sobrou muita comida, apenas algumas frutas. Ao redor, agora que era de dia, puderam notar que as árvores são grandes e protetoras, e que algumas delas possuíam mais frutas, muitas delas maduras. O lugar parecia muito diferente, com sons de pássaros anunciando o novo dia e o farfalhar da brisa na copa das árvores. Ainda não haviam descoberto o porquê daquela floresta ser tão temida, mas descobririam em breve.>


@Bluesday

O elfo não viu outra opção. Era correr ou morrer despedaçado por presas e garras. Havia feito uma besteira, apenas notou isso tarde demais. Não podia mais negar seu medo, a adrenalina corria em suas veias agora que notou estar à um pequeno passo da morte. Ser perseguido por Worgs realmente enfurecidos causava este efeito. Tenkai poderia ser realmente rápido, mas seria estupidez achar que correria mais do que a matilha.

Foi quando sentiu uma dor em sua canela esquerda e um puxão, caindo.

Sua perna foi mordida e agora os Worgs já o alcançaram, saltando sobre ele. Algumas mordidas rasgaram apenas parte de sua roupa, mas garras lhe rasgavam o peito e um deles abocanhou seu braço já ferido. Morreria assim, em meio a ganidos e latidos enfurecidos.

Tenkai ouviu um baque surdo e pensou ter perdido a audição. Mas logo ganidos de dor e som de cascos e relinchos confirmaram que estava errado. Cascos? Sua visão estava turva mas notou grandes figuras afugentando os Worgs. Tenkai estava extremamente ferido e havia perdido muito sangue, e logo ficou desacordado.

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Achou que estava morto. Mas ainda conseguia sentir dor, porém ela apenas formigava pelo seu corpo como se fosse anestesiada. Estava deitado, mas sentia-se mais confortável. Um colchão talvez? Também estava aquecido. Tentou abrir os olhos, o que conseguiu com certo esforço. Notou o teto do lugar onde estava: era de madeira pura, e o lugar era apenas iluminado pela luz do dia que entrava por grandes janelas e portas. Era uma sala estranhamente grande em largura e altura. Tenkai estava deitado em um colchão ao canto, e o próprio colchão era grande e tinha um cheiro forte. Se alguma vez esteve em um estábulo, facilmente comparou os dois lugares.

Fora o colchão baixo, o resto dos móveis eram altos. Havia uma mesa encostada à outra parede, mais alta do que qualquer mesa poderia necessariamente ser. Ali encima havia vários instrumentos, plantas, poções, ataduras. Quem quer que morasse ali, era bem alto e também um médico.

Tenkai conseguiu sentar-se, e estranhou algo no mesmo instante. Com um enorme receio olhou para seu braço esquerdo. Estava faltando. O membro fora cortado fora alguns centímetros acima do cotovelo, e o toco estava enfaixado. Notou que boa parte do seu corpo estava enfaixado, os cortes foram costurados mas mesmo assim sangue manchava as faixas. Vestia apenas o que restou de suas calças. Havia sobrevivido, de uma forma ou de outra. Foi quando ouviu bater de cascos, tentou olhar para fora mas avistou à porta algo incomum.

— Já acordou, criança tola? — Falou o centauro. Tenkai já havia ouvido falar sobre tais criaturas, mas ainda não havia visto uma de perto. Este no caso tinha sua metade cavalo com pelagem de um castanho claro e suas pernas eram fortes. Sua parte humana era de um homem com aparência de 40 anos de idade, cabelos da mesma cor de seu pêlo e uma barba por fazer. Vestia um colete feito de peles em seu torso, e nada mais. Não era um dos exemplares mais altos, mas impressionava o meio-elfo o suficiente. — Teve sorte de ter perdido apenas um braço nessa loucura. Você deveria ter virado ração de worg ontem.

Ele andou mais para dentro da cabana e parou em frente à mesa, olhando o elfo.

— Então, vai nos dar um bom motivo para ter perturbado aqueles worgs e quase morto no processo?

Cruzou os braços, tendo um ar imponente. Seu queixo era largo, o que certamente garantiria uma mordida tão forte quanto de um cavalo. De fato, a criatura em si parecia poder arrebentar crânios com a mesma facilidade que espremeria um caracol para fora de seu casco.

[Povo sumiu, vou postando para o Bluesday já que a aventura é paralela ]

@ Bluesday

O centauro riu, um som que mais parecia relinchos curtos. Ele ficou mexendo em sua mesa enquanto o elfo falava, aparentemente arrumando seus instrumentos cirúrgicos. Agora Tenkai pôde notar melhor o local: madeira rústica, sequer lixada, unidas com cipós ou massas que parecia resina. O chão era terra dura e pisada, os cascos faziam um trabalho curioso com o tempo. A cama onde estava era de peles, um tanto acidentada mas confortável. Ali dentro apenas não estava tão escuro devido a uma pequena lamparina sobre a mesa.

— É como eu digo, meu caro: a floresta não dá ponto sem nó. Quando os rapazes me disseram que encontraram você durante a caçada, isso confirmou ainda mais minhas palavras. Porque você estava vivo. Não inteiro, mas vivo. Imagino que deve ter aprendido sua lição, certo? Não vou perguntar o que você fez, pois você já pagou o preço.

Ele se aproximou, seus cascos fortes batendo na terra dura. Agachou seu tronco humano o suficiente para que Tenkai pudesse pegar sua mão estendida. O ajudou a levantar. O dorso da parte cavalo deste centauro batia nos ombros do elfo, e por isso a parte humana não ficava tão elevada.

— Me chamo Horx, caro elfo. Sei que não deveria estar aqui, mas temos um grande débito com sua raça e com Hilydrus. Imagino que você tenha vindo de lá. Elfos corrompidos são fáceis de se notar.

Tenkai conseguia ficar em pé com facilidade, apesar da mordida em uma das pernas. Ao que parecia, os medicamentos faziam um efeito rápido, algo muito bem vindo. Horx o guiou para fora da "casa", e no mínimo o elfo ficou surpreso com o que viu.

Era uma enorme vila bem no coração da floresta. As árvores ali tinham milhares de anos, troncos grossos e tão altos que pareciam montanhas. Os raios de sol passavam timidamente por todas aquelas folhas grosas do topo, e por isso o ambiente tinha uma luz amena e agradável, levemente esverdeada. O terreno era liso, porém repleto de suaves colinas, e Tenkai se viu no topo de uma delas, possuindo assim uma visão privilegiada daquele mundo novo. Também haviam inúmeras lâmpadas queimando por todo lugar, dando uma aparência ainda mais fantástica. As construções eram ainda mais surpreendentes: grandes para abrigar os poderosos centauros, possuíam paredes espessas. Algumas eram construídas com grossos galhos e madeira rusticamente talhada, como a casa em que Tenkai estava. Outras eram cravadas nos próprios troncos das gigantescas árvores ainda vivas. Muitos trechos não possuíam grama, já que os cascos acabavam endurecendo a terra, criando trilhas e ruas. Se algo pudesse surpreender Tenkai mais do que todo aquele lugar, eram os centauros em si.

Horx, além de ser o menor, era o mais simples. O elfo pôde ver no mínimo 100 centauros de onde estava. À sua frente havia uma cerca rústica, onde se apoiou para ficar mais perto da borda daquela colina. Muitos centauros pareciam ser guerreiros: exemplares cujas partes humanas eram musculosas e vestiam partes rústicas de armaduras com chifres, peles e dentes, e sua parte equina fortificada tinha poderosos cascos grossos e tinha o dorso coberta por placas de couro e pedra talhados. Barbas espessas nasciam do rosto de muitos deles, sempre da mesma cor de sua pelagem equina, mas também nascia pelos grossos em seu peito, antebraços e costas. Mas nem todos ali tinham esta aparência bruta e imponente: haviam aqueles mais elegantes e esbeltos, também mais ágeis, que inclusive carregavam arcos ou lanças. Haviam homens e mulheres, e estas o elfo pôde notar que eram belas e atraentes, tanto em sua parte humana quanto em sua parte cavalo, também delicada e com movimentos sutis.

Tenkai ficou surpreso com tudo aquilo. A floresta Endless possuía muito mais mistérios do que pensava. Um mundo assim inteiro ficava oculto entre suas árvores, e se quisessem jamais seriam encontrados.

— E então, meu caro. O que acha? É raro alguém de fora ver o que você vê. — Disse Horx, novamente rindo. Caso Tenkai quisesse descer para a vila, havia uma trilha à sua esquerda que descia suavemente até lá.

<Bom, enquanto Camille e Uchio não postam, narrarei para Bluesday e Silméria, já que estão separados do grupo>

<A partir deste post os jogadores Goldsilver, Tsukihime, Michelle e Hayate (meu personagem) irão estar neste mesmo tópico>

<Bluesday, sua aventura será transferida para o tópico de extensão: LINK>


@Silméria

O lycan branco ficou surpreso com a pergunta repentina da garota. Ela mudou de assunto de forma um tanto brusca, e possivelmente era sua intenção. Sendo assim, Rio Ligeiro pensou por um momento.

— Nunca me perguntaram isso. Mas não vou negar seu pedido. — Assim que falou, o lycan agaixou-se para que Silmeria subisse em seu dorso. Assim que o fez, a meio-elfa pôde notar certa dificuldade e muita diferença se comparado a montar em um cavalo. De certa forma, devido aos pêlos grossos e macios, o lycan acabava por ser confortável, ainda mais por seu dorso não ser arqueado, assim não sendo incômodo para Silmeria.

Levou um tempo para a meio-elfa se acostumar com os movimentos do lobo. Diferente de um cavalo, cuja coluna ficava basicamente imóvel enquanto andava, Rio Ligeiro era muito mais flexível em seus movimentos. Seu andar era suave, mas movimentos mais bruscos como saltos e corridas exigiam à meio-elfa força nas pernas, além de precisar segurar no couro e pêlos do dorso lupino. O garoto-lobo deu um tempo para ambos se acostumarem. Afinal não era uma situação normal para nenhum dos dois. Passearam por um tempo por entre as árvores, pedras e colinas com aparente despreocupação, já que estavam focados na nova tarefa.

Foi quando Rio Ligeiro parou bruscamente, erguendo a cabeça e as orelhas. O lobo farejou o ar, e ficou tenso imediatamente. Os pêlos de seu dorso começaram a se eriçar, fazendo com que parecesse maior.

— Perigo... — Sussurrou para Silméria. Baixou a cabeça e seguiu de modo furtivo para uma morro, sem fazer qualquer som, andando contra o vento. Chegou ao topo e olhou para baixo, a tensão percorrendo suas veias. A meio-elfa podia sentir isso, uma vez que montava sobre o lobo. O que viu ali do topo explicou o motivo.

Alguns metros abaixo e à frente, uma enorme forma escura esgueirava-se pela floresta. Não emitia som ou ruído. Quando Silméria pôde ver melhor, viu que se tratava de um enorme lobo de pelagem negra. Na verdade, parecia um lycan assim como Rio Ligeiro. Mas a diferença era clara: o lycan negro era maior e mais corpulento, uma aparência intimidadora, ainda mais pelos seus olhos cor-de-fogo.

— Um impuro... são monstros burros que só sabem matar... — Continuou falando baixo, tanto que Silméria teve dificuldades em ouvir. — Ele tem cheiro de sangue e morte... elfa, melhor você descer... — mal terminou de falar, começou a rosnar cada vez mais alto.


@Aldarion / Tsukihime / Michelle

Assim como dito por Aldarion, o grupo seguiu pela orla da floresta. O guerreiro precisava achar seu mestre, e os demais aceitaram em ajudá-lo em sua busca em troca de proteção, ao menos por parte de Tsukihime e Michelle. Hayate teve sua vida salva pelo grupo e decidiu retribuir acompanhando-os, fazendo tudo que fosse possível por eles. Agora liderava o caminho em sua forma lycan, carregando a mochila e espada de Aldarion em suas costas. O guerreiro, por sua vez, estava carregando a vampira em suas costas, uma vez que suas forças esvaiam-se durante o dia. A elfa os seguia de perto, de certa forma tranquila e sentindo-se bem protegida. Afinal, ter um guerreiro poderoso e um lycan como guarda-costas pode garantir uma certa segurança.

Hayate estava à alguns metros quando sentiu um enorme peso nas costas. A espada que carregava de repente tornou-se extremamente pesada, e o lycan foi obrigado a soltá-la, e assim a arma cravou-se no chão. Aldarion, por ser o portador da espada, sabia o que isso significava: algum perigo estava próximo. Por isso parou imediatamente e olhou ao redor rapidamente, e viu algo que não esperava.

À direita do grupo, onde havia um morro igualmente repleto de árvores, Aldarion pôde ver claramente uma meio-elfa portando um arco, montada em um enorme lobo branco. Quando analisou melhor neste curtíssimo espaço de tempo, notou que o lobo tinha alguns traços humanos: um lycan. E pelos traços e tamanho, tratava-se de um animal jovem.


@Aldarion / Michelle / Tsukihime / Silmeria

No instante seguinte, a meio-elfa desceu de seu dorso e o animal começou a descer o morro em velocidade, seu rosnar alto claramente chamando atenção de seu alvo atual, Hayate. Este, por sua vez, ainda indagava o que havia acontecido com a espada até que ouviu o rosnado. Ao virar-se, deparou com o lycan branco correndo morro abaixo em sua direção, os pêlos eriçados e as presas à mostra em sinal de ataque.

Rio Ligeiro parou a cerca de cinco metros de Hayate e ergueu-se em suas patas traseiras, ficando em pé tornando-se maior. Passou a língua entre os dentes algumas vezes, indicando clara ameaça, e soltou um rugido curto em desafio. Era um lobisomem totalmente branco, e seus olhos dourados não se desviavam dos de seu potencial inimigo. O garoto sabia que se um lycan impuro alcançasse o acampamento, o grupo estaria morto.


<Silméria, você notou facilmente o lycan preto, mas só depois que Rio Ligeiro desceu o morro que você pôde notar outras figuras a vários metros de distância: um homem grande trajando uma armadura negra repleta de espinhos, carregando o que parecia ser um corpo em suas costas. Junto dele, o que parecia ser uma mulher ou uma elfa. Pela distância, é difícil definir. Pode fazer uma ação.>

<Aldarion, você notou primeiro o perigo, portanto tem a ação antes dos demais do grupo. Sua espada está muito longe de você, precisaria de um turno para soltar Michelle e ir atrás de sua arma. Qualquer ação deverá levar em conta que carrega a vampira nas costas, perdendo cerca de meio turno para tirá-la a não ser que a jogue>

<Michelle você não farejou o lycan branco por ele estar contra o vento. Sua narrativa dependerá de como Aldarion irá agir, então seu turno é depois do dele>

<Obviamente não darei instruções a mim mesmo >