Re: Floresta Endless

por **ADM Hayate** Qua 25 Jul 2012, 2:51 pm

@Camille / Uchio / Silmeria / Zhao

<Todos estão ótimos, só peço para a Luthica se dedicar um pouco mais. Você estava indo bem, desanimou com algo? Peço desculpas se eu fui a causa.>

O grupo estava decidido a não deixar Zhao sair com vida. O rapaz que de repente havia se virado contra o grupo encontrava-se sem saída. Também não era por menos. Ameaçou matar todos ali, e por muito pouco não matou Silmeria com um único golpe. Os quatro podem não ter se entendido bem no início, mas agora todos concordavam que Zhao deveria perecer ali. Todos, exceto um.

A flecha de Silmeria acertou o ombro esquerdo de Zhao, uma vez que o rapaz moveu-se na tentativa de se esquivar. Uma vez penetrada na carne, a ponta da flecha começou a queimar devido à magia da meio-elfa. Se o guerreiro não removesse aquilo, continuaria queimando por dentro. Mas neste momento Uchio atacou novamente com sua habilidade mental, utilizando-a de forma muito mais intensa e Zhao sentiu como se sua cabeça fosse explodir. Um enorme misto de emoções e dores preencheram seus pensamentos, tanto que sequer se deu conta de que sua carne ainda queimava.

Foi quando Zilmeria, Camille e Uchio viram um vulto branco, e no instante seguinte era difícil acreditar no que seus olhos viam. Um licantropo de pelagem branca estava em frente ao trio, erguendo Zhao pelo pescoço apenas usando sua mão esquerda. Ele rosnava enfurecido, apertando a garganta do guerreiro.

Spoiler:

A criatura era diferente, não era muito alta como outros lycans que o grupo já tenha visto, e a pelagem branca era absurdamente incomum. Tudo era de um branco prateado, exceto pelo seu braço direito, onde havia uma faca cravada e sangue vermelho escorrendo, gotas já pingavam no chão. Zhao não conseguia parar de encarar o licantropo, os olhos amarelos do lobo pareciam perfurar sua alma.

— Suma daqui, filhote de homem! — A voz pesada e rouca fez Zhao estremecer. — Já perdeu sua honra, agora a floresta irá te julgar! E se você tentar voltar... eu te mato!

O lycan soltou um rugido alto enquanto apertava seus dedos em torno do pescoço de Zhao, suas garras deixando marcas. Em seguida o guerreiro foi jogado vários metros floresta a dentro, então caindo e rolando no chão repleto de raízes e folhas secas. Mesmo ainda atordoado pelo golpe de Uchio, Zhao conseguia correr, o pânico o fazia se mover sem pensar, por mais que tropeçasse, não parava de ir em frente.

Por alguns minutos o lycan encarou a direção para onde Zhao havia corrido, mesmo não mais o vendo. O sangue ainda escorria pelo seu braço, e em demasia. Após algum tempo, o licantropo branco caiu no chão, inconsciente pela perda excessiva de sangue.

<Zhao foi consumido por Pânico. Resta 52% de HP. Devido ao status Pânico, você deverá narrar seu personagem com medo e fugindo pela próxima rodada. A flecha ainda está cravada, você poderá retirá-la mais perderá 2% de HP no processo, e mais 1% por turno se não estancar o sangramento>

<Uchio você perde 10% de HP como efeito colateral por ter usado sua habilidade 2 vezes seguidas>

<Silmeria agora tem apenas 3 flechas>

@ Bluesday

Tenkai sabia melhor do que ninguém que a floresta Endless escondia sua verdadeira natureza, e muito bem. O lugar, belo e convidativo, ao mesmo tempo assustava, principalmente durante a noite. Já estava para anoitecer, e toda floresta era banhada pela luz rubra do sol se pondo, dando ao lugar um aspecto tenebroso. O elfo sentiu que, por algum motivo, as árvores pareciam segurar a respiração. Ele sabia que a floresta inteira se conectava, que era como uma só alma gigantesca em toda forma de vida, e neste momento ela parecia assistir a algo. Talvez não tivessem gostado da presença do elfo, ou talvez algo grande estaria acontecendo.

Foi quando Tenkai ouviu um rugido ao longe e imediatamente vários pássaros levantaram vôo, assustados, gritando em protesto enquanto se afastavam. Era difícil saber da onde o som veio exatamente e do que se tratava. Parecia o rugido de um urso, e o elfo sabia que esses animais costumam crescer demasiadamente naquela floresta misteriosa. O motivo era um mistério, mas isso não impedia de torná-lo real.

por Luthica Qua 25 Jul 2012, 5:43 pm

Os olhos verdes de Camille mal podiam acreditar na sequência dos fatos. Depois de ter passado aquele tempo quieta e concentrada somente na única e possibilidade viável que enxergava se formando a sua frente, finalmente estava preparada para avançar com a espada que já estava firme em sua mão, para aquele obejtivo. Estava muda, esperando as ações dos outros porque estava criando coragem para dar o golpe final em Zhao e livrá-lo do sofrimento a qual era constantemente submetido. Nenhum dos dois poupava esforços para vê-lo derrotado. Mais do que isso, talvez pela natureza dos golpes de ambos – assim ela queria acreditar, especialmente ao pensar em sua irmã – não havia um ataque final, apenas tortura constante.

Era uma luta difícil para ela, que não desejava ser cruel com um "igual", diferentemente de um "claro adversário" contra o Reino. Ainda assim, ficava mais claro para ela agora os tipos de desafios que enfrentariam no futuro e era por isso que precisavam passar por testes antes de serem aceitos.

Assim, engoliu em seco e suspirou. Porém, antes que conseguisse dar um passo para cumprir com sua resolução, foi surpreendida – e talvez salva – por um vulto assustador. De repente tinha perdido a força que havia reunido. Aquele garotinho tinha uma forma muito mais assustadora do que imaginava. Além disso, sua atitude era impressionante e não condizia com o que ela havia conhecido. Boquiaberta, assistiu o guerreiro ser levantado do chão com violência e depois lançado para longe, na floresta.

Parte dela ficou satisfeita, por não mais ter que assistir à tortura de um homem ou ser obrigada a tomar uma atitude que talvez estaria arrependida. A outra foi tomada por um sentimento inquieto. Milhares de situações e perguntas apareceram em sua mente. Silmeria lutando contra um animal e então sendo surpreendida por ele, com um ataque fatal. Então, lutaram até agora para nada? Gastaram energias, desviadas de sua sobrevivência na floresta, para que não eliminassem o perigo? Ainda mais agora, que não saberiam onde ele estava, de onde viria ou se viria. E pior: ele poderia completar a tarefa e se tornar membro do Exército! Isso ela não poderia permitir. Era, sim, uma ameaça. Sua decisão anterior não estava errada. Seus companheiros tinham motivos para querê-lo morto e achava que ele precisava ser parado agora.

Os lábios da loira tremeram e, agarrando a espada, ela correu na direção da figura lupina, mas não para atacá-lo. Ao menos, não fisicamente.

- Não!!! - gritou, com indignação profunda, a voz tremida e, no fundo do olhar, uma afiada ponta de medo, por encarar a forma original do rapaz. - Por que está deixando que ele fuja?? Ele jurou que nos mataria. Ele quase matou Silmeria, feriu VOCÊ e faria de novo! Você não entende??? Ele vai voltar! Tínhamos que capturá-lo vivo e--- - Interrompeu seu discurso ao vê-lo ir ao chão. - LIGEIRO!!!

Ela largou a espada e abaixou-se ao lado do corpo, imediatamente segurando seu braço ferido e virando o rosto para chamar Silmeria, para que ela nem pensasse em correr atrás de Zhao.

- Silmeria, ele salvou a sua vida...- o tom de voz era tremido, gostaria que ela se esforçasse ao máximo também para ajudá-lo. Não se orgulhava de nenhuma de suas escolhas até então. Não havia conseguido salvar Silmeria da primeira vez, deixara um companheiro ferido e depois de tudo aquilo, o traidor poderia voltar.

por Phyress Qua 25 Jul 2012, 11:44 pm

Silmeria chegou a abaixar um pouco o arco quando viu aquele animal ergueu Zhao pelo pescoço. “Ligeiro...?” foi o único pensamento que atravessou sua mente. A meia-elfa permaneceu inerte durante os segundos em que Zhao era erguido, porém, quando ele foi lançado para longe, a meia-elfa soltou uma exclamação surpresa e seu olhar se tornou extremamente irritado.

Puxando firmemente a linha do arco e buscando um ângulo para atingir o guerreiro, a meia-elfa parecia disposta a persegui-lo até o fim e, por isso, chegou a dar alguns passos para ir atrás de Zhao. Aquele homem seria uma ameaça futura. E isso fazia com que a morte dele fosse algo necessário.

A meia-elfa ignorou completamente as palavras de Camille. Queria apenas destruir Zhao. Ao ouvir o baque atrás de si e o grito da irmã, porém, Silmeria hesitou. Seu punho se fechou sobre o arco com força e ela puxou a corda para atirar a flecha. As últimas palavras da irmã, porém, a fizeram parar. Ela sentiu o corpo tremer, com ódio. Por que Ligeiro havia salvado aquele guerreiro? Lobo estúpido.

Silmeria abaixou o arco. Segurava ele com força, tentando conter sua raiva. Não era tão ruim, não é? Zhao estava desarmado, havia perdido a principal parte de sua armadura, ele não conseguiria voltar. Ao menos não em 30 dias... Imaginava que levaria tempo até que ele se recuperasse. “Droga.” pensou.

Apenas depois de ter certeza que Zhao se afastou, Silmeria virou-se lentamente, o olhar cheio de raiva passou por Uchio e demonstrou desprezo quando se focou em Camille e, depois, em Ligeiro. No último, seu olhar perdurou. Odiava pessoas que agiam como sua mãe... Mas, no caso de Ligeiro, era ainda pior, já que Silmeria e ele mal tinham alguma relação.

Soltando um suspiro aborrecido, a meia-elfa prendeu o arco em suas costas, mantendo a flecha em sua mão. Ela abriu seu manto, mas não o retirou e, utilizando-se da ponta da flecha, ela cortou a parte debaixo de seu vestido, deixando-o curto (na metade das coxas).

- Temos que tirar a faca e estancar o sangramento. – e carregando o tecido que havia retirado de seu vestido, ela se aproximou de Ligeiro. Ela guardou sua flecha na aljava e se abaixou-se do lado do Lycan. A meia-elfa hesitou um pouco, mas olhou para Camille. – Camille, segure-o para que ele não se mexa demais quando eu puxar a faca.

Silmeria ainda carregava um olhar agitado que, aos poucos, voltava a habitual neutralidade.

por Bluesday Qui 26 Jul 2012, 7:12 am

Tenkai avançava sobre a floresta e logo a claridade ia ficando escassa. Logo o elfo teria que encontrar algum lugar para pernoitar, pois quando mais escurecia, mais sinistra a floresta demonstrava ser.

Mas enquanto os raios solares atravessavam as árvores, o elfo continuou com sua caminhada. Quando via alguma árvore com frutos, logo tratava de pegar alguns gentilmente, uns ele comia no decorrer da caminhada e outros ele guardava para mais tarde.

Foi então quando Tenkai encontrou uma árvore bem convidativa para se ficar durante a noite, com troncos largos e raízes que faziam uma pequena caverna, Mas enquanto se preparava para descansar ali, o mesmo escuta um enorme rugido, que ecoava pela floresta até chegar nele. Parecia que estava em apuros agora, mas não tinha certeza até perceber algo naquele rugido.

— Que estranho, esse som parecia tão ameaçador. Entretanto...

O elfo não se questionou duas vezes. Sabia que havia algo de errado, alguém parecia estar em perigo, e por algum motivo Tenkai se sentia na obrigação de ir ver o que estava acontecendo. Afinal as últimas notícias que tinha recebido sobre o futuro de Lodoss não era nada agradável e o elfo por ser quem era agora, precisava honrar seu título e promessa.

Foi então que o aventureiro pós seu capuz, cobrindo seus cabelos longos e brancos, e suas orelhas pontudas, deixando apenas aquela aparência da mascará. Deu uma breve olhada para a árvore que iria dormir.

" Obrigado pela rápida hospitalidade "

O elfo agradeceu a ela e logo se virou, seguindo o caminho diferente agora. Estava indo atrás de onde veio o rugido, embora fosse difícil saber de onde vinha, Tenkai havia permanecido concentrado e analisou com sua audição apurada, de onde vinha com maior frequência o som. Após ter uma ideia de onde poderia ser, o elfo seguiu de imediato para o epicentro do rugido.

por Uchio Koy Qui 26 Jul 2012, 11:59 am

Minha concentração extrema fez com que eu saísse de mim. Por mais que continuasse fazendo, eu já não estava pensando, estava maltratando meu próprio corpo, mas não percebia isso. Foi quando um vulto branco parou em minha mente e moveu bruscamente o meu alvo, isso me fez levar um susto, cair para trás sentado e ficar olhando com rosto franzido pela dor de cabeça.

Não conseguia ver direito, vi uma mancha branca que claramente segurava Zhao e o levantava. Minha visão ainda estava embaçada e minha cabeça latejando, e pra piorar, a mancha branca, que agora se mostrava um licantropo, rugiu ferozmente. Tal rugido pareceu fazer o chão tremer e acabou com minha cabeça que já não estava boa. Somente depois disso tudo consegui pensar em de onde teria vido tal lobo. “lobo?” Olhei para trás e não o vi. “É ele!” A ferida no braço confirmava.

Zhao foi jogado longe e Lobo caiu ferido ao chão. Tentei me levantar, capei o chão na primeira, mas logo consegui. Camille e Silmeria já estavam dando assistência ao lycan. Aproximei-me devagar com uma das mãos a cabeça. Toda aquela minha feição indiferente, de “sou bom” com sorrisos sínicos não se viam mais, eu aparecia agora com um rosto franzido, dentes sendo forçados e a boca um pouco aberta para a respiração. Feição clara de uma pessoa normal com dor de cabeça e cançada.

- Aguenta ai, Lobo!! – Disse com uma voz serena olhando pra ele. Olhei as garotas logo em seguida. – Precisam de algo?

Percebendo que Camille segurava ele, a ajudei enquanto Silmeria estancava o sangramento.

<Off: Minha habilidade foi modificada. Pf, confira.
Pedido ao Hayate: Continue usando bastante da interpretação, use as "regras" da skill como base. Mas se o alvo, por exemplo, estiver indefeso, no chão, eu estiver a centímetros dele, olhando fixamente e tudo mais, acredito que mesmo sua vitalidade sendo perto de minha força magica, esses fatores podem definir um "sofrer" maior quanso sob efeito dela. Mas isso tudo ficara a seu critério.>

por **ADM Hayate** Seg 30 Jul 2012, 1:38 am

<Fantástico! Vamos aos pontos de experiência obtidos>

<Uchio, 200 pontos de experiência. Bônus de narração: 200. Total: 400>

<Camille, 200 pontos de experiência. Bônus de narração: 100. Total: 300>

<Silmeria, 200 pontos de experiência. Bônus de narração: 200. Total: 400>

<Zhao, 200 pontos de experiência. Bônus de narração: 200. Total: 400>

@Silmeria / Camille / Uchio

Enfim tudo aquilo havia terminado. Havia sido de uma forma abrupta e inesperada, onde o grupo havia se surpreendido, mas chegou ao fim. A tensão ainda permanecia no ar, o grupo ainda sentia o calor do momento, ainda mais sabendo que Zhao havia ido embora. Os três preferiram cuidar de Rio Ligeiro a deixá-lo para trás, por mais que tivessem ficado surpresos com tudo aquilo.

Deveriam ficar com medo da criatura, afinal um lycan é um ser extremamente perigoso pela sabedoria popular. Mas o ouviram falar, e notaram que ele era o garoto inseguro que os acompanhava no teste. Ele era consciente de suas ações, algo que os surpreendeu. Devido a isso, se encorajaram a tentar ajudá-lo.

O lycan estava caído no chão imóvel, a faca ainda cravada em seu braço. Silméria pediu para que sua irmã e Uchio segurassem o animal, pois removeria a lâmina para fazer o curativo. Achou melhor fazer isso de uma vez, e foi o que fez.

O puxão removeu a faca de uma vez, mas isso fez o lycan rugir de dor e se contorcer, os dois não conseguindo segurá-lo. No entanto tudo que ele fez foi levar a mão esquerda até a ferida e se encolher enquanto voltava à sua forma humana. Estranhamente suas roupas não se rasgaram. Na verdade, eram como se elas houvessem sido absorvidas pelo seu corpo e se tornado pêlos quando se transformou. Algo ainda mais estranho de definir. De qualquer forma, Rio Ligeiro estava novamente acordado, apesar de fraco. Camille conseguiu colocá-lo sentado para que Silmeria fizesse o curativo. Naturalmente, Camille repetiu sua dúvida sobre o motivo do garoto ter deixado Zhao fugir.

— É porque... — Ele demorou-se um pouco, ainda atordoado pela perda de sangue — Não cabe a nós matá-lo. A floresta, ela vive, ela que vai... julgá-lo. Ele não vai voltar... se a floresta não quiser.

Já estava quase anoitecendo. O sol se ponto pintava a copa das árvores de um laranja vivo, e a atmosfera mudou. Era como se a floresta estivesse se preparando para dormir, mesmo o grupo sabendo que ela nunca dormia realmente.

<Adiantei o óbvio, porém não defini como e de que maneira o curativo foi feito, ficando ao critério de vocês. O que fazer a seguir também fica ao critério do grupo. Considerem Rio Ligeiro muito atordoado, incapaz de andar, então vocês terão de carregá-lo ou ter outra decisão. Fiquem livres para decidir. Aparentemente Zhao não irá mais jogar, porém já fica a deixa de que ele se foi.>

<PS: Ótima narração do grupo!>

@Bluesday

<Peço que evite jogar em off. Jogar em off é quando você faz ações incoerentes com seu personagem baseado no conhecimento do jogador. No caso, seu personagem ouviu um rugido, que naturalmente poderia ser qualquer coisa perigosa, ou um urso caçando, e é um senso comum ficar com medo e evitar aquela direção. Agora como o jogador sabe que aquilo foi o rugido do lycan, narrou que o personagem foi direto para lá. Isto é jogar em off, e peço que evite isso ao máximo. Uma boa narração começa pela boa interpretação.>

O elfo estava inseguro sobre sua escolha. Enquanto andava, novamente ouviu o rugido, mesmo que claramente este fosse de dor. Poderia pensar que alguém estava caçando e abateu sua presa, afinal Endless também é um lugar conhecido por caçadores que buscam nome ao fazer de criaturas seus troféus. Já foi difícil definir da onde veio o primeiro rugido, o segundo foi mais ainda. Mesmo com sua audição aguçada, ainda era difícil saber a direção correta. Parecia que a floresta ecoava seus sons como bem entendesse. Tenkai também sentiu que ela não mais prendi a respiração, que a tensão havia sumido. Como um elfo, sabia que isso significava que qual fosse a situação que havia ocorrido, tinha chegado ao fim.

Já estava anoitecendo, o elfo deveria decidir rapidamente o que faria a seguir. Se continuaria na mesma direção ou encontraria um abrigo.

por Phyress Seg 30 Jul 2012, 6:41 pm

Silmeria, de fato, já estava decidida a remover aquela faca de uma única vez, para evitar que o lycan tivesse muitas chances de se mover durante o processo. Quando notou que Uchio e Camille não foram fortes o suficiente para segurá-lo, a meia-elfa, pega de surpresa, caiu sentada e se afastou um pouco.

Os olhos intrigados observaram o lycan lentamente voltar a sua forma humana. Ela estranhou toda aquela cena, mas não era o momento pare discutir ou perguntar coisas. Assim que o garoto voltou totalmente a sua forma humana, ela voltou a se aproximar para olhar o ferimento.

- Não temos muita coisa para fazer um curativo... – pegou o cantil que havia trazido consigo da viagem de Hirt para Hilydrus. Para o seu azar, como havia ido direto para a área do exército, não havia tido tempo para enchê-lo, então não tinha quase nada ali. Despejou o restante da água sobre o corte do garoto, para limpá-lo, ao menos superficialmente e, em seguida, pegou o tecido que havia rasgado de seu vestido e o usou para pressionar o corte – Fique parado por um tempo, Ligeiro, temos que estancar o sangue por agora.

A meia-elfa, pacientemente, ficou naquela posição por alguns minutos. Ouviu a explicação dele sobre o porque de deixar o guerreiro ir embora e, embora discordasse das palavras dele, não respondeu.

- Você... – disse, o tom seco - Não devia ter feito aquilo. Me protegido daquele modo. Nunca mais faça esse tipo de coisa. – a expressão dela se tornou um pouco irritada, mas ela continuava pressionando o ferimento do mesmo modo que antes. Seu orgulho a impedia de expressar uma palavra de agradecimento, embora, no fundo, estivesse apenas se dando ao trabalho de ajudá-lo naquele momento por se sentir em divido. Ela ergueu um pouco o tecido, para ter verificar se o ferimento já sangrava menos e, apenas quando constou que sim, colocou o tecido envolta do ferimento e deu um nó forte – Tente não se mexer muito, você precisa nos guiar até o rio. Talvez lá possamos lavar o seu ferimento de modo mais efetivo.

Não sabia quanto sangue o garoto havia perdido, mas ele parecia atordoado o suficiente para não conseguir andar muito. Ela olhou para Uchio e, depois para Camille. Não sabia se Uchio tinha alguma preparação física para conseguir carregar muito peso, talvez Camille fosse melhor do que ele.

- Camille, consegue carregá-lo?

por Luthica Seg 30 Jul 2012, 7:44 pm

Cuidar do companheiro que havia ajudado o grupo desde o começo e sacrificado a si mesmo pela vida de sua irmã tinha sido sua melhor decisão desde o início da jornada. Ela ainda ficava impressionada por ele ter poupado a vida de seu agressor, mas talvez, se não fosse isso, eles teriam ignorado o ferimento do lupino até que fosse tarde demais.

Camille repensava suas escolhas para ingressar no exército. Talvez encontrasse companheiros piores. Afinal, o que eles fariam com Zhao, caso ele aparecesse no lugar marcado após um mês? Provavelmente seria aceito. Sua arrrogância e seu talento no mesmo pacote. Quantas pessoas será que não estavam naquela equipe por um teste semelhante? Gostaria que fossem filtrados por honra e determinação. Dessa forma, Ligeiro seria o primeiro classificado de todos eles. Logo o garoto, que estava tão inseguro no início.

Esses pensamentos controlavam um pouco o medo que ela sentia da outra forma do rapaz. Especialmente agora, tocando seu braço enquanto estava ferido. Qualquer animal na mesma situação tentaria atacá-los por simples instinto. Mas se esforçava por se tratar de uma pessoa que tinha se tornado querida.

Assustou-se quando ouviu o som da fera, mas o segurou com força, como se pedisse que ele voltasse a si, o que de fato ocorreu. A garota olhou com ternura para ele e deu um leve sorriso, fitando-o um pouco triste e perguntando-o se estava bem. Esclarecida sua maior e verdadeira preocupação, arriscou-se em indagar sobre o motivo que o fizera impedi-los de acabar com o agressor.

Era uma resposta estranha aquela. Seria mesmo que a "natureza" o julgaria? Tinha muito receio que fossem pegos desprevinidos. Poderiam não ter a mesma sorte. Ela aproximou o rosto do rapaz, agora sentado, e sussurrou um "Desculpe-me...", que ela não gostaria que ninguém mais ouvisse, e afastou-se com olhos quase marejados. Fitou-o com profundidade enquanto fazia juramentos a si mesma de proteger a todos que estivessem a seu alcance e ser mais cuidadosa. Afinal, seu atraso ridículo de não ter puxado a espada no início de uma ameaça de combate foi o primeiro de seus mais graves erros e poderia ter definido aquele final pavoroso.

Tentou sustentar o olhar durante o discurso de Silmeria, pois achava errado que ela ousasse repreendê-lo por algo que havia sido tão gentil de sua parte e resultado da falta de preparo delas. Gostaria que ele se focasse somente em sua gratidão, pois o garoto antes de ter sido transformado tinha dado claras demonstrações de não possuir autoestima e ela mesma tinha classificado aquilo como tolice, no início, mas agora era algo que ela queria provar o contrário para ele, que provava seu valor a cada instante.

- Nesta forma acho que conseguiremos melhor. Uchio, pode me ajudar a levantá-lo? Vou tentar carregá-lo.

A loira puxou a espada que havia ficado no chão e a prendeu novamente às costas. Depois, aproximou-se, fitou o outro companheiro, sinalizando para que ele a ajudasse e colocou a mão por debaixo das pernas de Rio Ligeiro e a outra em seus ombros e tentaria erguê-lo e carregá-lo juntamente com Uchio, caso fosse necessário. Era o mínimo que podia fazer.

por Bluesday Seg 30 Jul 2012, 8:57 pm

oFF

No caso do meu personagem isso não se aplica Hayate. Ele tem um passado na qual conviveu das piores maneiras possíveis e enfrento diversas coisas. Medo para ele agora é apenas uma palavra. Então digo que estou interpretando corretamente, pois ele é assim, não sente medo. E como ele é um elfo muito ligado a natureza, é normal ele querer saber o por que daquele rugido. E também vem o caso do título do concelho que recebeu após a minha última aventura em Ruff. Posso adiantar algo também sobre um novo objetivo que Tenkai tem agora, que é conhecer melhor as raças devido a esse título, inclusive saber mais sobre a raça elfo a qual ele pertence e não faz muito ideia..

Concluindo, não estou fazendo nada de errado. Estou apenas seguindo fielmente todas as características que meu elfo possui. Espero que compreenda. Você me conhece, e sabe que eu não levo off-game para in-game.

ON

Tenkai continuava sua caminhada sem um rumo exato, estava de certa forma perdido, pois o mapa que tinha, era apenas da geografia do continente de Lodoss, e esqueceu de procurar por algum mapa que mostra-se os caminhos dentro da floresta, isso se é que havia um.

Enquanto andava, um novo rugido ecoo pela floresta, mas agora era diferente, parecia que o autor do rugido não tinha o mesmo poder feroz no rugido. Achou estranho essa mudança repentina na frequência do som.

" O que esta havendo com essa mata afinal? "

A noite começava a vim mais rapidamente e isso deixou o elfo mais alerta, pois mesmo com diversos perigos que poderiam ter em seu trajeto, o mesmo continuava, porém logo ele se obrigou a parar.

— Está muito calmo essa floresta, mas é melhor eu não me arriscar tanto. Não quero ter problemas logo tão cedo — Tenkai então deu uma olhada ao seu redor e observou algumas árvores — Acho que ficarei por aqui essa noite. Poderei encontrar seja o que for que eu ouvi, amanhã seguindo as pegadas e qualquer rastro que quem estive-se la deixa-se. Também não posso me dar ao luxo de seguir viajem em um lugar desconhecido e tão misterioso. Muitos segredos se guardam nesse lugar, não quero ser mais um deles.

Tenkai falava sozinho para matar um pouco o tédio de toda aquela quietude. Mas sem demorar o elfo logo ia pegando alguns cipos que encontrava por ali e ia amarrando uns nós outros com força, deixava todos bem presos. logo o aventureiro amarrava o cipo em sua cintura e em seus dois pés.

Logo o rapaz analisou um galho bem grosso e em seguida amarrou uma pedra na ponta do cipo e assim que terminou, a lançou sobre o galho, que fez a mesma ficar em volta do galho e retornar para o chão. Sem demorar o elfo pegou o cipo que voltou para si e deu alguns puxões para conferir a resistência do cipo, que se mostrou muito resistente devido a reforçamento que Tenkai fez para que ela não se parti-se e deixa-se o elfo na mão enquanto executava seu plano.

Assim que conferiu, começou a puxar o cipo, que aos poucos ia erguendo o elfo, que sem demorar muito já estava no galho que havia lançado o cipo. Então quando ele chegou, se ajeitou e se sentou no galho, que era até mais abrangente do que o elfo imaginava. Depois que estava devidamente sentado e encostado no tronco da árvore, o elfo amarrou com força o cipo sobre o galho. Vendo que estava seguro e a noite enfim caia, o elfo se aquietou e logo tratou de adormecer ali em cima da árvore mesmo, e por mais que Tenkai tivesse um sono muito leve e fosse abiu com árvores, era sempre bom garantir a segurança em cima de uma árvore para que não cai-se atoa, principalmente quando se está dormindo.

E assim ele permaneceria até que amanhece-se com os primeiros raios de sol ou que algum inconveniente ocorre-se durante suas horas de repouso.

por Uchio Koy Ter 31 Jul 2012, 11:58 am

Dei suporte a Silmeria, enquanto ela fazia o curativo de emergência, segurando Lobo tentando evidar movimentos bruscos. Foi em vão. Quase instantaneamente depois de a faca ser retirada, o Lycan se moveu quase que ignorando o esforço meu e de Camille. A arqueira foi empurrada para trás. Lobo, durante o movimento, rugia e estranhamente voltava a sua forma normal, vestido. Muitas dúvidas me surgiram sobre aquilo, eu só havia ouvido falar de Lycan em historias de meus pais ou em lendas urbanas, normalmente eram vistos como ofensivos, mas sempre os achei muito parecidos com Youkais-Lobo. Silmeria continuou o curativo com o que tinha por perto e depois se convencionou que precisávamos sair dali. Os motivos eram óbvios e indiscutíveis.

Sobre as palavras do Lycan para explicar porque o havia deixado ir, eu preferi me omitir. Cada um ali havia uma maneira de pensar, tanto eu quanto Silmeria falhamos ao mata-lo, Camille me pareceu hesitante, sendo objetiva apenas quando se tratava de sua segurança ou de sua irma, mas ele, Lobo, foi objetivo e teve êxito. Sabendo de nossa força, dificilmente o guerreiro entraria em nosso caminho de novo. Por fim, ninguém podia julga-lo, ele foi o único que decidiu o que fazer e fez.

Agora o problema era outro, o jovem Ligeiro não podia se mover sozinho. A loira teve uma ideia de como carrega-lo e a principio fiz tudo o que ela pedia.

-Lobo, pode ao menos nos apontar alguma direção? Assumo já não ter mais em mente pra onde a gente andava antes.

Por consequência de minhas habilidades, tive tonteiras, dores fortes de cabeça e outros efeitos colaterais que agora prejudicavam a me localizar. Assim que fui instruído por alguém a seguir um caminho, assim eu fiz.

por **ADM Hayate** Ter 31 Jul 2012, 1:41 pm

@ Uchio / Camille / Silmeria

O grupo decidiu seguir em frente, o que era o melhor a se fazer. Nenhum deles queria ficar naquela floresta quando o sol baixasse por completo. O único que parecia conhecer bem ali era Rio Ligeiro, e no momento ele estava fraco pela perda de sangue. Mesmo assim ele ficou um tanto desconsertado quando Camille aproximou seu rosto ao dele, mesmo não entendido bem o porquê de ela ter pedido desculpas. Logo Camille tentou carregá-lo, o garoto apesar de ter apenas 16 anos e ser magro tinha ossos pesados, seria difícil levá-lo no colo. Desta forma, levá-lo nas costas foi a melhor opção e a guerreira conseguia sem problemas. Como pedido por Uchio, o garoto indicou o caminho com movimentos da mão. Mas no resto da viagem acabou dormindo com o queixo apoiado no ombro de Camille.

Mesmo um tanto inseguros, o grupo seguiu a direção apontada pelo rapaz. Não tinham muita escolha na verdade. Começaram a duvidar depois de vinte minutos de caminhada, e o sol já exibia seus últimos lampejos no céu, agora ficando numa cor magnífica entre o laranja e o roxo. Não demorou muito, e ouviram o som do rio.

O Rio Serpente, ao menos naquele trecho, não era muito largo. Tinha cerca de cinco metros de diâmetro, e suas águas tinham apenas meio metro de profundidade. O lugar ali parecia mais tranquilo do que em qualquer outro pelo qual já tinham passado. A água cristalina passava pelas pedras lisas, refletindo de forma bela as cores do céu. Em breve poderiam ver as estrelas, e talvez tudo ficasse ainda mais belo. Era possível ver peixes ali, o grupo poderia pescar sem problemas.

Quando chegaram, Ligeiro acordou. Pediu para Camille deixá-lo no chão, e agora estava em pé novamente. Ele apenas se espreguiçou, tomando cuidado para não desfazer o curativo no processo. Logo notou os olhares intrigados do grupo. Afinal vinte minutos atrás ele sequer falava, agora estava em pé. Ele coçou a nuca, sem graça.

— Eu só... precisava de um cochilo. — Parecia não querer falar muito do assunto. — Ham, vamos acender uma fogueira?

<Vocês chegaram a um local seguro enfim. Para a fogueira, existem alguns galhos secos aonde estão, mas precisarão procurar um pouco mais longe também.>
<Vocês começam a sentir fome e sede>
<Podem decidir as ações seguintes, apenas interpretarei Rio Ligeiro a partir de agora e acrescentarei notas sobre o ambiente e situação>

@Bluesday

<Se o seu personagem não sente medo, considerarei que ele é desprovido de qualquer outro sentimento. Seu personagem pode ser o maior guerreiro de Lodoss, ainda acho muito improvável ele ouvir um rugido numa floresta estranha e ponderar se alguém precisa de ajuda. Ainda mais quando você está sozinho e apenas com uma espada. Pelo que me lembro, em sua ficha diz que seu personagem tem 999 anos de idade, nesse tempo todo ele deve ter alguma experiência referente a isso. Ter título nobre para com as raças não significa que você vai ter que fazer amizades com coelhos e ursos que encontrar no caminho.>

De uma forma estranha, o elfo subiu num galho alto em uma das enormes árvores que ali haviam. O galho era espesso o suficiente para acomodar o rapaz e permitir que ele dormisse. As espessas folhas da árvore o protegeriam do frio noturno e ao mesmo tempo o ocultaria de eventuais predadores. A floresta parecia acolhê-lo, permitindo que o elfo mergulhasse em seus sonhos.

Neles o elfo revivia os acontecimentos dos últimos meses. Suas aventuras fora da ilha, que lhe concederam maturidade, força e um título perante Hilydrus. Se sentia tranquilo, era como assistir seus feitos, até que nos sonhos estava na floresta. Mas não seguiu o mesmo caminho original. Em vez disso, o sonho começou a fazer o que sonhos fazem bem: misturar diversas imagens e situações sem sentido, que o elfo sequer lembraria mais tarde. Porém no último momento o rosto ferido de um urso piscou em sua mente ao mesmo tempo em que ouviu um rugido, e o elfo acordou. Só agora percebeu o quanto estava ofegante, como se estivesse correndo o tempo todo. O rosto de um urso negro martelava em sua mente. Ele era repleto de cicatrizes e o pêlo que lhe restava era negro como a mais escura das noites. Nunca havia visto aquele ser em toda sua vida. Sabia que sonhos só te mostravam o que você já tinha vivenciado ou visto, mesmo que inconscientemente. Quanto tempo havia dormido? Olhou para o céu por entre as folhas e notou que a noite mal havia começado a chegar. Tudo aquilo deixou o nobre elfo confuso.

por Luthica Qua 01 Ago 2012, 1:07 am

Desde o início, Camille duvidava que conseguiria carregar o garoto sozinha, portanto pediu ajuda de Uchio. Juntos, tentaram levantá-lo. Testaria então sua força comparativamente ao corpo franzino e se tinha capacidade de levá-lo ao rio. Com a ajuda de seu companheiro, ela o ergueu, cumprindo a primeira etapa da tarefa, mas aquela pequena ação já provava que não seria capaz de carregá-lo nos braços como uma criança. Ela mesma era jovem e só uma garota, afinal. Na realidade, tinha pensado em levá-lo juntamente do outro companheiro, mas percebeu que colocá-lo nas costas seria efetivo e ocuparia uma pessoa a menos. Afinal, poderiam ser atacados por outras presenças além de companheiros de viagem arrogantes. Sim, aquela floresta poderia ser perigosa.

Assim, pediu novamente a Uchio para que a ajudasse, dessa vez para ajustá-lo em suas costas. Sentiu-se um pouco melhor de conseguir a proeza. Afinal, teria se provado completamente inútil se não fosse capaz nem ao menos de ajudá-lo daquela forma. Durante o percurso reparou o quanto tinham perdido tempo. Era bem tarde como diziam que não deveria ficar antes de encontrarem um lugar. A loira tinha oferecido a faca de Zhao para Silmeria, para que marcasse o caminho durante o percurso. Agora não poderia gastar forças fazendo aquilo e já tinham uma bela árvore derrubada no caminho para lembrá-los do episódio por mais algum tempo.

Quando Ligeiro dormiu, ela pediu silêncio para os outros dois, mesmo que talvez não fosse necessário, e sorriu como se estivesse carregando um irmão mais novo. Estava satisfeita, acima de tudo, porque uma calmaria tinha ocupado a caminhada. Porém, estava ciente de que a situação deles nada tinha melhorado. Pois agora estavam precisando urgentemente de um lugar para se instalarem, além de comida e formas de continuar cuidado do garoto. A possibilidade de novas aparições no caminho também tinha se tornado uma paranoia da loira, que andava em perfeito silêncio querendo ouvir o som escondido atrás das árvores.

Prestava mais atenção à vegetação e resquícios de formas de vida do que no caminho em si, quando este se tornou homogêneo após o adormecer do lobo. A preocupação foi agravada pela luminosidade que começava a abandoná-los. Como era mesmo? Capa de fogo? Pele de água? Só mesmo o melhor guia de sobrevivência deles poderia auxilia-los, e agora estava dormindo, como bem merecia. Porém, como um presente, o som dos passos contra as folhas foi substituído pela suavidade da água. Estavam em um ótimo lugar. Desde que não chovesse, poderiam ficar por lá, se revezassem turnos. Mal acreditava que tinham conseguido e menos ainda que o rapaz já estava acordado e em forma.

Por isso, relutou um pouco antes de deixá-lo ir ao chão. Insistindo que conseguiria carregá-lo mais um pouco, mas definitivamente também precisava de algum descanso e ele seria mais útil se estivesse andando e dizendo o que o grupo precisaria fazer. Sorriu, feliz ao vê-lo recuperado e respeitando a forma como ele não gostaria de falar a respeito. Na verdade, não precisava dizer para que ele tomasse cuidado. Ela mesma tentaria fazer isso sem que ele soubesse. Não queria ferir seu orgulho. Então... ele falou sobre a fogueira. Lembrou-se como saíram desperdiçando flechas e energias em uma luta sem objetivo, mas tinha esperança que teriam alternativas não mágicas para a questão.

- Vamos. Acho que você vai precisar nos orientar novamente sobre a vida na floresta - riu de leve. - Mas estamos em um lugar excelente.

Sua vontade era jogar-se no rio, beber água e tomar banho. Porém, estava pacientemente aguardando uma distribuição de tarefas, para que pudesse cumprir sua parte e aí sim poder pensar nela mesma. Sozinha, provavelmente faria coisas a sua maneira, que talvez não fosse a mais correta, mas em grupo precisava respeitar as habilidades e disposições de cada um. Em volta foi reunindo os galhos e contando com os olhos.

- Parece que precisamos de mais galhos. E de alguns peixes fritos. A faca que está com você - disse olhando para Silmeria - pode ter outra utilidade, na cozinha.

por Phyress Qua 01 Ago 2012, 3:49 pm

Com a ajuda de Uchio, o curativo havia sido devidamente feito. Não tão devidamente quanto o necessário, mas para um improviso estava de bom tamanho. Talvez quando chegassem ao rio, pudessem lavar melhor o ferimento e, talvez algum deles (Uchio ou Ligeiro) conhecesse algum tipo de erva que pudesse ser usado para auxiliar na cicatrização. Ao menos o sangramento, que era o mais urgente naquele momento, havia cessado.

Camille não precisou de muito tempo para que pudesse entregar a faca de Zhao para Silmeria, pois a própria meia-elfa já caminhava em direção a ela para pegá-la. Mesmo que não soubesse muito bem manusear uma arma daquele tipo, aquela faca poderia ter várias utilidades naquele local em que o grupo buscava sobrevivência. Por instinto, também recolheu os pedaços da armadura que foram deixados ali... Qualquer coisa poderia vir a ser útil e, ainda, talvez conseguisse recuperar a flecha que estava cravada na parte das costas. Antes de partirem, a meia-elfa recolocou o capuz sobre a cabeça, sentia-se mais confortável assim em viagens.

No fundo, Silmeria não tinha mais interesse algum pela história de ligeiro ou pela sua raça. Já havia visto várias coisas esquisitas durante e, a transformação do garoto nunca fora exatamente um assunto de seu interesse. Não perguntaria nada, mas, não se importaria em ouvir a história do exílio dele, e apenas isso.

Da parte da meia-elfa, o pedido de silêncio não fora necessário. Silmeria sempre foi mais reservada e falava pouco, apenas o necessário, exceto se a situação exigisse conduta diversa. Assim, ela apenas caminhava em silêncio, marcando as árvores do caminho com cuidado. Ela caminhava atrás do grupo, com os olhos atentos a qualquer movimento alheio. E, não apenas isso, ela também ficava um pouco mais atrás para que observar o terreno, as árvores, buscava principalmente encontrar algum tipo de fruto naquelas árvores por onde passavam, sabia que logo a fome viria assombrá-los e, bem, estava tarde para caçar, a escuridão da noite certamente seria um empecilho para avistar e conseguir abater presas com maestria. Então, retirou seu manto e o usou como uma espécie de sacola para armazenar o que encontrava.

Embora ela tivesse recuperado a sua postura e não demonstrasse nenhuma alteração, sentia seu coração bater com violência, sentia que seu corpo se agitava com o simples contato que tinha com a faca que pertencia ao seu inimigo. A idéia de que ele havia fugido e voltaria para caçá-los a irritava. “Eu deveria ter atirado na cabeça dele desde o inicio” pensava, aborrecida. Camille era uma inútil, mas ao menos sabia que poderia contar com Uchio para derrubar pessoas que viessem atrapalhá-los. Silmeria tinha dúvidas se sua irmã conseguiria realmente se alistar ao exército, bondade e lealdade eram dois conceitos que não se mesclavam tão bem. Não só isso, mas que teste estúpido era aquele? Mandar recrutas sobreviver por 30 dias em uma floresta? Parecia estupidez. Não treinariam desse modo, ficariam para trás... Além de que poderiam morrer facilmente. Se o teste durasse uma semana, ainda seria compreensível, mas 30 dias parecia um exagero. Pensamentos irritantes cruzavam a mente dela, embora seu exterior permanecesse impassível. Mesmo que não fossem "dignos" dos treinos, não tinha porque o exército não aceitá-los... Iscas não precisavam ser bons lutadores.

Quando finalmente alcançaram o rio, Silmeria cessou os passos. O trecho que estavam parecia ser adequado para a noite. A meia-elfa se aproximou, pegando um pouco de água para verificar se era doce e potável, assim poderia saciar sua sede e encher seu cantil novamente. Ao constatar que peixes nadavam por ali, sentiu um pouco de alívio... Ao menos poderiam pescar (ou tentar, nunca havia feito esse tipo de coisa e duvidava que os outros dois tivessem).

A meia-elfa fitou Ligeiro quando este falou. Por um instante, ponderou se aquilo seria prudente; uma fogueira poderia afastar animais, mas ao mesmo tempo poderia atrair intrusos, exploradores mal intencionados.

- Sim. – confirmou o que Camille disse – Eu posso tentar pescar usando ela, só não sei se isso vai ser tão efetivo, acho que nenhum de nós pescou desse modo antes. Lembro de ter ouvido que existem coisas relacionadas ao reflexo da água ou algo assim... – concluiu, pensativa – Está muito tarde para caçar, podemos tentar pescar amanhã. Acho que ficaremos bem hoje se comermos apenas as frutas que encontramos...

por Uchio Koy Qui 02 Ago 2012, 3:25 am

No final de tudo, Camille não precisou de minha ajuda para carregar Lobo, apenas para pô-lo em suas costas. Eu estava com um certo receio, ela se cansaria mais que os demais e também, eu era o homem, essa missão deveria ser minha. Ameacei pedia a loira para deixar que eu carregasse, mas seu semblante era de quem estava gostando de fazer isso, ela realmente fazia o tipo de quem gostava de ser útil. Revolvi deixar como estar e me poupar.

Pus minhas mãos nos bolsos do sobre-tudo, olhei para a frente e segui andando junto com o grupo. Voltei ao meu semblante anterior, olhos semiabertos, olhar meio altivo, mas não o suficiente pra parecer arrogante, talvez um pouco indiferente, leve sorriso no rosto... Por pouco não comecei a assoviar, novamente. Reparei nas pessoas do grupo, Camille olhava a nossa volta, talvez olhando a paisagem ou preocupada com a noite, Silmeria estava com a face escondida pelo seu capuz, era a mais misteriosa do grupo, difícil desvendar seu “padrão”, sua forma de pensar, sua irmã era mais transparente. Lobo dormia como uma criança.

Eu sempre fui uma pessoa pensativa, tenho o habito de analisar as pessoas, sua forma de pensar, hábitos e tentar prever seus movimentos. Talvez até, dependendo do quando já sei sobre ela, manipula-la. É um hobbie, um prazer. Me sinto mais inteligente. Afinal, minha habilidade é mental e eu treinarei demais para obter outras desse tipo.

Finalmente chegamos ao rio. Demorou um tempo, cheguei a desconfiar, mas já que as garotas não se pronunciaram, achei que elas sabiam que o caminho era esse. Passamos a viagem inteira em silencio, o que pra mim foi desconfortável, mas depois do ocorrido preferi dar tempo para elas pensarem e abafarem a situação, caso contraio o assunto acabaria sendo o incidente e poderia acabar mal.

Estranhamente, assim que paramos, Lobo se pôs de pé e parecia estar enérgico. Provavelmente ficar na forma de Lycan gasta muito de sua energia, logo ele precisava descansar. Realmente, mesmo eu dificilmente ficaria de pé depois de muito esforço, na verdade, principalmente eu. Dei uma leve risada após a explicação do Ligeiro e depois ri novamente com Camille.

– É, aqui parece ser bom.

Continuei olhando a movimentação de deles, e percebi que não sabia nada sobre sobrevivência. Lembrei-me das coisas que o outro jovem do grupo havia dito antes, sobre língua de fogo e outras coisas.

-Lobo, fale mais sobre as coisas que você falava antes. Lingua de... Fogo? Tinha outras coisas também né?

Enquanto falava, reunia pacientemente os galhos secos a sua volta reunindo-os perto do rio e longe das arvores, pro fogo da fogueira não acabar queimando seus galhos. Eu não olhava para o garoto mas me dirigia a ele, eu não gosto de ficar em silencio e esse parecia ser o melhor assunto pra puxar. Agora eu já estava sorridente. Quando terminei de falar dei um sorriso simpático fechando de leve os olhos olhando pra ele por um momento, como quem faz graça. Provavelmente ainda iriam estranhar minhas constantes mudanças de atitude, de expressão, mas não era minha culpa, eu sou assim.

Dei uma pequena pausa na coleta dos galhos e bebi um pouco da agua do rio. Infelizmente agua de ambiente natural pode até parecer gelada, mas normalmente, quando posta na boca, é morna. A cede vinha desde antes de caminhar, mas pude mata-la agora. Foi quando senti fome, minha mente devia estar distraída com a cede e agora que a saciei, ela me lembro da fome.

-Silmeria, tem o bastante ai pra todos? Estou com um fome – Meu gesto nesse momento pode até ter lembrado o de Logo agora pouco. Sorriso tímido, sem-graça.

[b]Eu já tinha voltado a reunir os galhos. Fiquei esperando a resposta a jovem

-Silmeria, Camille, Lobo... Só uma coisinha importante. Sei la, eu sou meio inseguro. Só quero lembrar pra prestarem atenção em barulhos suspeitos, aproximações, nunca se sabe né? Qualquer coisa avise a pessoa mais próxima e depois aos demais. E, tentem não se afastarem sozinhos. – Talvez fosse idiotice falar isso. Com certeza todos assim fariam mesmo se eu não falasse isso, mas mesmo assim falei.

por Bluesday Sex 03 Ago 2012, 4:53 pm

<Okay. Desculpe. Irei postar algo a respeito sobre isso como forma de desculpas>

O repouso do elfo era tranquilo. Estava enfim descansando bem aconchegado no alto da árvore. Porém seu sono foi perturbador quando começou a ter sonhos um atrás dos outros até que se tornaram pesadelos.

Foi então que Tenkai abriu seus olhos inclinando seu corpo para frente e com a respiração ofegante. A imagem do urso estranho não abandonava sua mente. Foi quando percebeu que seu coração estava acelerado.

— Mas que raios foi isso?

Falava enquanto olhava para cima, notando que seu sono foi mais rápido do que ele esperava, pois a noite mal havia chegado ainda. Foi quando começou a ficar confuso por causa de seus pensamentos.

O rapaz estava suando frio com aquilo tudo, isso o incomodava muito, aquela sensação na qual só havia sentido quando estava enfrentando o Capitão Mormont nas Ilhas Gêmeas. Sentia em seu instinto que algo se aproximava. Nunca foi de sentir medo, mas parecia que havia se esquecido por um momento que era mais precavido antes do que agora.

— Quando foi que me tornei tão arrogante? Bom, pelo menos isso me fez me colocar no lugar de volta.

O elfo ainda ofegante tentou voltar a dormi, mas suas tentativas de voltar ao seu cochilo foram em vão. Não estava no clima para dormi e toda aquela adrenalina percorrendo seu corpo o fez ficar revigorado novamente. Entretanto sentia muita sede, havia soado durante os pesadelos e a respiração profunda puxada pela boca, fez com que o ar seca-se sua garganta.

" Não tenho outra escolha. Se não consigo dormi, tentarei me cansar um pouco e quem sabe pego no sono mais tarde. "

Tenkai resolveu então de continuar seu caminho. Desceu da árvore agradecendo a mesma pelo abrigo e descanso. Puxou para si os cipos usados para quem sabe ter mais utilidade no futuro. Amarrou então elas em seus braços, formando uma espécie de braceletes de cipos.

Olhou então para o caminho que pretendia seguir e logo começou a se mover rapidamente. Estava correndo, nunca foi de ficar muito tempo parado mesmo, precisava se desgastar um pouco. Enquanto corria o elfo apreciava a a floresta e brincava com os obstáculos que apareciam pela frente, fazendo movimentos precisos e velozes. Pulava troncos altos e grossos, usava alguns galhos como cordas e se balançava nelas, dava saltos mortais e assim ia. Em outros mundos isso se chamaria parkour.

Seu objetivo além de se desgastar, era encontrar alguma fonte de água, porém não estava encontrando. Mas ainda sentia a necessidade de continuar seu suposto treinamento, que aparentemente estava deixando o elfo um pouco mais alegre por fazer algo que gostava muito e não praticava desde que saiu do templo. Isso além de o divertir, estava amenizando a mente do elfo, e aos poucos os pensamentos daquele urso sinistro ia saindo um pouco da cabeça. E assim o rapaz continuou seu caminho. Ele ainda continuava com o capuz sobre a cabeça e a mascará cobrindo seu rosto.

por **ADM Hayate** Ter 07 Ago 2012, 5:51 pm

<Todos estão jogando muito bem, meus parabéns!>

@ Camille / Silmeria / Uchio

O grupo parecia mais tranquilo agora que encontraram um lugar para se estabelecer. Perto do rio o lugar parecia mais tranquilo e acolhedor, sem contar que na água cristalina era fácil ver os peixes que passavam. A noite já havia caído, mas a forte luz da lua crescente iluminava tudo, tornando a floresta ainda mais bela.

Rio ligeiro parecia animado, pelo jeito nunca fora o centro das atenções e parecia feliz em poder compartilhar seu conhecimento com todos ali. Precisavam dele, e ele aceitava isso com honra. Ter a confiança de alguém parecia um tesouro.

— Língua de fogo? — Olhou para Uchio, e sorriu — Ah, você quis dizer Isca de Fogo. Se vocês não têm, eu farei mais tarde por via das dúvidas, quando caçarmos. Vou precisar de cascos de cervo, cavalo-do-mato, auroques, qualquer um deles serve. Então te mostrarei como funciona.

Logo o grupo juntou uma boa quantidade de madeira, da qual Rio Ligeiro separou algumas para mais tarde e o resto juntou para a fogueira. Em torno dela o rapaz colocou pedras do rio para que o fogo não se espalhasse. Em baixo da madeira acumulou bastante folhas secas. Ele logo virou-se para Camille, segurando duas pedras.

— Sabe usá-las para fazer faísca? — Mostrou-as, e a guerreira pôde notar que pareciam pedras comuns, porém muito diferente daquelas do rio. Era algum tipo de cascalho. Rio Ligeiro segurou uma delas voltada para cima, e bateu nela com a outra pedra em um movimento para frente, de forma que as faíscas caíssem sobre a lenha e as folhas secas. Ele fez isso apenas algumas vezes e entregou as pedras para Camille. — Faça assim e logo teremos fogo, ok?

Ele sorriu para a guerreira, mas ainda parecia um tanto inseguro quanto ao que fazia, como se a qualquer momento alguém dissesse que ele fazia algo errado. Mas logo se levantou e foi até Silméria. A meia-elfa havia falado sobre pescar com suas flechas, e o que ela citou sobre o reflexo chamou atenção do garoto-lobo.

— Você está certa, o que vemos na água não é bem verdade. — Enquanto falava, dirigiu-se a uma árvore com cipós finos, pegando um deles com cerca de dois metros de comprimento. — O rio nos testa, faz com que vejamos o que queremos, mas podemos dizer que a verdade está um pouco mais abaixo. Me permite?

Ele pediu que Silmeria lhe emprestasse o arco e uma flecha. Uma vez feito, Rio Ligeiro amarrou uma extremidade do cipó na flecha e pisava firmemente na outra. Preparou a flecha, mirando devagar. O arco era pequeno para ele, encaixava-se muito melhor nas mãos da meio-elfa, mas o garoto adaptou-se como podia. Ele mirava em um ponto fixo, mas seu olhar vagava rio acima, atento aos peixes que desciam. A luz branca da lua refletia constantemente nas inúmeras ondulações da água, como centenas de estrelas cintilantes. O garoto deu tempo para seus olhos se acostumarem e disparou. Silmeria acompanhou tudo atentamente, a flecha zuniu e cortou a água, mas a meio-elfa poderia jurar que ele errou o tiro pois o peixe estava mais acima. Porém viu que se enganou quando o garoto puxou o cipó com a flecha e nela estava o peixe ainda se debatendo.

— Viu? A água cria ilusões e o rio nos testa com isso. — Ele tirou a flecha do peixe, o segurando firmemente pelas brânquias. Com a mão livre, devolveu o arco e a flecha para Silmeria. — Tente agora. Lembre-se de mirar sempre um pouco abaixo do peixe que você vê. E acho que fica melhor se você baixar o capuz, melhora sua visão e também um rosto tão belo não deve ficar oculto nas sombras.

Percebeu o que disse e corou, pigarreando forte.

— Bem, não sei vocês mas eu não fico em pé com algumas frutas. Sem ofensas!! São deliciosas e tudo mais, mas eu bem, preciso de carne, ham... Boa pescaria! — Enquanto falava se distanciou da meio-elfa, respirando fundo quando o fez. Deixou o peixe próximo da fogueira e virou-se para Uchio. — Ham, pode me ajudar com o abrigo?

Precisavam de um teto para descansar, que durasse trinta dias. Tanto Rio Ligeiro quanto o grupo sabia que por enquanto não tinham muitos recursos para fazer algo decente, deveriam procurar mais durante o dia. Por enquanto usariam as árvores como seu teto, mas precisariam de um lugar confortável para se deitar. O garoto-lobo e Uchio se distanciaram um pouco até encontrarem uma árvore com folhas grandes que lembravam as de bananeira, mas eram macias e não se quebravam. Rio Ligeiro subiu na árvore para arrancar as folhas, pedindo para que Uchio as pegasse.

— Precisamos de couro para fazer uma cabana. — Falava enquanto fazia seu trabalho, jogando as grandes folhas para Uchio. — Acho melhor fazer duas, pelo menos da onde venho as mulheres preferem ficar em cabanas separadas. Não entendo o porquê, mas respeito isso.

<Vocês podem conversar ou fazer outras escolhas. Fiquem a vontade para narrar suas tentativas. Mas considerem que Camille está próxima de Silmeria, enquanto Uchio e Rio Ligeiro estão distantes das duas. Uma dupla não pode ouvir a conversa da outra devido à distância.>

@Bluesday

A floresta estava tranquila, algo inverso ao estado alerta do elfo. Ele preferiu correr para descarregar a adrenalina, e foi o que fez. Seus sentidos permitiram que continuasse em velocidade, notando rapidamente os obstáculos em seu caminho e os ultrapassando sem problemas. Era como voar sem sair do chão. Ao seu redor tudo parecia dormir, o elfo podia ouvir os sussurros da floresta sonolenta, mesmo ele sabendo que ela estava sempre alerta. Ao quê, ele não sabia.

Correndo desta forma, não demorou muito para que o elfo chegasse ao rio. Não era muito largo nem muito fundo, ao menos naquele trecho, e podia ver peixes nadando pela água cristalina. A lua crescente já estava alta mesmo a noite mal tendo começado.

Mas ao que parece não era apenas a floresta que estava atenta aos passos do elfo.

Tenkai ouviu passos sutis, tão sutis que por pouco o leve som da água impediu que pudessem ser ouvidos. Ao olhar para trás, notou ao menos 8 pares de olhos amarelos o encarando. Graças à luz do luar que banhava a floresta, o elfo pôde enxergar claramente seus inimigos. Se ele soubesse o nome daquelas criaturas, sabia que worgs eram uma das raças mais detestáveis de Endless.

Spoiler:

Os oito ainda estavam distantes. Eram quase o dobro do tamanho de lobos normais, e suas presas eram ainda mais ameaçadoras. Seus pêlos negros estavam eriçados, o que os fazia parecerem ainda maiores. Suas presas lembravam sabres, e Tenkai tinha certeza de que não queria verificar se eram tão afiadas quanto. Uma vez notados pelo elfo, eles começaram a rosnar e se aproximar devagar. Atrás de Tenkai apenas o rio de 5 metros de largura e meio metro de profundidade.

por Bluesday Qua 08 Ago 2012, 11:35 pm

Havia algum tempo desde que Tenkai tinha relaxado um pouco e verdadeiramente. Aquele pequeno momento de descontração correndo pela floresta deixo o elfo um pouco mais tranquilo, ignorando os possíveis perigos da floresta.

Em seu trajeto que era facilmente percorrido pelo guerreiro, logo o som da água podia se ouvir. Seus lábios pareciam que ficavam agora mais ansiosos para serem mergulhadas em um pouco de água.

Quando se deu conta, já tinha chegado a um rio, na qual ele logo se abaixou e levou suas mãos para dentro do mesmo. Lavou elas primeiro, tirando a sujeira dos cipós e dos cascos das árvores. Em seguida ajuntou suas mãos e encheu-as de água e a ergueu até seus lábios para beber a água; Repetiu o movimento umas quatro ou cinco vezes até que escutou de leve alguns passos atrás dele.

Tenkai não era ingênuo e percebeu que não era apenas um ou dois passos, e sim vários de uma vez só. Calmamente o elfo que ainda estava com sua mão cheia de água, trouxe novamente a mão e deu seu último gole com a devida calma. Depois que terminou de matar sua sede, se levantou devagar e sem movimentos bruscos o guerreiros se virava para trás, ficando de frente para as criaturas que agora Tenkai poderia ver perfeitamente e ficando de costas para o rio.

Logo que o elfo ficou cara a cara com as criaturas, os bichos começaram a rosnar. Talvez o elfo havia invadido seu território ou simplesmente Tenkai era o jantar da noite, e isso era a opção mais valida no momento.

Tenkai analisou bem cada bichão ali e como eles se comportavam. Pareciam que não atacariam sozinhos, todos iriam vir de uma vez e isso aumentaria as chances deles terem sua preza abatida.

O elfo não conhecia aquelas criaturas, era mais uma nova espécime que ele via pela primeira vez. Lodoss era realmente bem versátil em questões de raças e criaturas.

" Hm... Parece que minha melhor alternativa é tentar escapar pelo rio. São apenas quatro, mas alguma hora um deles poderá me acerta e nesse momento eu poderei vacilar e baixar minha guarda, deixando que todos eles me ataquem ferozmente. Se eu ao menos tivesse uma tocha, poderia assusta-los, mas isso poderia ferir a floresta. "

Se ficar o bicho come e se correr o bicho pega. Tenkai estava nessa encruzilhada. Mas tentaria a sorte escapando pelo rio mesmo, lutar a noite naquela floresta contra aquela criaturas desconhecidas não era a opção mais inteligente a se fazer. Foi então com passos vagarosos para trás, ele ia se aproximando mais do rio e ia entrando aos poucos nele.

Era outro risco o rio, poderia ter diversas outras coisas ali esperando ele, mas ele tinha que fazer isso. Acreditava que aqueles bichos encarando ele era como a maioria dos animais e outras criaturas, não gostavam de ficar com o corpo e todo seu pelo molhado, ainda mais em uma água fria. Mas obviamente também poderia acontecer deles ignorarem o rio e atacar o elfo.

Entretanto Tenkai teria mais vantagem lutando dentro da água, pois conseguia ficar de pé com facilidade e o mesmo já tinha costume de treinar dentro da água com todo seu corpo submerso. E se os bichos avança-sem para dentro do rio, ficariam com os movimentos mais lentos e pesados, pois além de estar em um terreno que provavelmente não era o natural deles, estariam com os pelos molhados, os deixando mais pesados. Principalmente por estarem sujos, o que aumenta a dificuldade deles de se locomover dentro da água.

Aos poucos o elfo ia se distanciando o máximo que dava. Deixava sua mão direita rende a sua cintura para poder fazer um saque rápido se por acaso fosse atacado. Mas não nem mesmo deixava amostra o cabo da espada, pois não queria dar razão para as criaturas atacarem ele.

Tenkai preferia que não houvesse uma batalha ali, não lhe agradava matar criaturas da natureza, mas o fazia quando necessário e estava preparado para o pior.

por Phyress Qui 09 Ago 2012, 3:03 pm

- Acho que sim. – a meia-elfa respondeu, fitando Uchio – Concordo com você, e depois precisamos decidir quem ficará de vigia essa noite, talvez duas pessoas para revezarem.

Silmeria sentiu-se um pouco aliviada ao ver a água cristalina, parecia o ambiente ideal para principiantes poderem tentar pescar. Ela tirou as sapatilhas e colocou os pés na água, queria sentir-se mais limpa. A caminhada havia sido longa, além de terem lutado... Não só isso, mas Camille e ela tinham viajado de Hirt para Hilydrus naquele mesmo dia, então ela sentia-se cansada. Queria poder tomar um banho ali, mas... Bem, Ligeiro e Uchio estavam por lá.

Ela ouviu o que Ligeiro disse sobre a isca de fogo e, ainda sim, não entendeu tão bem do que aquilo se tratava, mas esperaria para descobrir. Logo precisariam ir atrás de suprimentos de qualquer modo e, quando fossem, pegariam os itens necessários para fazer a tal isca de fogo... Não só isso, mas a própria Silmeria precisava tentar achar galhos que pudessem servir de flechas improvisadas, talvez pudesse usar algumas lascas grossa de madeira, com a faca de Zhao talvez fosse possível moldar pedaços de madeira e utilizá-los como flecha. Ao menos para que pudesse caçar sem usar suas poucas flechas.

Um pouco alheia ao grupo, ela passou a observar a água correndo entre os seus dedos. Foi naquele momento que Silmeria não conseguiu conter o pensamento de que nunca se sentiu conectada com a floresta, como diziam que os elfos costumavam sentir-se. Nunca conheceu outros mestiços como ela, então não tinha certeza se era algo dela ou se era algo do qual os meio-elfos eram excluídos. Não que ela tivesse muito interesse nesse assunto.

Silmeria foi retirada de seus pensamentos quando Ligeiro se aproximou, assim que ouviu passos em sua direção, a meia-elfa rapidamente se virou, um pouco alarmada para ver quem era. Mesmo eles estando em um lugar mais tranquilo, ainda sentia uma necessidade de estar sempre alerta. Com uma expressão desconfiada, ela observou o que o garoto fazia.

- Ah... – surpresa, ela hesitou um pouco - Claro. – e moveu as duas mãos, com uma delas ela retirou o arco de suas costas e com a outra pegou uma flecha, estendendo os dois objetos na direção de ligeiro.

A meia-elfa observou os movimentos de ligeiro com atenção. Antes, não tinha reparado, mas ele era, de fato, maior do que ela. Talvez Silmeria o julgasse muito pelo jeito inseguro dele. Ela acompanhava o olhar dele, ora olhando para o rosto dele, ora para a água, tentando ver o que ele via. Quando a flecha foi disparada, sua atenção acompanhou-a. Quase fez uma expressão desapontada quando achou que o garoto errou, mas pareceu genuinamente surpresa quando viu o peixe ali.

- Entendo, então eu tenho que atirar um pouco mais abaixo do que realmente parece... – comentou, tomando o arco e a flecha de volta para si – Ainda bem que você sabe dessas coisas, levaria mais tempo para nos adaptarmos sozinhos. – ao ouvir a última frase dele, por instinto, a garota levou a mão até o capuz para abaixá-lo, afinal, seria mais difícil pescar com aquilo – Ah, s--- Ahn? – a expressão dela se tornou de uma surpresa cômica, uma expressão que sua própria irmã jamais havia visto, e as bochechas da meia-elfa estavam avermelhadas – Er... Tudo bem, eu... – decidiu manter o capuz, sentindo-se desconfortável – Eu vou tentar pescar. – murmurou e voltou sua atenção para o lago.

Ela olhou de relance para trás, vendo Uchio e Ligeiro se afastarem e, apenas então, com uma das mãos ela abaixou o capuz. Passou a mão pelos cabelos, certificando-se de que suas orelhas permaneceriam ocultas... Não tinha certeza se aquilo era importante, mas não gostava de arriscar. Ela preparou o arco e o apontou para o lago... Passou alguns segundos observando os peixes, tentando inicialmente analisar os movimentos, a corrente da água e, também, esperando que seus olhos se acostumassem com a luz que refletia.

- Então, - disse para Camille em um tom neutro, mas não desviou sua atenção da água – O que você achou do que aconteceu? Batalhas brutais podem acontecer quando você estiver no exército, acha que seu coração estará preparado para ceifar vidas? - e a flecha foi disparada, como ligeiro disse, um pouco mais abaixo - É possível que tenhamos que matar até mesmo civis às vezes.

Silmeria puxou a flecha de volta, vazia. Sua língua estalou, desapontada. Tentaria de novo, sabia que logo pegaria a prática daquilo, talvez tivesse tentando abaixo demais. Mirou novamente e repetiria o processo algumas vezes, até aprender e pegar alguns peixes para o grupo.

por Uchio Koy Sex 10 Ago 2012, 2:03 am

Após obter a resposta da meio-elfa, peguei com ela alguma frutas e comecei a come-las. JÁ havia acabado de juntar os galhos. Nesse momento, o jovem rapaz explicava para a loira como ela deveria fazer para acender o fogo. Abaixei-me perto deles para aprender também, ao menos a teoria. Em seguida Lobo se levantou e foi na direção de Silmeria. Observei um pouco mais a loira, mas assim que escutei as primeiras instruções que ele passava para a meio-elfa, ainda agachado onde estava, voltei meu olhar e atenção aos dois.

Mantive sempre a expressão característica de uma pessoa que esta estudando. Indiferente com uma pitada de curiosidade. Durante todas as instruções passadas para as duas garotas, me vi comendo as frutas e nem mesmo ofereci, não por falta de educação, mas por isso não ter nem passado pela minha cabeça.

Pude escutar as palavras tímidas ditas pelo rapaz, que também causou timidez na moça. Pensei não ser do feitio dela sentir vergonha de elogios, mas logo me dei conta que ela não deve estar acostumada a recebê-los, talvez sua irmã estive mais do que ela. Sempre guerreira, fechada, poderia apostar que nunca havia se relacionado com homens e nem mesmo ter sido carinhosamente elogiada. Apesar disso tudo, posso imaginar ela usando de sua feminilidade para conseguir alguma coisa em batalha. Mesmo assim, o que mais me chamou atenção foi o garoto tê-la elogiado. Ele já arriscou sua vida por ela, e agora esse deslize nas palavras. Talvez algo interessante poderia acontecer.

Fui pego de surpresa pelo chamado de Lobo. Eu estava perdido em meus pensamentos quando ele pediu minha ajuda. “É a minha chance”, pensei. Levantei-me e segui com ele para ajuda-lo. O garoto-lobo subiu em uma arvore sugerindo que eu pegasse as folhas que ele arrancaria. Assim eu fizia enquanto as amontoava ao meu lado.

-Couro só quando matarmos animais, podemos comer a carne e aproveitar o couro. –Respondi a primeira colocação dele e logo após respondi com algumas risadas o que havia dito posteriormente. –Não entende o porque? –Rí – Quantos anos você tem, Lobo?

Me mentive risonho enquanto fazia o meu trabalho. Depois de receber a resposta, continuei apenas com u leve sorriso, olhei para Silmeria e indaguei serenamente.

-Ela é bonita mesmo, né? - Era apenas um pequeno “verde” para analisar como Lobo agiria. Depois de uma leve pausa, voltei a falar. – Eu quero entrar no exercito por causa de uma mulher, sabia? Ela é realmente muito bela.

Meu olhar se viu impreciso, estava distraído lembrando do rosto da bela princesa. Nesse momento eu poderia até deixar alguma folha cair ou não pegá-lo sendo possível que esse bate em mim. Durante esse tempo me mantive com face seria, pensativa. Mas logo despertei.

– E voçê? O que acha dela? - Perguntei, voltando a falar de Silmeria.

<Hayate, ou qualquer outro, se tiver dicas de narração para me passar, serão bem vindas.>

por Luthica Sex 10 Ago 2012, 10:11 pm

<eu estou gostando da sua narração, Uchio Smile

>

Camille prestou atenção às instruções de Rio Ligeiro e imitou o movimento com as pedras, batendo uma contra a outra até ter algum sucesso. Fez isso de forma concentrada, como uma criança que recebeu um brinquedo diferente. Não teve tempo de prestar atenção na irmã. Aproveitou o exercício para descansar um pouco e, quando conseguiu, olhou o fogo durante algum tempo enquanto o lobo se afastava deles.

Sorriu para Uchio de forma gentil e ensaiada, não estava com espíritos para fazê-lo de forma motivadora, apenas cansada e gentil. Então, percebendo que ele também parecia pensativo, pegou uma fruta para comer a seu lado, mas além de educadamente pedir por uma fruta, não disse nenhuma palavra.

Lembrou-se do conforto de sua casa simples e do prazer de um banho. Estava com fome e com dores no corpo também. Gostaria de deitar ali e dormir, mas ainda precisavam se ajudar. Estava tão cansada que não pensava mais em remorso ou em sua família. Ocupou-se com o estalar do fogo sem fazer associações extraordinárias. Depois de um dia cheio, poder aproveitar um momento como aquele era uma regalia e tanto. Afinal, há pouco não acreditava que conseguiriam chegar em um bom local para repousar.

Na realidade, não parava de imaginar seu pai em batalha e em quanto tinha achado que alguns ataques contra árvores e correr com galinhas na infância teriam-na preparado para o que viria. Estava bastante envergonhada de ter apresentado aquela postura de alguém que sabia o que estava fazendo, agora se sentia só uma menina com uma espada gigante.

Ela espiou a dupla conversando ao longe e sentiu algo que não soube definir. Imaginou se estariam se dando bem. A irmã tinha um gênio difícil...Ainda assim, continuava se culpando por não servir para aquilo. Ignorou novamente tudo aquilo tentando se concentrar nas chamas, pois nem o gosto da fruta ela sentiu após uma primeira examinada.

Ouvindo a voz de Ligeiro chamando o outro, terminou a fruta e deixou o fogo com um breve aceno para Uchio, decidindo se aproximar para a próxima etapa, que seria banho ou comida. Ela caminhou devagar, amassando a vegetação com as botas no caminho e aproveitando também aquele som. Olhou para o garoto no caminho e pensou se estaria cansado ou se a irmã teria sido grosseira. Nada disse e ficou ao lado de Silmeria.

A loira deixou a pergunta no ar enquanto a irmã continuava tentando pescar, como se estivesse concentrada em aprender a caçar comida. Quando disparou pela terceira vez, resolveu falar. Não refletiu sobre o que havia sido perguntado durante aquele tempo. Já tinha feito isso excessivamente durante a luta contra Zhao e principalmente na caminhada silenciosa. Mas estava procurando uma forma de dizer aquilo sem que fosse incomodada, pois não sentia-se segura o suficiente para ser confrontada com um ideal tão frágil. Se pudesse, repetiria "Quero defender nossa pátria contra Takaras" para qualquer pergunta que lhe fosse feita. Qualquer uma. Até mesmo sobre o motivo de ter ficado imóvel durante a batalha, ter deixado que Rio Ligeiro se machucasse ou o que estava sentindo naquele momento.

- Meu coração não pode interferir na minha espada - respondeu, sem fitá-la. Era mais um discurso que ela dizia sem realmente sentir. Aquilo valia para traições de amigos ou família queridos, algo que só tinha passado em sua mente após as atitudes de Zhao. Esperava sinceramente que a meio-elfa não perguntasse mais, não insistisse em aprofundar aquele assunto, porque ela era de certa forma a "princesa élfica" que chegou em sua casa e era tão bonita e tão perfeita... E havia sido ela quem sabiamente decidira eliminar uma possível ameaça.

Nunca tinha a visto falhar de forma tão terrível - pelo menos, não que tivesse prestado atenção o suficiente para lembrar. Assim, teria ficado mais confortável em abrir seu coração, após algumas insistências, para Rio Ligeiro, a quem devia proteção e explicações, do que a sua irmã, quem não gostaria de decepcionar.

Queria pedir desculpas por não tê-la protegido, mas isso soaria ainda mais vergonhoso e estúpido, e achava que completaria a humilhação chorando se tivesse que falar demais. Ela só queria esquecer tudo e fazer as coisas de forma correta dali para frente.

- Nós podíamos tomar um banho daqui a pouco... - comentou baixo, tentando desviar o assunto.

por **ADM Hayate** Sáb 11 Ago 2012, 4:00 am

<Se o ritmo estiver muito rápido, me avisem. Quero evitar deixar o jogo tedioso, mas se preferirem posso abrir espaço para mais ações isoladas de cada um. Neste caso darei espaço para enriquecerem a interação entre seus personagens.>

@ Camille / Silmeria

A guerreira recebeu uma tarefa simples, a qual conseguiu concluir após algumas tentativas. Sua precisão e força fizeram com que as faíscas caíssem em uma boa quantidade sobre as folhas secas em baixo e entre a lenha. Bastou insistir por algum tempo, soprar algumas vezes, e esperar as chamas lamberem a madeira e começarem a queimá-la de vez. Não havia reparado em quanto tempo levou para isso, só se deu conta quando Uchio e Rio Ligeiro se distanciaram.

Enquanto isso a meio-elfa treinava seus disparos. Era mais difícil do que aparentava. Primeiro porque os peixes não ficavam parados obviamente, seguiam rio abaixo em velocidades variadas. E segundo que ela precisou de alguns disparos para perceber a distância exata que deveria disparar abaixo do peixe que via. Era estranho atirar num alvo que parecia não estar ali. Na quarta vez conseguiu um disparo certeiro, e logo puxou mais um peixe. Sentia-se mais confiante. Se dependesse de Silmeria, teriam peixe assado à vontade.

Ambas estavam cansadas, principalmente Camille. A luta havia deixado todos exaustos, mas ela havia carregado o garoto lobo por um bom tempo. Ele tinha um corpo magro, mas pesava mais do que aparentava. As duas precisavam de um bom banho. A água cristalina parecia convidativa, limpa e gelada. Talvez esperassem os rapazes voltar para banhar-se um pouco distante dali. O lugar estava quieto, mas eventualmente o som da brisa nas folhas e o barulho dos pequenos animais noturnos quebravam o silêncio. Uma coruja piava por perto e as chamas já estalavam na fogueira

<Silmeria recebe 50 pontos de experiência por aprender algo novo>
<Camille recebe 50 pontos de experiência por aprender algo novo>

@Uchio

Ao que o rapaz via, Rio Ligeiro levava um tempo para escolher as folhas certas. Eram aquelas um tanto mais velhas e mais macias, que estavam mais altas. Folhas grandes que pareciam de fato confortáveis para se deitar.

— Não só couro e carne, — respondeu o garoto-lobo ainda na árvore, jogando mais algumas folhas. — Usamos os ossos para fazer pontas de flechas e facas, até mesmo adornos. Com os cascos fazemos isca-de-fogo, com a gordura fazemos cola. O estômago dá uma boa pele de cozir e o intestino dá para guardar grãos. Bem é difícil aproveitar tudo, mas temos que fazer isso para honrar a caça que deu a vida por nós.

Dali de cima mesmo ele saltou para outra árvore próxima sem dificuldades, imediatamente já pegando mais folhas e jogando-as para Uchio.

— Anos? — Ele pareceu um tanto confuso em um primeiro momento. — Ah sim. Eu farei... dezoito verões em algumas luas.

Parecia bastante focado em sua tarefa até que Uchio o questiona novamente. A pergunta, no entanto, fez com que Rio Ligeiro errasse um passo e quase caísse. Ele se segurou firme no galho e engoliu em seco.

— Ham... acho as duas bonitas. — Tentou esquivar-se, e ficou aliviado quando Uchio começou a falar de si mesmo. Imaginou quem era a dama pela qual o rapaz se arriscava. Mas ao que parecia ele estava mais interessado em saber o que o garoto-lobo pensava sobre Silmeria. Ele tossiu distraído, continuando a arrancar as folhas. — Ela... parece uma elfa. Elfas são muito bonitas, sabe? Mas elas costumam ser frias porque vivem muitos e muitos verões... Não vejo isso nela. E a irmã dela, não sei porque, mas sinto que ela esconde muita dor.

Vagueou por um momento enquanto falava, até que sacudiu a cabeça e voltou ao que fazia. Se perdeu em pensamentos por algum tempo.

<Sua narração está boa, não tenho do que reclamar. Continue assim>

@Bluesday

<São 8 lobos, meu caro>

O elfo recuou devagar, evitando movimentos bruscos. Entrou na água, se molhando até pouco acima dos joelhos. Era difícil definir o que aqueles worgs fariam. Lobos normais já teriam latido e avançado, mas eles pareciam mais espertos. Não queriam fazer barulho, queriam que a presa fosse apenas deles. Embora Tenkai não parecesse tão apetitoso, os worgs ainda assim pareciam interessados em saborear sua carne.

Tenkai já estava no meio do rio quando dois dos lobos o flanquearam, mas ainda fora da água. Até que um dos que estavam à sua frente dá uma investida, saltando diretamente na direção do elfo. Como estava preparado, o elfo sacou sua espada e num instante fez um corte profundo no peito do animal que continuou seu movimento reto. Mesmo esquivando-se, o elfo recebeu cortes superficiais no seu braço direito. O worg caiu na água atrás de si e imediatamente os dois que o flanqueavam entraram na água.

<Blue, existe um worg atrás de você, um à sua direita e outro à sua esquerda. O de trás não está morto, mas está com os movimentos mais lentos pelo ferimento. O worg da esquerda está avançando rápido e parecia mirar sua coxa para cravar suas presas e impedir seu movimento. O da direita saltaria em sua direção.>

por Phyress Sáb 11 Ago 2012, 1:17 pm

<Eu também gosto bastante da sua narração, Uchio! De verdade!>

Silmeria fez uma breve pausa ao ouvir o comentário de Camille. A expressão dela não se alterou, mas ela levou alguns segundos para que voltasse o que estava fazendo e, finalmente, havia acertado um peixe. Estava aprendendo a fazer aquilo de modo efetivo, enfim e, por isso, um semblante satisfeito passou pelo seu rosto. Faria aquilo por mais algum tempo até que tivessem peixes para todos...

Embora um banho gelado não fosse o ideal, sentir aquela água correndo entre seus dedos lhe dava a vontade de se lavar. Sentia-se suja depois daquele dia, talvez se afastasse do grupo mais tarde para que pudesse fazer isso.

- Você está errada. – disse, o tom ainda neutro, sem voltar os olhos para a irmã. Embora sentisse um profundo desgosto sobre as palavras dela, não demonstrou aquilo – Seu coração guia a sua espada. Se seu coração parar, sua espada não se moverá. Se seu coração hesitar, sua espada irá tremer. – e voltava a colocar a flecha no arco para que pudesse continuar pescando – Se você é fraca, sua espada também será. – e lançou um olhar indiferente para a irmã, mas logo voltou a atenção para os peixes – Eu vi a hesitação em seus olhos durante aquela batalha, irmã, uma hesitação que impediu seus movimentos.

De lado, com a face posicionada em um ângulo que Camille não conseguia enxergar tão bem, a meia-elfa agora tinha uma expressão dura, um pouco irritada. Seu olhar, porém, carregava desgosto. Sentia nojo de sua própria irmã, uma raiva fora do comum que fazia seu coração tremer sempre que estava próxima de Camille. Ainda bem que, pelo ambiente em que foi obrigada a viver a maior parte da sua vida, Silmeria havia aprendido a fechar seus sentimentos dentro de si.

- Você pode não perceber, mas já carrega inúmeras vidas consigo. Essa espada... – olhou de relance para e a espada da irmã – Está acostumada a derramar sangue. Irmã, - o olhar duro se direcionou para Camille por apenas um instante - a sua hesitação provou que seu coração ainda é fraco. Foi como se... Eu visse a sua espada tremer, decepcionada.

por Luthica Sáb 11 Ago 2012, 1:36 pm

- Isso é bobagem! - respondeu no instante em que a meia-elfa concluiu a frase. Sentia suas bochechas queimando. O natural seria sorrir, pedir desculpas, se afastar. Pois ela tinha razão e Camille sabia muito bem disso.

- Uma espada é só uma espada. Aquela situação foi excepcional. Era um companheiro nosso, não um inimigo. Eu jamais hesitaria se fosse um inimigo de verdade. - Nem continuou a falar pois sentia a grande mentira estúpida que proferia para tentar inutilmente proteger seu orgulho.

Apenas gostaria de evitar aquela assunto. Por que não podiam esquecer isso?
Virou de costas, decepcionada consigo mesma e irritada por achar que seria lembrada constantemente por aquela falha.

- Não era um animal, Silmeria. Era um semelhante! Não havia formas de matá-lo como se fosse um bicho para ser abatido. Você deveria ter pensado nisso. Como pode ter um coração tão duro a ponto de atacá-lo sem pensar nas consequências para todo o grupo e depois, mesmo depois de ter sido salva, ofender Ligeiro? É uma força cruel essa que você tem. Mas o seu arco não treme porque ele é de caça, não é? É o que você faz. Por que você também está indo para o exército? - disparou a última frase com raiva. Achava que a irmã, que nunca tinha ligado para essas "bobagens" fosse arranjar outro tipo de emprego na capital e agora percebia o quanto o perfil dela alistado a eles a incomodava profundamente.

O que a loira não percebia era que, na verdade, sentia uma tremenda inveja da habilidade nata de Silmeria que a possibilitaria se tornar um membro indispensável, forte, e inabalável para o exército, mesmo tendo esnobado tanto a instituição. Enquanto ela, que sonhara em "orgulhar seu pai", agia como uma verdadeira fazendeira, incapaz de matar um ser humano ou encarar a realidade e parar de tecer discursos sobre a bondade do mundo ou uma justiça de pura utopia.

por Phyress Sáb 11 Ago 2012, 2:16 pm

<Desculpa, a adrenalina me impediu de esperar. >_< Acho que não tem problema já estão longe... Qualquer coisa é só me mandar calar a boca, Hayate! xD>

Com a primeira resposta da irmã, Silmeria parou o que fazia. Embora não tivesse mudado sua posição, ela observava a irmã pelo canto dos olhos. Quando Camille virou as costas, a meia-elfa abaixou o arco e continuou fitando suas costas. Aguardou pacientemente que a irmã soltasse tudo que pensava e, conforme ela falava, o olhar de Silmeria se estreitava.

- Não. Uma espada é aquilo que vai abrir o seu caminho, se você é uma guerreira, deve ser uma só com a sua espada. – as palavras soaram em um tom duro – E... – ela soltou uma breve risada – Semelhante? Aquele homem pediu para ser considerado apenas um animal... Você acha que seus inimigos vão te matar com carinho? – ela virou o corpo para Camille – Eles não vão. Eles vão te abater, como se você fosse um rato que devesse ser eliminado. Também... – os olhos foram de cima a baixo, analisando o corpo de Camille - Sendo mulher, você deve saber o que te esperaria caso você não morresse em batalha e fosse capturada.

Ela soltou um suspiro aborrecido, mas não deixou escapar todo o ódio que sentia.

- Eu não deveria ter pensado em nada do que você diz, eu pensei no mais importante: impedir que aquele homem voltasse para nos matar, como ele mesmo insinuou e, depois, confirmou que faria. – o olhar dela, agora, carregava frieza – Ligeiro pode ter ganhado um machucado, mas no fim, a minha força cruel impediu que, depois, ele fosse pego de surpresa e morto com um único golpe. Você não entende nada, garota. Você passou toda a sua vida naquele campo, não sabe como as coisas funcionam na cidade, nas guerras, no mundo. Sua vida foi fácil demais para que você se torne uma boa guerreira.

Silmeria esboçou um sorriso divertido, confiante.

- Meu arco é de caça, mas não é esse o motivo pelo qual ele não treme. Ele não treme porque eu tenho coragem para fazer o que é preciso para proteger meu grupo. Você? Você não tem a força necessária nem para se proteger, se escondendo atrás de honra e palavras bondosas. Se dependesse de você, Zhao teria voltado à noite e devorado todos vocês, um a um. Ligeiro... Uchio... - o tom dela se tornou gélido - O sangue deles escorreria pela sua consciência. - sussurrou.

por Luthica Sáb 11 Ago 2012, 3:11 pm

Diferentemente do que imaginava que seria, as palavras da irmã não a feriram no orgulho imediatamente. Passara tanto tempo repetindo para si mesma tudo aquilo que acabara de ser dito, que quando finalmente a verdade saiu pela boca de outra pessoa, o efeito foi menor, mas inesperado.

Na verdade, o que sentiu foi como se o chão se abrisse na linha imaginária que as separava e construísse um abismo entre as duas.

Sem se virar para notar o olhar da meio-elfa em nenhum momento, Camille não reconhecia o tom de voz utilizado pela outra. Só podia comparar a energia com que falava aquilo com sua própria raiva e então pôde entender parte do ódio que a irmã carregava. Aquela pequena parcela foi o suficiente para que sentisse que Silmeria era uma pessoa distante, não era uma criança para ser protegida ou uma princesa élfica a ser admirada. Era alguém que um belo dia aparecera em sua casa para viver ali. Mas talvez nunca tivesse merecido - ou pedido - sua proteção.

Aquelas palavras não eram as de uma irmã protetora e preocupada, mas de um adversário se vangloriando. Um inimigo, especialmente de outra raça, de outro mundo. Uma mestiça, de fato, que naquele momento achava que jamais entenderia simplesmente por não ser uma meio-elfa também.

- É isso que está fazendo ao ingressar no exército? Competindo comigo? - disse em tom baixo, levemente tremido, mas possuía uma desconfiança amargurada. A irmã dizia a ela que seria incapaz de ser uma guerreira. Então por que motivo estaria seguindo com ela se não a competição? Há um tempo, acreditaria que estava sendo amada e protegida. Mas agora era claro que Silmeria não tinha essa intenção.

- Se fosse eu a ser atacada pela faca de Zhao. O que você faria, irmã? Teria me ignorado e corrido para matá-lo? Por raiva ou por ter aberto uma chance? Tomaria o meu lugar como alvo? - olhou para trás, esperando que pudesse encontrar seu rosto. - Ou ficaria simplesmente feliz por ter me vencido como uma guerreira melhor e mais cuidadosa?

< Respondi também porque achei que estaria tudo bem já que estão separados. >

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