Taberna do Macaco Caolho

"Preciso ir atrás deles... Vamos ver como as coisas funcionam aqui em Hilydrus."

Boa noite bela dama, como posso lhe servir?

- Guarde essa mesa para mim, - apontando para a mesa vazia - eu já volto.

Mesmo faminta, decidi investigar, lutando contra meu corpo que desejava ficar e comer algo, como soldada de Takaras não poderia me dar a esse luxo. Me ergui, e com cuidado, tentando me ocultar indo atrás dos três homens.

De noite a cidade ficava linda, tenho que admitir. Nunca veria ruas tão belas em nenhum lugar de Takaras, mas esse não era meu proposito ali. Havia alguém sendo torturado, não que fosse minhas intenções salva-lo, mas sim investigar o que acontecia no local.

Seria mais um noite de caçada, como muitas que já completará antes, mas agora tinha que tomar mais cuidado, não estou em meio a selva, estou em Hylidrus, posso ser descoberta o que levaria a perder minha cabeça.

Havia muita gente ali fora, portanto seria mais fácil me disfarçar, queria saber o que estava acontecendo. Quase me sentindo mal por aquele homem que me olhava nos olhos, pouco distânte. Mesmo que eu quisesse salva-lo, invocar minha foice seria arriscado, me aproximei, teria que tomar decisões rapidas apartir de agora.

Selenna esperou que a cena se acabasse e os homens irem embora, havia sangue, o que quase a levará a invocar sua foice, por puro instinto, mas se conteve, invoca-la era bem desgastante e perigoso.

Lentamente me aproximei do homem jogado no chão, me ajoelhei a sua frente, e com cuidado coloquei minha mão sobre seu rosto, o erguendo para observa-lo nos olhos, em seguida me inclinei e beijei sua testa, sob a ferida, lamendo meus lábios, degustando aquele sangue.

- Ei, levante e deixa eu te ajudar. Vamos sair daqui.

@ Jessica

A Taberna para seu desagrado estava lotada, muitos seres estranhos se acotovelavam em busca de um caminho em direção ao bar e para retornarem para suas mesas. Foi passando esbarrando em várias pessoas ou "coisas", alguns paravam para observar o estranho capacete que carregava mas logo batiam os ombros e voltavam suas atenções para seus respectivos copos.

Alcansou o balcão finalmente e tentou chamar a atenção de um barman. Sua tentativa contida de chamar a atenção somente levantando um dedo foi ridiculamente incapaz de chamar a atenção de uma mosca. Contudo alterando um pouco seu tom de voz conseguiu chamar a atenção de um barman. Um homem alto e careca, um pouco acima do peso e de barba rala lhe vira os olhares enquanto enchugava uma enorme caneca pronta para ser novamente completada com vinho ou cerveja.

O barman não lhe dirigiu nenhuma palavra, estava claramente ocupado e somente ergueu as sombrancelhas. O gesto foi claramente um "pode pedir garota, estou esperando." Mas também deixou bem claro que não esperaria muito mais.

@ Selenna

O homem ainda permanecia imóvel, somente quando Selenna se aproximou é que se moveu. Virou seu rosto em direção a ela permitindo que retira-se o capuz. Havia um belo corte no lugar de sua sombrancelha direita, um pequeno furo no meio da testa deslizava um filete de sangue e o outro olho estava fechado e inchado.

Selenna sentiu o gosto de seu sangue que infelizmente estava levemente salgado devido ao suor, mas o homem lhe olhava nos olhos. Eram olhos azuis e muito limpidos, contrastavam com o rosto acabado de um homem de 60 anos que já não possuía boa parte dos cabelos brancos. - Demorou para vir me socorrer, minha querida... - Disse com a voz rouca. - Agora, pode deixar que meu rumo devo seguir... - Disse se levantando com a mão apoiada na parede.

Era impressionante como aquele velho se movimentava mesmo após uma bela surra, parecia que havia descansado completamente. Foi caminhando em direção a Taberna Allnight com demasiada determinação. - Na próxima vez...tome mais cuidado com o pobre Dio... - Disse por fim jogando uma das mãos no ar e sumindo na escuridão enquanto virava o beco.

"Merda, não posso deixar esse dai fugir".

Sentia seu gosto em seus labios vermelhos, degustando seu sangue como se fosse seu prato predileto, sentia que Dio não estava longe, ao mesmo tempo que seu vicio revelava uma forma mais demôniaca de Selenna. Não parecia mulher, não parecia um humano, nada mas a distinguia dos outros soldados de Takaras, todos os outros homens. Era a melhor representação de Takaras, a pureza, um youkai puro.

- Eu posso senti-lo, não está longe daqui. - Cheirava o ar a procura de seu cheiro de sangue ao mesmo tampo que virava o beco atrás de Dio.

[Pode postar diretamente na Taberna Allnight nega, por favor leia a partir do meu ultimo post.]

Ah a taverna estava cheia, não que eu liga-se muito para isso, mas o problema é que eu não conseguia falar com nenhuma mulher naquele caos.

"Pelos Deuses, como isso aqui esta cheio, daqui a pouco vai ficar difícil respirar." - pensava.

Em meio a esbarrões e pisadas nos pés ia me aproximando do balcão, não era para pedir nenhuma bebida ou lanche, afinal estava sem dinheiro, mas sim para perguntar se o dono do bar estava precisando de ajuda para atender toda essa gente, e aquele seria o momento perfeito de conversar com alguma dama despreocupada, se bem que aqui não era uma das melhores tavernas da região, mas nunca se sabe não é mesmo!

Finalmente, após um longo percurso cheguei até o meu destino, o balcão.

-Ei chefia esta precisando de uma ajuda aqui?

@ Klaus

Klaus adentra a Taberna do Macaco Caolho, que de fato estava bem movimentada. várias pessoas em sua maioria humanos se acotovelavam para buscar suas bebidas e chegarem até a suas mesas.
Enquanto Klaus se espremia por entre a multidão viu em cima de um mesa mais ao canto do salão dois pequeninos Halflins cantando, dançando e derrubando bastante cerveja de seus canecos. Várias pessoas acompanhavam a cantoria com palmas e alguns cantavam junto. Um ambiente bem agradável para dizer bem a verdade.

Ao chegar ao balcão, juntamente com várias pessoas, Klaus procura pelo barman que estava bem ocupado com 3 grandes canecos nas mãos enchendo-os de uma espumante cerveja amarelada. Logo o barman se levanta e olhando de canto para Klaus levanta as sobrancelhas e se apresa em entregar as canecas para um gordo homem que aguardava com ambas as mãos estendidas. Logo depois enxuga as mãos em seu avental demasiadamente sujo e molhado e vem ao encontro de Klaus.

- Pode repetir o pedido, sim? -

Após se aproximar o barman ainda estende a mão para o lado de Klaus mostrando sua palma para uma bela dama pedindo que esperasse que Klaus realizasse seu pedido. Logo depois apoia ambas as mãos encarando Klaus com uma expressão um tanto cansada aguardando o pedido.

- Pode repetir o pedido, sim? -

"Ai caramba eu não pedi nada eu ofereci ajuda."

Compreensível o barman não ter me escutado o lugar estava uma zona, mas enfim, eu iria perguntar novamente se ele ia precisar de ajuda porem reparando no movimento da mão do homem olhei para o lado e vi que os Deuses eram bons comigo! Uma bela dama ao meu lado e eu nem tinha a reparado antes! Maldito olho cego, Adamastor ai me pagara por isso, mas ele deve estar milhas longe daqui então...

-Ah tudo bem senhor, atenda esse linda jovem aqui primeiro, eu como um digno cavalheiro posso esperar mais um pouco, e quanto a senhorita - aos poucos mirava a mão da jovem para segurar-lhe - posso saber o nome dessa bela flor que aqui se encontra?

Sim o dia estava começando bem! Agora a única coisa que precisava era de um nome e meu dia estaria perfeito! A partir dali, bem vamos ver o que pode acontecer.

@ Klaus

O garçom olha curioso para Klaus e brevemente se vê um pouco confuso com a cordialidade do rapaz. Então olha para a dama que ao lado estava e lhe faz a mesma pergunta que fizera ao jovem. A mulher educadamente pede uma caneca de cerveja e depois se vira para Klaus enquanto o barman se retirava rapidamente em busca de seu pedido em meio a milhares de outras vozes com pedidos gritados e sem nexo em meio as muitas vozes.

A menina era singela, tinha cabelos negros bem curtos que somente escondiam suas orelhas e nada mais, não chegavam nem mesmo aos seus ombros. Um franja simpática fazia sombra seus olhos castanhos, lábios finos mas bem vermelhos contrastavam magicamente com seu cabelo escuro e seus olhos profundos. Seu corpo não era nada escultural, mas mantinha-se em forma era verdade. Um belo vestido era utilizado, mas nada que favorecesse seu corpo.

Deixou sua mão ser pega pelos dedos carinhosos de Klaus e deu-lhe uma atenção um tanto quanto tímida, mirou os olhos do rapaz enquanto este perguntava por seu nome e um pequeno sorriso se deixou escapar antes de virar a cabeça e levantar o ombro tentando esconder seu belo rosto que agora se mostrava envergonhado.

Para a infelicidade do rapaz o garçom retorna neste momento retirando a atenção da moça dos olhos sedutores de Klaus e sua mão de seus dedos que não foram ariscos o suficiente para lhe segurarem. Ela pega a grande caneca com as duas mãos e se vira em retirada rápida por entre a multidão, mas não sem antes dar uma nova e rápida olhada para Klaus, agora com um belo sorriso branco em seus lábios que se perdeu em meio a multidão.

Logo em seguida Klaus sente uma mão lhe tocar o ombro o a figura apresada do barman se apresenta novamente. - Muito bem, o que deseja o cavalheiro? - Disse não fazendo sarcasmo de sua própria piada, mantendo sua expressão apressada.

A garota era singela, simples, porem muito bonita! Os cabelos curtos e aqueles lábios vermelhos eram as coisas que eu mais queria tocar naquele instante, nem ligava para as cotoveladas e o pequeno espaço que tínhamos para nos olhar, eu poderia ficar naquele lugar o dia inteiro só olhando para aquela jovem. Ela fitava meus olhos, mas infelizmente só podia lhe dar tal atenção com apenas um dos meus olhos, ela estava ficando tímida, pois seu rosto estava ficando corado isso era visível e com isso ficava ainda mais bela.

Infelizmente todo aquele belo momento foi interrompido pelo garçom que voltou com o pedido da jovem, ela retirou as mãos nuas dela da minha para pegar o seu pedido e no meio dos meus devaneios ela se retirou rápido no meio da multidão e nem me disse o seu nome, ao fim ela sorriu para mim. Depois daquele momento tão lindo senti um toque em meu ombro, era o barman.

- Muito bem, o que deseja o cavalheiro?

"Eu quero a sua cabeça numa bandeja é isso que eu quero!"

Meu rosto se fechou e olhei friamente para o sujeito, já não bastava eu estar sendo agredido por cotoveladas e pisões alheios e aquele infeliz separa aquela bela jovem da minha pessoa! E mais quando eu estou a beira de conseguir um beijo, ou pelo menos tinha isso em mente. Esta certo vou falar o que eu desejo.

-Meu senhor o que eu desejo - com um movimento rápido segurei o garçom pelo colarinho com minha mão esquerda - e preste bem atenção - nesse momento meu tom de voz foi ao limite que podia - É SUA CABEÇA NUMA BANDEJA! - após o fim desta frase mirei um soco e desferi com minha mão direita visando o seu rosto. Estava muito irritado por não ter conseguido sequer o nome daquela jovem.

@ Klaus

O clima daquela Taberna que estava agitado se aquietou por alguns segundos. Todos que andavam de um lado para o outro param de repente. As conversas ficaram inacabadas, o barulho dos pés a dançar acabaram, as palmas se cessaram e os vários pedidos que se misturavam se calaram. Um silêncio grandioso tomou conta daquele ambiente, a única coisa que se ouviu após a breve pausa foi o barulho surdo da cabeça do garçom caindo sobre o balcão.

Klaus ainda segurava o colarinho do barman que agora se via desacordado pelo soco inesperado. As várias pessoas que compunham o bar pararam seus afazeres para observar a cena um tanto quanto comum ao se tratar de uma Taberna, porém nunca envolvendo algum funcionário. Eles gostavam de brigas, mas gostavam mais ainda de continuar com seus copos cheios daquela bela cerveja espumante e gelada.

Muitas pessoas que estavam próximas do balcão se afastaram e algumas poucas se colocaram à frente do semicírculo que se formou diante de Klaus. Encarando aquelas muitas pessoas o rapaz pode visualizar novamente a bela dama que havia flertado a pouco, porém sua expressão era de preocupação e um tanto quanto espantada com a cena. Ao seu lado, um rapaz forte com uma cara amarrada segurava a grande caneca que ela havia pedido para que o barman enchesse. Ele olhava para o olho de Klaus e ao perceber que o mesmo também o fazia um pequeno sorriso no canto de sua boca surgiu.

O homem estendeu o braço para o lado estendendo a grande caneca para a mulher que não demorou em segurá-la com suas duas mãos novamente. Ele então se adianta até próximo de Klaus e para diante do mesmo olhando-o de cima à baixo. - O que pretendia com isso rapaz? Esta querendo acabar com a festança e com o divertimento de todos os presentes nesta Taberna?! - Abriu seus braços longos ao disser suas ultimas palavras, se referindo aos presentes na Taberna.

Era um homem atarracado, um pouco mais baixo que Klaus, porém muito forte. Seu tronco lembrava facilmente um triangulo invertido e trajava apenas uma jaqueta de couro aberta. Tinha ataduras em seu antebraço direito e quando gesticulou Klaus pode perceber que no dorso havia uma mancha de sangue já coagulado. Os cabelos castanhos bem lisos estavam penteados para trás, porém dois fios maiores saiam do meio de sua cabeça e paravam pouco antes dos olhos fazendo uma parábola. Lembravam muito duas antenas de insetos, mais isso de maneira nenhuma fez Klaus ter vontade de rir. As grossas sobrancelhas que agora estavam quase juntas davam um aspecto rude ao olhar daquele homem que parecia entrar dentro dos olhos de Klaus em busca da resposta.

O soco foi certeiro, porem não esperava aquela reação, a taberna ficou em silencio, por um instante eu quase sentir o olhar da maioria ali me me perfurar, a situação não estava muito boa agora não.

"Maravilha, todo mundo gosta desse cara é!?"

Em meio ao semi-circulo que formava a minha frente consegui ver novamente a jovem dos cabelos escuros e boca rubra, a pelo menos a minha visão era muito melhor agora, porem a expressão que estava no rosto da jovem era um pouco preocupante e ainda por cima tinha um sujeito ao seu lado de cara amarrada e uma coisa me chamou atenção a caneca que ele segurava era a mesma que a menina tinha pego com o barman! Comecei a encarar o sujeito.

Ele estendeu o braço junto a caneca e como se fosse uma serviçal a garota segurou a caneca do sujeito, afinal o que ela era dele? Sera que aquele porco era namorado dela? Ah nem pensar!

Logo o mesmo sujeito seguiu em minha direção me medio com os olhos e começou a falar :

-O que pretendia com isso rapaz? Esta querendo acabar com a festança e com o divertimento de todos os presentes nesta Taberna?!

"Blá blá blá."

É sempre assim, quando um cara esta com uma mulher o ser em questão sempre quer dar uma de machão para impressionar a menina. Depois comecei a reparar melhor no homem a minha frente, era menor que eu porem parecia forte, tinha algumas ataduras nos antebraços sinal que devia ser algum lutador ou aquilo era para esconder os machucados, e enquanto ele falava comigo consegui ver uma mancha de sangue coagulada em seu dorso, ah e usava uma jaqueta de muito mal gosto. Seu cabelo era normal mas o que eu achei um pouco de graça foi que pareciam antenas de inseto, mas tenho que ter calma agora ou então isso vai virar um caos.

Começava a me acalmar, ainda mais porque as cotoveladas tinham parado e aquele sujeito ainda me encarava acho que estava esperando a resposta, muito bem tinha uma para lhe dar, mas antes coloquei gentilmente a cabeça do garçom sobre o balcão e virei-me para o homem.

- Bem - falava em um tom alto e claro - não quero estragar a festa de ninguem, se estão preocupados em quem vai servir a bebida de vocês todos eu poderia muito bem ir para trás do balcão e servir, o motivo pelo qual eu o desacordei - olhei para a garota nesse instante - não convém dizer e quanto a você cabeça de inseto - nesse ponto segurei um pouco o riso - não queira ser aquele que resolve todos os problemas só porque esta com uma garota ao lado, e outro detalhe não gosto de bater em gente machucada - aqui apontei para o sangue coagulado no homem - mas se quiser vir ao meu confronto pode vir.

Terminando o que tinha a dizer puxei as mangas do sobretudo azul que usava, mostrando parte do meu antebraço direito que era humano e de meu antebraço esquerdo este que coloquei a frente mostrando algumas escamas de um tom também azul porem mais escuro lembrando o mar em dia de tempestade (azul marinho só que em um tom escuro).

@ Klaus

O homem ouvia a resposta de Klaus mantendo a cara fechada. Quando o meio-dragão falou sobre servir os demais este abriu um breve sorriso e sua cara amarrada se transformou algo mais maleável. Ao realizar o comentário sobre os cabelos do valentão Klaus não chegou a presenciar a expressão do homem ao qual se dirigia, porém a garota para quem olhava também segurou o riso, não tão bem quanto Klaus. Sua atenção se volta para o rapaz que estava a olhar para os demais que acompanhavam a discussão vendo que não somente Klaus e a garota acharam graça no comentário e quando o meio-dragão menciona seu machucado, o homem olha para o ferimento e sua expressão séria pode ser vista. Não parecia irritado ou alterado como Klaus esperaria de um valentão, mas também não demonstrava um bom humor com relação as brincadeirinhas. Assim que Klaus arregaça suas mangas o homem novamente se adianta para conversar.

- Não pretendendo também entrar em conflito com ninguém, mas visto que você se candidata a nos servir. Acredito que será muito bem vindo por todos, estou mentindo?! - Um coro de urros de agradecimento por parte de quase todos os homens é escutado enquanto eles levantavam suas canecas em apoio. - Não se afobe jovem. - O homem segura o ombro de Klaus e o puxa próximo a ele para dizer ao seu ouvido. - Não sou um valentão que está aqui com sua namoradinha querendo arrumar confusão. Apenas um trabalhador que resolveu relaxar na companhia de sua prezada irmã... - Dito isso mais próximo do ouvido de Klaus o rapaz da uma ultima olhada para o mesmo e com um breve sorriso volta a andar até sua mesa, que se localizava demasiadamente próxima ao balcão.

Depois do urro de comemoração todos os beberrões voltaram as suas mesas como se nada tivesse acontecido e a balburdia se passa desapercebida. Essa era a graça das Tabernas, se não existisse briga, não havia o que comentar ou discutir.

A bela dama também se afasta junto com seu irmão e se senta de lado para Klaus, não olhava para ele até que seu irmão voltou a conversar com as pessoas da mesa atrás dele deixando sua irmã sem atenção alguma. A jovem então aproveitou-se para olhar para Klaus e vendo que o mesmo também o fazia fez um breve sinal para que este se aproximasse com a sua delicada mão.

- Não pretendendo também entrar em conflito com ninguém, mas visto que você se candidata a nos servir. Acredito que será muito bem vindo por todos, estou mentindo?!

Confesso que, novamente esperava outro tipo de reação do sujeito, pelo visto o dia ia ser bem estranho, enfim pelo visto já arranjei algo para fazer pelo resto do dia, que os Deuses me ajudem porque aqui tem gente demais!

Mas antes de me retirar e ir em direção ao balcão o homem disse mais umas palavras estas que foram ditas em meu ouvido.

Não sou um valentão que está aqui com sua namoradinha querendo arrumar confusão. Apenas um trabalhador que resolveu relaxar na companhia de sua prezada irmã...

"Puts...pra esse eu devo desculpas, mandei muito mal."

Realmente, julguei o sujeito sem nem mesmo o conhece-lo, acho que quem foi o errado nessa historia toda foi desde o começo eu. Mas espera um instante ele disse...irmã!? SIM os Deuses do Oceano deveriam estar muito felizes comigo hoje! Quer dizer que a jovem ao seu lado não era sua namorada e sim sua irmã! Muito bem pelo visto não vou ter que matar ninguém hoje. Logo o homem voltou-se para sua mesa, esta que ficava próxima ao balcão.

Depois dos acontecimentos todos voltaram a beber e cantar, acho que dessa vez eu quase pisei em um monte de estrume, muito bem, passou e agora eu tinha outras preocupações como servir toda aquela gente e colocar o garçom em lugar mais ajeitado, mas antes entre uma olhadela e outra pude reparar que a jovem de antes estava olhando em minha direção e a mesma fez sinal para que eu fosse até ela.

"Hahaha hoje sera um belo dia a sim!" - após esse pensamento coloquei um pequeno sorriso no canto da boca e fui em direção a jovem.

-O que a jovem flor deseja de minha pessoa? - disse à garota, bem próximo a ela.

@ Klaus

A garota parecia anciosa pela chegada de Klaus, esperou até que o mesmo se aproximasse para falar com sua voz suave seu pequeno pedido.

- Traga-me água e um pão, sim? Ah! E por favor um pedaço de pano para que não me caiam farelos. - Em sua voz não era localizada maldade, mas uma pontinha de sarcasmo pode ser sentida. Klaus pode perceber que a menina estava se segurando para não rir do rapaz, porém ainda não parecia maldosa em seu pedido.

O rapaz também pode perceber que seu trabalho iria ser duro. Havia bastante gente naquela Taberna e o balcão começava a se encher novamente com pessoas fazendo seus pedidos e algumas delas estavam debruçadas olhando para Klaus, esperando que o mesmo retornasse para trás e lhes servisse a tão amada cerveja.

- Traga-me água e um pão, sim? Ah! E por favor um pedaço de pano para que não me caiam farelos.

Sabe, acho que vou parar de fazer suposições, já quase arranjei encrenca por causa dessa menina arrisquei meu pescoço e ela me pede pão, água e um pano! Ok, eu tive que faria isso... eu e a minha boca grande.

-Hmm ok senhorita, vou trazer seu pedido só um instante.

Dizendo isso virei-me para o balcão e já notava algumas pessoas debruçadas sobre o mesmo, talvez estavam me esperando já pra lhes servir também, pelo visto seria um dia bem agitado naquela taberna, enfim espero receber por isso, ou pelo menos não ser denunciado hehe. Fui para trás do balcão para começar a servir as pessoas e não podia esquecer do pedido da jovem que também tinha que preparar, agora o mais importante era localizar o tonel de cerveja senão ai sim eu teria problemas, muitos problemas! E falando nisso será que o garçom já estava se recuperando?

"Agora eu estou encrencado, bem isso é uma lição para uma vida, em caso de confusão, nunca bata no garçom, isso chama muita a atenção" - filosofei

@ Klaus

Klaus se mostrou decepcionado com o pedido da jovem, em meio a seus pensamentos estava cada vez mais se achando errado. Porém, o que é o acaso se não uma grande brincadeira dos Deuses para conosco?! Sim, parecia realmente que tinham tirado o dia para caçoar de Klaus. Logo após aceitar o pedido a jovem abre sorriso de agradecimento e assume aquela postura encabulada de logo menos. - Muito obrigada... - Disse e ao terminar sua boca morde levemente seu lábio inferior e em seguida se vira novamente para frente, não encarando mais o jovem e completamente confuso Klaus.

As mulheres são muito complicadas poderia pensar o rapaz, mas tinha muitos afazeres para se preocupar naquela taberna. Se retira então para trás do balcão e começa e equacionar suas obrigações e procurar as incógnitas que faltavam para solucioná-las. Não foi difícil achar dois grandes toneis de cerveja que se acoplavam muito bem justos embaixo do balcão, e sem tardar muito os grandes armários de madeira e vidro que tinha atrás tinham tudo o que precisava. Além claro de um belo armário mais baixo de metal que guardava as carnes muito salgadas que ficavam já cortadas e em conserva logo abaixo da pia, na qual provavelmente retirava-se o sal para poder tornar comestíveis os grandes pedaços de porco, boi e carneiro vistos os restos de sal que existiam acumulados em suas bordas.

Realmente o dia seria bem cheio para Klaus e o garçom que uma vez estava nocauteado já se encontrava semiacordado em uma das mesas. Alguns dos clientes resolveram acordar o pobre coitado, não por piedade ou coisa do tipo, somente para agilizar ainda mais o serviço e saciar a sede e a fome dos presentes.

Klaus consegue com habilidade servir vários dos presentes, estava habituado com situações que exigiam certa destreza e não lhe foi difícil pegar o jeito de segurar aqueles enormes canecos e equilibrá-los de modo a não derrubar muita cerveja. Conseguiu tempo suficiente para retornar até a mesa da senhorita se assim desejasse, afinal, ela continuava a não olhar para Klaus, mas aguardava um tanto quanto irriquieta a chegada de seu pedido.

Em meio a um pedido e outro ia pegando o jeito do serviço, não que fosse algo muito complicado, mas servir tanta gente ao mesmo tempo, isso não se encontra todo dia, pois bem aquela experiência poderia se tornar bem produtiva afinal servir aquela quantidade de gente em pouco tempo era um desafio aceitável. Para ajudar alguns sujeitos estavam acordando o garçom que já se recuperava do nocaute que havia lhe dado a alguns instantes atrás.

Por fim não haviam pedidos imediatos só o da garota a poucos instantes atrás e confesso que aquela guria estava me deixando um pouco confuso, por que pelos Deuses as mulheres são tão confusas!? Bem melhor pensar nisso depois, agora tenho que servi-lá. No meio do caminho antes de colocar o pedido na mesa da jovem fui conversar com o garçom.

-Ai cara desculpa pelo soco, mas agora vou te ajudar aqui na taberna, depois agente conversa melhor ok.

Após a rápida conversa com o barman aproximei-me da mesa da jovem com seu pedido sobre a bandeja e coloquei sobre a mesa.

-Aqui esta o seu pedido senhorita. Deseja mais alguma coisa? Se não sou mais lhe útil vou voltar a servir os outros clientes.

@ Klaus

O garçom já estava se recuperando e se punha em pé, Klaus se aproxima e lhe dirige as palavras de desculpas que pareceram ser bem aceitas. O garçom não lhe respondeu mas prestou atenção no que Klaus dissera e simplesmente acenou positivamente com a cabeça para logo em seguida voltar aos seus serviços.

Com maestria Klaus se aproxima equilibrando a bandeja e serve a garota lhe olhando nos olhos enquanto distribuía o pão sobre a mesa, enchia o copo com água e colocava o pano ainda dobrado próximo da bela dama. Logo em seguida se põem a disposição novamente, mas a garota com um largo sorriso apenas diz que não precisava mais de seus serviços por enquanto. Em seguida põem-se a comer e beber na companhia de seu irmão.

O expediente se passou rápido para Klaus que esteve ocupado drasticamente durante o passar da noite. Entre um bêbado e outro a taberna se esvaziou como um tufão, em um segundo Klaus continuava a ouvir aqueles zunidos dos pedidos todos embaralhados chegando aos ouvidos e no outro segundo um belo silêncio reconfortava sua cabeça. Somente restou um bêbado largado sobre a mesa cheia de canecas com a camisa aberta até a metade do peito e os pelos molhados de cerveja e uma bela donzela que trazia em uma bandeja cheia de farelos de pão um copo vazio e um guardanapo intacto, dobrado e tão limpo quanto viera para sua mesa por cima.

- Aqui está, vai ter um longo trabalho para limpar toda essa bagunça. Achei que podia ajudar, pelo menos com o que usei... - Disse em tom meigo a menina. Sua voz em meio aquele silêncio era angelical, ressoou por alguns instantes em meio aquele salão vazio que agora ecoava até mesmo o barulho dos ratos.

O Garçom que outrora fora nocauteado olhava a cena enquanto limpava a ultima caneca e quando a menina terminou se apressou em escorar o maldito bêbado que restava para fora da taberna. A garota estende a bandeja para Klaus enquanto olhava para ele próxima da porta que dava para a penumbra do final da noite, não demoraria muito para o Sol ressurgir. O engraçado é que a garota não parecia cansada após uma noite de balburdia com seu irmão que não estava mais lá, estava um tanto quanto eufórica enquanto olhava para o único olho que Klaus tinha para apreciar sua beleza.

Bem a garota não queria mais nada, assim voltei a servir os outros clientes da taberna. O dia estava passando rapido, não sei se era porque eu estava muito atarefado ou por outro motivo qualquer, mas quanto mais rápido passasse melhor. Entre um bêbado e outro aquele lugar ia esvaziando e já estava ficando mais leve o serviço, mas estava sem nenhuma noção de tempo naquele lugar, na verdade estava muito cansado.

Finalmente só sobrou um cliente, se bem que aquele sujeito estava bêbado mesmo, estava deitado na mesa e envolta havia varias canecas sobre a mesma.

"Esse ai vai ter uma bela ressaca amanhã hahaha."

Porem algo desviou totalmente minha atenção, a jovem que vinha trazer sua bandeja até o balcão, a mesma que, de certo modo, me fez entrar nessa roubada toda, mas a maior parte mesmo foi minha, afinal fui muito esquentadinho.

- Aqui está, vai ter um longo trabalho para limpar toda essa bagunça. Achei que podia ajudar, pelo menos com o que usei...

Um verdadeiro anjo, apenas a observava, talvez pelo fato de não ter mais nada a que direcionar o olho e mesmo se tivesse acho que não o faria. Ela olhava diretamente em meu olho isso era visível, e assim que estendeu a bandeja eu segurei-a e coloquei de lado, pela porta se via que já estava escuro e aquela garota ainda estava aqui, porem seu irmão cabeça-de-inseto já tinha ido embora, bem acho que ia sobrar para o "sujeito aqui" levar a donzela para casa, mas o curioso é que ela não estava cansada, ou melhor, não aparentava cansaço.

"O que será que ela quer?Bem não custa perguntar."

-Senhorita, já esta tarde, se a senhorita quiser eu posso leva-lá até sua casa ou você pode ficar aqui comigo bebendo...alguma coisa. O que vai ser?

@ Klaus

A garota entregou a bandeja e ficou a olhar para Klaus, um olhar quase que esperançoso. O rapaz segurou a bandeja de suas mãos e quase que mecanicamente à colocou de lado para seguir com a conversa. A menina acompanhou com os olhos a bandeja ser colocada de lado e seu rosto entristeceu por um momento, mas em seguida voltou sua atenção para Klaus e ergueu um sorriso meio torto. - É, está tarde... Acredito que mais um copo não me fará mal, mas depois se puder me levar até em casa, ficarei agradecida! - A menina aparentava ter melhorado seu humor, mas um semblante triste ainda lhe percorria o sorriso vez ou outra. De tempos em tempos ela observava a bandeja que fora deixada de lado.

O outro garçom retorna para dentro da taberna um tanto quanto cansado. Tinha a mão no ombro em que carregara o bêbado e caminhava lentamente. Entrou e não se surpreendeu em ver aquela cena, então tentou passar despercebido. Caminhou por entre as mesas e se dirigia até a pequena escada de 5 degraus que levava até os quartos, porém no meio do caminho avistou a bandeja em cima do balcão. Klaus e a garota estavam em na mesa que ela estava durante a farra, Klaus de costas para o balcão nem havia notado o Garçom; estava preocupado com outra coisa no momento. Contudo a menina percebera e logo se levantava bruscamente ao ver que o rapaz recolhia a bandeja. - Não precisa! - Um breve silêncio se fez e o Garçom ficou imóvel com a mão na bandeja, mas sem levantá-la olhando para a garota um tanto quanto assustado. - Não precisa, eu ainda irei utilizar este pano... - Disse ela enquanto se adiantava para pegar o pano que permanecia dobrado por cima da bandeja. O Garçom porém se adiantou em pegá-lo e entregou para a garota, o pano se desdobrou no processo e Klaus pode ver que havia algo escrito naquele pedaço de pano. A menina por sua vez tratou de agarrá-lo das mãos do Garçom rapidamente, agradeceu e logo já estava retornando à mesa dizendo boa noite para primeiro. O Garçom não se demorou e partiu para seu quarto sem delongas.

A menina sentou-se novamente deixando o pano embolado em sua frente, abriu um sorriso doce e segurou seu copo novamente. - Desculpe, o que dizia?! - Perguntou um tanto quanto perturbada.