Rochedos

Percebeu que estava frio - não que ela ligasse. Levantou o rosto, e contemplou a parte da peninsula visivel daquele ponto. Havia varios luzes acesas nas casas - inclusive na Estalagem. "Então está funcionando" pensou, com um pequeno sorriso no rosto.
Na base das rochas, ouviu um movimento e uma voz arrastada:
— Ora, quem é você?
Virou-se rapidamente, e levantou uma sombrancelha ao perceber que era um velho homem. Roupas normais, rosto enrugado e marcado. Nada que lhe oferecesse perigo.
— Pensei que só eu caminhasse a noite por essas bandas.. É uma surpresa pra mim ver outra pessoa por aqui. — a olhou de cima a baixo — Ainda mais sendo forasteira. — e sorriu
- Se sou forasteira ou não é problema meu, não acha? - perguntou um pouco indolente. Queria que ele se afastasse.
- Desculpe, é curiosidade. Dificilmente encontro alguem por aqui a noite.
- Posso entender um pouco de curiosidade. Mas apenas um pouco.
- Claro. Gostaria de uma conversa. Se importa? - e indicou a ultima parte do caminho até a praia.
"Por que não?" pensou ela. Ele era um simples humano. Respirou fundo. Sua garganta estava seca, mas nada que ela não aguentasse para conseguir algumas informações. Conseguiria passar mais uma noite sem caçar se obtivesse pelo menos uma pista.
- Não, desde que seja rápido. Tenho algumas coisas a resolver.
- Compreendo. Antes uma coisa: seu nome?
- O seu primeiro - e o olhou firmemente nos olhos

Quando estava chegando nos rochedos, já era noite. Havia levado um tempo para achar o rastro da vampira, misturado em meio à tantas pessoas do porto, mas nada mais natural do que Talya preferir ficar longe de tumulto, ao menos era o que Hayate pensava.

Foi então que avistou a vampira encapuzada. Estava conversando com um senhor. Hayate sentiu um arrepio percorrer a espinha ao lembrar que Talya quase o matara. Não queria vingança, mas sim uma oportunidade de explicar a ela o que havia acontecido de verdade, explicar o que pensava. Tinha que pegá-la de surpresa.

Esgueirou-se pelos rochedos, atacaria pela lateral. Deu preferência para o lado do mar, pois o barulho das ondas quebrando ocultariam o seu. Durante a noite o vento vem da terra para o mar, sendo a brisa favorável ao lobo, a vampira não sentiria seu cheiro. Diante da última fala dela, Hayate atacou.

Saltou sobre a vampira, jogando-a no chão, o que foi suficiente para o capuz sair da cabeça dela e revelar seu rosto.

— Talya! Você... Você não é a Talya...! — Envergonhado, levantou-se rápido, e ajudou a vampira a levantar. — Me desculpe, confundi você com outra pessoa com o cheiro muito parecido com o seu... Ham, mil perdões.

Desculpou-se também com o senhor, afinal deveria ter se assustado com o ataque repentino.

[OFF: desculpa pela demora. fiz exame ótico ontem e passei o dia sem enxergar xP]

Algo a acertou, derrubando-a.
- Talya! Você... - e o rapaz que a derrubara parou ao ver o rosto dela, agora que o capuz caíra - Você não é a Talya...!
O cara parecia envergonhado. Estendeu a mão à ela enquanto se desculpava.
- Só não faz mais isso - ela disse entredentes aceitando a ajuda para se levantar. Sentia o cheiro dele, e sabia claramente o que ele era. O pior é que justo quando ela havia conseguido que Mir começasse a falar, esse lobisomem aparece e acaba com tudo.
Ele parecia meio decepicionado.
- Quem é voce? E... - falou antes que ele abrisse a boca - porque voce está atras dessa tal de... como é o nome mesmo? Talya?
Não que ela quisesse se meter nos assuntos dele. Afinal, não queria ninguem nos dela. Apenas precisava saber, afinal, qualquer pessoa que se lembre dela ou de alguem parecido pode levá-la ao seu objetivo: suas origens.

[OFF²: acho que agora tá certo ]

Ótimo, havia conseguido irritar a vampira. Não que tivesse medo de vampiros, particularmente só havia cruzado com poucos durante toda a vida, e nunca haviam feito nada que o fizesse odiá-los. Apenas o cheiro era um pouco incômodo.

— Me desculpe, foi um acidente. — Diante das perguntas da vampira, pareceu um pouco mais tranquilo. Agora ela já não parecia tão brava. — Me chamo Hayate... Muito prazer.

Como de costume, estendeu a mão para cumprimentá-la. Ela apertando ou não, responderia a segunda pergunta.

— Talya... Bem, não que eu estivesse atrás dela. Acontece que seu cheiro é muito parecido, e eu apenas tenho coisas a esclarecer com ela. — Ele fitou a casa para a qual o velho havia corrido. — Me desculpe por atrapalhar você. Tem algo que eu possa fazer para concertar tudo?

Já ia responder que bastasse que ele não a atrapalhasse, quando pensou direito.
- Talvez... Eu tambem quero esclarecer as coisas com alguem. O meu problema é que não sei direito de quem estou atrás.
Ela esperou que ele dissesse algo do tipo 'desculpa, mas se nem voce sabe quem é'. Aguardou alguns instantes, e continuou a falar, enquanto tirava a capa, e arregaçava a manga esquerda:
- Voce conhece algum mago por aqui? - e lhe mostrou sua cicatriz vermelha, com os símbolos que lhe acompanhavam e queimavam desde que é capaz de lembrar.
Sentiu que foi rápido demais, mas precisava saber de qualquer coisa. Precisava saber se precisaria procurar outra pessoa para lhe informar, ou este lobisomem seria capaz de lhe ajudar.

De primeira, ficou confuso. Como alguém iria atrás de outra pessoa, sem saber exatamente quem era esse alvo? Talvez ela tivesse perdido a memória ou coisa parecida, o que era estranho, vampiros costumam ser muito resistentes. Diante da pergunta dela, já ia responder mas a visão da cicatriz e aqueles símbolos estranhos fez Hayate esquecer o que ia dizer.

— Isso é alguma maldição?? — Perguntou, evitando tocá-la desde que havia simplesmente pulado encima dela por engano. — Pela vermelhidão da cicatriz eu diria que a ferida por dentro ainda não foi curada, ou então sua Alma Nome está conturbada por algum motivo. Não é bom ficar com as almas desequilibradas...

Era, de fato, um índio. Não parecia um, era fato. Tudo que entregava essa característica eram as pinturas no rosto e uma pena de águia em seu cabelo, na lateral da cabeça. Hayate lembrou-se então da pergunta.

— Não sei de magos por aqui, acabei de chegar na ilha. Bom, enquanto eu procuro um lugar pra treinar e ficar, você procura um mago, tudo bem? Você... sabe ler, não sabe?

Que legal, agora o cara está com medo de mim.
- Possivelmente é, por isso estou atrás de quem a lançou em mim.
Esse rapaz não parecia ser nativo de nenhum dos Clãs que Zora lhe apresentara. Mas as pinturas e a pena indicava que era sim um deles. Talvez da águia? Explicado por que parecia não saber escrever, pelo que ela sabia eles mantinham um estilo de vida bem diferente do que há na cidade.
- Tambem acabei de chegar, por isso estava tentando conversar com aquele homem. E sei ler, excrever, contar. E... sobre um lugar pra ficar, eu estava indo até a Estalagem Stallion - e apontou para o lugar luminoso que era possivel ver dali. Ah, antes que eu esqueça, meu nome é Samira.

Hayate estava meio distraído enquanto a vampira falava, ainda pensando em relação à cicatriz, pensando se a que tinha no peito também ficaria daquela forma. Deixando isso de lado no momento, ficou aliviado pela garota saber ler e escrever. Acrescentou uma nota mental de que deveria aprender a fazer isso um dia... como se já não tivesse tentado.

— Ótimo! É muito difícil ler e escrever, você deve ser inteligente pacas. — Avistou então a estalagem, uma das primeiras construções que havia avistado quando chegara. Era tão diferente de uma tenda que nem se tocou. — Tomara que aceitem trabalho em troca de estadia. Vamos.

Não a esperou, já andando na direção do lugar. De fato não era um nem um pouco cavalheiro, ou não via a vampira como uma mulher, ou não sabia lidar com mulheres. Qualquer um desses, ou talvez era apenas distraído.

Ele dissee saiu andando. Claramente ela era mais inteligente e mais educada que ele!
- Ei! - disse andando ao lado dele - Voce podia esperar, sabia?
E seguiu ao lado enquanto murmurava:
- Espero que aceitem mesmo trabalho por estadia, não to afim de gastar o pouco dinheiro que tenho.
Seguiram mais alguns passos e se lembrou de perguntar:
- Qual o seu nome mesmo?

[Próximo post já farei na Estalagem, continuando daqui, ok?]

Pensou:

"Droga, queria descançar mas não sei nada sobre o mar, e pelo jeito a água deve cobrir aqui, e voltar agora é possivel que os guardas tenham seguido minha trilha na areia, o jeito é entrar"

Sentiasse cansado, os musculos retesados e cansados, mas a curiosidade era maior.
Guardou o mapa para evitar que caísse água no mesmo, e entrou no túnel.

Optou por não descansar. Compreensível já que era um demônio e sempre tinha que estar perto da ação. Porém agora se infiltrava em um lugar desconhecido com uma certa fadiga no corpo. Teria que tomar cuidado para não entrar em uma armadilha..

Abaixou-se e foi rastejando pelo túnel. A luz solar não chegava ali, porém Kaleb conseguia enxergar razoavelmente bem devido a sua descendência obscura. O pequeno túnel não era longo, conseguia ver uma luz ao final deste. Foi rastejando por alguns minutos até chegar ao final. Saiu cuidadosamente.

O demônio suspirou surpreso. Encontrava-se numa passagem muito estreita por entre os imensos Rochedos. Olhando para cima viu o cume das montanhas, que se encontravam bem no alto. Aparentemente estava na base dos Rochedos. Que cena surpreendente! O Rochedo parecia que ia desmoronar no demônio a qualquer momento. Parecia que se dobravam em sua direção pronto para esmagar-lhe. A passagem onde Kaleb estava um pouco molhada. Talvez a água do mar chegasse até ali. Certamente, porém, esta não ultrapassaria sua cintura. Não tinha mais nada a fazer a não ser continuar agora.

Virou-se de lado e foi caminhando lentamente. Não dava para ir de frente, o espaço era realmente muito estreito. Ao menos conseguia ficar de pé. Caminhou pelo que lhe pareceram horas até que este pedaço estreito acabou.

Tinha chegado em um descampado rodeado de rochedos. Era uma clareira imensa, com pelo menos 30m². Kaleb estava de um lado dessa clareira. A passagem estreita continuava do outro lado. Kaleb viu que havia grama sob seus pés agora. Devia estar perto da saída da trilha. Foi caminhando, desviando das imensas Rochas que, provavelmente, tinham caído a muito tempo ali vindo dos Rochedos. Subitamente o demônio ouviu uma voz feminina e parou, alarmado. A voz era feminina, porém tinha um som metálico nela, não parecia humana.

— Olhe minha irmã.. um visitante e depois de tanto tempo! — A primeira voz estava animada. Uma segunda voz respondeu. esta parecia mais serena, porém ainda com o som metálico. Falava como se fosse a mais velha. — Sim, minha irmã. Pelo cheiro é um demônio. O que fazer, o que fazer. — A voz delas sugeriam perigo. Pareciam que tratavam Kaleb como um alimento. Rapidamente olhou para os lados, a procura da fonte da voz. Depois de algum tempo localizou-nas.

Tinham o corpo de uma mulher mesmo. Braços, pernas e cabelos grandes e pretos que estavam amarrados para trás. O rosto em si que era estranho: Seus olhos eram pequenas fendas e possuíam um bico pequeno no lugar onde seriam a boca e o nariz. Além disso possuiam gigantescas asas silvestres e cortantes que dilecariam Kaleb na primeira oportunidade. Eram harpias.

As Harpias estavam bem alto, sentadas com as pernas dobradas em um pequeno patamar na parede dos Rochedos. O que o demônio escutava era o eco de suas vozes. O que faria agora?


< Kaleb, quanto melhor você elaborar os seus posts mais experiência receberá ao final. Tente transparecer o que seu personagem pensa em cada situação, dê detalhes de movimento, etc. >

Parou, olhou em sua volta, e encontrou as donas das vozes, Harpias, nunca as tinha visto, eram um misto de galinhas ou pardais com mulheres. Olhou com um certo desprezo afinal pareciam mais animais que humanos, e para Kaleb, humanos e outros humanóides já eram desprezíveis, e agora, um misto de humanos com aves...parecia enjoado.

Ficou preocupado a primeiro momento, olhou em volta das duas, pensou:

"Elas devem estar em cima de um ninho, provavelmente cheio de restos de cadaveres."

Se intessou pelo seu pensamento num devaneio leve, imaginou o sofrimento das possiveis vítimas nas garras daqueles monstros, tanto que lambeu os lábios.
Voltando do devaneio, voltou a fitar as Harpias e pensou:

"Certamente elas virão tentar me comer, e pelo que disseram já sabem de minha origem, sou tão fácil de reconhecer assim"

Não gostava da idéia de ter que lutar com as duas no terreno delas, afinal já havia julgado mal a luta contra os marinheiros na praia a pouco, e além do mais estava cansado da luta, de fugir, de rastejar, escalar, só agora sentia o corpo pesado e a vontade de descançar. Teria de se livrar de outra forma.

Pensou:

"Provavelmente são fêmeas, e falam, logo não devem ser totalmente imbecis como uma galinha, e não comem há algum tempo, afinal disseram que não recebem visitas a tempos"

Viu ali uma oportunidade de tentar barganhar algo com as duas. Logo disse em voz alta:

"Caras hã...Senhoritas, creio que meus ouvidos tenham as escutado por acidente, afinal caçadoras como vocês não me deixariam ouví-las de propósito, ou estou enganado?"

Tentá-va trazer um diálogo pelo ego das duas, falou de forma sutíl para agraciá-las, de modo a usar o ego delas a seu favor.

Continuou:

"Desculpe-me por perturbá-las, afinal estou invadindo seus domínios, mas por favor não me vejam como comida, afinal ouvi que sabem de minha origem demoníaca, não gostaria de lhes dar uma indigestão"

Falou sorrindo em direção das duas.

E esperou a resposta delas.

"Tsc, exatamente, apenas animais"

Pensou Kaleb, estava cansado e sentia que não poderia usar sua habilidade sem descançar, e isso era o que não deveria fazer naquele momento. O terreno era desfavorável e elas certamente não iriam escutar, pensou:

"Eu tenho um plano bom, mas preciso deixá-las cansadas um pouco"

Ele iria fugir de suas investidas, até que as duas se cansassem e surgisse uma nova oportunidade de diálogo. Kaleb pensou que como as duas não comem a um certo tempo elas se cansassem e se irritassem logo e parariam para respirar e nesse momento ele as provocaria e tentaria colocar uma contra a outra.

Comparando a velocidade da primeira investida, calculou a distância entre as duas e se posicionou de tal forma que iria correr para a direção da segunda na mesma velocidade que a primeira, queria que ao correr para a segunda, desviar para as duas ou se chocarem ou desviarem em direção a rocha.

Gritou, de forma cortez e sarcástica:

"Ai ai senhoras, vão ter que voar muito e me pegar"

Sentia-se cansado, mas nessa hora era ou se esforçar ao limite ou morrer sendo bicado por duas galinhas gigantes, e isso estava fora de cogitação.
Correu como havia pensado, em direção da segunda Harpia, lembrou da tática contra o marinheiro, correu em direção a ela e no momento chave, ouvindo o bater de asas a frente e atrás, deu uma finta para a direita e rolou no chão para a esquerda na esperança das duas se confundirem.

Era um bom plano. O demônio iria correr na mesma velocidade da investida das harpias e esperaria que ambas se encontrassem. Saiu de trás de sua pedra, calculando a velocidade de ambas. Percebeu que a mais velha era também um pouco mais rápida. Começou a correr na direção desta, com a harpia mais nova seguindo-no com os braços esticados, pronto para abater sua vítima.

Kaleb, porém, não pensou nas inúmeras pedras que tinha na clareira. Sua corrida começou a tornar-se um desafio para não escorregar. A cada três passos Kaleb escorregava em alguma pedrinha. Também calculou mal o seu próprio limite. Tinha lutado, rastejado e usado sua habilidade inúmeras vezes somente nas últimas horas. Além disso, não tinha parado sequer 5 minutos para descansar. Suas pernas pesavam e seu corpo estava dolorido. Mesmo assim esforçou-se. A visão das harpias vindo em seu encontro parece ter injetado adrenalina em seu corpo.

A primeira harpia estava prestes a arrancar-lhe a cabeça. A segunda estava logo atrás de si. Nesse momento olhou para ambos os lados: pedregulhos de ambos os lados.. não conseguiria pular para o lado! Só restava uma saída.

Abaixou-se. Sentiu as garras da harpia rasgando sua roupa e pele do ombro direito. Tinha, porém, escapado do ataque mortal de ambas. Olhou para cima, esperando ver as harpias se encontrando no ar. Não contava que ambas tivessem uma sincronia perfeita por batalharem sempre juntas. No último instante a mais velha desviou um pouco para a direita e a segunda para a esquerda, evitando uma a outra. Mudaram de lado e subiram novamente, rindo aquela risada gorgolejante. Em seguida a mais nova falou.

— Hahaha! Demônio idiota, pensa mesmo que cairíamos nisso? Dessa vez não errarei..

Ambas fizeram o mesmo movimento de círculo no ar. Em seguida avançaram novamente em direção ao demônio. A mais velha por trás e a mais nova pela frente dessa vez. O ombro de Kaleb doía, mas não estava sangrando tanto, somente ardendo desconfortavelmente. Daria para usá-lo tranquilamente.


< Tomou 5% de dano devido ao ombro rasgado. Sangue foi espirrado porém não está escorrendo. Você está num estágio de fadiga leve. >

A dor lhe cortou, não muito pelo ferimento mas pela ferida no seu orgulho, marinheiros humanos e agora animais lhe feriram, se sentia humilhado, mas precisava sobreviver.

Ao ver que as Harpias iriam investir novamente ele pensou numa nova estratégia, ao ver que elas eram de certa forma inteligentes no combate e sabiam realmente falar e podiam compreender ações e falas, talvez poderia barganhar, e teria que tirar vantagem disso.

Gritou:

"Se vierem me atacar, realmente vão me ferir e me matar muito, mas o que vão fazer com os soldados de Rulf que estão me perceguindo?"

Respirou esperando ver a reação das mesmas, e gritou em seguida:

"Afinal, eles estão me caçando e o que são mais dois monstros para soldados, eles irão conhecer seu ninho, eles podem me matar também, mas vocês vão junto!"

Queria abusar do medo das mesmas, e usar da força delas para evitar possiveis ex perseguidores.

Colocou a mão no ombro ferido, queria demonstrar muito mais cansaço, procurou a mais velha e se virou, buscando uma melhor iluminação a sua roupa suja, o nariz quebrado e novamente gritou:

"Olhe meu estado, eu estou fugindo deles e sei quantos são, olhe o que me fizeram"

Abriu os braços, tentando demonstrar fraqueza. Falou novamente:

"Eu sozinho não posso contra vocês, mas posso lhes conseguir comida, carne humana em troca de minha liberdade!"

Deu uma pausa para respirar e gritou:

"O que acham?"

Ao ver que as criaturas pararam para conversar Kaleb parou para respirar um pouco, seria pouco tempo, mas cada segundo era vital. Prestou atenção nas palavras delas.

Sentiu medo, e isso num demônio não era bom, pois depois disso vinha vingança e ódio eterno.

Ao perceber que Urgi foi receptiva tentou apelar para uma negociação mais uma vez, mas precisaria de uma atenção forte.

"Suas burras!" gritou com todas as forças, de forma a deboxá-las, tentou também usar um olhar fixo, frio e malígno, sem expressar medo ou ansiedade.

Pareciam inteleigentes e sabiam que ele era um demônio, e certamente sabia que atrair a irá de um seria mau negócio. Colocou seu ser nisso, sabia que não tinha condições físicas de derrotá-las ali, mas podia abusar do medo e da cobiça delas, e isso todo demônio tem que saber fazer.

Tentou colocá-las novamente em discussão e gritou novamente.

"Eu cheguei aqui graças a uma humana, devem conhecer uma tal de Mai!"

Esperava que elas caíssem num blefe.

"Essa mulher me mandou a Ruff, temos um plano de acabar com os humanos daqui e me mandou procurá-las, tenho até um mapa."

Queria agora conquistá-las pela ganância e pela fome, gritou novamente:

"Vocês podem comer hoje um demônio, mas que tal comer carne humana todos os dias, eu vim aqui lhes oferecer isso".

E depois pelo medo.

"Vocês sabem que eu sou um demônio, meus poderes podem reduzir vocês a penas queimadas, por que se esforcarem a lutar comigo ao invés de se esforçarem a ver quem come mais?"

E finalmente queria trazer Urgi para seu lado:

"Afinal Urgi não gostaria de um soldado bem mácio agora? Você merece mais do que um demônio mal cheiroso"

A proximidade com as criaturas era estranha, corpos femininos misturados com aves, mas pensou que elas seriam brilhantes como ferramentas, já imaginou elas como suas ferramentas numa possivel conquista de Rulf, a ambição dele comessava a crescer, mas voltou a si e pensou na situação ali e como proceguir.

"Hahahahah, ganhei" pensou, se deliciou ao usar Mai como ferramenta para se salvar, pode assim respirar aliviado. Mas tinha um problema, não sabi aonde ela estava, mas não poderia mostrar exitação. Tinha que ganhar mais tempo:

"Infelizmente não sei onde Mai está agora, fugimos do porto por causa de um inimigo dela que a perceguiu, nos separamaos quando eu lutei com dois dees, estes outros ferimentos foram por causa deles"

Falou batendo a poeria do corpo, o ombro e o nariz lhe incomodavam um pouco, tirou o capuz para sentir-se um pouco mais aliviado e soltou os cabelos.
Queria passar naturalidade e que ele era íntimo de Mai, para atrair a "amizade" das duas para si.

Mas essa história de mercenária... juntando com mapas de rotas diferentes... itens escondidos na roupa... vieram a sua mente.

Primeiro pensou:

"Preciso continuar nessa história de amiginho da Mai"

Falou:

"Nos separamos faz apenas algumas horas, vocês conhecem o cheiro dela, podem me dar apenas uma direção?"

E queria ainda se livrar dos guardas que certamente estavam lhe procurando:

"Mais uma coisa, vocês devem estar famintas, realmente eu estou sendo caçado por alguns soldados, podemos fazer uma troca rápida, vocês os comem e eu me livro deles e pego alguns equipamentos? Assim poderei achar a velha mais rapidamente."

Não pensou duas vezes.

Fez uma reverência, de certa forma uma zombação com as duas, e seguiu pelo caminho indicado, esperou estar fora do alcance visual das criaturas, pegou o mapa para conferir sua rota. Pesou:

"Paramet, também não conheço por lá, é melhor eu me preparar dessa vez para não chegar num lugar tão desconhecido assim."

Se sentia cansado, mas queria sair de perto das bestas que havia deixado para trás. Mas começou a raciocinar sobre as Harpias, e principalmente sobre Mai, certamente a velha deve alguma coisa a elas, e por causa da expressão de Lurgi tinha cada vez mais certeza disso.