Subúrbio

"Hmm...filho da &¨%$, essa doeu um pocado."

Estava desnorteado, o que planejei não deu muito certo, por que sempre é assim, sempre que planejo algo não da certo, mas acho que aquela perda de sangue e dor excruciante me fizeram lembrar de algo que a muito tempo meu mestre me passou, ele me disse algo que meio que ficou escondido no meu subconsciente e com a porrada do Kraig a memoria voltou.

" -'Klaus, quando você se der conta que o inimigo é mais esperto que você não pense em estrategias mirabolantes confie apenas nos seus instintos.'

-'Por que?'

Lembro de ter levado uma forte pancada também e a resposta.

-'Não questione, e escute.' "

Nesse momento em que lembrei, apenas parei de lutar contra aquilo que desde o principio estava apostando, mas achei melhor usar apenas como ultima opção. Ok aquela era minha ultima opção.

Recobrava a consciência e meus movimentos, a tontura prevalecia em menor grau, e por fim me posicionei. Perna esquerda semi-flexionada a frente e direita também flexionada porem em um angulo diferente, mais para dentro. Posicionei meu braço esquerdo para frente com a mão aberta porem com os dedos esticados para cima, minha mão direita estava posicionada protegendo a região das costelas do lado esquerdo, e meu olho ficou semi-cerrado quase fechado. Aquela era minha posição base de treinamento, a unica coisa que me vinha à cabeça no momento.

"Chega de elaborar estrategias, vamos deixar fluir."

Me concentrei o máximo que podia, velocidade e astucia nessa luta eram meus pontos fracos, mas força e instinto era algo que eu precisava usar para sair vivo daqui e resgatar Luana. Respirei e inspirei e permaneci parado esperando seu movimento.

"Contra o velho consegui sentir seu ataque, vamos ver se consigo fazer o mesmo ou aquilo antes foi apenas um golpe de sorte...Concentração Klaus, concentração."

@ Klaus

O rapaz sorriu para Klaus, e disse em tom de desdém.

- Você recusa a aceitar o seu destino rapaz. Mas eu vou fazer você engoli-lo com as minhas proprias mãos.

Kraig parecia estar alterado naquele momento. Um leve aura negra começou a aparecer ao redor do garoto, que acelerava os passoa na direção de Klaus. E fazendo um ataque súbito, jogou uma das espadas na direção do Meio-Dragão. Incrivelmente, Klaus movimentou o corpo para o lado e desviou, mas ainda sim, levou um corte mediano em seu braço direito.

O azar fora ver Kraig na sua frente. Com a mão esquerda, colocou as mãos em cima da cabeça de Klaus e segurou com força. O Meio-Dragão percebeu que algo estava diferente. Podia sentir que seus níveis de força, estavam idênticos. Quando deu a devida atenção à Kraig novamente, viu que mais uma vez estava perto da morte. O garoto estava com as pernas semi-flexionadas.

A esquerda estava para frente a direita atrás e o seu braço direito, recuava para trás o máximo que podia, trazendo a espada junto. A mesma estava reta, com a ponta afiada mirando Klaus. Kraig queria acabar a luta com aquela única estocada. Mas aquilo teve um preço. Seu corpo todo estava desprotegido. Pelo visto, contava com sua velocidade no momento o ataque.

Klaus só tinha poucos segundos. Segundos preciosos que poderiam virar o jogo. Era agir pelo seu chamado instinto e tentar colocar aquilo em pé de igualdade, ou morrer sem o gosto de dever cumprido.

[Me surpreenda ~ ]

"O que!?"

Kraig arremessou uma de suas laminas em minha direção consegui desviar por puro reflexo porem ainda sim acertou um pouco no meu braço causando um corte mediano.

"Hora maldito voc...que!?"

Em um piscar de olhos o infeliz estava na minha e o pior já estava segurando minhas mãos com tamanha força que nem parecia o mesmo cara de antes, era como se nossa força fosse igual naquela momento, mas uma coisa me deixou bem irado, não o fato do infeliz querer acabar com a luta ali, mas sim aquela posição, era a minha posição de luta, na hora foi a unica coisa que assimilei e isso me deixou bem irritado.

"Nenhum maldito utiliza as técnicas que aprendi com meu mestre ainda mais um maldito como você! Posso morrer agora mas vou levar um pedaço seu comigo!"

Era um golpe desesperado. Com meu pé direito joguei todo o meu peso em cima do joelho esquerdo de Kraig era o minimo que poderia fazer e isso iria doer, não precisava que ele desvia-se a lamina da espada simplesmente que o golpe fosse mais fraco e mais lento. Se eu me lembrava de algo era que a base para esses ataques era sempre a perna da frente...Acho. Também esperava que soltasse minhas mãos com a dor.

Colocaria todo o meu peso no golpe e já ia ao chão se tudo saísse como planejado o golpe ainda viria em uma direção horizontal e pretendia ficar abaixo da linha do golpe como se estivesse agachado nesse momento levantaria com toda a minha força mirando um gancho com meu punho direito no seu queixo.

"É tudo ou nada."

@ Klaus

Não admitiu tal audácia. Aquilo deveria parar naquele momento. Em um ataque incerto e totalmente desesperado, Klaus lançou seus pé com um poderso chute no joelho de kraig. Sua intenção era quebrar aquele região da perna do rapaz, mas esse desejo passou longe. Kraig percebeu e arrastou a perna para a lateral, mantendo uma base mais flexivel. O que ele não esperava, porém, era o soco de Klaus. Quem estrou no desespero naquele momento fora Kraig. Mais que depressa o rapaz deu a estocada e então...


O sangue escarlate voou pelos ares.

Klaus havia acertado um potente soco no rapaz. sua cabeça foi pra cima com tanta brutalidade devido a força e a posição do soco, que fora desde bem baixo até uma altura de mais ou menos um metro e meio devido ao salto de Klaus. No mesmo instante, os olhos de Kraig ficaram brancos. Tinha perdido a consciência e muito sangue saia de sua boca, juntamente com alguns dentes quebrados. Klaus havia conseguido.

Pousou no chão, mas algo estava errado. Não conseguia respirar. Andou até Luana, sem entender muitas coisas e sentiu uma pontada no peito. E qual foi sua surpresa ao ver a espada de Kraig crava em seu peito. A lâmina atravessou o diafragama e fez dano severo nos pulmões, não atingindo por pouco o coração. Klaus cai por terra. Não respirava e percebeu que o sangue não era só seu. A única coisa que ouviu antes de desmaiar, fora os gritos de medo e pavor de Luana.

E então, tudo ficou negro e a sensação de sono e descanso eterno, nunca lhe fora tão bem recebida.

[ - 68% de HP. Pulmões perfurados, assim como o diafragma. Hemorragia interna, falta de ar e sangramento muito forte se retirar a espada do lugar. Total: 5% de HP. Agora arrasa ai na narração da sua regeneração, que eu sei que vai usar. ]

"Em cheio!"

Foi o que pensei ao acertar o meu soco, fora certeiro, mais certeiro que o que usei no velho, por um súbito momento fiquei tão feliz que nem notara uma coisa, e essa coisa logo se fez mais forte e perceptível quando parei no chão, não conseguia respirar direito e minha visão aos poucos foi ficando um pouco turva e senti a pontada no peito, quando olhei para ver o que era foi uma desagradável surpresa.

"Mas que p*¨%$# é essa!"

Não estava acreditando, o maldito conseguira me acertar com a espada, e não foi um mero ataque agora estava sentindo a violência e a dor do mesmo, era algo indescritível, uma dor insuportável, à visão se ia aos poucos e o chão se aproximava e a ultima coisa que ouvi antes de ficar desacordado fora os gritos recheados de terror de Luana...Talvez ali fosse meu fim. A escuridão aos poucos cobria minha visão e por fim cai esparramado no chão querendo apenas descansar um pouco...

“Será que é assim que tudo acaba, será que esse sempre fora o meu destino, acho que sempre fui um perdedor, nunca consegui o honrar meu pai na arte da pirataria, se que aquele senhor era meu pai... Parando para refletir agora acho que não, embora ele fosse forte, não era uma “par” para uma fêmea de dragão, dizem que dragões puros podem se transformas em qualquer raça para acasalar dizia meu professor e mestre, mas nunca ficavam perto desses “bastardos” depois que nasciam... É acho que é isso então, um bastardo sempre fui isso, por isso que ninguém nunca gostara de mim no navio, ou por onde andava, era como se estivesse escrito na minha cara que era fruto de uma vergonha, bem dane-se não devo satisfação a ninguém mais.”

Por fim comecei a ver uma pequena luz, uma não, varias era como se fosse uma floresta escura com milhares de vaga-lumes no final era demasiado bonito, provavelmente aqueles eram as almas que estavam me esperando do outro lado para me levar para o lugar que merecia, provavelmente o inferno, nunca fui uma pessoa muito integra ou honrada, a única vez que demonstrei um pingo de honra meu pai acabou morto por minhas próprias mãos, fora um acidente, mas não interessava eu a causei e por isso também meu olho foi cobrado como pagamento, acho que a vida sempre me foi mais injusta do que para alguns, mas não posso reclamar tive momentos de alegria também, bem que seja se for para ir sempre em frente.

-“Onde pensa que vai.”

Uma voz forte que mais parecia um rugido me paralisou impedindo de continuar rumo aos vaga-lumes.

-“Acha mesmo que vou permitir que parte dessa maneira!”

Senti uma mão que mais parecia uma garra me puxar, era gigantesca, tão grande que com apenas uma mão conseguiu “cobrir” meu corpo inteiro, ao ser puxado para próximo do ser ainda não conseguia ver nada tamanha era a escuridão, mas sentia um ar gélido vindo da direção da voz, que agora parecia ainda mais poderosa, nunca senti tanto medo em minha vida, se é que podia chamar aquilo de vida.

-“Você não vai morrer, tu és meu filho, filho de um dragão dos mares, senhor dos oceanos, não vai morrer por um mero guerreiro ainda tem muitas coisas a fazer, ainda tem que conhecer muitas coisas.”

-Pai! Você diz ser meu pai, mas nem o conheço – estava respondendo mais por ira do que com sabedoria, já estava morto mesmo não devia temer ninguém – Provavelmente engravidou uma mulher que também não posso chamar de mãe afinal não a conheço também e depois me jogaram ao mar, que tipo de pais foram vocês!

O ódio dominava minhas palavras, como podia aceitar tal coisa! Via que aquela grande mão se enfurecera também, pois me segurou como se fosse um fantoche e me pressionou quase me partindo ao meio.

-“NÃO OUSE FALAR COMIGO DESSA MANEIRA CRIANÇA INSOLENTE!” – só não defequei ali mesmo porque provavelmente não tinha nada para fazê-lo – “Não julgue meus atos, certos atos são imperdoáveis para um draconiano, se descobrissem o que fiz provavelmente teriam matado tua mãe e a você no ato, mas não, tu sobreviveras e com os anos aquela lei rígida fora por fim esquecida, por que achas que ainda estas vivo? Achas mesmo que conseguiria sobreviver naquele ninho de ratos se alguém não tivesse ajudado! Não, não fui eu, mas um companheiro de eras que mandei para ajudar-lhe e treinar-lhe.”

-Meu mestre era um dragão também?

-“Não, admito que era um ser humano admirável, mas éramos amigos e não convêm dizer o por que, seu tempo no mundo dos vivos esta acabando.”

-Já esta acabado...Como vou me salvar disso!?

-“Criança tola acha mesmo que ser filho de dragão não tem suas vantagens HAHAHAHAHA”

Aquela gargalhada era aterradora, mas por um instante senti um pingo de esperança surgir, como se fosse uma gota d’agua caindo no deserto.

A mão que me apertara agora pouco agora simplesmente me segurava para não cair e sentia que a gigantesca criatura andava.

-“Meu único presente é este, mostrar-lhe que tu és um verdadeiro filho de dragão.”

Uma segunda mão apareceu e com a garra tocou meu braço direito este que foi aos poucos sendo coberto com uma espécie de segunda pele, escamas para ser mais exato, de uma cor forte não conseguia ver por causa da escuridão.

-“E agora criança, nade.”

-Heim!?

A mão me largou e quando cai, parecia que estava caindo no mar ou em um lago, mas senti algo que parecia água me envolver....

Abri os olhos, notei que voltara para a sala onde eu e Kraig lutávamos, tirando forças não sei exatamente de onde e nem como retirava a espada encravada em meu peito e a usava como uma muleta para tentar me levantar.

"Não vou morrer, não vou morrer, sou filho de dragão, não vou morrer."

Repetia essas palavras em minha mente varias vezes enquanto tirava a espada do peito, não era algo perceptível, mas aos poucos a ferida estava se regenerando, começava a respirar melhor e uma aura azul escura começava a cobrir todo o meu corpo, a ferida aos poucos se fechava e ia me erguendo do chão como se tivesse bebido demais e estivesse com um porre desgraçado, ao menos a dor de cabeça era bem semelhante e as pernas bambeavam ainda bem que tinha a espada para me apoiar.

Subitamente olhei para meu braço direito e o mesmo estava coberto por escamas de uma cor azul escuro com tonalidades de azul marinho iam do punho ao ombro não conseguia ver com clareza total, mas sentia, pensava que tudo aquilo não passara de um sonho, mas acho que dessa vez me enganei...Uma agradável surpresa e notei que algo estava escrito em meio as escamas...” Oceanus Crasher” era o que havia escrito, a tempos estudei sobre uma língua a muito morta e o significado veio em minha cabeça como se fosse a água que desliza no rio, significa ‘Estrondo do oceano’, por algum motivo um sentimento forte encheu o meu peito e lagrimas começaram a escorrer dos meus olhos.

-Hehe valeu velho. – disse apenas para os meus ouvidos ouvirem.

Por fim voltei a olhar o ambiente.

Spoiler:

@ Klaus

Nenhum dos dois podia ver, mas Luana estava realmente desesperada. Assim que viu a suposta morte de Klaus, afastou-se em prantos, totalmente em choque. Com certeza aquela luta a deixou muito abalada. Sentia-se culpada, afinal, todas as mortes e lutas travadas até ali eram por sua causa. Afastou-se, até perto do trono onde Kraig estava e se encolheu, chorando mais ainda.

Foi então que ouviu um barulho e assustada, olhou para os lados. Quando viu a cena, arregalou os olhos e ficou sem palavras. Cambaleando, Klaus se levantava e com certa dificuldade ia retirando a espada de seu peito. O imenso ferimento aberto nele, aos poucos ia regenerando. Pele sobre pele, carne sobre carne e no fim uma cicatriz.

Luana não sabia muito bem como reagir. Estava hesitante em se aproximar de seu defensor, que agora se apoiava na espada para não cair. Mesmo assim, bem lentamente, andava até ele e com uma voz tímida perguntava se tudo estava bem. Para aquela simples garota, o ato de voltar à vida depois de um ataque daqueles, deveria ser considerado mais que um milagre. Não mostrava o espanto pela mudança no corpo do jovem, tal qual como suas escamas azuis, mesmo assim, ali estava.

Klaus por outro lado, ainda estava atordoado. Sentia uma dor de cabeça que aos poucos ia desaparecendo. Seu corpo estava totalmente dolorido. Lembrou-se então de quase ter sido esmagado pelas fortes mãos de seu pai. Sorriu, afinal, mesmo depois de tudo aquilo, fora um fato engraçado. Como não havia mais nada para fazer ali, decidiu partir... Ou era isso que pensava. Os dois ouviram então, sons metálicos e leves gemidos de dor.

Kraig ainda não estava acabado, ou pelo menos aparentava não estar. Estava com um joelho no chão e a outra perna estava apoiada no chão, formando um ângulo de 90° graus. Sua espada estava cravada no chão e o garoto segurava o cabo com as duas mãos. Segurava-se para não cair. Parecia um cavaleiro prostando-se ao seu Rei. Dessa vez, porém, o cavaleiro não tinha vencido sua batalha.

O sentimento que invadiu Klaus naquele momento, não fora de ódio. Não queria avançar e terminar aquilo de uma vez. Sentiu pena e no fundo, orgulho. Lembrou-se de si mesmo, um homem que diante de todos aqueles homens fortes, não desistiu e por mais que caísse se levantava novamente. Quando Kraig ergueu a cabeça, podia-se ver que os seus olhos estavam opacos. Ele não estava mais consciente, o corpo, o estado físico, já havia ido à muito, agora o que restava era apenas o espírito.

Não podia negar, fora um inimigo formidável. Estava tão distraído, que nem sequer percebeu que havia mais gente na sala. Chase estava ali, o Brutamonte que lutou no início também estava. O velho da porta anterior também. E mais três pessoas desconhecidas, das prováveis portas que Klaus não entrou. Todos se entreolharam, observaram a queda do homem que fora um gigante até certo tempo.

Foi então que Kraig tombou. O primeiro barulho foi o da espada caindo no chão e não demorou mais do que poucos segundos para que seu corpo inerte fosse junto. A respiração ia parando aos poucos, até cessar completamente. O algoz, finalmente, fora derrotado. Quando isso aconteceu, Chase desencostou da parede e seguiu até Klaus. Tocou no seu ombro, e com um sorriso sincero de agradecimento, disse:

- Infelizmente, não terá outra batalha. Desculpe meu rapaz, mas meu tempo aqui... Chegou à zero. – Sorriu com a piadinha infame. – Kraig nunca fora meu irmão, mas Luana... Sim. Quando se jogar um jogo de tabuleiro, tem de estar tanto passos a frente de seu adversário, quanto for possível. Vencendo Kraig, você nos libertou, e também libertou Luana.

A garota agora chorava mais do que nunca, porém, em silencio. As lágrimas escorriam pelo seu rosto alvo e seus olhos verdes chegavam a ficar vermelhos depois de tantas lágrimas. Somente Klaus, não entendia o que estava acontecendo ali.

- No momento que você acertou aquele soco, o venceu. O enfraqueceu, dando-nos a oportunidade de liberdade. Somos meros espectros e o que nos deixava vivos era o poder de Kraig, assim como nós éramos sua vida. Luana tentou me resgatar, mas fora tarde demais. Eu não estava mais vivo e Kraig a tomou para si. Obrigado meu rapaz, mas agora, temos de partir.

Dito isso, aos poucos a imagem de Chase ia sumindo de sua frente como se ele ficasse transparente e isso ocorria com todos os outros. No fim, em uma fraca e leve explosão, fragmentos brilhantes foram jogados ao ar, transformando-se em penas brancas e límpidas, que exalaram um cheiro característico de rosas. Um ruído mais grave se ouviu e uma passagem secreta fora aberta atrás do trono de Kraig, perto de uma estante de livros ainda intacta.

Não perceberam, mas estava amanhecendo e os primeiros raios de sol já começavam a aparecer, passando através da Janela e iluminando o cômodo com o brilho matinal. Klaus sentia uma sensação de dever cumprido, porém, ainda assim de tristeza pela partida de seus adversários. Luana se acalmava aos poucos e permanecia ao lado de seu protetor. Para a paz segurança de todos, os tempos difíceis havia chego ao fim.

Klaus ainda tinha algumas duvidas que poderia perguntar a Luana mais tarde, por hora, era simplesmente melhor sair dali o quanto antes.

< Para um melhor acompanhamento da narração, a trilha sonora tocada até onde Chase vai falar com você, é Theme of Juno da Trilha Sonora de Lodoss. Logo depois que ele desaparece, até a sua saída, toca Tale of the East. Leia com calma escutando as musicas que lhe indiquei e espero que se emocione, assim como aconteceu comigo. Também espero que tenha gostado da aventura e seu respectivo final. >

[Aewww ~ Parabéns. 600 de Exp pela aventura + 200 de brinde pela boa narração. Isso dá 800 de Exp e com os 700 que havia ganho, ficamos com 1500. Level 2, com 500 de Exp pra próxima. Parabéns]

Estava perplexo com tudo aquilo, era muita informação para um dia só e ainda mais informação para alguém que tinha voltado " a vida " depois de uma boa conversa com o pai.

"Não estou entendendo nada, por que tanta gente aqui?"

- No momento que você acertou aquele soco, o venceu. O enfraqueceu, dando-nos a oportunidade de liberdade. Somos meros espectros e o que nos deixava vivos era o poder de Kraig, assim como nós éramos sua vida. Luana tentou me resgatar, mas fora tarde demais. Eu não estava mais vivo e Kraig a tomou para si. Obrigado meu rapaz, mas agora, temos de partir.

"Ahhhrrr por que eu sempre quero pegar as mulheres que tem irmãos monstruosamente fortes, isso ta virando uma sina."

Fiquei calado enquanto Chase dizia aquelas palavras, não tinha nada para falar e olhava para cada um naquela sala. Todos de certa forma aparentavam um sorriso, e quando olhei novamente para Chase sua imagem aos poucos ia sumindo, queria fazer algo para ele não sumir, não era certo isso, um irmão ficar separado da irmã.

A imagem de Chase simplesmente se foi, uma pequena explosão ocorreu e fragmentos brilhantes se tornaram penas brancas que deixavam o ar do ambiente mais agradável, não estava entendendo nada, apenas olhava para Luana e por alguma razão me sentia com o dever comprido, porem gostaria de ter uma revanche com Chase, aquilo tudo não era justo, mas por fim ele encontrou a paz para o seu espirito. Os raios de sol já apareciam e iluminavam o lugar através de uma janela.

"Nossa passei a noite lutando contra eles, o tempo aqui passa de uma maneira bem interessante heim!"

-Luana - segurei nas mãos dela - melhor sairmos daqui pelo que vejo tem uma passagem bem ali atrás daquela estante vamos sim... Você tem mais família ou uma casa onde morar? Se tiver vou te levar, acho que você já passou por coisa demais.

Caminhei em direção a passagem que se abriu, porem antes de sair por ela dei uma boa olhada nos livros que tinha na estante vendo se nenhum me chamava a atenção se o fizesse o pegaria e por fim sairia daquele lugar segurando a mão de Luana.

"Acho que aqui aprendi mais coisas que em toda minha vida até agora, acho que encontrei um proposito...talvez."

@ Klaus.

Finalmente a hora da partida. Luana não respondeu nada por hora. Apenas indicou a saída e puxou Klaus para que pudessem sair dali. Ela deveria estar cheia de tudo e aquele não era um ambiente apropriado para conversas. Antes de saírem, porém, foi possível Klaus ver na prateleira de livros um que lhe chamou a atenção: “Vitória, sinônimo de persistência”. Não podia negar que fora realmente persistente e que mereceu a vitória.

Contudo, nem chegou a pegar o livro, pois Luana acabou tirando-o dali. Desceram as escadas rapidamente e deram em um corredor simples. No fim, uma porta. Klaus já estava cansado delas, ao menos aquela dizia “Saída”. Passaram pela porta e o sol ofuscou momentaneamente a visão de ambos. Ainda amanhecia, e poucas pessoas estavam na rua, mas os que estavam os olhavam com certa curiosidade.

Luana virou-se para Klaus e sorriu. Fora a primeira vez que a via sorrir e mesmo naquele estado deplorável de sujeira e suor, ainda continuava linda. Só por aquele sorriso, com certeza valeu morrer e voltara à vida.

- Não se preocupe. Eu sei para onde devo seguir. E você também tem que seguir o seu caminho... Meu herói.

Dito isso, aproximou-se Klaus e lhe deu um leve selinho nos lábios. Fora até engraçado de ver, pois devido a estatura do garoto, Luana teve de ficar na ponta dos pés. Quando “voltou ao chão”, sorriu novamente e fora se afastando lentamente, até virar as costas e acenar pela última vez. Bem, no fim, sempre existem suas recompensas. Agora o meio-dragão estava livre. Seu olha recaiu novamente nas pessoas das ruas e viu que as mesmas o evitavam, olhando para suas escamas.

Agora que não tinha seu sobretudo, seria difícil esconder sua real natureza. O preconceito seria forte. Ao menos, estava livre para seguir qualquer rumo.

Por fim estava fora daquele lugar, e quantas provações em um curto período de tempo, Luana praticamente estava me arrastando pra fora, quando notei um pequeno livro com um titulo nada comum, mas que tinha tudo a ver com a situação por qual tinha passado “Vitória, sinônimo de persistência”.

"Pois é persistência sempre...mas ainda estou dolorido."

Finalmente nos deparamos com uma porta, mas essa era diferente, essa era a da saída daquele lugar, ao atravessa-lá raios de sol vieram diretamente em meus olhos e me deixaram cego momentaneamente e realmente já estava amanhecendo, por um instante olhei para Luana e notei um sorriso no rosto da mesma, acho eu aquilo já era uma boa recompensa por tudo que tinha passado.

- Não se preocupe. Eu sei para onde devo seguir. E você também tem que seguir o seu caminho... Meu herói.

Depois disso ela me deu um breve selinho, e fiquei apenas a observa-la ir, poderia ir atras dela, mas ela falou algo que é verdade, eu ainda preciso seguir meu caminho e comprar um sobretudo novo, pois notava que as pessoas começavam a me olhar de maneira estranha na rua e seus olhares sempre visavam a mesma coisa, minhas escamas.

"Ah porcaria, e ainda sim estou sem dinheiro...Vou ter que procurar um emprego, e um lugar pra descansar, estou um pouco cansado agora, depois eu procuro a origem de tudo isso, uma katana."

Por um momento lembrei do motivo de ter ido atras de Luana e Kraig, estava procurando uma katana para em seguida ir atrás de aventuras, mas acabei nem precisando da espada, mas acabei ganhando algo muito mais poderoso e indestrutível, um objetivo, mas o mesmo ainda precisava ser lapidado.

"Bem que seja."

Sai daquele lugar e comecei a caminhar pelo subúrbio e em seguida pela cidade procurando algum lugar que precisasse de funcionários temporários e que desse um dinheiro rápido ou outra coisa mais interessante que encontrasse no meio do caminho.

@ Klaus.

Realmente cansaço predominava. Klaus estava um tanto dolorido e machucado. Antes de qualquer coisa, precisava de algum lugar para passar o dia. Recuperando as forças. Nas suas buscas por algum local que pudesse lhe oferecer emprego, achou o que se tratava de uma espelunca para abrigar pessoas de baixa renda, e naquele momento Klaus era uma delas.

Pelo que olhava naquele pequeno local, existiam muitos quartos, porém, pequenos. Talvez apenas com a cama e o banheiro. Nada melhor do que isso... Percebeu que também estava com fome. E isso não era bom. Precisava de algo que pudesse revigorá-lo e não tinha, afinal, não tinha dinheiro para comprar por tal coisa.

Em um pequeno pátio, pessoas estendiam e lavavam suas roupas. Camisas simples e calças mais simples ainda. O povo ali era bastante humilde. Talvez não fosse tão ruim Klaus tentar algo.

Fui caminhando entra as pessoas e procurando quem deveria ser o 'dono' do lugar, deveria ser alguém de certo poder ou outra coisa. Me aproximei de uma das pessoas que se encontrava lavando roupa no patio.

-É, com licença, mas quem é que toma conta deste lugar você sabe me informar? E aonde ele esta?

Nem me preocupei em ver se perguntava para uma mulher ou para um homem, só precisava dessa informação, depois iria me dirigir ao dono do lugar.

"Arhh que maravilha agora a fome esta começando a apertar... preciso encontrar algo para comer logo. Quem sabe se eu oferecer alguns serviços para o cara que toma conta desse lugar ele não me de uma refeição e um certo dinheiro, no momento preciso de ambos, e de uma boa noite de sono também."

-Hmm obrigado senhora.

"Pessoal de mal humor, nem eu que estou no bico do corvo estou nervoso desse jeito, bem que seja."

Estava já meio atordoado por isso nem notei a cara de cansaço da mulher, precisava arranjar algo para me alimentar e por fim me dirigi a portaria onde a mulher fez o favor de me apontar o caminho. Me aproximando do local encontrei um pequeno homem escrevendo em algumas folhas e parecia que outras pessoas também esperavam para lhe falar algo, não que meu assunto fosse mais importante que o dos outros, mas já fui entrando e me dirigindo ao balcão.

-Com licença, mas tem alguma fila pra falar com o senhor?- Apontei para as pessoas que estavam nos bancos - Bem se não tiver eu gostaria de oferecer os meus serviços ao senhor a unica coisa que peço em troca é uma boa refeição e um pouco de dinheiro.

@ Klaus

Assim que este chegou ao local indicado, um senhor de meia idade estava atrás de um balcão. Tinha feições abruptas e um óculos velho e desgastado. Um amontoado de papeis estava em cima de sua mesa, assim como um enorme molho de chaves. Sem responder à pergunta do meio-dragão, apontou para um banco onde se encontravam mais duas pessoas.

Assim que se sentou, as mesmas se afastaram rapidamente. Uma delas até apressou o velho homem atrás do balcão, fazendo-o bufar. Chamou as duas e pegando o molho de chaves, subiu em uma escada na lateral do balcão – Na realidade, o balcão ficava abaixo da escada. Os passos firmes ressoavam na construção metálica e enferrujada.

Klaus ficou ali, sozinho, por mais ou menos cinco ou sete minutos esperando até que aquele senhor voltasse.

- Estamos apenas com um quarto sobrando. É o último. A comida irá sair de graça e aqui não damos dinheiro nenhum. Diz-se que pode pagar com sua força de trabalho, é o que faremos. O que me diz?

Disse já pegando o molho e se preparando para subir.

-Bem eu aceito, afinal de contas não a nada melhor que isso hehe.

Já estava acostumado com acordos assim, mas não sabia que iria encontrar um lugar desses bem no meio de uma cidade, se bem que ali já era uma área mais afastada, mas mesmo assim era parte da cidade, agora entendo que mesmo nas cidades mais ricas existe sempre um canto para se alojar.

"Bem o quarto não deve ser tão ruim. Acho que vou descansar um pouco, comer, e ver o que tem que ser feito por aqui, pelo visto vou ter que procurar um emprego também depois."

@ Klaus

Quanto ao quarto, se enganou ferrenhamente. Era um quarto antigo e cheio de mofo. Uma cama velha e curiosas velas derretidas na janela. Uma mini estante cheia de livros velhos e obsoletos. A janela estava toda empoeirada e embaçada e isso nem era o pior dos problemas. O quarto era um cubículo. Muito pequeno. As coisas ali pareciam terem sido colocadas com um esforço tremendo e nunca mais deviam ter mexido naquele quarto.

Ainda na porta do mesmo, poder-se-ia ler: “DESOCUPADO”. Era óbvio que o quarto não estava sendo usado por nenhum hóspede e mais uma prova do preconceito contra sua raça aparecia. Mas não importava, ao menos tinha um lugar para passar os dias. O tempo também já se fechava com a escuridão peculiar dos becos de Paramet: a noite havia chegado, era hora de se recolher.


[Klaus, você tem ações livres dentro do quarto. Pode postar acordando também o/]

"P%$# que pário, isso não é um quarto isso é uma cela de navio, ou menor!"

-Obrigado pelo quarto.

Era a unica coisa que tinha a dizer para aquilo que era meu quarto, nem um elogio nem nada, bem ao menos tinha uma cama, que pelo visto também não era lá essas coisas, mas que seja, estava todo quebrado estava precisando de uma noite de sono e uma refeição, e ai que veio meu temor, se o quarto era aquilo o que dizer da refeição, só esperei pelo pior também.

"Bem pelo menos não tem risco de passar luz por essa janela hahahaha."

Ri um pouco do meu próprio pensamento, tinha que rir de certas situações, afinal de contas se ficasse me preocupando com qualquer coisa já teria quebrado a cara desse maldito estalajadeiro, certeza que ele me deu esse quarto por preconceito, mas que seja, a vida é assim mesmo.

Passado um tempo ouvi um baque seco na porta e - depois de muita dificuldade em abri-la - minha refeição estava largada em um prato com aspecto suspeito e a comida tinha um aspecto pior ainda, peguei o prato do chão, dei uma boa analisada para ver se não tinha nada de pior na mesma, sentei na cama e comecei a mastigar o que deveria ser minha refeição, se é que aquela gororoba poderia ser chamada disso. Mas nem um talher tinham me deixado.

"Deuses, parece que estou no navio do meu pai denovo, a cama é ruim, a comida é ruim, e estou fedendo a sangue, só ta faltando o som do oceano do lado de fora desse cubículo."

Depois de milagrosamente ter sobrevivido a refeição, ao menos me sentia satisfeito, coloquei o prato aonde o encontrei e fechei a porta, com a respectiva dificuldade que tive ao abri-la. Por fim deitei naquela cama de uma maneira que conseguisse ao menos caber nela, e comecei a pensar em todas as coisas que tinham me acontecido até o momento, não foram muitas coisas cronologicamente falando, mas foram de muita importância para o meu crescimento como pessoa e como guerreiro, se bem que nunca quis ser um guerreiro, mas agora ela era um opção bem viável.

"Ao menos para os heróis é dado uma donzela e uma boa refeição, sem falar em outras coisas, mas são dessas coisas que sinto falta agora, tudo graças a esse maldito braço, logico o fato de ser um meio-draconiano tem suas vantagens, por exemplo, é estranho mas sinto uma estranha energia fluindo desse braço agora...É estranho isso nunca tinha acontecido antes..."

Fiquei um tempo olhando para meu braço, quando nem percebi e o cansaço tomou conta de todo o meu corpo e apaguei.

Já era dia novamente quando abri os olhos, nem sei como permaneci na mesma posição ruim naquela cama, levantei meio que torto mas agora estava descansado e pronto pra outra briga.

-Ahhhh, ufa nada como uma boa...digo...Nada como uma noite de sono pra melhorar as coisas, agora deixa eu ir ver aquele estalajadeiro filho de uma santa para acertar como posso pagar pelo meu...Quarto....Juro que se ele folgar muito hoje vou matar aquele maldito, pelos Deuses do Oceano...Hoje eu mato.

Desci para recepção com a melhor das expressões no rosto, ou a melhor que eu conseguisse.

[Off: Espero não ter exagerado no lance da comida e tal, mas imaginei que se o quarto era daquele jeito, a comida para o meu personagem deveria ser no mesmo nível, quer dizer imagino que ele tenha comido né, porque deixar o cara sem comer, já é mancada demais D:]

@ Klaus

Acordou na penumbra. O sol era retido pela janela e o sono foi bom, mesmo que as condições não fossem tão favoráveis. Ainda retinha uma ligeira dor nas costas, mas aquilo não era problema. Ainda cambaleante, levantou-se. Era hora de saber de sua forma de trabalho, afinal, não teria como pagar com dinheiro e por isso precisaria trabalhar em troca de comida e local para dormir, mesmo que não fossem os melhores.

Assim que pulou da cama acabou por derrubar algo junto. Tratava-se de um livro de capa de couro na cor preta. As folhas estavam bastante amareladas e algumas até rasgadas na borda. Achou estranho aquele livro estar ali, afinal, não se lembrava de ter pegado o mesmo. Será que dera uma de sonâmbulo durante a noite ou alguém do cortiço queria lhe pregar uma peça? Apesar de a segunda opção ser mais viável, ainda era estranho.

De forma simples e curiosa, folheou o livro e nele, nada havia sido escrito. Era como se fosse algum diário que nunca fora usado. Bastante curioso. Foi distraído nesses pensamentos que uma batida na porta o assustou.

- Está na hora de acordar. Você tem trabalho a fazer rapaz!

Era o recepcionista.

<Você escolher levar o livro, deixar ele no quarto, ignorá-lo, destruí-lo, etc.>

Antes de descer pela recepção notei que tinha derrubado algo, era nada mais nada menos que um livro de capa de couro preto e com as paginas amareladas de tão velho que estava, ao menos parecia de idade aquela tonalidade.

"Que estranho, não lembro disso estar aqui ontem...Sera que ontem eu tava tão ruim que acabei pegando isso enquanto dormia? Hmm difícil não sou sonambulo, quer dizer acho. Bem deixa eu ver o que tem nesse livro. Se bem que isso aqui ta me cheirando a confusão."

Fiquei pensando nas possibilidades de como o livro veio parar no meu quarto, e não duvidava que era um meio de me incriminar por roubo ou por coisa parecida, essa ideia me passou pela cabeça, mas não era algo muito plausível, eles podiam não gostar da minha raça, mas isso já era extremo demais...Ou não. Comecei a folhear as paginas do livro.

"Eita, que estranho, não tem nada escrito nele, é como se alguém tivesse a intenção de escrever alguma coisa no mesmo, mas não o fez... Ou escreveu e as palavras sumiram como...!"

Minha linha de raciocínio foi cortada com uma forte batida na porta.

- Está na hora de acordar. Você tem trabalho a fazer rapaz!

Era aquele recepcionista do inferno.

"Ah raios, bem vou levar isso aqui comigo, seja como for se é pra me incriminar acho meio difícil por causa de um livro em branco e velho."

Coloquei o livro na cintura da calça nas costas e o cobri com a camiseta e caminhei até a porta e abri a respectiva vendo se o recepcionista ainda estava na porta, se não estivesse desceria para recepção para perguntar qual seria o meu trabalho.

@ Klaus

Assim que abriu a porta, sentiu o sol esbanjar calor em seu rosto e os raios lhe incomodarem a visão. Isso era comum já que passou grande parte do tempo naquele quarto em que poucas frestas de luz entravam. Caminhou descendo as escadas assim que se acostumou com a luz do dia. Não sabia que horas eram, mas aquilo não importava muito.

O rapaz fora guiado pelo recepcionista até a parte de trás do cortiço onde havia um grande pátio. Estava totalmente sujo, molhado e fedorento. Folhas de árvores enormes que se estendiam pelo espaço aberto no alto do saguão deixavam suas folhas caírem ali e acumuladas levavam ao mau cheiro.

Em outro canto, diversas toras de madeiras estavam dispostas. Grossas e ainda com cascas duras e irregulares esperavam para serem cortadas fazendo uso para alguma coisa. Por último, seguindo por uma pequena viela ao norte, a Klaus era apresentado um pequeno estábulo. Cheiro mais horrível que o pátio. Esterco estava por todo o lado e os cavalos se mostravam inquietos.

- Limpe o pátio, o estábulo e corte aquelas toras de madeira. Precisamos dela para as lareiras.

Entrou alguns panos e uma vassoura de palha para Klaus e foi embora. O trabalho iria ser longo.

"Ah que belo dia."

Pensei, a manhã já tinha começado estranha com o fato do livro, mas nada era melhor do que um pouco de luz do sol para melhorar o dia de qualquer um. Ao menos naquele instante estava m sentindo vivo e sem preocupações.

O recepcionista me guiou para um pátio que ficava atrás do cortiço, era bem amplo e estava totalmente sujo e molhado, folhas das arvores se amontoavam nos cantos fazendo o mal cheiro emergir.

"Vou começar por aqui, se o sol ficar muito tempo concentrado nessa região o cheiro só vai piorar."

Depois o homem me levou para um lugar onde varias torras de madeira estavam jogadas, pareciam ser de boa qualidade eram grossas e aparentemente de cascas duras, ótimas para colocar em uma lareira, que por sinal não vi nenhuma no hotel ontem a noite.

"Hmm um pouco de trabalho braçal pra não enferrujar tá bom."

Até o momento não estava achando ruim as tarefas passadas, não até chegar no estabulo. O lugar estava fedendo mais que o pátio, muito mais, meu olfato não era muito sensível mas aquilo estava de matar, tinha esterco por todo o lado e pra ajudar os cavalos deviam estar reagindo a minha presença, não podia piorar.

- Limpe o pátio, o estábulo e corte aquelas toras de madeira. Precisamos dela para as lareiras.

Podia sim, só pelo fato de ter que limpar aquele lugar já era uma ideia bem desagradável.

-Ok.

Não falei mais nada e apenas aguardei aquele cara se afastar um pouco.

"Maldito filho da *&¨% deveria usar a cabeça dele pra limpar esse lugar, bem que seja, acho melhor começar por aqui, o patio pode esperar, mas esse lugar, quanto antes sair daqui melhor!"

Olhei os panos e usando o que estava menos sujo amarei em volta do rosto, igual a quando abatia outros navios antigamente, os outros coloquei amarrados na calça na parte da cintura e a vassoura como não tinha nada melhor pra fazer com ela no momento coloquei-a na porta do estabulo e procurei outra ferramente pra juntar aquele monte de esterco, caso não encontrasse nada iria usar a vassoura mesmo.

"Vou passar o dia limpando isso aqui e não vou conseguir limpar tudo, aqui vou só juntar o esterco e dar um jeito nos cavalos o que vai ser bem difícil, depois eu vou pro patio e por ultimo o mais divertido, vou ir cortar lenha. E se der tempo vou dar uma olhada nesse livro com mais cuidado."

Já tinha tudo planejado, agora era só executar as tarefas, e se o Grande Oceano me ajudasse, faria tudo isso e ainda me sobraria tempo.

@ Klaus

Klaus amaldiçoou o homem e tratou logo de eliminar a sujeira dos estábulos. “Armou-se” com os panos que ali estavam e procurou alguma coisa para poder ajuntar aquelas fezes fétidas dos cavalos. Encontrou uma pá em bom estado no local e parecia que não havia sido usada fazia um bom tempo. Bem, agora não importava. Tinha a ferramenta e só faltava arrumar toda aquela sujeira.

Fora do estábulo, nas laterais, existiam alguns barris. Estavam com água até a metade. O feno sujo poderia ser colocado ali. Do lado oposto, grandes cubos de fenos limpos e intactos estavam empilhados esperando para serem repostos. Quanto antes começasse aquele serviço, melhor seria, assim, poderia migrar para os outros dois últimos que eram mais suaves e tranquilos comparados a este primeiro.

[Na próxima ação você já poderá encerrar todo o serviço se preferir :3 ]

Por fim estava na hora de arrumar aquele lugar, já possuía a ferramenta certa agora só precisava de uma boa dose de coragem o que realmente não tinha, mas não tinha jeito.

"Bem que seja, ai vamos nós!"- Pensei olhando para a pá que segurava.

Aos poucos fui arrumando o esterco e o feno sujo e pelos Deuses como aquilo fedia, tive ânsias algumas vezes, pensei com o que os cavalos eram alimentados e não me vinha nada muito agradável a mente. Por fim passado algum tempo já tinha organizado o feno sujo nos barris com água e arrumado todo aquele esterco, por fim repus todo o feno limpo no estabulo sempre tomando cuidado com os cavalos, eles não estavam muito felizes com minha presença e isso era um motivo logico, querendo ou não eles sentiam uma presença aterradora na minha pessoa.

"Amém, aqui esta acabado agora vamos pro patio, o cheiro de lá vai ser bem melhor."

Guardei a pá no seu devido lugar e peguei novamente a vassoura de palha e retirei o pano da cara, não queria que me confundissem com nenhum fora da lei, e caminhei para o patio. Lá o serviço era mais amplo mas o lugar em si era bem melhor.

Primeiro juntei todas a folhas molhadas e sujas com a vassoura, embora elas emassem um odor nem um pouco agradável era muito melhor que o do estabulo, por fim procurei algum lugar para junta-las sem que atrapalhasse a passagem dos respectivos inquilinos do cortiço, depois viria o trabalho mais pesado limpar o lugar. Os panos que possuía iriam servir mas se eu fosse usar minhas mãos para fazer o mesmo iria passar o dia inteiro e não iria terminar, portanto fui ajeitando um pano por vez na vassoura e passando no chão para fazer o serviço mais rápido e com maior eficiência.

"Ahh estou cansado, esse serviço esta sendo mais chato do que eu esperava e mais cansativo também ainda bem que estou quase acabando depois disso aqui vou fazer uma pausa para comer alguma coisa que eu encontrar na cozinha e depois iriei cortar a lenha, afinal de contas saco vazio não para de pé."

Por fim, quando acabado o serviço já era um pouco tarde, diria que já passava da hora do almoço então meio que cautelosamente fui até a cozinha do lugar, não sabia onde ficava mas pelo cheiro achei o lugar, a fome faz milagres! Catei algo para comer de lá sem ninguém ver afinal, não queria desencadear uma confusão por um pedaço de qualquer coisa e um pão.

Depois do breve almoço fui cortar a lenha aonde me fora mostrado pela manha, não entendia muito da "arte" e só o fiz poucas vezes, mas o importante era que a mesma estivesse cortada e colocada no lugar para as lareiras. Comecei o serviço e aquilo aos poucos foi me distraindo, cortei o que me parecia o suficiente e no final meus braços já estavam doloridos e cansados.

"Ah chega disso tudo, estou quebrado, acho que nem a luta com Kraig me deixou tão moído como estou agora, bem agora que esta tudo feito deixa eu dar uma olhada nisso aqui."

Peguei o livro que tinha guardado na cintura e comecei a folheá-lo para ver se encontrava alguma indicação ou algo se pertencia a alguém ou se tinha algum manuscrito que antes não tinha notado, ainda lembrava de como achei aquele estranho livro de capa preta e ele me parecia muito estranho.

@ Klaus.

Em poucos minutos de esforço contínuo, tudo já estava acabado. O pátio fora bem varrido e agora a brisa batia suave, mas sem derrubar nenhuma folha. As toras de madeira foram devidamente cortadas. Não todas, mas existia madeira suficiente, ao menos na visão de Klaus.

Seu caminho até a cozinha para conseguir comida fora sorrateiro e por sorte ninguém o viu. A comida estava realmente boa, mas Klaus dificilmente receberia algo assim. Por seu pouco, acabou rápido e depois de se limpar, voltou-se para o misterioso livro que amanheceu em seu colo nessa manhã.

Resolveu folheá-lo novamente, dessa vez, dando mais atenção aos detalhes. Nada, porém, mudara. As páginas de beiras carcomidas e cor amarelada não continham uma letra sequer. Todavia, no fim entre a última página e a capa do livro, existia uma pena. Uma estranha pena vermelha e em ótimo estado.

Aquilo era bem estranho. Se a pena estava junto com o livro, talvez nem devesse existir mais, o que levantava a hipótese de que ele poderia ter sido usado recentemente... Mas como, se não existia nem um rabisco sequer? Voltou-se a procurar e olhar a pena e viu que existia algo escrito na sua terminação pontuda que servia como ponta para escrever.

בלוט

A letra nunca fora antes vista ou conhecida por Klaus, mas já era um bom indício para começar se ao menos pudesse pesquisar. Por sorte, algumas Bibliotecas ficavam em Hilydrus e no Castelo. Se ele conseguisse autorização para entrar...

Após um momento analisando o livro antigo achei o que parecia uma pena vermelha e o mais curioso é que estava em ótimo estado, se o livro era realmente tão velho como parecia, ao que parecia a pena era nova, pois bem algo assim não duraria tanto tempo acho ou então alguém usou aquela pena recentemente, aquilo era deveras curioso.

Analisando mais cuidadosamente a pena notei que tinha algo escrito na mesma, uma escrita estranha e que nunca a tinha visto na vida, bem na ponta dela onde seria usada para escrever.

"Hmm e essa agora, bem vejamos ainda é cedo, se eu for pesquisar sobre isso ainda da tempo de voltar e bem sei lá, descansar...Hmm vejamos por onde começar. Acho que o lugar mais fácil de se encontrar algo é em uma das livrarias ou bibliotecas aqui da cidade, se bem que nem conheço direito essa cidade, bem que seja vamos ver o que acontece."

Sai do patio onde estava guardei a pena novamente no livro negro e coloquei o respectivo na cintura, para ser exato nas minhas costas. Depois cobri-o com minha camiseta e sai a procura de bibliotecas e de alguma tradução para aquelas estranhas palavras nada que um pouco do famoso boca-a-boca não me desse uma direção.

"Bem acho que pior que aquela historia do Kraig não deve ser...assim espero!"