[Área] Treino de Soldados

Observou Selenna. Sorriu. A demônia era inteligente, sabia que ainda não era hora de ir atrás do que queria. Ao menos, já no exército, estaria mais próxima de seu objetivo.

— Muito bem. — Começou Krior. — Pois então para tornar-se um soldado terá que lutar contra um dos nossos para provar sua força. — Levantou-se, batendo nas pernas para tirar a poeira da calça. Mesmo em pé, não era muito grande.

— Vamos? — Completou, apontando, com a palma voltada para cima, em direção a porta que anteriormente tinha achado tão perigosa.

Não acreditou quando viu sua blade inutilizada no chão. Era uma arma magnífica, forjada nas entranhas de Takaras, que o acompanhava desde o dia em que aprendeu a evocá-la. Cerrou o punho. Aquele necromago ia pagar por aquilo.

Abriu a mão e sua segunda blade se materializou, segurando-a firme. Era como sacar uma arma que estava embanhada, não precisava de força mágica para realizar o que sempre fazia desde os doze anos. Possivelmente ela ia se partir do mesmo modo que a outra, se fizesse a mesma besteira. Mas não repetiria a dose.

— Takaras e inferno são próximos. Porém, isso não muda o fato de sua espada ser mais poderosa. No entanto... Possuo uma força que ninguém dessas terras possui. — E ficou parado. Sabia que poderia vencer, pois tinha alguém esperando por ele. Era fato que o ser humano ficava muito mais poderoso quando tinha alguém a zelar. Kite não era exatamente humano, mas foi criado como um. — Venha, filhote de harpia.

Ficou atento, postando-se em posição de luta.

@Selenna

Krior abriu a porta. Esatavam num amplo corredor de pedra com tochas nas paredes. Andando um pouco começaram a surgir portas iguais em ambos os lados da parede. O demônio percebeu que Selenna olhava.

— Esses são os dormitórios dos soldados que aqui residem. Não é bom, mas melhor que morar nos becos.

Caminharam um pouco mais. Selenna foi entendendo que a área de treino era um imenso labirinto, tudo feito para confundir seus inimigos. Toda vez que viravam o corredor era exatamente igual ao anterior. Mais alguns minutos se passaram. Selenna conseguia ouvir, agora, o som de metal com metal e gritos de dor mais à frente. Uma claridade podia ser vista no final do corredor.

Saíram para uma imensa área a céu aberto rodeada de muralhas gigantescas. Era uma planície com algumas árvores, muitos pedregulhas e nenhuma vegetação rasteira. O lugar era um tanto marrom, talvez por ser terra o chão que pisava. Tinha muitos seres ali: demônios, humanos e coisas que Selenna não conseguia decifrar muito bem. Parecia ser uma das áreas de treino dali.

— Respondendo sua pergunta. — Disse Krior às costas de Selenna. — Lutará com um soldado mais avançado, encarregado desse cargo. Olhe, lá vem ele vindo. — Completou, apontando para o seu lado direito.

Era um orc gigantesco, de pelo menos dois metros e meio de altura. Usava uma armadura de madeira que cobria todo o seu peito com uma calça comum de couro. Não calçava nada. Possuia muitas cicatrizes em seu rosto verde. Seus dentes eram anormalmente grandes para um de sua raça e seus olhos era pequenos e pretos. Apesar de ser orc, Selenna sabia que era esperto. Com certeza, já tinha vivido por muitas batalhas.

— O que quer Krior?! — Gruniu com sua voz grossa. — Não quero mais matar soldados inúteis hoje. — Olhou Selenna. Sorriu seu sorriso nojento de orc, com seus dentes amarelados em destaque. — Mas acho que posso abrir uma excessão, HaHa!

Krior se afastou um pouco, olhando seriamente para o Orc.

— Lute com Grurfig, Selenna. Ele vai avaliá-la.

Como em resposta, Grurfig tirou um imenso machado duplo de batalha das costas. Segurava-no com as duas mãos no meio, como um bastão. Sabia que era uma arma pesada, logicamente já que eram dois machados juntos, mas isso não parecia incomodar o orc.

— Sim! — Praticamente gritou com sua voz orc. Em seguida enfincou o machado no chão, ao seu lado.

— Tente me pegar filhote de demônio. — Abriu as mãos, deixando seus poderosos braços dobrados à frente do corpo.


@Kite

Hanor parou um pouco, enquanto Kite falava. Seus olhos se estreitaram. Kite tinha a impressão que o demônio estudava-no, ou assim teve a impressão já que seus olhos brilhavam na sombra que tinha se formado em seu rosto.

— HAHAHAHAHAHAHA!! — Riu espontaneamente, como um louco. — Quanta balela ó príncipe bastardo.

Hanor esticou seu braço direito, muito mais rapidamente que nas vezes anteriores. Ou talvez Kite estivesse mais lerdo para ver os movimentos. Reflexivamente defendeu com sua blade recém invocada. Desequilibrou-se, a velocidade com que o braço de Hanor tinha vindo era assombrosa. Sentiu sua blade encontrando algo. Não teve, porém, tempo de ver o que tinha acertado. Um toque em suas costas indicava que Hanor tinha se deslocado até ali. Um descuido.

— Pois então me mostre essas forças. — Disse Hanor num sussuro suave no ouvido de Kite.

Instantes depois sentiu um dor latente em seu peito. Olhou para baixo. A espada de Hanor tinha atravessado Kite, na altura do lado direito de seu tronco. Viu seu sangue pingando por toda a extensão da lâmina. Um vento frio começou a soprar, mas nada balançava de acordo com o ritmo das rajadas de ventania. Parecia um vento interno, na cabeça de KIte indicando a morte próxima.

[Kite, seu HP caiu para 0%. Está sangrando fatalmente. Nesse próximo post, faça uma narração onde mostra somente você desmaiando e, se quiser, alguma coisa em sonho]

Um descuido? Não, aquilo era seu cansaço corroendo sua carne. As feridas que tinha eram pesadas apesar de não sangrarem, mas já lutavam a muitas horas, um ser humano comum já teria caído de cansaço ou terror. Mas Kite não cairia, mesmo com uma lâmina lhe atravessando o peito.

Não havia sentido o impacto, apenas agora sentia uma dor tão intensa que nem mesmo se tocava que ela existia. Olhou para baixo, seu sangue pingando pela espada, a lâmina que brotava de sua carne. Não tinha expressão, no momento, não pensava em nada.

Soltou sua blade, e devagar levou sua mão até a lâmina em seu peito, a segurando com a força que restava, não se cortando muito graças à sua luva, limitando-se a leves filetes de sangue escorrendo de seus dedos. Não caía. Mesmo desacordado, mantinha-se em pé, segurando a lâmina.

@Selenna

O orc não se mexeu. Fitou Selenna como se fosse um pedaço de lixo jogado pelos cantos. Sua cara de nojo seria engraçada se a situação não fosse séria.

— Odeio gente inútil que luta defensivamente.

Dito isso deu um passo à frente, tentando chegar perto da demônia. Selenna, atenta, pulou para trás no momento da aproximação de seu inimigo. Sua foice cantou o ar mirando seu inimigo. O orc, no entanto, fazia jus ao seu posto. Rapidamente este abaixou, evitando a decapitação certa. Depois chegou para trás, sorrindo maliciosamente.

— Ah, agora sim. Pelo menos é inteligente. Muito bem Krior, um soldado bom ao menos.

Pegou seu imenso machado com apenas uma mão. Algumas pedras no chão se desprenderam quando a arma foi puxada.

— Agora quero ver, demônia. — Falou a última palavra com um pouco de desdém na voz

Saltou. Sua velocidade aumentou consideravelmente. Selenna percebeu que não conseguiria saltar para se defender. Restava defender ou contra atacar. O orc vinha com seu machado a frente, como se fosse uma investida.


@Kite

Por um tempo, sentiu o vento latente em seu corpo. Ia ficando frio, assim como a lâmina que segurava. Mesmo com seus sentidos falhando, sabia que aquela espada tinha vida em si. Sentia uma alma presa naquela lâmina.

Desmaiou

Imediatamente se viu flutuando em um mundo vazio e escuro. Não via nada nem a ninguém. Isso, porém, não incomodava-no em nada. Ao contrário, estava em paz consigo mesmo. Sorria, como não fazia a tento tempo. Sentia-se bem por nenhum motivo aparente flutuando num mundo paralelo e desconhecido.

Uma luz. Viu algo ali. Aproximou-se, andando no ar, aparentemente.

Hanor estava ali, em seu estado deplorável que se lembrava. Subitamente suas emoções voltaram. Deixou de sorrir e assumiu seu estado sério de sempre. Hanor falou e sua voz vinha das profundezas.

— Então.. gostaria de seu membro de volta? — Apesar da situação, não abandonava seu sarcasmo enquanto perguntava. Dessa vez, porém, não ria alucinadamente.

A luta mal acabará de começar e já estava fervendo, a Walker que há pouco atacava agora tinha que se virar para se defender. O orc tinha feito um movimento espetacular misturando destreza e agilidade, desviando de seu ataque e contra-atacando com o grande machado. Instintivamente Selenna colocou a foice contra o machado tentando bloquear o ataque e dando um passo para traz, para evitar de danificar sua arma. Agora fugia, pelo menos até ter outra chance de atacar.

Se aquilo era morrer, até que era interessante. Tudo estava escuro, e Kite só podia enxergar o próprio corpo. Por um instante sentiu-se extremamente aliviado, afinal tudo se fora, tudo que o incomodava: As vozes incessantes das pessoas de Hilydrus, os inúmeros pedidos que seus empregados faziam todos os dias, as centenas de tarefas que realizava dentro do castelo para manter Hilydrus funcionando. Tudo aquilo havia ido embora, e por um breve momento sorriu com essa satisfação.

Não sentiria falta de nada, isso era óbvio. No entanto, quase que no mesmo instante seu sorriso cessou. Havia perdido algo além do que apenas o que o incomodava: perdera também algo que mal havia descoberto. Além disso, se morresse o reino ficaria à deriva, jamais poderia permitir isso. Podia ser odiado, mas as pessoas ainda precisavam dele.

Foi quando notou alguém próximo, aparentemente surgindo do nada. Ou já estava ali, apenas aguardando Kite voltar a si. O príncipe então caminhou até a pessoa, ou seja lá o que fosse, e encontrou Hannor. Deplorável, supunha. Ouviu o que ele tinha a dizer, e só então Kite lembrou-se do porquê de estar ali. De alguma forma, sentiu que não estava morto.

A resposta para a pergunta era óbvia. Mais do que tudo, Kite queria seu braço devolta, queria voltar a ser completo, e com isso voltar a ser o que era. Mas sentia que, de certa forma, havia algo a mais, e realmente havia. Sentia algo estranho vindo de Hannor, não era o mesmo com quem lutava. Além disso, a espada pela qual foi perfurado emanava uma estranha sensação.

— Fiz o suficiente para ter meu braço devolta, mas falhei. Mesmo assim, minha resposta é óbvia. — Admitia a derrota. Mais do que isso, mantinha sua voz e olhar firmes. Aceitava o que tinha acontecido, sua fraqueza como resultado da derrota.

@Selenna

Seu inimigo sorria. Seus dentes pontiagudos e amarelos estavam salivando. Parecia que a luta estava deixando-no com alguma espécie de prazer demoníaco. Girava seu machado com as duas mãos: giros tão rápidos que acompanhá-los com os olhos era difícil.

— Verme. — Grunhiu o orc. — Não adianta correr e se defender. Alguma hora eu arranco suas tripas pra fora! — Soltou uma risada que mais parecia uma tosse.

Correu. Vinha em direção a Selenna com o machado girando por sobre a cabeça. A apenas alguns centímetros de Selenna desceu o machado, tentando cortar Walker ao meio. A demônia, defensivamente, acompanhou o movimento do machado do orc com a sua própria foice. Funcionou em parte: O golpe foi defendido, mas agora ambas suas armas estavam entrelaçadas o que era uma enorme desvantagem para Selenna. A força do orc mantinha Selenna presa, com as duas mãos segurando sua foice por cima da cabeça enquanto que a lâmina do machado estava a apenas alguns poucos trechos da sua cabeça. O chão trincou quando o golpe foi interceptado mas não chegou a quebrar.

— Ha! e agora?! — O orc dava seu sorriso amarelo, aumentando progressivamente a força que exercia sobre seu machado e, consequentemente, sobre Selenna. A mesma começava a dobrar os joelhos involuntariamente.


@Kite

— Admitindo a derrota Kite? Sabia que era um fraco.

Começou a andar pelo ar, aparentemente. Não havia chão naquele lugar. Girava o dedo indicador da mão de uma forma muito delorida: deslocava-o para o mesmo girar 180º.

— Sim, realmente você perdeu. Mas você não está morto, milagrosamente. — Sorriu de canto, como se tivesse feito uma piada. Continuou. — A espada com a qual te perfurei tem uma característica marcante, muito complexa. Ela faz sua vítima ver sua alma, tocá-la, tomá-la para o seu poder. Basicamente ela é um catalisador para que você possa entrar na sua própria alma.

Hanor olhou ao redor. Girou e girou novamente, para o outro lado. Coçou a cabeça, aparentemente confuso.

— Alma vazia a sua, não? Enfim.. — Sentou-se no nada e cruzou as pernas. — Para que seu braço cresça novamente você terá que lutar com alguns demônios interiores que habitam sua alma. Além disso, terá que eliminar um demônio em particular, que, infelizmente... — Sua voz estava lotada de sarcasmo na última palavra. — ..não poderei dizer qual é. Boa sorte.

Sumiu com um aceno de mão. Kite se viu novamente sozinho nesse mundo que dizia ser sua alma. Uma sensação crescente de alerta se apoderou dele. Olhou diretamente para frente. Uma sombra de forma indefinida pairava ali. A cabeça de Kite começou a doer, como se seus pensamentos causassem uma dor agoniante. A sombra, no entanto, não tinha nem se mexido, muito menos feito algum movimento ameaçador.

Não se irritava mais com Hannor, por algum motivo. No momento ele não parecia o sádico inimigo que enfrentara e quase cortara sua cabeça em duas, mas apenas um instrutor de algo que desconhecia. Quando o necromago revelou que aquele lugar tratava-se da alma de Kite, este cerrou os olhos. Não por raiva, mas por certa confusão. Sinceramente achava que tivesse uma alma perturbada, no entanto era vazia, oca, faltava muita coisa, e de certa forma admitia isso. Nunca fora o cara mais cheio de emoções do planeta, pode-se assim dizer, e nem teve muitas experiências boas para guardar. Gostaria de ter.

Hannor sumiu.

— Demônios interiores, feh... — Já ouvira falar sobre isso antes, mas em lendas, ou figuras de linguagem. Certamente aquilo também poderia ser apenas um delírio, mas de certa forma sentia que não era. Ainda mais quando ao avistar uma sobra à sua frente, sua cabeça começou a latejar, e levou a mão até ela. — Gh...

Baixou a mão, cerrando o punho. Não iria temer algo dentro de si mesmo, pois de certa forma aquilo era tudo que conhecia de si mesmo, ou não. Aproximou-se da sombra, atento.

@Selenna Walker

OFF¹: Selenna, teoricamente você não teria MP pra usar o teleporte da arma. Motivo: invocou e utilizou o teleporte contra o soldado da entrada. Logo, na sua descrição, fala que a arma some se não houver perigo. Ou seja, invocou ela novamente na luta contra o orc..até aí gastaria 90% de MP e não teria como teleportar. Porém, como estamos no início e tal e já que você falou que não desenvocou a arma ..apesar de não ter nenhum perigo. Mas considere que está com 0% de MP (descansado recupera) e que não serei tão bozinho assim mais pa frente..huhuhu

ON:

Selenna, agora, parecia uma real demônia. Seu rosto parecia ter se transfigurado de forma surpreendente, apesar de não ter mudado absolutamente nada. Seu olhar tornou-se maléfico, quase maníaco..ou assim, pelo menos, via o orc.

Quando Walker vacilou, Grurfig aumentou sua força. Viu o movimento de Selenna sem entender. Em seguida a demônia sumiu.

Por um instante o orc ficou confuso. Em seguida viu a foice se posicionar suavemnte em seu pescoço. Não adiantava se mexer, já que para qualquer lado sofreria um corte. Sua morte estava próxima.

— Pare! — Krior gritou. Selenna sentiu uma vontade inesperada de atender ao seu desejo. Deixou sua foice escorregar para fora do pescoço de Grurfig, tirando-lhe da morte certa. Em seguida ficou de pé, com sua foice pendendo ao lado de seu corpo.

O orc virou com um olhar louco nos olhos.

— DEVIA TER ME MATADO! — Gritando, foi em sua direção com as mãos estendidas, procurando seu pescoço. Selenna não esperava aquele movimento. Viu o orc se aproximando num instante sem poder reagir.

Krior, subitamente, apareceu à sua frente. Com um soco no rosto, mandou o orc voando para longe. Este caiu, 4 metros para trás, desacordado. Seu machado foi girando até encravar-se numa rocha. Todos os presentes no campo olhavam para a cena com olhos incrédulos, não acreditando na cena.

— Venha comigo.

Krior guiou Selenna rapidamente para fora do campo de treinamento. Entraram novamente na parte coberta, ou labirinto como chamavam os novatos, caminhando rapidamente.

Andaram por, aproximadamente, 5 minutos. Krior nada falava. Finalmente pararam em frente a uma porta de madeira rústica. O demônio passou sua mão sobre a porta e esta emitiu um clique, como se tivesse sido destrancada. Entraram.

A sala era quadrada e grande. Muitos arquivos estavam organizados num canto, ocupando, pelo menos, 1/3 da sala escura. As paredes, Selenna observou, era feitas de pedra mesmo, sem nenhuma pintura. Uma mesa grande estava no fundo da sala com muitas coisas em cima desta: papéis, canetas e alguns instrumentos inustiados que Selenna não tinha nem idéia do que seriam. Uma espada estava deitada por cima da mesa também. Um área de sofás e um carpete estavam no centro da sala. Ali parecia um lugar ''social'' aos padrões de Takaras.

— Esta é minha sala. — Disse Krior, fechando a porta atás de si. — Sente-se, por favor.

Deu a volta até uma mesa de bebidas. Pegou um copo e serviu-se, generosamente, de alguma bebida álcoolica.

— Gostaria de alguma coisa? — Somente depois de ter se servido e ter atendido ao pedido de Selenna é que sentou-se. Tomou um gole da bebida, fitando Walker. Pos a bebida numa mesinha à sua frente.

— Muito bem, gostei muito da sua luta. Você pensou rapidamente em estratégias e sua habilidade então.. muito útil. — Seus olhos vermelhos brilharam. — Grurfig, no entanto, não aceitou muito bem sua derrota..mas aquele orc, assim como todos os outros, é assim mesmo.

Tomou mais um gole.

— Enfim, aos negócios. Você passou no teste, de modo brilhante. Sei que seu desejo não é atuar como soldado.. porém acredito que, com o tempo, você possa alcançar seu real objetivo. Infelizmente, todos começam por baixo. O que me diz?


Experiência:

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@Kite

Levantou-se com uma dificuldade enorme. Sua cabeça latejava. Foi aproximando-se da sombra, de forma vacilante. Quando estava a apenas alguns centímentos, ela sumiu. A dor em sua cabeça sumiu e Kite arfou, quase reflexivamente.

Foi uma pausa porém, pouco duradoura. Outras três sombras se materializaram à sua volta, idênticas a primeira. Kite foi ao chão, com a dor em sua cabeça triplicada. Estava começando a delirar, vendo que mais e mais sombras juntavam-se ao primeiro grupo de três. Levou suas mãos à cabeça.

Ouviu algo diferente. Metal batendo no chão. Abriu, o que podia abrir, dos olhos. Viu sua blade ao seu lado. Não sabia se era uma ilusão ou não. O fato era que tinham agora, pelo menos, dez sombras formando um círculo com Kite no meio. Começava a ouvir sussuros, provavelmente vindo de dentro da sua própria mente.

OFF: eu realmente esperava não ter problemas pra usar o skill, na verdade eu esqueci desse detalhe de desenvocar a arma quando não está em perigo. FAIL
OFF²: a Selenna está sendo um desafio para mim, sempre tendo que editar pra mudar o gênero das palavras e ainda ter que intrepretar da maneira maléficas é muito novo para mim. Obrigado pelo elogio

— Gostaria de alguma coisa?

— Qualquer coisa com muito álcool, sem frutas e sem gelo. - Selenna pegou seu copo, matando mais da metade de uma só vez. Estava contente, quase matar alguém lhe fazia tão bem! Reparou como todos olharam para ela, reparou também que não haviam muitas mulheres ali, deveria estar havendo uma verdadeira revolução. Escutava atentamente o que Krior falava. É, realmente, fora uma bela luta, mas a vitória não era tão doce, sabia que só ganhará graças a habilidade mágica de sua foice. Era um sentimento estranho, por um lado sairá vitoriosa, mas pelo outro sabia que fora um pouco injusta. Bebeu mais um gole de sua bebida, estava deliciosa, mesmo assim uma anciedade a consumia, não sabia os objetivos de Krior agora.

— Enfim, aos negócios. Você passou no teste, de modo brilhante. Sei que seu desejo não é atuar como soldado.. porém acredito que, com o tempo, você possa alcançar seu real objetivo. Infelizmente, todos começam por baixo. O que me diz?

— Isso está me parecendo melhor a cada momento.- A probabilidade de ver sangue sendo um soldado parecia infinitamente maior do que para um estrategista. No começo matar um soldado de Takaras parecia tão errado, mas agora Selenna percebia que em Takaras apenas os melhores prevaleceriam, esse era o verdadeiro poder de Takaras, um soldado raso não era nada comparado a o que sua morte poderia trazer. — Eu aceito. Mas lhe fasso um pedido. Não quero ser tratada diferentemente por ser mulher, isso só me trouxe aborrecimentos.- Enquanto falava, fazia um pequeno corte com uma de suas garras em seu braço esquerdo, até que algumas gotas começaram a se aglumerar, Selenna parou de falar nesse instante, recolhendo as gotas e as levando a boca, misturando-as com o álcool. — Sei que isso pode ser meio impossível em um exercito, então, por um acaso você não tem uma manta negra e inteiramente coberta? Assim não há como me indentificar, e não há preconceitos.- A Walker falava olhando para trás, no passado, quando pós os pés naquele Quartel, lembrando do guarda, o homem que a atacará primeiramente. Precisava construir uma imagem mais forte de si mesma, poderia assim, acabar com acontecimentos como esse. Baseando-se na figura da Morte, a Walker iria criar uma imagem forte e amendratadora com asas de anjo caído, capa escura e comprida e armado com uma foice.

Uma onda de alívio percorreu seu corpo quando a sombra sumiu, e a pressão que sentia em sua cabeça fora-se também. No entanto o momento seguinte foi três vezes pior, e ainda foi ficando pior. Eram muitas sombras, cada uma delas provocando aquela pressão insuportável em sua cabeça, uma dor que por pouco não o alucinava, ainda.

Caiu ajoelhado no chão, com a mão na cabeça, apertando como se isso ajudasse a fazer a dor passar. Era como se um turbilhão de vozes, emoções e acontecimentos passassem por sua cabeça de uma só vez, ao mesmo tempo, em sentido contrário, chocando-se intensamente. Foi quando notou sua blade de três lâminas, inteira, reluzindo ao seu lado. Não pensou duas vezes e pegou a arma, se levantando ao mesmo tempo em que dava um golpe circular, cortando as sombras à sua volta, tentando desesperadamente parar com todo aquele barulho. Qualquer coisa valeria, só queria que aquilo parasse de uma vez.

@Selenna

— Certo — DIsse Krior ao final da conversa. Apoiou seu copo na mesa e levantou-se, abrindo seu armário de porta dupla. Mexeu ali por alguns instantes e tirou uma capa totalmente negra, com alguns detalhes de onda na base. Um imenso capuz garantiria que Walker tivesse sua face escondida, mas também asseguraria que ela tivesse sua visão perfeita.

Selenna pegou a capa e viu que era mais leve do que esperava. Podia até lutar dentro dela, porém não por muito tempo. Com certeza atrapalharia os movimentos numa batalha feroz. Vestiu-a então, ficando de pé.

— Sim, não conseguirão perceber que é uma mulher dentro da capa. Todos já sabem, porém, que você é nova integrante do exército. As notícias que aquele orc perdeu já viajaram pelo campo de treinamento rapidamente. — Moveu-se até a porta. — Venha comigo Dama Walker.

O apelido fazia jus a sua nova posição. Se quisesse, Selenna poderia facilmente adotar esse título a ela. Krior abriu a porta, esperando que sua nova integrante passasse por ela. Saíram e foram caminhando alguns tortuosos corredores, que faziam curvas e mais curvas.

Depois de alguns minutos chegaram num corredor bem iluminado por tochas e com portas idênticas espaçadas 5 metros uma da outra. Krior parou em frente a porta 6 e abriu-na.

— Aqui será sua moradia Selenna. — O quarto era simples. Possuía uma janela que dava para o pátio principal de treinamento, onde Selenna tinha lutado. Uma cama no canto da parede já arrumada, um armário simples de madeira entalhada e uma mesa com duas cadeiras. Não era muito, mas melhor que não ter onde ficar.

— Quando quiser, pode sair por aí. O exército não tem nada do tipo de chamadas de treinamento. Porém terão uns dias que seus superiores vão querer testá-la. Nesse dia uma convocação chegará a você. Pode, claro, sair do campo de treinamento. Mas lembre-se que não deve permanecer mais de dois dias longe, a não ser com uma autorização de algum superior. — Krior olhou para o teto. — Tenho coisas a fazer, cuide-se Selenna. — Fez uma mesura e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.


@Kite

A dor era alucinante. Sua cabeça estava a ponto de estourar quando, desesperadamente, começou a rodar com sua blade tentando eliminar as sombras.

Cada vez que sua blade tocava em uma sombra, ela simplesmente desaparecia e reaparecia em algum outro canto. Sua espada era inútil e não conseguia cortar seus inimigos. Ia rapidamente perdendo a visão e sabia que, em alguns instantes, perderia os sentidos.

Foi quando algo aconteceu. Sua blade foi defendida por alguma outra arma. As outras sombras rapidamente sumiram e só restou essa única sombra. A dor em sua cabeça foi amenizada a ponto de sumir.

A sombra parecia sorrir, aparentemente. Subitamente ela desapareceu e reapareceu atrás de Kite, qe defendeu seu golpe pelas costas. Era rápida, muito rápida. Kite, reflexivamente, saiu de perto de seu inimigo e se posicionou a alguns metros na frente desta. A sombra segurava uma espada curta, negra. Parecia ser feita do mesmo material que ela. Não fazia nenhum movimento e parecia imitar Kite, até no posicionamento de seu corpo.

Antes que Krior podesse sair, Selenna segura seu braço, impendindo-o de andar.

—Obrigada, Krior. - E o soltou, permitindo que esse se fosse.

Selenna gostava bastante de Krior, mas seria bom não vê-lo por um tempo, desejava que da próxima vez que se encontrassem não precisasse de sua ajuda para se esconder.

Selenna olhou o quarto, olhando atentamente para a cama. Uma cama. Nunca tinha dormido num colchão sequer, e derepente sentiu uma vontade de dormir, mal reparará mas o dia tinha sido cansativo. Duas lutas sem motivo, não era como viver na selva onde se caçava para sobreviver, isso era pior do que a selvageria, isso era o exército de Takaras.

Aproximando-se da cama, sentou-se com cuidado, era macia. Já com segurança deitou-se, era definitivamente melhor do que dormir no chão. Então dormiu para se recuperar.

A dor cessou após insistentes ataques àquelas sombras. No entanto, sabia que nem sequer as havia tocado, tampouco ferido. Foi quando sentiu atingir algo, outra lâmina, e ao defender-se de um golpe distanciou-se do seu atacante. Cerrou os olhos.

Seja o que for aquilo, imitava seus movimentos.

Kite permaneceu imóvel, aguardando alguma ação da sombra. Após alguns momentos, moveu levemente o braço, tentando prever algum ataque, se mantendo na defensiva. Tudo aquilo era estranho, mas fazia jus ao que o necromago havia falado: enfrentar seus demônios interiores. Não conseguia pensar em mais nada agora, mas no fundo desejava não estar ali, nem ser um príncipe. Muitas vezes ser um mero camponês era uma das melhores idéias para ele.

Apertou mais o punho em sua blade.

@Selenna

Adormeceu profundamente. Sabia que não era prudente fazer isso, ainda mais em Takaras, porém precisava se recuperar. O dia anterior foi cheio e isso deixou algumas marcas em Selenna. Em apenas algumas horas ela foi de demônia qualquer para soldado de Takaras, derrotando um dos residentes mais antigos de lá. Certamente teria causado uma impressão, ainda mais por ser mulher. Em seus sonhos podia sentir que os demônios fofocavam dela.

Horas se passaram. Uma brisa soprou para dentro de seu quarto fazendo suas vestes pretas, penduradas, se mexerem. A brisa soprou, no entanto, com a janela totalmente fechada. Walker estava dormindo profundamete e somente seu subconsciente registrou que algum ser desconhecido pairava por ali, juntamente com o vento que este trouxe.

Subitamente veio uma forte batida na porta e Selenna despertou imediatamente. Alguma coisa lhe dizia que havia alguma coisa em seu quarto e, por isso, olhou ao redor. Tudo estava como antes de deitar-se e nenhum vento sobrenatural batia. Alguém esmurrou a porta novamente.

— Ei! Novata! — Uma voz carregada de sotaque do norte. Sabia que quem batia era humano. — O general quer te conhecer, demônia maldita. Vem logo que ele não gosta de esperar.

]Recuperou-se totalmente, HP e MP]


@Kite

Todos os movimentos que Kite fazia, a sombra imitava. Quando levantou seu braço, a sombra fez o mesmo mas com uma diferença: era feito simetricamente, como se visto por um espelho. Ou seja, quando KIte levantou seu braço direito a sombra imitou-no com o braço esquerdo. Os minutos se estendiam sem que nenhum dos dois fizesse mais algum movimento. Aparentemente a sombra não faria o primeiro movimento.

OFF¹: pularei o Kite até que este volte.

ON:

Jogou a capa por cima do corpo, com um farfalhar alto. Certificou-se de que estava coberta totalmente para depois abrir a porta. O homem que esperava-na era alto e moreno. Sua careca só fazia aumentar mais ainda sua cara de assassino. Tinha olhos estreitos e pequenos, como se sempre tivessem alertas. Seus ombros eram largos, porém não era muito musculoso. Era, com certeza, das extremas terras do Sull, além de Takaras.

O homem simplesmente olhou para a demônia disfarçada com indiferença. Em seguida deu um leve grunido, como se tivesse tido a confirmação de algo para começar a andar. Selenna seguiu-no.

Caminharam pouco tempo até chegar ao salão principal do centro de treinamento. Era de manhã, mas o salão já começava a ter um grande fluxo de pessoas demônios e outras coisas mais. A todo tempo alguma voz forte se elevava às demais, como se fosse uma imensa briga em que todos os presentes tivessem envolvidos. Saíram por uma porta lateral.

O corredor onde se encontravam, agora, era extremamente bem trabalhado. As pedras, de granito, estavam impecavelmente grudadas umas as outras, sem deixar nenhuma falha. As portas desse corredor eram de um material que Selenna não conseguia destinguir bem. Parecia madeira só que era muito escura. Elas estavam bem espaçadas umas às outras. Era um local mai importante, percebia.

Continuaram até mais ou menos a metade do corredor. Uma porta dupla estava fechada ao lado de onde pararam. O homem que acompanhava Selenna bateu a porta uma única vez e falou claramente.

— Selenna Walker, novata do exército se apresentando senhor.

— Entre — Veio em resposta uma voz poderosa.

O homem abriu a porta e deu espaço para a demônia entrar. Quando esta entrou, o homem fechou a porta, deixando Selenna a sós com o general. O próprio encontrava-se sentado em sua mesa de madeira. Ele era alto, mesmo sentado. Tinha um semblante fechado, com várias cicatrizes em seu rosto. Um bigode grisalho combinaa com seu cabelo, curto. Estava sem a armadura, que estava pendurada num manequim no canto da imensa sala. Falou e sua voz era alta, já acustumado a dar ordens.

— Selenna Walker. — Disse, consultando um papel. Olhou para a figura envolta na capa e continuou. — Receberá ordens de mim e de meus inferiores próximos. — Consultou o papel novamente. — Vejo aqui que não gostaria de permanecer somente de soldado. — Olhou bem para a figura antes de prosseguir. — O que sabe fazer? — Concluiu, com um tom de curiosidade.

Não se apresentou nem fez comprimentos oralmente, sabia que essas peculiaridades eram dispensadas por pessoas sem muito tempo a perder, como deveria ser o general, parou apenas para fazer uma pequena reverência quando ouviu seu nome no meio do salão. Ah, o salão, como era lindo, digno de um rei, digno a ela, uma Walker. Não importava quem fosse, ou o que fizerá, se tinha uma sala como aquela no meio de Takaras, a figura merecia respeito, muito respeito. Talvez o único naquele local que poderia interferir quando completasse seu destino, de virar estrategista. O general.

Para responder a pergunta Selenna ficou com a postura reta, olhou nos olhos do homem que lhe falava, e ergueu um pouco o tom de sua voz, ainda mantendo tom respeitoso. — Eu luto usando inteligência. Sei avaliar meus oponentes e o que posso ou não fazer, posso dar ordens e sei recebe-lás, nunca substimo o poder de ninguém, me preocupo com detalhes que poderiam passar despercebidos por outrem. E mais importante, posso, contralar um grupo de guerreiros como ninguém.

O general ficou fitando-na com olhos pensativos enquanto falava. Selenna percebeu que não saberia dizer se ele era humano ou demônio. Aparentemente era um humano, mas será que era? Seria um mero humano capaz de se tornar general de tão hediondo exército? O mesmo esperou que Selenna terminasse e levantou-se. Era, realmente, alto com quase dois metros de altura. Caminhou para o canto de sua gigantesca sala ornamentada para um balcão de bebidas. Derramou um líquido viscoso num copo e tomou um gole, sem olhar para Selenna. Falou, arrumando suas inúmeras garrafas.

— Tudo que você disse foi pura perda de fôlego. Somente uma coisa que disse me interessa e, coincidentemente, foi a primeira coisa: que luta com inteligência. — Colocou o copo, vazio, por sobre o balcão de bebidas e andou novamente para sua mesa. Atrás desta, Selenna viu, de relance, a bainha de uma gigantesca espada. Viu brevemente mas soube que era uma bainha ornamentada de prata e totalmente negra. Continuou.

— Posso ter uma missão para você. Se aceitar eu lhe digo do que se trata. Servirá para ganhar minha confiança, pelo menos um pouco. — Dessa vez o general matinha-se em pé e olhava fixamente para Selenna, porém por trás de sua mesa.