Taberna do Macaco Caolho

Tudo aconteceu muito rápido e eu só consegui reagir da única forma que pude, através de meus instinstos, meus pelos eriçados indicavam abrupta variação de temperatura e meu medo, minha pupila se expande para poder enxergar melhor na baixa luminosidade e tento identificar os três estranhos indivíduos usando do meu olfato.

[OFF sério eu tento buscar informações dos três através do cheiro, por exemplo: Raça através dos feromônios, cheiro de sangue, se tão com medo, coisa desse tipo ]

-Quem trancou a porta? Moleque é melhor que isso não seja um brincadeira de mal gosto!-

Karui falando me desperta do meu lado animal, tento pensar rápido, pois tinha de escolher, ajudar ou não? percebo que o homem quieto também não está em dúvidas quanto agir ou não, pois sem dizer uma única palavra abre as pernas, dobra um pouco os joelhos e junta os braços ao corpo, uma perfeita posição de guarda. Imito ele e fico de olho nos três problemáticos clientes que me apareceram naquela noite, "É... Ladina... você me colocou numa enrascada... ", penso virando um pouco a cabeça de lado na direção da cozinha e grito:

- Karui! nada de brincadeira de mal gosto! estou com problemas! Pelo que parece os clientes tão querendo se matar aqui! CHAMA O CHEFE!

Com minhas palavras tento transmitir os problemas que estou enfrentando para Karui, minha voz me surpreende, pois sai um pouco rouca por causa do medo e sinto meu coração acelerar até doer, começo a falar com todos no recinto:

-Acho bom vocês me explicarem o que ta acontecendo! - agora me dirijo ao homens - Pois só vou ajudá-los se ela colocar minha vida em risco.

Tento manter a calma, tento respirar de forma tranquila e principalmente tento pensar numa forma de sair vivo dessa enrrascada, por isso estou pronto para me defender caso necessário.

@Camarão e JeFF

Enquanto os Youkais questionavam o que estava acontecendo, Jeff apenas em seus pensamentos e Funchuous sendo mais direto já dando condições, o homem de preto parecia hipnotizado olhando o a escada. Alguma coisa parecia chamá-lo para subir os degraus. Enrolou alguns segundos, mas, sem nem mesmo virar o rosto, o homem começou a responder.

-Então você vai me ajudar...- falou de modo seco.

Era estranho o homem falar daquela maneira. Estavam presos em uma taberna quase vazia com uma bruxa sem ter nenhuma informação do que se passava nem a quem pudessem recorrer ou pedir qualquer forma de ajuda. A explicação não veio.

-Ela vai brincar. Vai brincar comigo e com vocês. Tentará fazer nós subirmos a escada e quando subirmos ela irá se mostrar...-

Ainda falava de modo meio enigmático, parecia já saber muito do que a mulher era capaz, mas não dizia como uma possibilidade, dizia como se fosse uma certeza, uma verdade, algo que iria definitivamente ocorrer.

-É melhor subir antes que ela entre em suas mentes, se ela o fizer estão encrencados. Ela continuará com as ilusões até que sua mente fique confusa e vulnerável, não permitam.-

Terminou de falar e se dirigiu as escadas para subí-las. Por mais esquisito que fosse eles já não escutavam Karui e os outros empregados da taberna. Não ouviam o barulho que vem de fora da taberna: o coaxar dos sapos nem o assobio do vento que passaria ao lado da janelas, agora todas fechadas.

Mesmo com seus sentidos aguçados nenhum dos dois youkais conseguiu identificar semelhança daquele ser com outro já conhecido. Era como se não existisse, sabiam que estava ali, algo tinha que provocar tudo aquilo, mas como?

Um bom motivo de reflexão mas algo começou a lhes chamar pra cima, uma vontade estranha lhes convencia a subir. Mesmo que fosse contra o instinto eles queriam, e a vontade ficava mais forte. A pergunta agora era se podiam confiar no homem, o que ocorria ali afinal?

@All

O homem não desviou o olhar da escada um segundo sequer, mas pareceu ter escutado o que Jeff lhe falara visto que balançou a cabeça positivamente e deu um longo suspiro depois como se estivesse pensando no que fazer. Realmente as possibilidades eram poucas e as consequências desconhecidas.

-A situação é a seguinte...-

Começou a explicar mas sua fala foi interrompida por um grito, parecia uma criança resmungando ou algo do tipo. O tom agudo alcançou todo ambiente incomodando o ouvido dos Youkais, até mesmo do humano.

-Como eu dizia, é essa garota. Ela é dominada pelo poder de uma pedra presa a um colar que carrega com ela. Em dados momentos a pedra toma controla de seu corpo e muda sua forma. Eu havia conseguido roubar dela, mas o desgraçado do lobo que trabalha aqui recuperou a mochila onde estava guardada e deu para a garota.-

A situação começava a ficar ligeiramente mais clara. O homem estava apenas ditando fatos, mas a história ainda estava totalmente fora de contexto. Por que estavam na taberna? E o que a bruxa queria com eles? ainda era um mistério, mas o homem subiu.

-Ouçam o que eu lhes direi. É tudo uma ilusão, mas ela mexe com sua mente. Vai parecer real, vai doer. Não se deixem confundir por seus olhos.-

O homem subiu as escadas esperando que ao menos um dos Youkais lhe acompanhasse, e foi o que aconteceu. A cada segundo a vontade subia, um cheiro atraente começou a vir de la, no fundo da escuridão que se via no alto da escada um brilho reluzia, e como animais eles foram atraídos pela armadilha obvio, ainda sim, única saída.

Chegando no segundo andar o que viram foi apenas o nada. Literalmente: Nada. Atrás deles o som de uma porta se fechando. Um ambiente totalmente preto, escuro sem vida, sem luz, não era possível ver mais de dois palmos à frente de seus olhos. Não dava para saber se haviam objetos a sua volta ou algo os cercando, impossível ter noção de espaço ou tempo ali dentro. O que já estava ruim, piorou...

-Garotos.- O homem ergueu a voz -Preparem-se para um pesadelo...-

O youkai se perguntava o que aconteceria agora. Quando finalmente chegou lá pode perceber que a presença de Funchuous tinha sumido também. Parecia que agora eram só ele e o homem. Talvez o outro youkai nem ao menos tivesse subido as escadas. Talvez o medo tivesse sido mais forte. Mas Jeff subiu, do outro, ele não sabia.

Uma forte sensação de medo abalou o Youkai. Fechou os olhos, pareceu o mais sensato a se fazer. Foi quando seu primeiro sentido agiu: A audição. Um zumbido chegou a seus ouvidos, e após algum tempo com barulho lhe incomodando profundamente uma voz cobriu aquele som.

-Que tal vermos com os olhos da mente?- A fala e uma estranha risada. Era uma voz feminina, doce e calmante, mas ainda assim, do modo que ela falava tudo ficava um pouco mais assustador.

Agora o tato começou a agir. Um calor fortíssimo tomou conta do local dissipando todo frio que antes o incomodava. E Jeff sentiu como se estivesse num dia ensolarado qualquer. Seu olfato seguiu como próximo sentido. Um cheiro forte de sal. Era como se estivesse em meio a uma praia, sentia a maresia. Ele conhecia aquele cheiro, havia passado por lá.

-Vou repetir.- A voz ecoou de novo. -Que tal vermos com os olhos da mente?-

Jeff sem abrir os olhos conseguiu visualizar aquilo que a bruxa queria. Estava em Ruff. Estava nas praias de Ruff de algum modo. Não entendeu mais nada do que se passava. Era como o homem havia lhe falado. A bruxa iria brincar com a mente deles, provocá-los a cada momento, tudo para se divertir.

-Acalme-se- escutou a voz do homem e esse se materializou ao seu lado. -Ainda estamos na taberna, só não sabemos disso. Seu cérebro pensa milhares de vezes mais rápido do que o que acontece na realidade, então no fundo nossos corpos estão seguros, o que falamos aqui não é nem questão de um segundo.- Jeff estranhou a materialização do homem ali, mas esse logo se pôs a explicar.

-Ela uniu nossas mentes para brincar com nós dois. Estamos num mundo imaginário, onde ela é infinitamente mais poderosa que nós, porém no mundo real ela não passa de uma garotinha.- Por mais estranho que aquilo fosse, fazia algum sentido.

-Teoricamente você pode criar qualquer coisa aqui, é sua mente também, então imagine e crie, porém tudo aquilo que você fizer ela poderá desfazer com enorme facilidade. A única coisa que ela não consegue anular aqui é você, seu corpo suas reais habilidades, por que isso você sabe que pode fazer dentro de qualquer realidade, sua mente bloqueia. Engraçado, não?-

O homem se sentou na areia. E ficou olhando o mar, era estranho vê-lo tão calmo com aquela situação. O que ele poderia estar pensando? O homem ali era um enigma, não maior que a bruxa, mas ainda assim era um quebra-cabeça. Como diabos ele entendia tanto daquilo?

-A proposito, meu nome é Bryce.- Ele sorriu. -Vamos lá, tente criar algo, use sua imaginação.-

[PEssoar, foi mal, mas fiquei um tempinho fora devido a motivos pessoas, que no momento não interessa. Ai zato ,espero que entenda, ent pra eu nao ter que inventar qualquer coisa, finge que eu estava no grupo, e que passei pelas mesmas coisas dos outros.]

-Uma praia?
Me perguntei, tudo tinha acontecido muito rápido naquele dia, suas ações foram silenciadas ao longo da história, parecia que eu não estava ali, a taberna tinha se transformado numa praia, seria algum feitiço? Devido as palavras que tinha escutado recentemente, "bruxa", ou bruxo? Não escutei direito. Fiquei sentado num pequeno banco, não conheço esse local, bem um homem me chamou atenção, aquele homem falava com um youkai, que a pouco estava na taberna, falando com seu amigo, Funchuous. Sua mente estava quase vazia, somente poucos flashs daquela noite, se lembrava de um frio, depois de um calor forte e um cheiro terrivel de sal. As ações de Kouga foram somente levantar e com calma andar até o youkai, onde ao chegar a ele perguntava
-CAra.... Onde que está o funchuous, e porque estamos aqui?

Jace entra calmamente na taberna, já era noite e podia-se notar a facilidade com que ele enchia, um ótimo local para alguém que precisa de um emprego, e talvez algum motivo para se distrair. O garoto sorriu e olhou ao redor, buscava observar o tipo de pessoa que costumava frequentar o local, e como sempre, percebeu que a taberna era frequentada por todos os tipos de pessoas, suspirou.

Calmamente o garoto caminhou até algumas pessoas que estavam no balcão, e direcionou-se a quem estava do outro lado, obviamente. Olhou para a parede e em seguida para o outro lado da caverna, eis que começou a falar:

- Então... Estive sabendo que precisam de um atendente, certo? A vaga já foi preenchida? Me interesso por ela...